INFORMAÇÕES TÉCNICAS LOSARTEC

Atualizado em 28/05/2016
Características químicas e farmacológicas
Farmacocinética
: losartana potássica administrada sistematicamente é bem absorvido com biodisponibilidade de 33%. Sofre efeito de primeira passagem e no fígado1 sofre ação das enzimas do sistema citocromo P450 onde é convertido, devido à oxidação do grupo 5-hidroximetil no anel imidazol, em 14%  em um  metabólito2 ácido carboxílico ativo, responsável em grande parte pela ação antagonista3 nos receptores AT1. A meia-vida terminal da losartana potássica é de  cerca de 2 horas e a de seu metabólito2 de 6 a 9 horas. A farmacocinética da losartana e seu metabólito2 principal é linear com doses por via oral de até 200mg. Nem a droga, nem seu metabólito2 ativo se acumulam no plasma4 após dose única diária repetida.
As concentrações máximas do produto e de seu metabólito2 ativo são atingidas em 1 hora e em 3-4 horas, respectivamente.
Embora as concentrações máximas de losartana potássica e  de seu metabólito2 ativo sejam iguais, a área sob a curva (AUC5) do metabólito2 é cerca de 4 vezes maior que a de losartana. O alimento diminui a absorção de losartana e reduz sua concentração máxima, mas tem pequeno efeito na sua AUC5 ou na AUC5 de seu metabólito2 ativo.
Tanto losartana potássica quanto seu metabólito2 ativo se ligam às proteínas6 plasmáticas, primeiramente a albumina7, com porção livre no plasma4 de 1,3% e 0,2%, respectivamente. Em ratos, a losartana atravessa de modo pobre a barreira hemato-encefálica8. Em cerca de 1% dos indivíduos estudados a conversão de losartana potássica para seu metabólito2 ativo em vez de corresponder a 14% da dose, índice tido como normal, atingiu menos que 1%.
O volume de distribuição de losartana é de 34 litros e de seu metabólito2 ativo é de 12 litros. O clearance plasmático total de losartana e de seu metabólito2 ativo é de cerca de 600ml/min e 50 ml/min, respectivamente, com clearance renal9 de cerca de 75ml/min e 25ml/min, respectivamente.
Administrado sistematicamente, 4% da dose é excretada não modificada na urina10 e 6% na forma de metabólito2 ativo. A excreção biliar contribui para excreção de losartana e de seus metabólitos11. Após administração oral, 35% é eliminado pela urina10 e 60% nas fezes.
As concentrações plasmáticas do produto  e de seu metabólito2 ativo são similares em idosos e jovens hipertensos de ambos os sexos, mas as concentrações de losartana são duas  vezes maiores em mulheres hipertensas do que em homens hipertensos. Já as concentrações do metabólito2 ativo são similares em ambos os sexos.
Farmacodinâmica
A angiotensina II é um poderoso vasoconstritor que se liga ao receptor AT1 presente em muitos tecidos.
Losartana liga-se seletivamente ao receptor AT1, não se ligando ou bloqueando outros receptores hormonais12 ou canais iônicos importantes na regulação do sistema cardiovascular13. Além disso, losartana não inibe a cininase II a enzima14 que degrada a bradicinina15, não potencializando os efeitos mediados por ela ou o desenvolvimento de edema16.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
2 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
3 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
4 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
5 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
6 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
7 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
8 Encefálica: Referente a encéfalo.
9 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
10 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
11 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Receptores hormonais: São proteínas que se ligam aos hormônios circulantes, mediando seus efeitos nas células. Os mais estudados em tumores de mama são os receptores de estrogênio e os receptores de progesterona, por exemplo.
13 Sistema cardiovascular: O sistema cardiovascular ou sistema circulatório sanguíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, veias e capilares) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba. Ele move o sangue através dos vasos sanguíneos e distribui substâncias por todo o organismo.
14 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
15 Bradicinina: É um polipeptídio plasmático que tem função vasodilatadora e que se forma em resposta à presença de toxinas ou ferimentos no organismo.
16 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.

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