

Bactrim (Comprimido) (Bula do profissional de saúde)
PRODUTOS ROCHE QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Bactrim®
sulfametoxazol + trimetoprima
Comprimidos 400 mg + 80 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido simples
Embalagem com 20 comprimidos
VIA ORAL
USO ADULTO E PEDIÁTRICO A PARTIR DE 12 ANOS DE IDADE
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Bactrim® contém:
sulfametoxazol | 400 mg |
trimetoprima | 80 mg |
Excipientes: docusato de sódio, estearato de magnésio, povidona e amidoglicolato de sódio.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE1
INDICAÇÕES
Bactrim® somente deve ser usado quando o benefício do tratamento superar qualquer risco possível; considerações devem ser feitas quanto ao agente bacteriano efetivo.
Como a suscetibilidade da bactéria2 in vitro varia geograficamente e com o tempo, a situação local deve ser considerada quando se seleciona uma antibioticoterapia.
Este medicamento é indicado para o tratamento das infecções3 causadas por microrganismos sensíveis à associação trimetoprima + sulfametoxazol, tais como:
- infecções3 do trato respiratório e otites4: exacerbações agudas de quadros crônicos de bronquite, sinusite5, tratamento e profilaxia (primária e secundária) da pneumonia6 por Pnemocystis jirovecii em adultos e crianças. Otite média7 em crianças, quando há boas razões para se preferir essa combinação a um antibiótico simples;
- infecções3 do trato urinário8 e renais: cistites agudas e crônicas, pielonefrites, uretrites, prostatites e cancroides;
- infecções3 genitais em homens e mulheres, inclusive uretrite9 gonocócica;
- infecções3 gastrintestinais, incluindo febre tifoide10 e paratifoide, e tratamento dos portadores, cólera11 (como medida conjunta à reposição de líquidos e eletrólitos12), diarreia13 dos viajantes causada pela Escherichia coli enterotoxicogênica, shiguelose (cepas14 sensíveis de Shigella flexneri e Shigella sonnei, quando o tratamento antibacteriano for indicado);
- infecções3 da pele15 e tecidos moles: piodermite16, furúnculos, abscessos17 e feridas infectadas;
- outras infecções3 causadas por uma grande variedade de microrganismos (tratamento possivelmente em combinação com outros antibióticos): osteomielite18 aguda e crônica, brucelose aguda, nocardiose, blastomicose sul-americana, actinomicetoma.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Bactrim® mostra-se eficaz no tratamento de inúmeras infecções3. Nas infecções3 respiratórias superiores e inferiores, em crianças e adultos, com eficáciaº comparável à eritromicina e amoxicilina (Bottone et al., 1982; Davies et al.,1983).
Na otite média7 aguda sua eficácia é similar à amoxicilina, cefaclor e ceftriaxona (Feldman et al., 1988; Blumer et al., 1984; Shurin et al., 1980; Barnett et al., 1997), e é opção nas infecções3 causadas por H. influenzae resistente à ampicilina ou em pacientes com hipersensibilidade à penicilina (Shurin et al., 1980). Pode ser usado na profilaxia da otite média7 recorrente e otite média7 crônica (Gaskins et al., 1982; Krause et al., 1982). Na sinusite5 aguda, pode ser considerado agente de primeira linha (Fagnan, 1998).
No tratamento das pneumonias mostra eficácia similar ao cefadroxil, à penicilina G procaína e cefalexina (Phadtare & Rangnekar, 1988; Castro, 1986; Keeley et al.,1990) e pode ser uma opção em casos leves a moderados; contudo, deve-se sempre considerar a resistência local (Nierdman et al., 1993). Bactrim® também se mostra eficaz na bronquite crônica19 agudizada (Pines et al., 1969).
Bactrim® é considerado medicamento de escolha na profilaxia e no tratamento da pneumonia6 por P. jirovecii em adultos e em crianças HIV20 positivo (Anon, 1992; Schneider et al., 1992). Nesses pacientes, seu uso mostra-se também eficaz na profilaxia primária da toxoplasmose21 cerebral (Carr et al., 1992).
Nas infecções3 agudas, não complicadas, do trato urinário8 inferior, Bactrim® tem eficácia similar a ofloxacino e a ciprofloxacino no tratamento com duração de três dias (McCarty et al., 1999), similar a norfloxacino e nitrofurantoína em estudos que avaliaram o tratamento por sete dias (Anon,1987; Spencer et al., 1994) e, similar a ciprofloxacino, no tratamento por dez dias (Henry et al., 1986). Também é efetivo na profilaxia de infecções3 recorrentes do trato urinário8 (Anon, 1987; Stamm et al., 1980). No tratamento da pielonefrite22 aguda não complicada, Bactrim® tem eficácia similar a cefaclor e a ofloxacina (Trager et al., 1980; Cox et al., 1986) e, quando usado em associação com gentamicina, apresenta menor resistência antimicrobiana significativa, quando comparada à associação ampicilina com gentamicina, além de oferecer menor custo (Johnson et al., 1991).
Nas prostatites agudas e crônicas, mostra-se eficaz devido à sua alta concentração no tecido23 prostático (Lipsky et al., 1999).
Bactrim® demonstrou ser tão eficaz quanto à estreptomicina e, provavelmente, superior à tetraciclina no tratamento do cancroide (Fitzpatrick et al., 1981). Na uretrite9 gonocócica e não gonocócica (por clamídias) é um tratamento alternativo. Verifica-se a eliminação do gonococo em dois dias de tratamento e da clamídia em cinco a dez dias de tratamento com Bactrim® (Tavares W, 1996).
Bactrim® é efetivo no tratamento das infecções3 gastrintestinais por Salmonella, Shigella e E. coli enteropatogênica (Ansdell et al., 1999; Du Pont et al., 1993; Thisyakorn & Mansuwan, 1992). Na diarreia13 dos viajantes, estudos mostram eficácia similar ao ciprofloxacino, com o tratamento de cinco dias (Ericson et al., 1987).
Em adultos, Bactrim®, por sete dias, mostrou-se tão eficaz quanto à amoxicilina/ácido clavulânico em infecções3 de pele15 e do subcutâneo24 (Davies et al., 1983).
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Farmacodinâmica
Bactrim® contém dois componentes ativos, sulfametoxazol e trimetoprima, agindo sinergicamente pelo bloqueio sequencial de duas enzimas que catalisam estágios sucessivos da biossíntese do ácido folínico no microrganismo. Esse mecanismo habitualmente resulta em atividade bactericida in vitro em concentrações nas quais as substâncias individualmente são apenas bacteriostáticas. Adicionalmente, Bactrim® é frequentemente eficaz contra organismos que são resistentes a um dos seus dois componentes. Devido ao seu mecanismo de ação, o risco de resistência bacteriana é minimizado.
O efeito antibacteriano de Bactrim® in vitro atinge um amplo espectro de microrganismos patogênicos gram-positivos e gram-negativos, embora a sensibilidade possa depender da área geográfica em que é utilizado.
Microrganismos geralmente sensíveis (CIM = concentração inibitória mínima < 80 mg/L)*
*Equivalente ao SMZ.
Cocos: Branhamella catarrhalis.
Bacilos gram-negativos: Haemophilus influenzae (betalactamase positivo, betalactamase negativo), Haemophilus parainfluenzae, E. coli, Citrobacter freundii, Citrobacter spp., Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae, outras Klebsiella spp., Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Hafnia alvei, Serratia marcescens, Serratia liquefaciens, outras Serratia spp., Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Morganella morganii, Shigella spp., Yersinia enterocolitica, outras Yersinia spp., Vibrio cholerae.
Outros diversos bacilos gram-negativos: Edwardsiella tarda, Alcaligenes faecalis, Pseudomonas cepacia, Burkholderia (Pseudomonas) pseudomallei.
Com base em experiência clínica, os seguintes microrganismos devem também ser considerados como sensíveis: Brucella, Listeria monocytogenes, Nocardia asteroides, Pneumocystis jirovecii, Cyclospora cayetanensis.
Microrganismos parcialmente sensíveis (CIM = 80-160 mg/L)*
*Equivalente ao SMZ.
Cocos: Staphylococcus aureus (meticilina sensíveis e meticilina resistentes), Staphylococcus spp. (coagulase negativo), Streptococcus pneumoniae (penicilina sensíveis, penicilina resistentes),
Bacilos gram-negativos: Haemophilus ducreyi, Providencia rettgeri, outras Providencia spp., Salmonella typhi, Salmonella-enteritidis Stenotrophomonas maltophilia (anteriormente denominado Xanthomonas maltophilia).
Outros diversos bastonetes gram-negativos: Acinetobacter lwoffi, Acinetobacter anitratus (principalmente A. baumanii), Aeromonas hydrophila.
Microrganismos resistentes (CIM > 160 mg/L)*
*Equivalente ao SMZ.
Mycoplasma spp., Mycobacterium tuberculosis, Treponema pallidum.
A prevalência27 local de resistência a Bactrim® entre as bactérias pertinentes à infecção28 tratada deve ser conhecida quando Bactrim® é prescrito em bases empíricas.
Para excluir resistência, especialmente em infecções3 com probabilidade de serem causadas por um patógeno parcialmente sensível, o isolado deve ser testado para sensibilidade.
A sensibilidade a Bactrim® pode ser determinada por métodos padronizados, tais como os testes de disco ou de diluição recomendados pelo National Comittee for Clinical Laboratory Standards – NCCLS.
Os seguintes critérios para sensibilidade recomendados pelo NCCLS são disponibilizados na tabela abaixo:
Tabela 1. Critérios para sensibilidade recomendados pelo NCCLS
|
Teste de disco* |
Teste de diluição** |
|
TMP |
SMZ |
||
Sensível |
≥ 16 |
≤ 2 |
≤ 38 |
Parcialmente sensível |
11-15 |
4 |
76 |
Resistente |
≤ 10 |
≥ 8 |
≥ 152 |
*Disco: 1,25 μg TMP (trimetoprima) e 23,75 μg SMZ (sulfametoxazol).
** TMP (trimetoprima) e SMZ (sulfametoxazol) em uma proporção de 1 para 19.
Farmacocinética
As propriedades farmacocinéticas da trimetoprima (TMP) e do sulfametoxazol (SMZ) são muito semelhantes.
Absorção
Após administração oral, a TMP e o SMZ são rapidamente e completamente absorvidos na porção superior do trato gastrintestinal. Após dose única de 160 mg de TMP + 800 mg de SMZ, são obtidas concentrações plasmáticas máximas de 1,5-3 μg/mL para TMP e 40-80 μg/mL para SMZ, dentro de uma a quatro horas. Se a administração for repetida a cada 12 horas, as concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio, atingidas em dois ou três dias, variam entre 1,3 e 2,8 μg/mL para o TMP e entre 32 e 63 μg/mL para o SMZ.
Biodisponibilidade
A absorção de TMP e SMZ é completa conforme demonstrado pela biodisponibilidade oral absoluta chegando a 100% para ambas as drogas.
Distribuição
O volume de distribuição é de aproximadamente 1,6 L/kg para TMP e 0,2 L/kg para SMZ, enquanto a ligação às proteínas29 plasmáticas atinge 37% para TMP e 62% para SMZ.
O TMP em relação ao SMZ penetra melhor em tecido23 prostático não inflamado, fluido seminal, fluido vaginal, saliva, tecido23 pulmonar normal inflamado e fluido biliar; a penetração no liquor30 e humor aquoso31 é similar para ambos componentes.
Grandes quantidades de TMP e pequenas quantidades de SMZ passam da corrente sanguínea para os líquidos intersticiais e para outros líquidos orgânicos extravasculares32. Entretanto, em associação, as concentrações de TMP e SMZ são superiores às concentrações inibitórias mínimas (CIM) para a maioria dos microrganismos suscetíveis.
Em seres humanos, TMP e SMZ são detectados nos tecidos fetais (placenta, fígado33, pulmão34), no sangue do cordão umbilical35 e líquido amniótico36, indicando a transferência placentária dos dois fármacos. Em geral, concentrações fetais de TMP são similares às concentrações maternas, e as de SMZ do feto37, menores que as da mãe.
Tanto TMP quando SMZ são excretados pelo leite materno. Concentrações no leite materno são similares à concentração do plasma38 materno para TMP e mais baixas para SMZ (vide item Advertências e precauções – subitem Gravidez39 e lactação40).
Metabolismo41
Cerca de 20% da dose de TMP é metabolizada. As isoenzimas do citocromo P450 envolvidas no metabolismo41 oxidativo de TMP não foram identificadas.
Os principais metabólitos42 de TMP são os derivados óxido 1 e 3 e hidroxi 3' e 4'; alguns metabólitos42 são microbiologicamente ativos. Cerca de 80% da dose de SMZ é metabolizada no fígado33, predominantemente para derivados N4 acetil (≈ 40% da dose) e, em uma menor extensão, por conjugação glicuronídica; seus metabólitos42 são inativos. SMZ também sofre metabolismo41 oxidativo. O primeiro passo da via oxidativa conduz à formação do derivado de hidroxilamina, o qual é catalisada pelo CYP2C9.
Eliminação
As meias-vidas dos dois componentes são muito semelhantes (em média de dez horas para TMP e onze horas para SMZ).
Os dois fármacos, assim como seus metabólitos42, são eliminados quase exclusivamente por via renal43 por meio de filtração glomerular e secreção tubular, o que determina concentrações urinárias das substâncias ativas consideravelmente mais altas que as concentrações no sangue44. Cerca de dois terços da dose de TMP e um quarto da dose SMZ são excretados inalterados na urina45. A depuração plasmática total de TMP é igual a 1,9 mL/min/kg. A depuração plasmática total de SMZ é igual a 0,32 mL/min/kg. Apenas uma pequena parte dos fármacos é eliminada por via fecal.
Farmacocinética em condições clínicas especiais
Idosos
As meias-vidas de TMP e SMZ não são significativamente alteradas nos pacientes idosos com função renal43 normal.
Insuficiência renal46
Em pacientes com comprometimento da função renal43 (depuração de creatinina47 de 15-30 mL/min), as meias-vidas dos dois componentes podem estar aumentadas, exigindo ajustes dos regimes de doses. Diálise peritoneal48 ambulatorial contínua ou intermitente49 não contribuem significativamente para a eliminação de TMP-SMZ.
TMP e SMZ são removidos de forma significativa durante a hemodiálise50 e hemofiltração. Sugere-se aumentar em 50% a dose de TMP-SMZ depois de cada sessão de hemodiálise50. Em crianças com insuficiência renal46 (depuração de creatinina47 < 30 mL / min), a depuração da TMP é reduzida, e sua meia-vida de eliminação prolongada. Portanto, a dose de TMP-SMZ deve ser reduzida proporcionalmente à diminuição da taxa de filtração glomerular nesta população de pacientes.
Insuficiência hepática51
A farmacocinética da TMP e SMZ em pacientes com insuficiência hepática51 moderada ou grave não é significativamente diferente daquela observada em indivíduos saudáveis.
Pacientes com fibrose cística52
A depuração renal43 da TMP e a depuração metabólica de SMZ são aumentadas em pacientes com fibrose cística52. Consequentemente, a depuração total no plasma38 é aumentada e a meia-vida de eliminação é reduzida para ambos os fármacos.
Crianças e adolescentes
Em crianças de 1 a 9 anos a depuração plasmática total de TMP é cerca de três vezes maior do que em adultos. Como consequência, a meia-vida de TMP em crianças é menor do que metade da observada em adultos.
Observações semelhantes foram feitas para sulfametoxazol.
CONTRAINDICAÇÕES
Bactrim® está contraindicado nos casos de lesões53 graves do parênquima54 hepático e a pacientes com insuficiência renal46 grave, caracterizada pela depuração de creatinina47 < 15 mL/min (vide item Posologia e Modo de Usar).
Da mesma forma, Bactrim® está contraindicado a pacientes com história de hipersensibilidade à sulfonamida ou trimetoprima ou a qualquer um dos componentes da formulação.
Bactrim® não deve ser utilizado em combinação com dofetilida (vide item Interações medicamentosas).
Este medicamento é contraindicado para uso por prematuros e recém-nascidos durante as primeiras seis semanas de vida.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Para diminuir o risco de reações indesejáveis, a duração do tratamento com Bactrim® deve ser a menor possível, especialmente em pacientes idosos.
Reações adversas graves
Embora raro, já foi descrito caso fatal relacionado com reações graves, tais como: discrasias sanguíneas, eritema55 exsudativo56 multiforme (síndrome de Stevens-Johnson57), necrólise epidérmica tóxica58 (síndrome de Lyell59), erupção60 cutânea61 medicamentosa com eosinofilia62 e sintomas63 sistêmicos64 (DRESS) e necrose65 hepática66 fulminante.
Hipersensibilidade e reações alérgicas
O tratamento deve ser descontinuado imediatamente ao primeiro sinal67 de aparecimento de erupção60 cutânea61 ou qualquer outra reação adversa grave.
Bactrim® deve ser administrado com cautela a pacientes com história de alergia68 grave e asma69 brônquica. Infiltrações pulmonares relatadas no contexto de alveolite eosinofílica ou alérgica podem se manifestar através de sintomas63 como tosse ou falta de ar. Caso esses sintomas63 apareçam ou se agravem inesperadamente, o paciente deve ser reavaliado e a descontinuação da terapia com Bactrim® deve ser considerada.
Efeitos renais
Sulfonamidas, incluindo Bactrim®, podem induzir aumento da diurese70, particularmente em pacientes com edema71 de origem cardíaca.
Uma monitorização do potássio sérico e da função renal43 é necessária em pacientes que recebem altas doses de Bactrim®, como é usado em pacientes com pneumonia6 por Pneumocystis jirovecii, ou em pacientes com doenças subjacentes de metabolismo41 do potássio ou insuficiência renal46 e que receberam a dose padrão de Bactrim® ou que estão recebendo medicações que induzem hipercalemia72 (vide item Interações medicamentosas).
Populações especiais
Existe maior risco de reações adversas graves em pacientes idosos ou em pacientes que apresentem as seguintes condições: insuficiência hepática51, insuficiência renal46 ou uso concomitante de outros fármacos (nesse caso, o risco pode ser relacionado à dosagem ou duração do tratamento).
Em caso de comprometimento renal43, a dose deve ser ajustada (vide item Posologia e modo de usar – Posologias especiais). Pacientes com insuficiência renal46 grave (ou seja, com depuração da creatinina47 15-30 mL/min) que estão recebendo SMZ-TMP devem ser monitorados quanto aos sinais73 e sintomas63 de toxicidade74, tais como náuseas75, vômitos76 e hipercalemia72.
A não ser em casos excepcionais, Bactrim® não deve ser administrado a pacientes com alterações hematológicas graves.
Foram relatados casos de pancitopenia77 em pacientes que receberam a combinação trimetoprima com metotrexato (vide item Interações medicamentosas).
Em pacientes idosos ou em pacientes com história de deficiência de ácido fólico ou insuficiência renal46, podem ocorrer alterações hematológicas indicativas de deficiência de ácido fólico. Essas alterações são reversíveis administrando-se ácido folínico.
Devido à possibilidade de hemólise78, Bactrim® não deve ser administrado a pacientes portadores de deficiência de G6PD (desidrogenase de glicose79-6-fosfato), a não ser em casos de absoluta necessidade e em doses mínimas.
Como com todos os fármacos com sulfonamidas, é aconselhável ter cuidado com pacientes com porfiria80 ou disfunção da tireoide81.
Pacientes que são acetiladores lentos podem ser mais suscetíveis a reações idiossincráticas às sulfonamidas.
Tratamento de uso prolongado
Pacientes em uso prolongado de Bactrim® devem fazer controle regular de hemograma. Caso surja redução significativa de qualquer elemento figurado do sangue44, o tratamento com Bactrim® deve ser descontinuado.
Pacientes em uso prolongado de Bactrim® devem fazer exame de urina82 e avaliação da função renal43 (em particular, pacientes com insuficiência renal46) regularmente. É necessário o monitoramento da ingestão adequada de líquidos e diurese70 durante o tratamento, para evitar cristalúria. Notou-se que o TMP prejudica o metabolismo41 da fenilalanina83, mas isso não é significativo em pacientes fenilcetonúricos84 com restrição dietética apropriada.
Gravidez39 e lactação40.
Categoria de risco na gravidez39: C – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiências animais ocorreram alguns efeitos colaterais85 no feto37, mas o benefício do produto pode justificar o risco potencial durante a gravidez39.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
O risco de malformações86 no nascimento não foi consistentemente demonstrado com terapia com cotrimoxazol (componente do Bactrim®) em mulheres durante o começo da gravidez39. Dois grandes estudos observacionais sugeriram um aumento de 2 a 3,5 vezes do risco de aborto espontâneo em mulheres tratadas apenas com TMP e em combinação com SMZ durante o primeiro trimestre em comparação com nenhuma exposição a antibióticos ou exposição a penicilinas.
Estudos em animais mostraram que doses muito elevadas de cotrimoxazol produziram malformações86 fetais típicas de antagonismo de ácido fólico.
Uma vez que tanto TMP como SMZ atravessam a barreira placentária e podem, portanto, interferir no metabolismo41 do ácido fólico, Bactrim® somente deverá ser utilizado durante a gravidez39 se os possíveis riscos para o feto37 justificarem os benefícios terapêuticos esperados. Recomenda-se que todas as gestantes, ou mulheres que pretendem engravidar recebam concomitantemente 5 a 10 mg de ácido fólico diariamente durante o tratamento com Bactrim®. Deve-se evitar o uso de Bactrim® durante o último estágio da gravidez39, tanto quanto possível, devido ao risco de kernicterus87 no neonato88.
Tanto TMP como SMZ são excretados no leite materno. Embora a quantidade ingerida pelo lactente89 seja pequena, possíveis riscos para o lactente89 (kernicterus87, hipersensibilidade) devem ser ponderados frente aos benefícios terapêuticos esperados para a mãe.
Até o momento, não há informações de que Bactrim® (sulfametoxazol e trimetoprima) possa causar doping.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Interações farmacocinéticas
Trimetoprima é um inibidor do transportador de cátions orgânicos 2 (OCT2), e um inibidor fraco do CYP2C8. Sulfametoxazol é um inibidor fraco do CYP2C9.
A exposição sistêmica aos medicamentos transportados por OCT2 pode aumentar quando administrados com TMP-SMZ. Exemplos incluem a dofetilida, amantadina,memantina, e lamivudina.
Dofetilida: trimetoprima e sulfametoxazol não devem ser administrados em combinação com dofetilida (vide item Contraindicações).
Há evidências de que trimetoprima inibe a excreção renal43 de dofetilida. Trimetoprima 160 mg em combinação com sulfametoxazol 800 mg, duas vezes ao dia, coadministrado com dofetilida 500 µg, duas vezes ao dia, durante quatro dias, resultou em 103% de aumento na área sob a curva concentração-tempo (ASC) de dofetilida e 93% de aumento na concentração plasmática máxima (Cmáx). Dofetilida pode causar arritmias90 ventriculares sérias associadas com prolongamento do intervalo QT, incluindo torsades de pointes, que são diretamente relacionadas com a concentração plasmática de dofetilida.
Amantadina: delírio91 tóxico tem sido relatado após ingestão concomitante de SMZ-TMP e amantadina. Os pacientes que receberam a amantadina ou memantina podem ter risco aumentado de efeitos adversos neurológicos, como delírios e mioclonia92.
A exposição sistêmica a medicamentos metabolizados pelo CYP2C8 pode aumentar quando administrado com TMP e SMZ. Exemplos incluem paclitaxel, amiodarona, dapsona, repaglinida, rosiglitazona e pioglitazona. Paclitaxel e amiodarona apresentam um estreito índice terapêutico, portanto, a administração concomitante com TMP-SMZ não é recomendada. Tanto dapsona como TMP-SMZ podem causar meta-hemoglobinemia, e, portanto, há potencial para interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Os pacientes que recebem tanto dapsona quanto TMP-SMZ devem ser monitorados quanto à ocorrência de meta-hemoglobinemia. Outras opções terapêuticas devem ser consideradas, se possível.
Os pacientes que receberam repaglinida, rosiglitazona ou pioglitazona devem ser monitorados regularmente em relação à ocorrência de hipoglicemia93.
A exposição sistêmica a medicamentos metabolizados pelo CYP2C9 pode aumentar quando administrados em conjunto com TMP-SMZ. Exemplos incluem:
Cumarinas: varfarina, acenocoumarol, femprocumona, fenitoína. Os parâmetros de coagulação94 devem ser monitorados em pacientes que recebem cumarinas.
Fenitoína: aumento de 39% na meia-vida e diminuição de 27% na taxa de depuração da fenitoína foram observados, após a administração da dose padrão de TMP-SMZ. Os pacientes que recebem fenitoína devem ser monitorados em relação à toxicidade74 da fenitoína
Derivados de sulfonilureia: glibenclamida, gliclazida, glipizida95, clorpropamida96 e tolbutamida. Pacientes que recebem derivados de sulfonilureia devem ser monitorados regularmente devido ao risco de hipoglicemia93. Bactrim®, assim como outras sulfonamidas, potencializa o efeito dos hipoglicemiantes orais97.
Digoxina: níveis sanguíneos elevados de digoxina podem ocorrer com terapia concomitante com Bactrim®, especialmente em pacientes idosos. Os níveis séricos de digoxina devem ser monitorados.
Interações farmacodinâmicas e interações de mecanismo indefinido
A taxa de incidência98 e a gravidade das reações adversas mielotóxicas e nefrotóxicas podem aumentar quando TMP-SMZ é administrado concomitantemente com outros medicamentos mielosupressores ou associados à disfunção renal43, como análogos de nucleosídeos, tacrolimus, azatioprina ou mercaptopurina. Pacientes que recebem TMP-SMZ concomitantemente com tais medicamentos devem ser monitorados quanto à toxicidade74 hematológica e/ou renal43.
A administração em conjunto com a clozapina, uma substância conhecida por ter um grande potencial para causar agranulocitose99, deve ser evitada. Diuréticos100: aumento da incidência98 de trombocitopenia101 foi observado em pacientes idosos que recebiam concomitantemente certos diuréticos100, principalmente tiazídicos. Nesses pacientes, as plaquetas102 devem ser monitoradas regularmente.
Metotrexato: as sulfonamidas, incluindo SMZ, podem competir com a ligação proteica e também com o transporte renal43 de metotrexato, aumentando, portanto, a fração do metotrexato livre e sua exposição sistêmica. Foram relatados casos de pancitopenia77 em pacientes tratados com a combinação de trimetoprima com metotrexato (vide item Advertências e precauções). A trimetoprima apresenta baixa afinidade para a deidrofolato-redutase humana, mas pode aumentar a toxicidade74 do metotrexato, especialmente na presença de fatores de risco, tais como idade avançada, hipoalbuminemia103, insuficiência renal46 e reserva da medula óssea104 diminuída, e em pacientes que receberam altas doses de metotrexato. Pacientes de risco devem ser tratados com ácido fólico ou folinato de cálcio, para contrabalançar os efeitos do metotrexato sobre a hematopoiese.
Antidepressivos: a eficácia dos antidepressivos tricíclicos pode diminuir quando coadministrados com TMP-SMZ.
Pirimetamina: relatos ocasionais sugerem que os pacientes recebendo pirimetamina, como na profilaxia da malária, em doses que excedam 25 mg semanalmente podem desenvolver anemia megaloblástica105, se TMP-SMZ for prescrito concomitantemente.
Devido aos efeitos poupadores de potássio de TMP-SMZ, cuidado deve ser tomado quando TMP-SMZ é coadministrado com outros agentes que aumentam o potássio sérico, tais como inibidores da enzima106 conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores da angiotensina, diuréticos100 poupadores de potássio e prednisolona.,
Ciclosporina: deterioração reversível da função renal43 foi observada em pacientes tratados com TMP-SMZ e ciclosporina após transplante renal43.
Influência em métodos diagnósticos
TMP-SMZ, especialmente o componente trimetoprima, pode interferir na determinação sérica do metotrexato, utilizando a técnica de ligação proteica competitiva, quando a diidrofolato redutase bacteriana for utilizada como proteína de ligação. Não ocorre nenhuma interferência, entretanto, se o metotrexato for dosado por radioimunoensaio. A presença de TMP e SMZ também pode interferir na reação de picrato alacalino de Jaffé, usada na determinação de creatinina47, que resultam em aumento dos valores normais em cerca de 10%.
CUIDADOS DE ARMAZENAGEM
Bactrim® deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC).
Prazo de validade
Os comprimidos de Bactrim® possuem prazo de validade de 60 meses a partir da data de fabricação.
As suspensões de Bactrim® possuem prazo de validade de 36 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Para sua segurança, mantenha o medicamento na embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Comprimidos em formato cilíndrico, biconvexo e cor branca a quase branca.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
As doses de Bactrim® comprimidos e suspensões devem ser administradas por via oral, pela manhã e à noite, de preferência após uma refeição, e com quantidade suficiente de líquido.
Os frascos das suspensões de Bactrim® devem ser agitados antes da administração.
POSOLOGIA
Crianças abaixo de 12 anos
Os esquemas abaixo para crianças são aproximadamente equivalentes à dose diária de 6 mg de trimetoprima e 30 mg sulfametoxazol por kg de peso.
Para infecções3 graves, a dose apresentada para crianças pode aumentar em até 50%.
Tabela 2. Dose normal para crianças abaixo de 12 anos de idade
Idade |
Dose da suspensão a cada 12 horas (volume) |
6 semanas a 5 meses |
2,5 mL |
6 meses a 5 anos |
5 mL |
6 anos a 12 anos |
10 mL |
Crianças – profilaxia de pneumonia6 causada por Pneumocystisjirovecii
Para crianças a dose recomendada é de 150 mg/m2/dia TMP com 750 mg/m2/dia SMZ administrada por via oral em doses iguais divididas em duas vezes ao dia, durante três dias consecutivos por semana. A dose diária total não deve exceder 320 mg dia TMP e 1600 mg SMZ.
A tabela seguinte fornece orientação relativa à dose recomendada de acordo com a superfície corpórea, em crianças, para a profilaxia da pneumonia6 causada por Pneumocystisjirovecii:
Tabela 3. Orientação relativa à dose recomendada para crianças para a profilaxia da pneumonia6 causada por Pneumocystis jirovecii
Superfície corpórea |
Dose a cada 12 horas |
0,26 |
-- |
0,53 |
1/2 |
1,06 |
1 |
Adultos e crianças a partir de 12 anos
Dose habitual: 2 comprimidos de Bactrim® a cada 12 horas.
Dose mínima e dose para tratamento prolongado (mais de 14 dias): 1 comprimido de Bactrim®a cada 12 horas.
Dose máxima (casos especialmente graves): 3 comprimidos de Bactrim® a cada 12 horas.
Duração do tratamento
Em infecções3 agudas, Bactrim® deve ser administrado por pelo menos cinco dias, ou até que o paciente esteja assintomático por pelo menos dois dias. Se a melhora clínica não for evidente após sete dias de tratamento, o paciente deve ser reavaliado.
Posologias especiais
a) Cancroide: 2 comprimidos de Bactrim® ou 1 comprimido de Bactrim® F, duas vezes ao dia. Se não ocorrer cicatrização aparente após sete dias, um curso adicional de sete dias de tratamento deve ser considerado. Entretanto, o médico deve estar ciente de que a falha na resposta pode indicar que a doença é causada por um microrganismo resistente.
b) Gonorreia107 – Adultos: 5 comprimidos de Bactrim®, pela manhã e à noite, em um único dia de tratamento.
c) Infecções3 urinárias agudas não complicadas: para mulheres com infecções3 urinárias não complicadas, recomenda-se dose única de 3 comprimidos de Bactrim® F. Os comprimidos devem ser tomados, se possível à noite, após a refeição ou antes de deitar.
d) Pneumonia6 por Pneumocystis jirovecii: Recomenda-se até 20 mg/kg de trimetoprima e 100 mg/kg de sulfametoxazol nas 24 horas (doses iguais, fracionadas a cada seis horas), durante 14 dias.
A tabela seguinte fornece a orientação relativa ao limite superior de dosagem, por peso corpóreo, para pacientes108 com pneumonia6 causada pelo Pneumocystis jirovecii.
Tabela 4. Orientação relativa ao limite superior de dose para pacientes108 com pneumonia6 causada pelo Pneumocystis jirovecii
Peso corporal |
Dose a cada 6 horas |
8 |
-- |
16 |
1 |
24 |
1 1/2 |
32 |
2 |
40 |
2 1/2 |
48 |
3 |
64 |
4 |
80 |
5 |
Para a profilaxia da pneumonia6 por Pneumocistis jirovecii, a dose recomendada para adolescentes e adultos é de 1 comprimido de Bactrim®. A dose ótima para profilaxia não foi estabelecida.
e) Pacientes com nocardiose: a dose diária recomendada para pacientes108 adultos com nocardiose é de 3-4 comprimidos de Bactrim® F, durante pelo menos três meses. Essa dose requer ajustes de acordo com a idade do paciente, o peso e função renal43, bem como a gravidade da doença. Foi relatada a duração de tratamento de 18 meses.
Populações especiais
Pacientes idosos: pacientes idosos com função renal43 normal devem receber as mesmas doses que um adulto mais jovem.
Pacientes com insuficiência renal46: a tabela a seguir apresenta o esquema de dose recomendada para pacientes108 com insuficiência renal46.
Depuração de creatinina47 |
Esquema posológico recomendado |
acima de 30 mL/min | dose padrão |
15-30 mL/min | metade da dose padrão |
menos de 15 mL/min | Bactrin® não deve ser usado (vide item Contraindicações) |
Pacientes em diálise109: após administração da dosagem normal, doses de 1/2 ou 1/3 da dosagem original devem ser administradas a cada 24-48 horas. Diálise peritoneal48 resulta em depuração mínima do TMP e SMZ administrados. O uso de SMZ-TMP em pacientes recebendo diálise peritoneal48 não é recomendado.
REAÇÕES ADVERSAS
Nas doses recomendadas, Bactrim® é geralmente bem tolerado. Os efeitos colaterais85 mais comuns são as erupções cutâneas110 e os distúrbios gastrintestinais.
As categorias utilizadas como padrões de frequência são as seguintes:
Muito comum ≥ 1/10; comum ≥ 1/100 e < 1/10; incomum ≥ 1/1.000 e < 1/100; raro ≥ 1/10.000 e < 1/1.000 e muito raro < 1/10.000. Desconhecido (não pode ser estimado a partir dos dados disponíveis).
Efeitos adversos relatados nos pacientes tratados com trimetoprima + sulfametoxazol
Classe de sistema orgânico |
Comum |
Incomum |
Raro |
Muito raro |
Desconhecido |
Distúrbios do sangue44 e sistema linfático111 |
-- |
-- |
Leucopenia112, granulocitopenia, trombocitopenia101, anemia113 (megaloblástica, hemolítica / autoimune114, aplástica) |
Metahemoglobine mia, agranulocitose99, pancitopenia77 |
-- |
Distúrbios cardíacos |
-- |
-- |
-- |
Miocardite115 alérgica |
-- |
Distúrbios congênitos116 e gravidez39, puerpério117 e condições perinatais |
-- |
-- |
-- |
-- |
Aborto espontâneo |
Distúrbios do ouvido e labirinto118 |
-- |
-- |
-- |
Zumbido, vertigem119 |
-- |
Distúrbios oculares |
-- |
-- |
-- |
Uveíte120 |
Vasculite121 retiniana |
Desordens gastrintestinais |
Náuseas75, vômitos76 |
Diarreia13, colite122 pseudomembran os |
Glossite123, estomatite124 |
-- |
Pancreatite125 aguda |
Distúrbios hepatobiliares126 |
Transaminases elevadas |
Bilirrubina127 elevada, hepatite128 |
Colestase129 |
Necrose65 hepática66 |
Síndrome130 do desaparecimento do ducto biliar |
Distúrbios do sistema imunológico131 |
-- |
-- |
-- |
Reações alérgicas/ hipersensibilidade (febre132, angioedema133, reações anafilactoides, doença do soro134) |
-- |
Infecções3 e infestações. |
-- |
Infecções3 fúngicas135, como candidíase136 |
-- |
-- |
-- |
Investigações |
-- |
-- |
-- |
-- |
Hipercalemia72, hiponatremia137 |
Distúrbios de nutrição138 e metabolismo41 |
-- |
-- |
Hipoglicemia93 |
-- |
-- |
Distúrbios do tecido conectivo139 e musculoesquelético |
-- |
-- |
-- |
Rabdomiólise140 |
Artralgia141, mialgia142 |
Distúrbios do sistema nervoso143 |
-- |
Convulsões |
Neuropatia144 (incluindo parestesia145 e neurite146 periférica) |
Ataxia147, meningite148 asséptica / sintomas63 como de meningite148 |
Vasculite121 cerebral |
Transtornos psiquiátricos |
-- |
-- |
Alucinações149 |
-- |
-- |
Distúrbios renais e urinários |
Ureia150 elevada, creatinina47 sérica elevada |
Insuficiência renal46 |
Cristalúria |
Nefrite151 intersticial152, aumento da diurese70 |
-- |
Distúrbios respiratórios, torácicos e do mediastino153 |
-- |
-- |
-- |
Infiltrações pulmonares |
Vasculite121 pulmonar |
Distúrbios de pele15 e do tecido subcutâneo154 |
Erupção60 medicamentosa fixa, dermatite155 esfoliativa, erupção60 cutânea61, exantema156 maculo-papular, exantema156 morbiliforme, eritema55, prurido157 |
Urticária158 |
-- |
Eritema multiforme159, fotossensibilidade, síndrome130 de Stevens Johnson, necrólise epidérmica tóxica58, erupção60 cutânea61 com eosinofilia62 e sintomas63 sistêmicos64 |
-- |
Distúrbios vasculares160 |
-- |
-- |
-- |
Púrpura161, púrpura161 de Henoch-Schönlein |
Vasculite121, vasculite121 necrotizante, granulomatose com poliangeíte, poliarterite nodosa |
Descrição de eventos adversos selecionados
A maioria das alterações hematológicas observadas tem sido leve, assintomática e reversível na retirada da terapia. Como com qualquer outro medicamento, reações alérgicas podem ocorrer em pacientes com hipersensibilidade aos componentes do medicamento. As reações de pele15 mais comuns observadas com Bactrim® foram geralmente leves e rapidamente reversíveis após a retirada da medicação.
Infiltrações pulmonares relatadas no contexto da alveolite alérgica ou eosinofílica podem se manifestar através de sintomas63 como tosse ou falta de ar (vide item Advertências e Precauções).
Altas doses de TMP, como usado em pacientes com pneumonia6 por Pneumocystis jirovecii, induzem a um progressivo, mas reversível, aumento de concentração sérica de potássio em um número substancial de pacientes. Mesmo em doses recomendadas, TMP pode causar hipercalemia72 quando administradas a pacientes com doenças subjacentes de metabolismo41 do potássio ou insuficiência renal46, ou que estão recebendo medicamentos que induzem hipercalemia72 (vide item Advertências e Precauções).
Foram notificados casos de hipoglicemia93 em pacientes não diabéticos tratados com SMZ-TMP, geralmente após alguns dias de terapia (vide item Interações Medicamentosas). Pacientes com deficiência de função renal43, doença hepática66 ou desnutrição162 ou recebendo altas doses de TMP-SMZ estão particularmente em risco.
Vários dos pacientes com pancreatite125 aguda tinham doenças graves, incluindo a aids (síndrome130 de imunodeficiência163 adquirida).
Segurança de sulfametoxazol + trimetoprima em pacientes infectados pelo HIV20
Os pacientes portadores de HIV20 têm o espectro de possíveis eventos adversos similar ao espectro dos pacientes não infectados. Entretanto, alguns eventos adversos podem ocorrer com frequência maior e com quadros clínicos diferenciados.
Essas diferenças relacionam-se aos seguintes sistemas:
Classe de sistema orgânico |
Muito comum |
Incomum |
Distúrbios do sangue44 e sistema linfático111 |
Leucopenia112, granulocitopenia, trombocitopenia101 |
-- |
Distúrbios gastrintestinais |
Anorexia164, náuseas75, vômitos76, diarréia13. |
-- |
Distúrbios gerais e condições no local de administração |
Febre132 (geralmente em conjunto com exantema156 maculopapular165) |
-- |
Distúrbios hepatobiliares126 |
Transaminases elevadas |
-- |
Investigações |
Hipercalemia72 |
Hiponatremia137 |
Distúrbios de nutrição138 e metabolismo41 |
-- |
Hipoglicemia93 |
Distúrbios de pele15 e do tecido subcutâneo154 |
Exantema156 maculo-papular, prurido157 |
-- |
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Sintomas63
Sintomas63 da superdose aguda podem incluir náusea166, vômito167, diarreia13, cefaleia168, vertigens169, tontura170 e distúrbios mentais e visuais; cristalúria, hematúria171 e anemia113 podem ocorrer em casos severos. Em superdose crônica, depressão da medula óssea104, manifestada como trombocitopenia101 ou leucopenia112 e outras discrasias sanguíneas, devida à deficiência de ácido folínico, pode ocorrer.
Tratamento
Dependendo dos sintomas63, recomendam-se as seguintes medidas terapêuticas: impedir absorção adicional, promoção da excreção renal43 por meio de diurese70 forçada (alcalinização da urina45 aumenta a eliminação de SMZ), hemodiálise50 (nota: diálise peritoneal48 não é eficaz), monitoramento hematológico e dos eletrólitos12. Se ocorrer significativa discrasia sanguínea ou icterícia172, deve-se instituir tratamento específico para essas condições. A administração de folinato de cálcio, por via intramuscular, de 3 a 6 mg, durante cinco a sete dias, pode contrabalançar os efeitos da TMP na hematopoiese.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
MS - 1.0100.0008
Farm. Resp.: Tatiana Tsiomis Díaz – CRF-RJ nº 6942
Fabricado por:
Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.
Est. dos Bandeirantes, 2.020, CEP 22775-109, Rio de Janeiro – RJ
CNPJ: 33.009.945/0023-39
Indústria Brasileira
SAC 0800 7720 289
