
INFORMAÇÕES TÉCNICAS EBASTEL
Características
Modo de ação
A ebastina mostrou produzir inibição rápida e de longa duração dos efeitos induzidos pela histamina1, além de possuir forte afinidade por receptores H1.
A ebastina e seus metabólitos2 não atravessam a barreira hematoencefálica após administração por via oral, o que explica o pequeno efeito sedativo encontrado nos resultados dos estudos que avaliaram os efeitos da ebastina sobre o sistema nervoso central3. Dados “in vitro” e “in vivo” demonstram que ebastina exerce potente antagonismo dos receptores H1, de longa duração e altamente seletivo, não apresentando efeitos sobre o SNC4 ou efeitos anticolinérgicos.
Estudos relatados de indução de pápula5 por histamina1 mostraram que a ebastina apresenta efeito anti-histamínico estatística e clinicamente significante, com início de ação após uma hora da administração por via oral e com duração de 48 horas. Observou-se também que, com a interrupção da administração de ebastina após tratamento durante 5 dias, a atividade anti-histamínica persiste por mais do que 72 horas. Esta atividade é devida aos níveis plasmáticos do principal metabólito6 ácido ativo, a carebastina.
Após administrações repetidas, a inibição dos receptores periféricos permanece num nível constante, sem taquifilaxia. Estes resultados sugerem que a administração de dose diária mínima de 10 mg de ebastina produz inibição rápida, intensa e de longa duração dos receptores histamínicos H1 periféricos.
Há relatos onde estudou-se a sedação7 através de fármacoeletroencefalograma, desempenho cognitivo8, testes de coordenação visual-motora e estimativas subjetivas. Não houve aumento significante da sedação7 na dose recomendada. Estes dados são compatíveis com os resultados dos estudos clínicos duplo-cegos realizados, onde a incidência9 de sedação7 mostrou-se comparável entre placebo10 e ebastina.
Nos relatos de estudos clínicos realizados em adultos e crianças não se observaram efeitos cardíacos causados pela administração de ebastina nas doses recomendadas, incluindo prolongamento do intervalo QT.
Com a administração da dose de 60 mg/dia de ebastina não se observou efeito sobre o intervalo QT. Com a administração da dose de 100 mg/dia observou-se um aumento estatisticamente significante de 10 mseg (2,7%), que não foi contudo, clinicamente significante.
Após a administração de dose diária de 15 mg de ebastina em crianças com idade entre 6 e 11 anos durante 6 dias, não foram observadas diferenças no intervalo QT médio entre os grupos tratados com ebastina ou placebo10, no primeiro e sexto dias do tratamento.
Farmacocinética
Após administração por via oral, a ebastina é rapidamente absorvida, sofrendo extenso metabolismo11 de primeira passagem. A ebastina é quase completamente convertida ao seu metabólito6 ácido farmacologicamente ativo, a carebastina.
Após a administração de dose única de 10 mg de ebastina, os níveis plasmáticos máximos de 80 a 100 ng/ml do metabólito6 ocorrem dentro de 2,6 a 4 horas. A meia-vida do metabólito6 ácido é de 15-19 horas, sendo que 66% da droga é excretada na urina12, principalmente na forma de metabólito6 conjugado. Após administrações repetidas de 10 mg de ebastina, uma vez ao dia, o estado de equilíbrio é atingido em 3 a 5 dias, com níveis plasmáticos máximos variando entre 130 a 160 ng/ml.
Os parâmetros farmacocinéticos da carebastina se mostraram linear e dose independentes após a administração de 5 e 10 mg de ebastina na forma de xarope, com obtenção de níveis plasmáticos máximos de 108 e 209 ng/ml de carebastina dentro de 2,8 e 3,4 horas, respectivamente. A meia-vida de eliminação da carebastina variou entre10 e 14 horas.
Os relatos de estudos “in vitro” com microssomas hepáticos humanos mostraram que a ebastina é metabolizada à carebastina principalmente via CYP3A4. A administração simultânea de ebastina com cetoconazol ou eritromicina (ambos inibidores CYP3A4) em voluntários sadios foi associada ao aumento significante das concentrações plasmáticas de ebastina e carebastina (vide “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”).
A ligação às proteínas13 plasmáticas tanto da ebastina quanto da carebastina é alta, > 95%.
Não foram observadas alterações estatisticamente significantes da farmacocinética de ebastina em idosos, em comparação à farmacocinética em voluntários adultos jovens.
A meia-vida de eliminação da carebastina aumentou para 23 - 26 horas e 27 horas, respectivamente, em pacientes com insuficiência renal14 e em pacientes com insuficiência hepática15.
- INDICAÇÕES:
É indicado para o tratamento sintomático16 de:
• rinite17 alérgica (sazonal ou perene) associada ou não à conjuntivite18 alérgica.
• urticária19 idiopática20 crônica.