PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS MENELAT

Atualizado em 28/05/2016

Gerais: depressão da medula óssea1, geralmente evidenciada como granulocitopenia ou agranulocitose2, tem sido relatada durante o tratamento com a maioria dos antidepressivos. A maioria dos casos aparece após 4 a 6 semanas sendo, em geral, reversível após a interrupção do tratamento. Contudo, agranulocitose2 reversível foi relatada como ocorrência rara nos estados clínicos com mirtazapina. O médico deve estar atento ao aparecimento de sintomas3, tais como febre4, dor de garganta5, estomatite6 e outros sinais7 de infecção8. Quando tais sintomas3 ocorrerem, o tratamento deve ser interrompido e uma avaliação hematológica deve ser realizada. Cuidados com a posologia, assim como acompanhamento regular e adequado, são necessários em pacientes portadores de:
- epilepsia9 e síndrome10 cerebral orgânica: a partir de experiência clínica, constatou-se que esses episódios são raros em pacientes tratados com mirtazapina.
- doenças cardíacas, distúrbios de condução, angina11 de peito12 e infarto do miocárdio13 recente, onde precauções normais devem ser tomadas e medicação concomitante cuidadosamente administrada.
- hipotensão14.
- insuficiência hepática15 ou renal16.
Como ocorre com outros antidepressivos, cuidados devem ser tomados em pacientes portadores de:
- alterações na micção17, como as derivadas da hipertrofia18 prostática (entretanto, essa ocorrência não deve ser esperada com o uso de mirtazapina, devido a sua fraca atividade anticolinérgica).
- glaucoma19 agudo20 de ângulo estreito e pressão intra-ocular elevada (também não é de se esperar agravamento, pois a mirtazapina possui fraca ação anticolinérgica).
- diabetes21 melitus.
O tratamento deve ser suspenso se o paciente apresentar icterícia22. Além disso, como ocorre com outros antidepressivos, os seguintes aspectos devem ser considerados:
- pode-se agravar os sintomas3 psicóticos quando forem administrados antidepressivos em pacientes com esquizofrenia23 ou outros distúrbios psicóticos; pensamentos paranóicos podem ser intensificados.
- se a fase depressiva de psicoses maníaco-depressivas estiver sendo tratada, esta poderá ser revertida para a fase maníaca. Na possibilidade de suicídio, particularmente no início do tratamento, deve-se fornecer ao paciente quantidade limitada de comprimido de mirtazapina.
- apesar dos antidepressivos não provocarem dependência, a interrupção brusca após um longo período de tratamento pode causar náuseas24, dor de cabeça25 e mal-estar.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículo e/ou operar máquinas: uma vez que os antidepressivos podem interferir nas habilidades físicas ou psíquicas necessárias para a realização de tarefas potencialmente arriscadas, como dirigir veículos ou operar máquinas, recomenda-se cautela ao paciente que estiver sob tratamento com este medicamento.
Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Piora clínica e risco de suicídio:
Pacientes com transtorno depressivo maior (TDM), adultos e pediátricos, podem experimentar piora de sua depressão e/ou aparecimento de idéia e comportamento suicida ou alteração incomum de comportamento, quando estão recebendo ou não medicamentos antidepressivos e este risco pode persistir até que ocorra uma remissão significante. Há uma preocupação de longa data de que antidepressivos podem ter um papel em induzir a piora da depressão e o aparecimento de pensamento e comportamento suicidas em certos pacientes. A causa da indução de pensamento e comportamento suicidas por antidepressivos foi estabelecida em pacientes pediátricos. Os antidepressivos aumentam o risco de pensamento e comportamento suicidas em estudos de curta-duração em crianças e adolescentes com transtorno depressivo maior (TDM) e outros transtornos psiquiátricos.

Um " pool"  de análises de estudos clínicos placebo26-controlados de curta-duração de 9 drogas antidepressivas (IRSSs e outras) em crianças e adolescentes com TDM, TOC ou outros transtornos psiquiátricos (um total de 24 estudos envolvendo mais de 4400 pacientes), revelaram maior risco de eventos adversos de pensamento ou comportamento suicida durante os primeiros meses de tratamento com antidepressivos. A média do risco destes eventos em pacientes recebendo antidepressivos foi de 4%, duas vezes o risco do placebo26 de 2%.
Nenhum suicídio ocorreu nestes estudos.
Os sintomas3 de ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade, agressividade, impulsividade, acatisia27 (excitação psicomotora28), hipomania e mania, foram relatados em pacientes adultos e pediátricos tratados com antidepressivos para o transtorno depressivo maior como para outras indicações, psiquiátricas e não-psiquiátricas. Embora a ligação causal entre o surgimento destes sintomas3 e a piora da depressão e/ou o surgimento de impulsos suicidas não tenham sido estabelecidos, existe uma preocupação de que estes sintomas3 possam ser precursores do aparecimento de pensamento e comportamento suicidas.
Considerações devem ser tomadas na mudança do regime terapêutico, incluindo a possibilidade de descontinuação da medicação, em pacientes em que há uma piora da depressão, ou àqueles que tiveram a experiência de aparecimento de pensamento e comportamento suicidas ou sintomas3 precursores, especialmente nos casos em que os sintomas3 são graves, de surgimento repentino ou que não fazem parte dos sintomas3 presentes no paciente.
A prescrição para MENELAT (mirtazapina) deve ser feita na menor quantidade de comprimidos suficiente para a boa administração do paciente, a fim de reduzir o risco de superdose. Os familiares e acompanhantes dos adultos tratados para depressão também devem sem avisados.
Gravidez29: embora os estudos em animais não tenham demonstrado efeito teratogênico30 de significância toxicológica, a segurança da mirtazapina na gravidez29 ainda não foi estabelecida. Portanto, se a droga for administrada a pacientes grávidas, a relação risco/benefício deverá ser cuidadosamente avaliada. Mulheres em idade fértil devem empregar métodos contraceptivos adequados durante o tratamento com mirtazapina.
Categoria de risco na gestação: C - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação31: estudos em animais mostraram que a mirtazapina é excretada em pequena quantidade no leite. Entretanto, o uso de mirtazapina em mulheres durante o período de lactação31 não é recomendado uma vez que não existem dados disponíveis dessa excreção no leite humano.
Pediatria: a segurança e a eficácia na população pediátrica não foram estabelecidas (ver o quadro de advertência e o item Piora Clínica e Risco de Suicídio em Precauções e Advertências  - Informações Técnicas). Dois estudos controlados por placebos em 258 pacientes pediátricos com TDM foram conduzidos com mirtazapina e as informações não são suficientes para estabelecer o uso em pacientes pediátricos. Qualquer pessoa que considerar o uso da mirtazapina em crianças ou adolescentes deverá avaliar o potencial risco com o benefício clínico.
Pacientes idosos: pacientes idosos são freqüentemente mais sensíveis, principalmente no que diz respeito aos efeitos adversos dos antidepressivos. Durante as pesquisas clínicas com mirtazapina, não foram relatados efeitos colaterais32 com maior freqüência em idosos quando comparados a outros grupos etários. Entretanto, a experiência até o momento é limitada. A mesma dose indicada para pacientes33 mais jovens pode ser utilizada em pacientes idosos, desde que observadas as precauções e as advertências inerentes ao uso do produto e à idade do paciente. Em pacientes idosos, o aumento das doses deverá ser cuidadosamente monitorado para que se obtenha uma resposta segura e satisfatória.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
2 Agranulocitose: Doença causada pela falta ou número insuficiente de leucócitos granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), que se manifesta como ulcerações na garganta e outras mucosas, seguidas por infecções graves.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
5 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
6 Estomatite: Inflamação da mucosa oral produzida por infecção viral, bacteriana, micótica ou por doença auto-imune. É caracterizada por dor, ardor e vermelhidão da mucosa, podendo depositar-se sobre a mesma uma membrana brancacenta (leucoplasia), ou ser acompanhada de bolhas e vesículas.
7 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
8 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
9 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
10 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
11 Angina: Inflamação dos elementos linfáticos da garganta (amígdalas, úvula). Também é um termo utilizado para se referir à sensação opressiva que decorre da isquemia (falta de oxigênio) do músculo cardíaco (angina do peito).
12 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
13 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
14 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
15 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
16 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
17 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
18 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
19 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
20 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
21 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
22 Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias e sintomas distintos: icterícia por acumulação de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia por acumulação de bilirrubina não conjugada ou indireta.
23 Esquizofrenia: Doença mental do grupo das Psicoses, caracterizada por alterações emocionais, de conduta e intelectuais, caracterizadas por uma relação pobre com o meio social, desorganização do pensamento, alucinações auditivas, etc.
24 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
25 Cabeça:
26 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
27 Acatisia: Síndrome caracterizada por sentimentos de inquietação interna que se manifesta por incapacidade de se manter quieta. É frequentemente causada por medicamentos neurolépticos.
28 Psicomotora: Própria ou referente a qualquer resposta que envolva aspectos motores e psíquicos, tais como os movimentos corporais governados pela mente.
29 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
30 Teratogênico: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
31 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
32 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
33 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.