INFORMAÇÕES TÉCNICAS FINASTERIDA 1 MG
Farmacologia1
A finasterida é um inibidor competitivo e específico da 5-á- redutase do tipo II. Não tem afinidade pelo receptor andrógeno2 e não possui efeitos androgenéticos, antiandrogenéticos, estrogênicos, antiestrogênicos ou progestacionais. A inibição dessa enzima3 impede a conversão periférica da testosterona ao andrógeno2 DHT, resultando na significativa diminuição das concentrações de DHT no soro4 e nos tecidos. A finasterida produz rápida redução dos níveis de DHT no soro4, alcançando supressão significativa após 24 horas de administração.
Os folículos capilares5 contêm 5-á-redutase do tipo II. Em homens com alopecia6 androgenética, a área calva possui folículos capilares5 menores e quantidades aumentadas de DHT. A administração de finasterida a esses homens diminui a concentração de DHT sérica e no couro cabeludo. Homens com deficiência genética de 5-á-redutase do tipo II não apresentam alopecia6 androgenética. Esses dados e os resultados dos estudos clínicos comprovam que a finasterida inibe o processo responsável pela redução do tamanho dos folículos capilares5 do couro cabeludo, levando à reversão do processo de calvície7.
A eficácia da finasterida foi demonstrada em 3 estudos duplocegos, com 12 meses de duração, em homens de 18 a 41 anos de idade com queda de cabelo8 leve a moderada, mas não completa. Em 2 desses estudos, em homens com calvície7 no alto da cabeça9, a mudança na quantidade de cabelo8 foi medida numa área representativa (5,1 cm2) de queda ativa de cabelo8, com média no período basal de 876 fios. Aos 6 e 12 meses, foi demonstrado aumento de cabelo8 significativo em homens tratados com finasterida, enquanto que perda significativa de cabelo8 foi observada naqueles que receberam placebo10. Depois de 12 meses, havia diferença de 107 fios de cabelo8 entre os dois grupos (p<0,001). O efeito preventivo11 de finasterida foi demonstrado pelo fato de que somente 14% dos homens tratados com finasterida tiveram queda de cabelo8 (baseada em qualquer diminuição do número de fios a partir do período basal), comparado aos 58% dos homens do grupo placebo10, em 12 meses. A importância clínica do efeito na quantidade de cabelo8 foi demonstrada pela auto-avaliação do paciente, avaliação do investigador e por um painel de dermatologistas.
A auto-avaliação do paciente, usando um questionário validado, demonstrou aumento significativo do crescimento, diminuição da queda e melhora na aparência do cabelo8 de homens tratados com finasterida. Os investigadores consideraram que 65% dos homens tratados com finasterida obtiveram aumento do crescimento de cabelo8 comparados a 37% do grupo placebo10, ao final de 12 meses.
Feitas com base na avaliação de fotografias padronizadas da cabeça9, pelo painel de dermatologistas, o aumento do crescimento de cabelo8 foi demonstrado em 48% dos homens tratados com finasterida, em comparação com 7% dos homens que receberam placebo10, ao final de 12 meses.
Um terceiro estudo, com 12 meses de duração, envolvendo homens com calvície7 na área frontal/mediana da cabeça9, também demonstrou aumento significativo na quantidade de cabelo8 e melhora significativa na auto-avaliação dos pacientes, na avaliação dos investigadores e na avaliação de fotografias da cabeça9 pelo painel de dermatologistas.
Em cada um desses estudos, a melhora clínica foi observada em 3 meses e a eficácia continuou a aumentar depois desse período.
A manutenção da eficácia clínica foi demonstrada em estudos de extensão abertos de até 3 anos. Em resumo, os 3 estudos demonstraram que o tratamento com finasterida aumenta o crescimento de cabelo8 e previne queda adicional em homens com alopecia6 androgenética.
Farmacocinética
Absorção: Em relação a uma dose intravenosa de referência, a biodisponibilidade oral da finasterida é de aproximadamente 80%. A biodisponibilidade não é prejudicada pelos alimentos.
As concentrações plasmáticas máximas da finasterida são alcançadas aproximadamente 2 horas após a ingestão, e a absorção é completa depois de 6 a 8 horas.
Distribuição: A ligação a proteínas12 plasmáticas é de aproximadamente 93%. O volume de distribuição da finasterida é de aproximadamente 76 litros. Em estado de equilíbrio, após uma dose de 1 mg/dia, a concentração plasmática máxima de finasterida atingiu em média 9,2 ng/mL e foi alcançada 1 a 2 horas após a dose: a AUC13 (0-24 h) foi de 53 ng°h/mL.
A finasterida foi recuperada do líquor14 (LCR), mas a droga parece não se concentrar preferencialmente no LCR. Uma quantidade muito pequena de finasterida também foi detectada no líquido seminal15 de indivíduos sob uso de finasterida.
Metabolismo16: A finasterida é metabolizada principalmente pela subfamília 3A4 do sistema enzimático do citocromo P450.
Após uma dose oral de finasterida marcada com C14 em homens, foram identificados dois metabólitos17 da finasterida que possuem apenas uma pequena fração da atividade inibitória da 5-alfa-redutase da finasterida.
Eliminação: Após uma dose oral de finasterida marcada com C14 em homens, 39% da dose foram excretados na urina18 na forma de metabólitos17 (para todos os efeitos, nenhuma droga inalterada foi excretada na urina18) e 57% da dose total foram excretados nas fezes. A depuração plasmática é de aproximadamente 165 mL/min. A taxa de eliminação da finasterida diminui um pouco com a idade. A meia-vida terminal média é de aproximadamente 5 a 6 horas em homens com 18-60 anos de idade e de 8 horas em homens com mais de 70 anos de idade. Esses achados não possuem importância clínica e, portanto, não servem como base para a redução da dose em pacientes idosos.