O cloridrato de imipramina é um antidepressivo tricíclico. Possui propriedades alfadrenolítica, anti-histamínica, anticolinérgica e bloqueadora do receptor serotoninérgico (5-HT). O mecanismo de ação exato no tratamento da depressão ainda não foi esclarecido. Acredita-se que a imipramina atue inibindo, aproximadamente na mesma extensão, a recaptação neuronal de noradrenalina¹ (NA) e serotonina (5-HT), aumentando a concentração sináptica dessas substâncias.
A absorção é rápida e quase completa a partir do trato gastrintestinal. A ingestão de alimentos não afeta sua absorção e biodisponibilidade. Durante sua primeira passagem pelo fígado², a imipramina, administrada por via oral, é parcialmente convertida em desmetilimipramina, um metabólito³ que também tem atividade antidepressiva. Cerca de 86% da imipramina liga-se às proteínas⁴ plasmáticas.
As concentrações de imipramina no fluido cerebro⁵-espinal e no plasma⁶ são altamente correlacionadas. O volume aparente de distribuição é de aproximadamente 21 l/kg de peso corpóreo. Tanto a imipramina como seu metabólito³, desmetilimipramina, passam para o leite materno em concentrações análogas às encontradas no plasma⁶. A imipramina é altamente metabolizada no fígado². A molécula é transformada principalmente por desmetilação e, em menor extensão, por hidroxilação. Ambas as rotas metabólicas estão sob controle genético. A imipramina é eliminada do organismo com meia-vida média de 19 horas. Aproximadamente 80% do fármaco⁷ é excretado através da urina⁸ e cerca de 20% nas fezes, principalmente na forma de metabólitos⁹ inativos. As quantidades de imipramina inalterada e de seu metabólito³ ativo, desmetilimipramina, excretadas através da urina⁸ são de 5% e 6%, respectivamente. Apenas pequenas quantidades são excretadas através das fezes. Em função do clearance metabólico reduzido, as concentrações de imipramina são maiores em pacientes idosos que em pacientes mais jovens. Em crianças, o clearance médio e a meia-vida de eliminação não diferem significativamente dos controles em adultos, mas a variabilidade entre pacientes é grande. Em pacientes portadores de distúrbios renais graves, não ocorrem alterações na excreção renal¹⁰ da imipramina e de seus metabólitos⁹ não-conjugados, biologicamente ativos.
Entretanto, as concentrações plasmáticas em estado de equilíbrio dos metabólitos⁹ conjugados, que são considerados biologicamente inativos, são elevadas.