
INFORMAÇÕES TÉCNICAS NOLVADEX E NOLVADEX- D
- CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
NOLVADEX é um trifeniletileno não-esteróide que apresenta um espectro complexo de efeitos farmacológicos, tanto antagonista1 quanto agonista2 do estrógeno3, nos diferentes tecidos. Em pacientes com câncer4 de mama5, o tamoxifeno age primariamente como um antiestrogênico, em nível tumoral, prevenindo a ligação do estrógeno3 ao seu receptor. Em tumores mamários com receptor de estrogênio positivo/desconhecido, o uso de tamoxifeno adjuvante reduziu significativamente a recidiva6 da doença e aumentou a sobrevida7 em 10 anos, alcançando um efeito significativamente maior com 5 anos de tratamento em comparação a 1 ou 2 anos de tratamento.
Esses benefícios parecem ser independentes da idade, da fase da menopausa8, da dose de tamoxifeno e da quimioterapia9 adicional. Clinicamente, é sabido que o tamoxifeno leva à redução, na ordem de 10-20%, dos níveis de colesterol10 total no sangue11 e de lipoproteínas de baixa densidade em mulheres na pós-menopausa8. Adicionalmente, tem sido relatado que o tamoxifeno pode manter a densidade mineral óssea em pacientes na pós-menopausa8.
Um estudo clínico não controlado foi realizado com um grupo heterogêneo de 28 meninas com idades entre 2 a 10 anos e Síndrome12 de McCune Albright (SMA), as quais receberam 20 mg de tamoxifeno uma vez ao dia por até 12 meses. Entre as pacientes que relataram sangramento vaginal durante o período pré-estudo, 62% (13 das 21 pacientes) não relataram sangramento durante o período de 6 meses e 33% (7 das 21 pacientes) relataram não ter sangramento vaginal durante todo o estudo. O volume médio uterino aumentou após 6 meses de tratamento e dobrou no término do estudo de um ano. Apesar deste achado estar de acordo com as Propriedades Farmacodinâmicas de tamoxifeno, uma relação causal não foi estabelecida (ver item Advertências). Não há dados de segurança do uso a longo prazo em crianças. Em particular, os efeitos a longo prazo de tamoxifeno no crescimento, puberdade e desenvolvimento em geral, não foram estudados.
Propriedades Farmacocinéticas
Após administração oral, o tamoxifeno é absorvido rapidamente, atingindo concentrações séricas máximas em 4 a 7 horas. As concentrações no estado de equilíbrio dinâmico (cerca de 300 ng/ml) são alcançadas após 4 semanas de tratamento com 40 mg diários. A droga apresenta alta ligação protéica à albumina13 sérica (>99%). O metabolismo14 dá-se por hidroxilação, desmetilação e conjugação, originando vários metabólitos15, os quais possuem perfil farmacológico semelhante ao do fármaco16 original, contribuindo, assim, para o efeito terapêutico. A excreção ocorre principalmente através das fezes e a meia-vida de eliminação de aproximadamente 7 dias foi calculada para o 4
fármaco16 em si, enquanto que para o N-desmetiltamoxifeno, o principal metabólito17 circulante, é de 14 dias.
Em um estudo clínico onde meninas com idades entre 2 e 10 anos e Síndrome12 de McCune Albright (SMA) receberam 20 mg de tamoxifeno uma vez ao dia por até 12 meses, houve uma diminuição da depuração da área sob a curva (AUC18) idade-dependente, e um aumento na exposição (com valores até 50% maiores que nas pacientes mais jovens) comparado com adultos.
Dados de segurança pré-clínica
O tamoxifeno não demonstrou ser mutagênico em testes in vitro e in vivo. O tamoxifeno foi genotóxico em alguns testes in vitro e em testes in vivo em roedores. Tumores gonadais e hepáticos em ratos recebendo tamoxifeno foram relatados em estudos a longo prazo. A relevância clínica desses achados não foi estabelecida. Há uma grande experiência clínica com o uso de tamoxifeno.