
CARACTERÍSTICAS MENELAT
Farmacodinâmicas:
A mirtazapina é um antagonista1 de receptores á2 (pré-sinápticos) do sistema nervoso central2, aumentando assim a transmissão noradrenérgica. Também modula a função central da serotonina por bloqueio dos receptores 5-HT2 e 5-HT3.
Acredita-se que ambos os enantiômeros da mirtazapina contribuam para a sua atividade antidepressiva: o enantiômero S(+), bloqueando os receptores á2 e 5-HT2 e o enantiômero R(-), bloqueando os receptores 5-HT3. A atividade antagonista1 sobre os receptores histaminérgicos H1 é responsável por seus efeitos sedativos.
A mirtazapina é geralmente bem tolerada, está praticamente desprovida de atividade anticolinérgica e, nas doses terapêuticas, praticamente não tem efeitos sobre o sistema cardiovascular3. A presença de sintomas4, tais como anedonia5, inibição psicomotora6, distúrbios do sono (despertar precoce) e perda de peso aumentam a possibilidade de resposta favorável ao tratamento. Outros sintomas4 que também aumentam a resposta positiva da mirtazapina são: perda de interesse, ideação suicida e variações de humor.
Farmacocinética:
Absorção e distribuição: a mirtazapina começa a apresentar eficácia, em geral, após 1 a 2 semanas de tratamento. Após a administração oral, a mirtazapina é rapidamente adsorvida, alcançando níveis plasmáticos máximos em aproximadamente 2 horas. A ligação da mirtazapina às proteínas7 plasmáticas é de aproximadamente 85%.
Biotransformação e eliminação: em média, a meia-vida de eliminação é de 20 a 40 horas; são registradas, ocasionalmente meias-vidas mais longas, de até 65 horas ao mesmo tempo em que podem ser observadas meias-vidas mais curtas em homens jovens. A meia-vida de eliminação justifica a administração única ao dia. O estado de equilíbrio (steady state) é alcançado 3 a 4 dias após a administração da última dose e apresenta uma farmacocinética linear no intervalo de doses recomendadas. A mirtazapina é extensivamente metabolizada e eliminada pela urina8 e pelas fezes, em poucos dias. As vias principais de metabolização são a desmetilação e a oxidação, seguidas de conjugação. O metabólito9 demetil é farmacologicamente ativo e parece ter o mesmo perfil farmacocinético que o composto de origem. A excreção da mirtazapina pode diminuir como resultado de insuficiência renal10 ou hepática11.