Ciprofloxacino (Comprimido 500 mg) (Bula do profissional de saúde)
BRAINFARMA INDÚSTRIA QUÍMICA E FARMACÊUTICA S.A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
cloridrato de ciprofloxacino
Comprimido 500 mg
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagens contendo 6 e 14 comprimidos
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido contém:
cloridrato de ciprofloxacino monoidratado (equivalente a 500 mg de ciprofloxacino) |
582,24 mg |
excipientes q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: amidoglicolato de sódio, povidona, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, dióxido de titânio álcool etílico e água.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AO PROFISSIONAL DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Adultos
Infecções2 complicadas e não complicadas causadas por microrganismos sensíveis ao ciprofloxacino.
- Trato respiratório: cloridrato de ciprofloxacino pode ser considerado como tratamento recomendável em casos de pneumonias causadas por Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus spp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Haemophillus spp., Moraxella catarrhalis, Legionella spp. e Staphylococci. O cloridrato de ciprofloxacino não deve ser usado como medicamento de primeira escolha no tratamento de pacientes ambulatoriais com pneumonia3 causada por Pneumococcus.
- Ouvido médio4 (otite média5) e seios paranasais6 (sinusite7), especialmente se a infecção8 for causada por organismos gram-negativos, inclusive Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococci.
- Olhos9.
- Rins10 e/ou trato urinário11 eferente.
- Órgãos genitais, inclusive anexite12, gonorreia13 e prostatite14.
- Cavidade abdominal15 (por exemplo, infecções2 bacterianas do trato gastrintestinal ou do trato biliar16 e peritonite17).
- Pele18 e tecidos moles.
- Ossos e articulações19.
- Sepse20.
Infecção8 ou risco iminente de infecção8 (profilaxia), em pacientes com sistema imunológico21 comprometido (por exemplo, pacientes em uso de imunossupressores ou pacientes neutropênicos).
Descontaminação intestinal seletiva em pacientes sob tratamento com imunossupressores.
Crianças
No tratamento da exacerbação pulmonar aguda de fibrose cística22, associada à infecção8 por Pseudomonas aeruginosa, em pacientes pediátricos de 5 a 17 anos de idade. Os estudos clínicos em crianças foram realizados na indicação acima. Para outras indicações clínicas a experiência é limitada. Não se recomenda, portanto, o uso do ciprofloxacino para outras indicações diferentes da mencionada acima. O tratamento deve ser iniciado somente após cuidadosa avaliação dos riscos e benefícios, pela possibilidade de reações adversas nas articulações19 e nos tecidos adjacentes.
Antraz por inalação (após exposição) em adultos e crianças
Para reduzir a incidência23 ou progressão da doença após exposição ao Bacillus anthracis aerossolizado.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Os resultados das experiências clínicas realizadas e documentadas demonstraram que os microrganismos causadores das infecções2 foram erradicados em 81,9% dos casos1. Clinicamente, quase 94,2% dos pacientes apresentaram melhora acentuada ou recuperação completa1.
Os resultados das pesquisas clínicas confirmam a excelente atividade in vitro do cloridrato de ciprofloxacino. Os microrganismos mais comuns foram E. coli e Pseudomonas aeruginosa1. Os percentuais de erradicação para os patógenos gram-negativos, tais como a E. coli (95%), Proteus sp (97 - 100%), Salmonella sp (100%), Haemophilus influenzae (95%) e também para os organismos gram- positivos, Streptococcus pneumoniae (>80%) e Staphylococcus sp (>80%) em particular, juntamente com os resultados favoráveis contra Pseudomonas aeruginosa (74%), alcançados com tratamento via oral, demonstram o amplo espectro de atividade do cloridrato de ciprofloxacino.1,16
Os índices de cura ou melhora das condições clínicas encontrados nas diferentes infecções2 foram os seguintes:
Trato respiratório inferior e superior |
>85%2,3 |
Trato urinário11 não complicadas |
>90%4 |
Trato urinário11 complicadas |
97 - 100% 5 |
Pele18 e tecidos moles |
90%1,6 |
Ossos e articulações19 |
75%7,8 |
Gastrintestinais |
100%9,10 |
Bacteremia24/septicemia25 |
94%11 |
Ginecológicas |
92%12 |
Otite26 maligna externa |
90%13,15 |
Prostatite14 crônica |
84 - 91%14 |
Referências Bibliográficas
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades farmacodinâmicas
O ciprofloxacino é um agente antibacteriano quinolônico sintético, de amplo espectro (código ATC: J01MA02).
Mecanismo de Ação
O ciprofloxacino tem atividade in vitro contra uma ampla gama de microrganismos gram-negativos e gram-positivos. A ação bactericida do ciprofloxacino resulta da inibição da topoisomerase bacteriana do tipo II (DNA girase) e topoisomerase IV, necessárias para a replicação, transcrição, reparo e recombinação do DNA bacteriano.
Mecanismo de Resistência
A resistência in vitro ao ciprofloxacino é frequente por mutação27 das topoisomerases bacterianas e se desenvolve lentamente em várias etapas. A resistência ao ciprofloxacino devida a mutações espontâneas ocorre com uma frequência entre <10-9 e 10-6. A resistência cruzada entre as fluoroquinolonas aparece, quando a resistência surge por mutação27. As mutações únicas podem reduzir a sensibilidade, em lugar de produzir resistência clínica, mas as mutações múltiplas, em geral levam à resistência clínica ao ciprofloxacino e à resistência cruzada entre as quinolonas. A impermeabilidade bacteriana e/ou expressão das bombas de efluxo podem afetar a sensibilidade ao ciprofloxacino. Está relatada resistência mediada por plasmídeos e codificada por gene qnr. Os mecanismos de resistência que inativam as penicilinas, as cefalosporinas, os aminoglicosídeos, os macrolídeos e as tetraciclinas podem não interferir na atividade antibacteriana do ciprofloxacino e não se conhece nenhuma resistência cruzada entre o ciprofloxacino e outros grupos antimicrobianos. Os microrganismos resistentes a esses medicamentos podem ser sensíveis ao ciprofloxacino.
A concentração bactericida mínima (CBM) geralmente não excede a concentração inibitória mínima (CIM) em mais que o dobro.
Sensibilidade in vitro ao ciprofloxacino
A prevalência28 da resistência adquirida pode variar segundo a região geográfica e o tempo para determinadas espécies, e é desejável dispor de informação local de resistência, principalmente quando se tratar de infecções2 graves. Quando necessário, deve-se solicitar o conselho de um especialista se a prevalência28 local da resistência é tal que seja questionada a utilidade do preparado, pelo menos frente a determinados tipos de infecção8.
O ciprofloxacino tem mostrado atividade in vitro contra cepas29 sensíveis dos seguintes microrganismos:
Microrganismos gram-positivos aeróbios: Bacillus anthracis, Enterococcus faecalis (muitas cepas29 são somente moderadamente sensíveis), Staphylococcus aureus (isolados sensíveis à meticilina), Staphylococcus saprophyticus, Streptococcus pneumoniae
- Burkholderia cepacia
- Klebsiella pneumoniae
- Providencia spp.
- Campylobacter spp.
- Klebsiella oxytoca
- Pseudomonas aeruginosa
- Citrobacter freudii
- Moraxella catarrhalis
- Pseudomonas fluorescens
- Enterobacter aerogenes
- Morganella morganii
- Serratia marcescens
- Enterobacter cloacae
- Neisseria gonorrhoeae
- Shigella spp.
- Escherichia coli
- Proteus mirabilis
- Haemophillus influenzae
- Proteus vulgaris
Microrganismos gram-negativos aeróbios: Os seguintes microrganismos mostram um grau variável de sensibilidade ao ciprofloxacino: Burkholderia cepacia, Campylobacter spp., Enterococcus faecalis, Morganella morganii, Neisseria gonorrhoeae, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas fluorescens, Serratia marcescens.
Os seguintes microrganismos são considerados intrinsecamente resistentes ao ciprofloxacino:
- Staphylococcus aureus (resistente à meticilina) e Stenotrophomonas maltophilia.
O ciprofloxacino mostra atividade contra Bacillus anthracis tanto in vitro, como quando se medem os valores séricos como marcador sucedâneo.
Inalação de antraz – Informação adicional
As concentrações séricas de ciprofloxacino atingidas em humanos servem como um indicativo razoavelmente adequado para prever o benefício clínico e fornecem a base para esta indicação.
Em adultos e crianças tratados por via oral e endovenosa, as concentrações de ciprofloxacino atingem ou superam as concentrações séricas médias de ciprofloxacino que proporcionam melhora estatisticamente significativa de sobrevida30 de macacos Rhesus no modelo de inalação de antraz (veja o item “POSOLOGIA E MODO DE USAR”).
Foi realizado um estudo controlado com placebo31 em macacos Rhesus expostos a uma dose média inalada de 11 DL50 (~5,5 x 105) esporos32 (faixa de 5-30 DL50) de Bacillus anthracis. A concentração inibitória mínima (CIM) de ciprofloxacino para a cepa33 de antraz usada no estudo foi 0,08mcg/mL. As concentrações séricas médias de ciprofloxacino alcançadas no Tmáx esperado (1 hora após a dose) por via oral (até alcançar o estado de equilíbrio), variaram de 0,98 a 1,69mcg/mL. As concentrações mínimas médias no estado de equilíbrio, 12 horas após a dose, variaram de 0,12 a 0,19 mcg/mL. A mortalidade34 ao antraz nos animais que receberam um regime de 30 dias de ciprofloxacino oral, iniciando 24 horas após a exposição, foi significativamente menor (1/9) que no grupo placebo31 (9/10) [p = 0,001]. No único animal tratado que não resistiu ao antraz, o óbito35 ocorreu após o período de 30 dias de administração do medicamento.
Propriedades farmacocinéticas
A farmacocinética do ciprofloxacino foi avaliada em diferentes populações humanas. A concentração sérica máxima média no estado de equilíbrio obtida em humanos adultos tratados com 500mg por via oral de 12 em 12 horas é de 2,97mcg/mL, sendo de 4,56mcg/mL após administração intravenosa de 400mg de 12 em 12 horas. A concentração sérica mínima média no estado de equilíbrio em ambos os esquemas é 0,2mcg/mL. Em um estudo de 10 pacientes pediátricos de 6 a 16 anos, a concentração plasmática máxima média alcançada foi de 8,3mcg/mL e a concentração mínima variou de 0,09 a 0,26mcg/mL após administração de duas infusões intravenosas de 30 minutos de 10mg/kg, com intervalo de 12 horas. Após a segunda infusão intravenosa, os pacientes passaram a receber 15mg/kg por via oral de 12 em 12 horas, tendo-se atingido a concentração máxima média de 3,6mcg/mL após a primeira dose oral. Os dados de segurança de longo prazo com administração de ciprofloxacino a pacientes pediátricos, incluindo os efeitos na cartilagem36, são limitados. (veja o item “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Absorção
Após a administração oral de doses únicas de 250mg, 500mg e 750mg de comprimidos revestidos de cloridrato de ciprofloxacino, o ciprofloxacino é absorvido rápida e amplamente principalmente através do intestino delgado37, atingindo as concentrações séricas máximas 1 a 2 horas depois.
A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 70 – 80%. As concentrações séricas máximas (Cmáx) e as áreas totais sob as curvas das concentrações séricas em relação ao tempo (AUC38) aumentaram proporcionalmente às doses.
Distribuição
A ligação protéica do ciprofloxacino é baixa (20–30%) e a substância no plasma39 encontra-se fundamentalmente sob a forma não ionizada. O ciprofloxacino pode difundir-se livremente para o espaço extravascular40. O grande volume de distribuição no estado de equilíbrio, de 2-3L/kg de peso corpóreo, mostra que o ciprofloxacino penetra nos tecidos e atinge concentrações que claramente excedem os valores séricos correspondentes.
Metabolismo41
Foram relatadas pequenas concentrações de 4 metabólitos42, identificados como desetilenociprofloxacino (M1), sulfociprofloxacino (M2), oxociprofloxacino (M3) e formilciprofloxacino (M4). M1 a M3 apresentam atividade antibacteriana in vitro comparável ou inferior à do ácido nalidíxico. O M4, o menor em quantidade, apresenta atividade antimicrobiana in vitro quase equivalente à do norfloxacino.
Eliminação
O ciprofloxacino é amplamente excretado sob forma inalterada pelos rins10 e, em menor extensão, por via extrarrenal.
Crianças
Em um estudo com crianças, a Cmáx e a AUC38 não foram dependentes da idade. Nenhum aumento notável de Cmáx e AUC38 foi observado com doses múltiplas (10mg/kg/3 x dia).
Em 10 crianças menores de 1 ano com septicemia25 grave, a Cmáx foi de 6,1mg/L (faixa de 4,6–8,3mg/L) após infusão intravenosa de 10mg/Kg durante 1 hora; e 7,2mg/L (faixa 4,7–11,8mg/L) em crianças de 1 a 5 anos. Os valores da AUC38 foram de 17,4mg•h/L (faixa 11,8–32,0mg•h/L) e de 16,5mg•h/L (faixa 11,0–23,8 mg•h/L) nas respectivas faixas etárias. Esses valores estão dentro da faixa relatada para adultos tratados com doses terapêuticas. Com base na análise farmacocinética da população pediátrica com infecções2 diversas, a meia-vida média esperada em crianças é de aproximadamente 4 a 5 horas.
Dados Pré-Clínicos de Segurança
Toxicidade43 aguda
A toxicidade43 aguda do ciprofloxacino após a administração oral pode ser classificada como muito baixa.
Dependendo da espécie, a DL50 após infusão intravenosa é 125–290mg/kg.
Toxicidade43 Crônica
Estudos de Tolerabilidade Crônica acima de 6 meses
- Administração oral: doses até e iguais a 500mg/kg e 30mg/kg foram toleradas sem danos por ratos e macacos, respectivamente. Em alguns macacos no grupo de dose máxima (90mg/kg) foram observadas alterações nos túbulos renais distais44.
- Administração parenteral: no grupo de macacos tratados com dose mais alta (20mg/kg) foram detectadas concentrações de ureia45 e creatinina46 levemente elevadas e alterações nos túbulos renais distais44.
Carcinogenicidade
- Nos estudos de carcinogenicidade em camundongos (21 meses) e ratos (24 meses) tratados com doses de até aproximadamente 1000mg/kg de peso corporal/dia em camundongos e 125mg/kg de peso corporal/dia em ratos (aumentada para 250mg/kg de peso corporal/dia após 22 semanas), não se evidenciou potencial carcinogênico de qualquer das doses avaliadas.
Toxicologia da reprodução47: Estudos de fertilidade em ratas: o ciprofloxacino não modificou a fertilidade, o desenvolvimento intrauterino e pós-natal das crias, nem a fertilidade da geração F1.
Estudos de embriotoxicidade: não se observou indício de qualquer embriotoxicidade ou teratogenicidade do ciprofloxacino.
Desenvolvimento perinatal e pós-natal em ratas: não se detectaram efeitos no desenvolvimento perinatal ou pós-natal dos animais. A pesquisa histológica48 ao fim do período de criação não revelou nenhum sinal49 de dano articular nas crias.
Mutagenicidade
Foram realizados oito estudos sobre mutagenicidade in vitro com o ciprofloxacino. Embora dois dos oito ensaios in vitro [Ensaio de mutação27 de células50 de linfoma51 de camundongos e o Ensaio de reparo de hepatócitos de ratos em cultivo primário (UDS)] tenham apresentado resultados positivos, todos os sistemas de testes in vivo que cobriam todos os aspectos relevantes resultaram negativos.
Estudos de tolerabilidade articular
Assim como outros inibidores da girase, o ciprofloxacino causa danos nas grandes articulações19 que suportam peso em animais imaturos. O grau da lesão52 articular varia de acordo com a idade, espécie e dose; a lesão52 pode ser reduzida eliminando-se a carga articular. Os estudos com animais adultos (rato, cão) não evidenciaram lesões53 nas cartilagens54. Em um estudo com cães jovens Beagle, o ciprofloxacino em altas doses (1,3 a 3,5 vezes a dose terapêutica55), causou lesões53 articulares após duas semanas de tratamento, que ainda estavam presentes após 5 meses. Com doses terapêuticas não se observaram esses efeitos.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade ao ciprofloxacino, a outro derivado quinolônico ou a qualquer componente da formula (veja “COMPOSICAO”).
A administracao concomitante de ciprofloxacino e tizanidina (veja “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Infecções2 graves e/ou infecções2 por bactérias anaeróbias ou Gram-positivas
Para o tratamento de infecções2 graves, infecções2 por Staphylococcus e infecções2 envolvendo bactérias anaeróbias, cloridrato de ciprofloxacino deve ser utilizado em associação a um antibiótico apropriado.
Infecções2 por Streptococcus pneumoniae
O cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado para o tratamento de infecções2 pneumocócicas devido à eficácia limitada contra Streptococcus pneumoniae.
Infecções2 do trato genital
As infecções2 do trato genital podem ser causadas por isolados de Neisseria gonorrhoeae resistentes à fluoroquinolona. Em infecções2 do trato genital que tem ou podem ter causa ligada à Neisseria gonorrhoeae, é muito importante obter informações locais sobre a prevalência28 de resistência ao ciprofloxacino e confirmar a sensibilidade por meio de exames laboratoriais.
Distúrbios cardíacos
O cloridrato de ciprofloxacino esta associado a casos de prolongamento de QT (veja o item “REAÇÕES ADVERSAS”). As mulheres podem ser mais sensiveis aos medicamentos que prolonguem o QTc, uma vez que tendem a ter intervalo QTc basal mais longo em comparação aos homens. Pacientes idosos também podem ser mais sensíveis aos efeitos associados ao medicamento sobre o intervalo QT. Deve-se ter cautela ao utilizar cloridrato de ciprofloxacino concomitantemente com medicamentos que podem resultar em prolongamento do intervalo QT (por exemplo, antiarrítmicos de classe III ou IA, antidepressivos triciclicos, macrolideos, antipsicoticos) (veja “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”) ou em pacientes com fatores de risco para prolongamento QT ou “torsades de pointes” (por exemplo, síndrome56 congênita57 de QT longo, desequilíbrio eletrolítico não corrigido assim como hipocalemia58 ou hipomagnesemia e doenças cardíacas como insuficiência cardíaca59, infarto do miocárdio60 ou bradicardia61).
Hipersensibilidade
Em alguns casos podem ocorrer reações alérgicas e de hipersensibilidade após uma única dose (veja “REACOES ADVERSAS”), devendo o paciente informar ao médico imediatamente. Em casos muito raros reações anafiláticas62/anafilactóides podem progredir para um estado de choque63, com risco para a vida, em alguns casos após a primeira administracao (veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Em tais circunstancias, a administração de cloridrato de ciprofloxacino deve ser interrompida e instituir-se tratamento médico adequado (por exemplo, tratamento para choque63).
Sistema gastrintestinal
Se ocorrer diarreia64 grave e persistente durante ou após o tratamento, deve-se consultar um médico, já que esse sintoma65 pode ocultar uma doença intestinal grave (colite66 pseudomembranosa com risco para a vida com possível evolução fatal), que exige tratamento adequado imediato (veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Nesses casos, o cloridrato de ciprofloxacino deve ser descontinuado e deve ser iniciado tratamento terapêutico apropriado (por exemplo, vancomicina por via oral, na dose de 250mg, quatro vezes por dia). Medicamentos que inibem o peristaltismo67 são contraindicados nesta situação.
Sistema hepatobiliar68
Casos de necrose69 hepática70 e insuficiência hepática71 com risco para a vida têm sido relatados com cloridrato de ciprofloxacino. No caso de qualquer sinal49 ou sintoma65 de doença hepática70 (como anorexia72, icterícia73, urina74 escura, prurido75 ou abdômen tenso) o tratamento deverá ser descontinuado (veja “REAÇÕES ADVERSAS”).
Pode ocorrer um aumento temporário das transaminases, de fosfatase alcalina76 ou icterícia73 colestática, especialmente em pacientes com doença hepática70 precedente que forem tratados com cloridrato de ciprofloxacino (veja o “REAÇÕES ADVERSAS”).
Sistema musculoesquelético
O cloridrato de ciprofloxacino deve ser utilizado com cuidado em pacientes com miastenia77 grave, uma vez que os sintomas78 podem ser exacerbados.
Podem ocorrer tendinite79 e ruptura do tendão80 (predominantemente do tendão de Aquiles81), algumas vezes bilateral, com cloridrato de ciprofloxacino, mesmo dentro das primeiras 48 horas de tratamento. Podem ocorrer inflamação82 e ruptura de tendão80 mesmo até vários meses após a descontinuação da terapia com cloridrato de ciprofloxacino. O risco de tendinopatia pode estar aumentado em pacientes idosos ou pacientes tratados concomitantemente com corticosteroides.
Ao primeiro sinal49 de tendinite79 (por exemplo, distensão dolorosa, inflamação82), deve-se consultar um médico e suspender o tratamento com o antibiótico. Deve-se manter em repouso a extremidade afetada e evitar exercícios físicos inadequados (pois do contrário, aumentará o risco de ruptura de tendão80). O cloridrato de ciprofloxacino deve ser usado com cuidado em pacientes com antecedentes de distúrbios de tendão80 relacionados com tratamento quinolônico.
Sistema nervoso83
O cloridrato de ciprofloxacino, como outras fluoroquinolonas, é conhecido por desencadear convulsões ou diminuir o limiar convulsivo.
Em pacientes portadores de epilepsia84 ou com distúrbios do sistema nervoso central85 (SNC86) (por exemplo, limiar convulsivo reduzido, antecedentes de convulsão87, redução do fluxo sanguíneo cerebral, lesão52 cerebral ou acidente vascular cerebral88), cloridrato de ciprofloxacino deve ser administrado somente se os benefícios do tratamento forem superiores aos possíveis riscos, por eventuais efeitos indesejáveis sobre o SNC86.
Casos de estados epileticos foram relatados (veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Se ocorrerem convulsões, cloridrato de ciprofloxacino deve ser descontinuado. Podem ocorrer reações psiquiátricas após a primeira administração de fluoroquinolonas, incluindo cloridrato de ciprofloxacino. Em casos raros, depressão ou reações psicóticas podem evoluir para ideias/pensamentos suicidas e comportamento autodestrutivo, como tentativa de suicídio ou suicídio (veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Caso o paciente desenvolva qualquer uma destas reações, cloridrato de ciprofloxacino deve ser descontinuado e medidas apropriadas devem ser instituídas.
Têm sido relatados casos de polineuropatia sensorial ou sensoriomotora, resultando em parestesias89, hipoestesias, disestesias ou fraqueza em pacientes recebendo fluorquinolonas, incluindo cloridrato de ciprofloxacino. Pacientes em tratamento com cloridrato de ciprofloxacino devem ser orientados a informar seu médico antes de continuar o tratamento se desenvolverem sintomas78 de neuropatia90 tais como dor, queimação, formigamento, dormencia91 ou fraqueza (veja “REAÇÕES ADVERSAS”).
Pele18 e anexos92
O ciprofloxacino pode induzir reações de fotossensibilidade na pele18. Portanto, pacientes que utilizam cloridrato de ciprofloxacino devem evitar a exposição direta e excessiva ao sol ou à luz ultravioleta. O tratamento deve ser descontinuado se ocorrer fotossensibilização (por exemplo, reações tipo queimadura solar) (veja “REAÇÕES ADVERSAS”).
Citocromo P450
O ciprofloxacino é conhecido como inibidor moderado das enzimas do CYP450 1A2. Deve-se ter cuidado quando outros medicamentos metabolizados pela mesma via enzimática são administrados concomitantemente (por exemplo, tizanidina, teofilina, metilxantinas, cafeína, duloxetina, ropinirol, clozapina, olanzapina).
Pode-se observar um aumento das concentrações plasmáticas associado a efeitos indesejáveis específicos da droga devido à inibição de sua depuração metabólica pelo ciprofloxacino (veja “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”).
Os pacientes devem ser orientados a procurar um oftalmologista93 imediatamente em caso de alterações na visão94 ou algum sintoma65 ocular.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
As fluoroquinolonas, incluindo o ciprofloxacino, podem afetar a habilidade do paciente para dirigir veículos ou operar máquinas devido a reações do SNC86 (veja “REAÇÕES ADVERSAS”). Tal fato ocorre principalmente com a ingestão concomitante de álcool.
Gravidez95 e Lactação96
Os dados disponíveis do uso de ciprofloxacino em mulheres grávidas não indicam malformação97 nem toxicidade43 fetal/neonatal. Estudos em animais não indicaram toxicidade43 reprodutiva. Baseado em estudos em animais não se pode excluir que o medicamento possa causar danos à cartilagem articular98 no organismo fetal imaturo (veja “Dados Pré-Clínicos de Segurança”), portanto, o uso de cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado durante a gravidez95.
Estudos feitos com animais não evidenciaram efeitos teratogênicos99 (malformações100) (veja “Dados Pré-Clínicos de Segurança”).
Categoria C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais101 no feto102, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez95.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
O ciprofloxacino é excretado no leite materno. Devido ao potencial risco de dano articular, o uso de cloridrato de ciprofloxacino não é recomendado durante a amamentação103 (veja “Dados Pré-Clínicos de Segurança”).
Populações especiais
Uso em idosos: Vide “POSOLOGIA – Idosos”.
Uso em crianças e adolescentes: Como outras drogas de sua classe, o ciprofloxacino demonstrou ser causa de artropatia104 em articulações19 que suportam peso em animais imaturos. A análise dos dados de segurança disponíveis a respeito do uso do ciprofloxacino em pacientes com menos de 18 anos de idade, em sua maioria portadores de fibrose cística22, não revelou qualquer evidência de danos a cartilagens54 ou articulações19. Não se recomenda o uso de ciprofloxacino em outras indicações que não o tratamento da exacerbação pulmonar aguda da fibrose cística22 associada à infecção8 por Pseudomonas aeruginosa (5–17 anos) e o tratamento de inalação de antraz (após exposição). A experiência clínica em outras indicações é limitada.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT: cloridrato de ciprofloxacino, como outras fluoroquinolonas, deve ser utilizado com cautela em pacientes que estejam recebendo medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT (por exemplo, antiarrítmicos classe IA e III, antidepressivos tricíclicos, macrolídeos, antipsicoticos) (veja “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Formação de quelatos: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino e medicamentos contendo cátions polivalentes, suplementos minerais (por exemplo, cálcio, magnésio, alumínio, ferro), polímeros ligantes de fosfato (por exemplo, sevelâmer, carbonato de lantânio), sucralfato ou antiácidos105 e medicamentos altamente tamponados (por exemplo, comprimidos de didanosina) contendo magnésio, alumínio, ou cálcio, reduz a absorção do ciprofloxacino. Portanto, cloridrato de ciprofloxacino deve ser administrado de 1 a 2 horas antes ou pelo menos 4 horas após essas preparações. Essa restrição não se aplica aos antiácidos105 da categoria dos bloqueadores do receptor H2.
Alimentos e produtos lácteos: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino e laticínios ou bebidas enriquecidas com minerais (por exemplo, leite, iogurte, suco de laranja enriquecido com cálcio) deve ser evitada porque a absorção do ciprofloxacino pode ser reduzida. Contudo, o cálcio da dieta, proveniente da alimentação normal, não afeta significativamente a absorção.
probenecida: A probenecida interfere na secreção renal106 do ciprofloxacino. A administração concomitante de medicamentos contendo probenecida e cloridrato de ciprofloxacino aumenta a concentração sérica de ciprofloxacino.
metoclopramida: A metoclopramida acelera a absorção de ciprofloxacino, reduzindo o tempo para atingir as concentrações plasmáticas máximas. Não se observou efeito sobre a biodisponibilidade do ciprofloxacino.
omeprazol: A administração concomitante de ciprofloxacino e medicamentos contendo omeprazol reduz ligeiramente a Cmáx e a AUC38 do ciprofloxacino.
tizanidina: Em um estudo clínico com voluntários sadios houve um aumento nas concentrações séricas de tizanidina (aumento da Cmáx: 7 vezes, variação: 4 a 21 vezes; aumento da AUC38: 10 vezes, variação: 6 a 24 vezes) quando administrada concomitantemente com ciprofloxacino. Houve potencialização do efeito hipotensivo e sedativo relacionada ao aumento das concentrações séricas (veja Citocromo P450 em “ADVERTENCIAS E PRECAUÇÕES”). Medicamentos contendo tizanidina não devem ser administrados com cloridrato de ciprofloxacino (veja ”CONTRAINDICAÇÕES”).
teofilina: A administração concomitante de ciprofloxacino e medicamentos contendo teofilina pode produzir aumento indesejável das concentrações séricas de teofilina. Isto pode causar efeitos indesejáveis induzidos pela teofilina. Em casos muito raros, esses efeitos indesejáveis podem pôr a vida em risco ou ser fatais.
Quando o uso da associação for inevitável, as concentrações séricas da teofilina deverão ser cuidadosamente monitoradas e sua dose reduzida convenientemente (veja Citocromo P450 em “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Outros derivados de xantina: Foi relatado que a administração concomitante de ciprofloxacino e medicamentos contendo cafeína ou pentoxifilina (oxpentifilina) elevou a concentração sérica destes derivados de xantina.
fenitoína: Nível sérico alterado (diminuído ou aumentado) de fenitoína foi observado em pacientes recebendo cloridrato de ciprofloxacino e fenitoína concomitantemente. É recomendado o monitoramento da terapia com fenitoína, incluindo medições de concentração sérica de fenitoína, durante e imediatamente após a coadministração de cloridrato de ciprofloxacino e fenitoína, para evitar a perda do controle das convulsões associadas aos níveis diminuídos de fenitoína e para evitar reações adversas relacionadas à superdose de fenitoína quando cloridrato de ciprofloxacino é descontinuado em pacientes que estejam recebendo ambos.
metotrexato: A administração concomitante de cloridrato de ciprofloxacino pode inibir o transporte tubular renal106 do metotrexato, podendo potencialmente aumentar os níveis plasmáticos deste, o que pode aumentar o risco de reações tóxicas associadas ao metotrexato. Portanto, deve-se monitorar cuidadosamente pacientes tratados com metotrexato, se for indicada terapia simultânea com cloridrato de ciprofloxacino.
Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs): Estudos realizados com animais demonstraram que a associação de doses altas de quinolonas (inibidores da girase) e de certos anti-inflamatórios não- esteroides (exceto o ácido acetilsalicílico) pode provocar convulsões.
ciclosporina: A administração simultânea de ciprofloxacino e medicamentos contendo ciclosporina aumentou transitoriamente a concentração de creatinina46 sérica. Portanto, é necessário controlar frequentemente (duas vezes por semana) a concentração de creatinina46 sérica nesses pacientes.
Antagonistas da vitamina107 K: A administração simultânea de cloridrato de ciprofloxacino com antagonistas da vitamina107 K pode aumentar seus efeitos anticoagulantes108. O risco pode variar conforme a infecção8 subjacente, idade e condição geral do paciente de modo que a contribuição do ciprofloxacino para elevar a RNI (razão normalizada internacional) torna-se difícil de ser avaliada. A RNI deve ser frequentemente monitorada durante e logo após a coadministração de cloridrato de ciprofloxacino com antagonistas da vitamina107 K (por exemplo, varfarina, acenocumarol, femprocumona ou fluindiona).
Agentes antidiabéticos orais109: Tem sido relatada hipoglicemia110 quando cloridrato de ciprofloxacino e antidiabéticos orais109, principalmente sulfonilureias111 (por exemplo, glibenclamida, glimepirida112), foram coadministradas, possivelmente por intensificar a ação do antidiabetico oral113 (veja “REAÇÕES ADVERSAS”).
duloxetina: Estudos clínicos demonstraram que a administração concomitante de duloxetina com fortes inibidores da isoenzima CYP450 1A2, tais como a fluvoxamina, pode aumentar a AUC38 e Cmáx da duloxetina. Embora nenhum dado clínico esteja disponível sobre uma possível interação com ciprofloxacino, efeito similar pode ser esperado da administração concomitante (veja Citocromo P450 em “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
ropinirol: Em um estudo clínico mostrou-se que o uso concomitante de ciprofloxacino e ropinirol, um inibidor moderado da isoenzima 1A2 do citocromo P450, aumenta a Cmáx e AUC38 de ropinirol em 60% e 84%, respectivamente. É recomendado monitorar adequadamente os efeitos indesejáveis e realizar o ajuste de dose de ropinirol durante e logo após a coadministração com cloridrato de ciprofloxacino (veja Citocromo P450 em “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
lidocaína: Comprovou-se em indivíduos sadios que o uso concomitante de medicamentos contendo lidocaína com ciprofloxacino, um inibidor moderado da isoenzima 1A2 do citocromo P450, reduz a depuração da lidocaína administrada por via intravenosa em cerca de 22%. O tratamento com lidocaína foi bem tolerado, contudo pode ocorrer uma interação com o ciprofloxacino se administrado concomitantemente, acompanhado de efeitos secundários.
clozapina: A concentração sérica da clozapina e da N-desmetilclozapina aumentou em 29% e 31%, respectivamente, após administração simultânea de ciprofloxacino 250mg com clozapina durante 7 dias. Recomenda-se realizar monitoramento clínico e ajuste de dose de clozapina apropriadamente durante e logo após a coadministração com cloridrato de ciprofloxacino (veja Citocromo P450 em “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
sildenafila: Após administração oral de 50mg de sildenafila concomitantemente com 500mg de ciprofloxacino, a Cmáx e AUC38 de sildenafila foram aumentadas aproximadamente duas vezes em indivíduos sadios. Portanto, deve-se ter cautela ao prescrever o uso concomitante de cloridrato de ciprofloxacino e sildenafila, considerando os riscos e benefícios.
Interações com exames
A potência do ciprofloxacino in vitro pode interferir no teste de cultura de Mycobacterium tuberculosis pela supressão do crescimento micobacteriano, causando resultado falso negativo em espécimes de pacientes que estejam fazendo uso de cloridrato de ciprofloxacino.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. O prazo de validade é de 24 meses após a data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
O cloridrato de ciprofloxacino apresenta-se como comprimido circular, semiabaulado, revestido e branco.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR MODO DE USAR
Para uso oral.
Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros, com um pouco de líquido, independentemente das refeições. Quando ingeridos com o estômago114 vazio, a substância ativa é absorvida mais rapidamente. Os comprimidos não devem ser administrados com produtos lácteos ou bebidas enriquecidas com minerais (por exemplo, leite, iogurte, suco de laranja enriquecido com cálcio) (veja “INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS”). No entanto, o cálcio contido na dieta alimentar não afeta significativamente a absorção de ciprofloxacino.
Se pela gravidade de sua doença ou por qualquer outro motivo o paciente não estiver apto a ingerir comprimidos (por exemplo, pacientes sob nutrição115 enteral), recomenda-se iniciar a terapia com ciprofloxacino injetável. Após a administração intravenosa, pode-se dar continuidade ao tratamento por via oral (terapia sequencial).
Duração do tratamento
A duração do tratamento depende da gravidade da doença e do curso clínico e bacteriológico. É essencial manter-se o tratamento durante pelo menos 3 dias após o desaparecimento da febre116 e dos sintomas78 clínicos. Duração média do tratamento em adultos: 1 dia nos casos de gonorreia13 aguda não complicada e cistite117; até 7 dias nos casos de infecção8 renal106, do trato urinário11 e cavidade abdominal15; durante todo o período neutropênico em pacientes com defesas orgânicas debilitadas; máximo de 2 meses nos casos de osteomielite118; 7 a 14 dias em todas as outras infecções2.
Nas infecções2 estreptocócicas, o tratamento deve durar pelo menos 10 dias, pelo risco de complicações posteriores.
As infecções2 causadas por Chlamydia spp. também devem ser tratadas durante um período mínimo de 10 dias.
Antraz (após exposição) em adultos e crianças: A duração total do tratamento para exposição ao antraz por inalação (após exposição) com ciprofloxacino é de 60 dias.
Crianças e Adolescentes
Nos casos de exacerbação pulmonar aguda de fibrose cística22, associada à infecção8 por Pseudomonas aeruginosa, em pacientes pediátricos com idade entre 5 e 17 anos, a duração do tratamento deve ser de 10 a 14 dias.
POSOLOGIA
Salvo prescrição médica contrária, recomendam-se as seguintes doses:
Adultos
Dose diária recomendada de ciprofloxacino oral em adultos.
Indicações |
Dose diária para adultos de ciprofloxacino (mg) via oral |
|
Infecções2 do trato respiratório (dependendo da gravidade e do microrganismo) |
2 x 250mg a 500mg |
|
Infecções2 do trato urinário11: |
Aguda, não complicada |
1 a 2 x 250mg |
Cistite117 em mulheres (antes da menopausa119) |
dose única 250mg |
|
Complicada |
2 x 250mg a 500mg |
|
Gonorreia13:
|
dose única 250mg dose única 250mg |
|
Diarreia64 |
1 a 2 x 500mg |
|
Outras infecções2 (vide indicações) |
2 x 500mg |
|
Infecções2 graves, com risco para a vida: Principalmente quando causadas por Pseudomonas, Staphylococcus ou Streptococcus |
Pneumonia3 estreptocócica |
2 x 750mg |
Infecções2 recorrentes em fibrose cística22 |
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Infecções2 ósseas e das articulações19 |
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Septicemia25 |
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Peritonite17 |
Crianças e Adolescentes – fibrose cística22
Dados clínicos e farmacocinéticos dão suporte ao uso de ciprofloxacino em pacientes pediátricos com fibrose cística22 (idade entre 5 e 17 anos) e com exacerbação pulmonar aguda associada à infecção8 por Pseudomonas aeruginosa, na dose oral de 20mg de ciprofloxacino/kg de peso corporal, duas vezes por dia (dose máxima diária de 1.500mg de ciprofloxacino).
Antraz por inalação (após exposição) em Adultos e Crianças
Adultos: Administração oral: 500mg de ciprofloxacino, duas vezes por dia.
Crianças: Administração oral: 15mg de ciprofloxacino/kg de peso corporal, duas vezes por dia. Não se deve exceder o teto máximo de 500mg por dose (dose diária máxima: 1000mg). A administração do medicamento deve começar o mais rapidamente possível após suspeita ou confirmação de exposição.
Informações adicionais para populações especiais
Idosos: Os pacientes idosos devem receber doses tão reduzidas quanto possíveis, dependendo da gravidade da doença e da depuração de creatinina46 (veja, “Pacientes com insuficiência renal120 ou hepática”).
Pacientes com insuficiência renal120: Para pacientes121 com depuração de creatinina46 entre 30 e 50mL/min/1,73m2 (insuficiência renal120 moderada) ou concentração de creatinina46 sérica entre 1,4 e 1,9mg/100mL a dose máxima diária de cloridrato de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 1000mg/dia.
Para pacientes121 com depuração de creatinina46 inferior a 30mL/min/1,73 m2 (insuficiência renal120 grave) ou concentração de creatinina46 sérica igual ou superior a 2,0mg/100mL a dose máxima diária de cloridrato de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500mg/dia.
Pacientes com insuficiência renal120 em hemodiálise122: Para pacientes121 com depuração de creatinina46 entre 30 e 50mL/min/1,73m2 (insuficiência renal120 moderada) ou concentração de creatinina46 sérica entre 1,4 e 1,9mg/100mL a dose máxima diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 1.000mg.
Para pacientes121 com depuração de creatinina46 inferior a 30mL/min/1,73m2 (insuficiência renal120 grave) ou concentração de creatinina46 sérica igual ou superior a 2,0mg/100mL a dose máxima diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500mg, nos dias de diálise123, após o procedimento.
Pacientes com insuficiência renal120 em diálise123 peritonial ambulatorial contínua (DPAC): A dose diária máxima de ciprofloxacino deve ser de 500mg (1 comprimido revestido de 500mg ou 2 comprimidos revestidos de 250mg).
Pacientes com insuficiência hepática71: Não há necessidade de ajuste de dose em pacientes com insuficiência hepática71.
Pacientes com insuficiência renal120 e hepática70: Para pacientes121 com depuração de creatinina46 entre 30 e 50mL/min/1,73m2 (insuficiência renal120 moderada) ou concentração de creatinina46 sérica entre 1,4 e 1,9mg/100mL a dose máxima diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 1000mg.
Para pacientes121 com depuração de creatinina46 inferior a 30mL/min/1,73 m2 (insuficiência renal120 grave) ou concentração de creatinina46 sérica igual ou superior a 2,0mg/100mL a dose máxima diária de ciprofloxacino por via oral deverá ser de 500mg.
Doses em crianças com função renal106 e/ou hepática70 alteradas não foram estudadas.
Este medicamento não deve ser partido, aberto u mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Resumo do perfil de segurança
As reações adversas relatadas com base em todos os estudos clínicos com ciprofloxacino (oral e parenteral) classificadas por categoria de frequência segundo CIOMS III estão listadas abaixo (Total n= 51.621).
Lista de reações adversas
As frequências das reações adversas relatadas com cloridrato de ciprofloxacino estão resumidas abaixo.
Dentro dos grupos de frequência, as reações adversas estão apresentadas em ordem decrescente de gravidade.
Frequências são definidas como: muito comum (? 1/10)
comum (? 1/100 a < 1/10) incomum (? 1/1.000 a ? 1/100) rara (? 1/10.000 a ? 1/1.000) muito rara (? 1/10.000)
As reações adversas identificadas apenas durante a observação pós-comercialização e, para as quais a frequência não pode ser estimada, estão listadas como “Frequência desconhecida”.
Infecções2 e infestações:
- Reações incomuns: superinfecções124 micóticas.
- Reações raras: colite66 associada a antibiótico (muito raramente com possível evolução fatal).
Distúrbios do sistema sanguíneo e linfático125:
- Reações incomuns: eosinofilia126.
- Reações raras: leucopenia127, anemia128, neutropenia129, leucocitose130, trombocitopenia131 e plaquetose.
- Reações muito raras: anemia hemolítica132, agranulocitose133, pancitopenia134 (com risco para a vida) e depressão da medula óssea135 (com risco para a vida).
Distúrbios do sistema imunológico21:
- Reações raras: reação alérgica136 e edema137 alérgico/angioedema138.
- Reações muito raras: reação anafilática139, choque anafilático140 (com risco para a vida) e reações similares à doença do soro141.
Distúrbios metabólicos e nutricionais:
- Reações incomuns: apetite e ingestão de alimentos diminuídos.
- Reações Raras: hiperglicemia142, hipoglicemia110.
Distúrbios psiquiátricos:
- Reações incomuns: hiperatividade psicomotora143/agitação.
- Reações raras: confusão e desorientação, reação de ansiedade, sonhos anormais, depressão (potencialmente culminando em comportamento autodestrutivo como ideias/pensamentos suicidas, tentativa de suicídio ou suicídio) e alucinações144.
- Reações muito raras: reações psicóticas (potencialmente culminando em comportamento autodestrutivo como ideias/pensamentos suicidas, tentativa de suicídio ou suicídio).
Distúrbios do sistema nervoso83:
- Reações incomuns: cefaleia145, tontura146, distúrbios do sono e alterações do paladar147.
- Reações raras: parestesia148 e disestesia149, hipoestesia150, tremores, convulsões (incluindo estado epilético) e vertigem151.
- Reações muito raras: enxaqueca152, transtornos da coordenação, alterações do olfato, hiperestesia e hipertensão153 intracraniana (pseudotumor cerebral).
- Frequência desconhecida: neuropatia periférica154 e polineuropatia.
Distúrbios visuais:
- Reações raras: distúrbios visuais.
- Reações muito raras: distorção visual das cores.
Distúrbios da audição e labirinto155:
- Reações raras: zumbido e perda da audição.
- Reações muito raras: alteração da audição.
Distúrbios cardíacos:
- Reações raras: taquicardia156.
- Frequência desconhecida: prolongamento do intervalo QT, arritmia157 ventricular, “torsades de pointes”*.
Distúrbios vasculares158:
- Reações raras: vasodilatação, hipotensão159 e síncope160.
- Reações muito raras: vasculite161.
Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastínicos:
- Reações raras: dispneia162 (incluindo condições asmáticas).
Distúrbios gastrintestinais:
- Reações comuns: náusea163 e diarreia64.
- Reações incomuns: vômito164, dores gastrintestinais e abdominais, dispepsia165 e flatulência.
- Reações muito raras: pancreatite166.
Distúrbios hepatobiliares167:
- Reações incomuns: aumento das transaminases e aumento da bilirrubina168.
- Reações raras: disfunção hepática70, icterícia73 e hepatite169 (não infecciosa).
- Reações muito raras: necrose69 hepática70 (muito raramente progredindo para insuficiência hepática71 com risco para a vida).
Distúrbios da pele18 e dos tecidos subcutâneos:
- Reações incomuns: rash170 cutâneo171, prurido75 e urticária172.
- Reações raras: reações de fotossensibilidade e vesículas173.
- Reações muito raras: petéquias174, eritema multiforme175, eritema nodoso176, síndrome de Stevens-Johnson177 (potencialmente com risco para a vida) e necrólise epidérmica tóxica178 (potencialmente com risco para a vida).
- Frequência desconhecida: pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA).
Distúrbios ósseos e do tecido conectivo179 e musculoesquelético:
- Reações incomuns: artralgia180.
- Reações raras: mialgia181, artrite182, aumento do tônus muscular183 e cãibras.
- Reações muito raras: fraqueza muscular, tendinite79, ruptura de tendão80 (predominantemente do tendão de Aquiles81) e exacerbação dos sintomas78 de miastenia77 grave.
Distúrbios renais e urinários:
- Reações incomuns: disfunção renal106.
- Reações raras: insuficiência renal120, hematúria184, cristalúria e nefrite185 túbulo intersticial186.
Distúrbios gerais:
- Reações incomuns: dor inespecífica, mal estar geral e febre116.
- Reações raras: edema137 e sudorese187 (hiperidrose188).
- Reações muito raras: alteração da marcha.
Investigações:
- Reações incomuns: aumento da fosfatase alcalina76 no sangue189.
- Reações raras: nível anormal de protrombina190 e aumento da amilase.
- Frequência desconhecidas: aumento da razão normalizada internacional (RNI) (em pacientes tratados com antagonistas de vitamina107 K).
*Estas reações foram relatadas durante o período de observação pós comercialização e foram observadas predominantemente entre pacientes com mais fatores de risco para prolongamento do intervalo QT (veja “ADVERTENCIAS E PRECAUÇÕES”).
As seguintes reações adversas tiveram categoria de frequência mais elevada nos subgrupos de pacientes recebendo tratamento intravenoso ou sequencial (intravenoso para oral):
Comum |
Vômito164, aumento transitório das transaminases, rash170 cutâneo171. |
Incomum |
Trombocitopenia131, plaquetose, confusão e desorientação, alucinações144, parestesia148, disestesia149, convulsão87, vertigem151, distúrbios visuais, perda de audição, taquicardia156, vasodilatação, hipotensão159, alteração hepática70 transitória, icterícia73, insuficiência renal120, edema137. |
Raras |
Pancitopenia134, depressão da medula óssea135, choque anafilático140, reações psicóticas, enxaqueca152, distúrbios do olfato, alteração da audição, vasculite161, pancreatite166, necrose69 hepática70, petéquias174, ruptura de tendão80. |
Crianças
A incidência23 de artropatia104, mencionada acima, refere-se a dados coletados em estudos com adultos. Em crianças, artropatia104 é relatada frequentemente (veja o item “ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES”).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Em casos de superdose oral aguda, tem-se registrado ocorrência de toxicidade43 renal106 reversível. Além das medidas habituais de emergência191, recomenda-se monitorar a função renal106, incluindo pH urinário e acidez, se necessário, para prevenir cristalúria. Os pacientes devem ser mantidos bem hidratados. Antiácidos105 contendo cálcio ou magnésio podem reduzir a absorção de ciprofloxacino na superdose. Apenas uma pequena quantidade do ciprofloxacino (menos de 10%) é eliminada por hemodiálise122 ou diálise peritoneal192.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações sobre proceder.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
Registro M.S. nº 1.5584.0096
Farm. Responsável: Rodrigo Molinari Elias - CRF-GO nº 3.234
Registrado por:
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
VPR3 - Quadra 2-C - Módulo 01-B - DAIA - Anápolis - GO - CEP 75132-015
C.N.P.J.: 05.161.069/0001-10 - Indústria Brasileira
Fabricado por:
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
VPR 1 - Quadra 2-A - Módulo 4 - DAIA - Anápolis - GO - CEP 75132-020
SAC 0800 97 99 900