
INFORMAÇÕES TÉCNICAS TOMUDEX
CARACTERÍSTICAS
Propriedades Farmacodinâmicas O raltitrexede é um análogo do folato que pertence à família dos anti-metabólitos1 e possui uma potente atividade inibitória contra a enzima2 timidilato sintase (TS). Comparado a outros anti-metabólitos1, tais como 5-fluorouracil ou metotrexato, o raltitrexede age como um inibidor direto e específico da TS. A TS é uma enzima2 básica na síntese de novo do trifosfato de timidina (TTP), um nucleotídio necessário exclusivamente para a síntese do ácido desoxirribonucléico (DNA). A inibição da TS resulta na fragmentação do DNA e em morte celular. O raltitrexede é levado para dentro das células3 através de um transportador de folato reduzido. Em seguida, é poliglutamatado extensivamente pela enzima2 folilpoliglutamato sintetase (FPGS) à formas de poliglutamato que são retidas nas células3 e são inibidores ainda mais potentes da TS. A poliglutamação do raltitrexede aumenta a potência inibitória sobre a TS e a duração da inibição de TS nas células3, as quais podem melhorar a atividade antitumoral. A poliglutamação também pode contribuir para aumentar a toxicidade4, em virtude da retenção da droga nos tecidos normais.
Nos estudos clínicos, TOMUDEX, administrado a intervalos de 3 semanas na dose de 3 mg/m², por via intravenosa, demonstrou uma atividade antitumoral clínica com um perfil de toxicidade4 aceitável em pacientes com câncer5 colo6-retal avançado.
Quatro grandes estudos clínicos foram conduzidos com TOMUDEX em câncer5 colo6-retal avançado. De três estudos comparativos, dois não apresentaram diferenças estatísticas entre TOMUDEX e a combinação de 5-fluorouracil com leucovorina em relação à sobrevida7. Um estudo mostrou uma diferença estatisticamente significante em favor da combinação de 5-fluorouracil com leucovorina. Em todos os estudos, a monoterapia com TOMUDEX foi tão eficaz quanto a combinação de 5-fluorouracil com leucovorina em termos de taxa de resposta.
Propriedades Farmacocinéticas
Após a administração intravenosa de uma dose de 3 mg/m², o perfil de concentração-tempo em pacientes foi trifásico: os picos de concentração, encontrados no fim da infusão, foram seguidos por um declínio inicial rápido na concentração. Isso foi sucedido por uma lenta fase de eliminação. Os principais parâmetros farmacocinéticos são apresentados abaixo:
Resumo dos parâmetros farmacocinéticos médios em pacientes que receberam 3 mg/m² de raltitrexede por infusão intravenosa
C max (ng/ml) ASC0-¥ (ng . h/ml) Cl (ml/min) Cl r (ml/min) V SS (l) t½beta (h) t½gama (h)
656 1856 51,6 25,1 548 1,79 198
Onde:
Cmax : pico de concentração plasmática
ASC0-¥ : área sob a curva
Cl : clearance
Cl r : clearance renal8
VSS : volume de distribuição no estado de equilíbrio
t½ beta : meia-vida da segunda fase
t½ gama: meia-vida terminal
As concentrações máximas de raltitrexede aumentaram linearmente com dose superior à dose clínica testada.
Durante a administração repetida em intervalos de 3 semanas, não houve acúmulo plasmático clinicamente significativo de raltitrexede em pacientes com função renal8 normal.
Não considerando a poliglutamação intracelular esperada, o raltitrexede foi principalmente excretado na urina9 sob forma inalterada (aproximadamente 50%). Raltitrexede também foi excretado nas fezes com aproximadamente 15% da dose radioativa sendo eliminada em um período superior a 10 dias. No estudo de [14C]-raltitrexede, aproximadamente metade do marcador radioativo10 não foi recuperada durante o período de estudo. Isso sugere que uma proporção da dose de raltitrexede é retida nos tecidos, talvez na forma de poliglutamatos de raltitrexede, após o final do período em que foi feita a medição (29 dias). Foram detectados traços do marcador radioativo10 nos eritrócitos11 no 29º dia.
A farmacocinética de raltitrexede é independente da idade e do sexo e não foi avaliada em crianças.
Insuficiência hepática12 leve a moderada levou à uma pequena redução no clearance plasmático (menos do que 25%). Insuficiência renal13 leve a moderada (clearance de creatinina14 de 25 a 65 ml/min) produziu uma redução significativa (aproximadamente 50%) no clearance plasmático de raltitrexede.
Dados de Segurança Pré-Clínicos Relevantes para o Médico
Tolerância perivascular em estudos em animais não revelou nenhuma reação irritante.
Toxicidade4 aguda
Os valores aproximados de LD50 para camundongo e rato são 875-1249 mg/kg e > 500 mg/kg respectivamente. No camundongo, níveis maiores ou iguais a 750 mg/kg causaram morte por toxicidade4 geral.
Toxicidade4 crônica
Em 1 mês de estudo de dose contínua e em 6 meses de estudo de dose intermitente15 no rato, a toxicidade4 foi inteiramente relacionada à natureza citotóxica da droga. Os órgãos alvo principais foram o trato gastrointestinal, a medula óssea16 e os testículos17. Em estudos similares em cães, níveis de dose cumulativa similares a aqueles utilizados clinicamente, elicitaram somente mudanças relacionadas farmacologicamente à proliferação do tecido18. Os órgãos alvo no cão foram similares aos do rato.
Mutagenicidade
TOMUDEX não foi mutagênico no teste de AMES ou em testes suplementares utilizando-se E. coli ou células3 ovarianas de hamster chinês. TOMUDEX causou elevação nos níveis de dano cromossômico em um estudo in vitro de linfócitos humanos. Este efeito foi melhorado através da adição de timidina, confirmando assim que esse efeito ocorre devido à natureza anti-metabólica da droga. Em um estudo micronuclear in vivo no rato indicou-se que em níveis citotóxicos19 de dose, TOMUDEX é capaz de causar danos cromossômicos na medula óssea16.
Toxicologia reprodutiva
Estudos de fertilidade no rato indicam que TOMUDEX pode prejudicar a fertilidade do macho. A fertilidade voltou ao normal três (3) meses após o término do tratamento. TOMUDEX causou embrioletalidade e anormalidades fetais em ratas prenhes.
Carcinogenicidade
O potencial carcinogênico de TOMUDEX não foi avaliado.