Benerva (Bula do profissional de saúde)
CELLERA FARMACÊUTICA S.A.
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Benerva®
cloridrato de tiamina
Comprimido 300 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimido revestido
Embalagem contendo 30 comprimidos
USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Benerva® contém:
vitamina1 B1 (cloridrato de tiamina) | 300 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: povidona, talco, estearato de magnésio, macrogol, carmelose e polímero metacrílico.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSINAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Benerva® é indicado para o tratamento de:
- Neurites3 e polineurites (como tratamento adjuvante);
- Neurites3 e cardiomiopatia causadas por consumo excessivo de álcool;
- Síndrome4 de Wernicke-Korsakoff;
- Necessidades aumentadas de vitamina1 B1 (pessoas idosas);
- Beribéri (deficiência grave e típica de vitamina1 B1).
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Benerva® tem inúmeras indicações objetivando a suplementação5 de vitamina1 B1 em situações, nas quais, por diferentes causas, ocorre sua deficiência clinicamente manifesta, ou subclínica. Assim sendo, Benerva® tem indicações em planos de suplementação5.
(1) Abbas e Swai concluíram que a neuropatia periférica6 sintomática7 é comum em pacientes diabéticos, nos quais há uma alta incidência8 de deficiência de tiamina (vitamina1 B1). A suplementação5 das vitaminas do complexo B deve ser considerada nestes pacientes. Referência: Abbas ZG and Swai ABM. Evaluation of the efficacy of thiamine and pyridoxine in the treatment of symptomatic diabetic peripheral neuropathy. East Afr Med J. 74: 803–808.1997.
(2) Ishibashi e colaboradores relatam encefalopatia9 de Wernicke-Korsakoff e polineuropatia aguda por deficiência de tiamina em pacientes submetidos à gastroplastia para tratamento de obesidade10. Estes pacientes devem ter desenvolvido a polineuropatia axonal aguda e a encefalopatia9 de Wernicke-Korsakoff simultaneamente devido à deficiência de tiamina causada por vômitos11 e jejum, bem como um estado crônico12 de deficiência de tiamina. Os sintomas13 da neuropatia14 diminuíram em no prazo de duas semanas após infusão intravenosa de tiamina. Referência: Ishibashi, S et al.. Reversible acute axonal polyneuropathy associated with Wernicke-Korsakoff syndrome: impaired physiological nerve conduction due to thiamine deficiency?. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2003; 74:5 674–676 doi:10.1136/jnnp.74.5.674.
(3) A tiamina inibe a ativação celular endotelial e o efeito da hiperglicemia15 na migração da célula16 endotelial. Este efeito benéfico da tiamina, limitando a disfunção celular endotelial, possivelmente se dá através do desvio do fluxo da glicose17 de vias aeróbicas e anaeróbicas. Este estudo especula a possibilidade da tiamina retardar as complicações vasculares18 ocorridas no diabetes19. Referência: Ascher E, Gade PV, Hingorani A, Putukkeril S, Scheinman M, Jacob T. Thiamine reverse hyperglycemia-induced dysfunction in culture endothelial cells. Surgery 2001; 130: 851–8.
(4) A deficiência de tiamina tem sido documentada como prevalente em pacientes com diabetes mellitus20 e a correção desta deficiência de tiamina nesta população pode promover efeitos benéficos em vários parâmetros cardiometabólicos, como prevenção de complicações secundárias à hiperglicemia15 crônica. Referência: Al-Attas, O et al. Clinical Medicine Insights: Endocrinology and Diabetes19 2014:7 1–6
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
O pirofosfato de tiamina (TPP), forma coenzimática da vitamina1 B1, está envolvido em dois tipos principais de reações metabólicas: descarboxilação de alfa-cetoácidos (por ex.: piruvato21, alfa-cetoglutarato e cetoácidos de cadeia ramificada) e transcetolação (por ex.: entre hexose e pentose fosfatos). Portanto, o papel fisiológico22 principal da vitamina1 B1 é como coenzima no metabolismo23 dos carboidratos, onde o pirofosfato de tiamina é necessário em várias etapas da quebra da glicose17 para gerar energia.
Além de seu papel metabólico como coenzima, a vitamina1 B1 age na função neurotramissora e na condução nervosa.
Em altas doses, a vitamina1 B1 suprime a transmissão de estímulos nervosos e, portanto pode ter um efeito analgésico24.
Os estágios iniciais de deficiência de vitamina1 B1 podem ser acompanhados por sintomas13 inespecíficos que podem ser negligenciados ou facilmente mal interpretados. Os sinais25 clínicos de deficiência incluem anorexia26, perda de peso, alterações mentais como apatia27, diminuição da memória de curto-prazo, confusão e irritabilidade, fraqueza muscular e efeitos cardiovasculares como cardiomegalia28.
Situações frequentemente acompanhadas por deficiência marginal da vitamina1 B1 e que necessitam de suplementação5 incluem consumo regular e excessivo de álcool, alta ingestão de carboidratos e esforço físico intenso.
Insuficiência cardíaca29, fraqueza muscular e neuropatia14 central e periférica são consequências funcionais da deficiência grave de vitamina1 B1.
As manifestações clínicas de beribéri (deficiência grave de vitamina1 B1) variam com a idade. Adultos podem apresentar o beribéri seco (paralítico ou nervoso), úmido (cardíaco), ou cerebral (síndrome4 de Wernicke-Korsakoff). Estas condições devem ser prontamente tratadas com vitamina1 B1. A deficiência grave de vitamina1 B1 em países industrializados está possivelmente associada ao abuso de álcool e consumo alimentar limitado. Nestes casos, complicações renais e cardiovasculares são de risco de vida.
Em resumo, a vitamina1 B1 é essencial para o metabolismo23 dos carboidratos e desempenha um importante papel na descarboxilação de alfacetoácidos.
Além de seu papel metabólico como coenzima, a vitamina1 B1 age na função neurotramissora e na condução nervosa.
O sistema nervoso30 e o coração31 são particularmente susceptíveis aos efeitos da deficiência de vitamina1 B1.
Como resultado, as formas mais graves de deficiência de tiamina, encefalopatia9 de Wernicke e psicose32 de Korsakoff e Beribéri, afetam predominantemente esses sistemas.
Propriedades Farmacodinâmicas
Absorção: Em humanos, a vitamina1 B1 é rápida e amplamente absorvida na porção proximal33 do intestino delgado34.
Existem dois mecanismos: em baixas concentrações fisiológicas35 (< 2μm) um transporte mediado por carreador e, em concentrações mais elevadas, por difusão passiva. A absorção é tipicamente alta, mas a absorção intestinal em humanos é limitada.
Distribuição: A quantidade total de vitamina1 B1 em adultos é, em média, 30 mg. Em geral, o coração31 detém a maior reserva (0,28–0,79 mg por 100 g), seguido pelos rins36 (0,24–0,58), fígado37 (0,20–0,76) e cérebro38 (0,14–0,44). Os níveis de vitamina1 B1 na medula espinhal39 e no cérebro38 são aproximadamente o dobro do nível dos nervos periféricos. No sangue40 total a vitamina1 B1 varia de 5 a 12 μg por 100 ml, dos quais 90% estão nas hemácias41 e leucócitos42.
Os leucócitos42 têm uma concentração de vitamina1 B1 dez vezes maior do que as hemácias41. A vitamina1 B1 tem uma taxa de turnover relativamente alta no organismo e não é armazenada em grandes quantidades por muito tempo em nenhum tecido43. Portanto, um aporte contínuo é necessário.
A ingestão inadequada de vitamina1 B1 por um período de tempo relativamente curto pode levar a sinais25 bioquímicos de deficiência seguidos por sinais25 clínicos de deficiência. Um platô é atingido na maioria dos tecidos com a ingestão de cerca de 60 μg por 100 g de peso corpóreo (ou 42 mg por 70 kg) e a vitamina1 B1 corpórea total atinge 2 μg/g (ou 140 mg por 70 kg).
O transporte de vitamina1 B1 através da barreira hematoencefálica também envolve dois mecanismos distintos.
O mecanismo saturável na barreira hematoencefálica, entretanto, difere do mecanismo dependente de energia descrito no intestino e do sistema de transporte ativo descrito nas células44 do córtex cerebral que pode ser dependente de fosfatases ligadas à membrana.
A distribuição imuno-histoquímica do pirofosfato de tiamina sugere que tenha um papel na condução nervosa.
Metabolismo23: Após a administração oral (ou parenteral), a tiamina é rapidamente convertida em difosfato e, em menor quantidade, a ésteres de trifosfato nos tecidos. Toda vitamina1 B1 que exceda as necessidades teciduais, de ligação e armazenamento, é rapidamente excretada na urina45. Foi demonstrado em ratos que uma dose parenteral de tiamina de 10 μg por 100 mg de peso corpóreo (ou 7 mg por 70 kg) é adequado para o crescimento, mas leva a níveis nos tecidos menores que o normal. A estimulação nervosa provoca a liberação de tiamina ou de monofosfato, com um concomitante decréscimo de tri- e difosfatos.
Excreção: A vitamina1 B1 é excretada na urina45. Em humanos, o uso de doses orais acima de 2,5 mg provoca um pequeno aumento na excreção urinária de tiamina. A meia-vida corpórea de vitamina1 B1 é de 10 a 20 dias. Além da vitamina1 B1 livre e de uma pequena quantidade de difosfato de tiamina, tiocromo e disulfito de tiamina, há relatos de cerca de 20 ou mais metabólitos46 da vitamina1 B1 na urina45 de ratos e humana, mas somente seis metabólitos46 foram realmente identificados. A proporção relativa de metabólitos46 para vitamina1 B1 excretada aumenta com a diminuição da ingestão da vitamina1 B1.
Em resumo, a vitamina1 B1 é bem absorvida no trato gastrointestinal por um transporte mediado por carreador e, em concentrações mais elevadas, por difusão passiva.
A vitamina1 B1 é amplamente distribuída nos tecidos do organismo.
A vitamina1 B1 tem uma meia-vida plasmática de 24 horas e não é armazenada em grande extensão no organismo. O excesso de ingestão de tiamina é excretado na urina45 como vitamina1 livre ou como seus metabólitos46.
Dados de segurança pré-clínicos
Não existem estudos específicos com Benerva®, mas a segurança pré-clinica da vitamina1 B1 (tiamina) tem sido extensamente documentada.
CONTRAINDICAÇÕES
Hipersensibilidade conhecida à substância ativa ou qualquer um dos excipientes da formulação.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Fertilidade, Gravidez47 e Lactação48
Fertilidade: Não há evidência de que níveis endógenos normais de vitamina1 B1 causem quaisquer efeitos reprodutivos adversos.
Gravidez47: Categoria de risco na gravidez47: C
Existem dados limitados do uso de Benerva® durante a gravidez47. Este medicamento não é recomendado durante a gravidez47.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Lactação48: A tiamina é excretada no leite materno. Não há informação suficiente sobre os efeitos de Benerva® em recém-nascidos/crianças. Este
medicamento não é recomendado durante a lactação48.
Mulheres em idade fértil: Benerva® não é recomendado para mulheres em idade fértil que não utilizam métodos contraceptivos.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
Benerva® não influencia a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A tiosseomicarbazona e o 5-fluoruracil inibem a atividade da tiamina (vitamina1 B1).
Interferência nos exames laboratoriais: A vitamina1 B1 pode levar a um resultado falso-positivo na determinação do urobilinogênio quando utilizado o reagente de Ehrlich.
Altas doses de vitamina1 B1 podem interferir na determinação espectrofotométrica das concentrações séricas de teofilina.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (15–30°C).
O prazo de validade do medicamento é de 24 meses a partir da data de sua fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
Benerva® apresenta-se na forma de comprimidos revestidos, cilíndricos, biconvexos de coloração branca a branca amarelada, inodoro ou com odor pouco característico.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Recomenda-se de 1 a 2 comprimidos ao dia ou a critério médico.
O comprimido deve ser ingerido com água ou um pouco de líquido.
Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas listadas estão baseadas em relatos espontâneos. Como estas reações são reportadas voluntariamente não é possível estimar suas frequências.
Alterações do sistema imune49: Reações alérgicas e reações anafiláticas50.
Foram relatadas reações de hipersensibilidade com respectivas manifestações laboratoriais e clínicas, incluindo síndrome4 de asma51, reações leves a moderadas que podem afetar a pele52, trato respiratório, trato gastrintestinal e/ou sistema cardiovascular53, incluindo sintomas13 como erupção54 cutânea55, urticária56, angioedema57, prurido58 e distúrbios cardiorrespiratórios.
Se ocorrer reação alérgica59, o tratamento deve ser interrompido e o médico deve ser consultado.
Alterações gastrintestinais: Têm sido relatados eventos gastrintestinais leves tais como náusea60, vômito61, diarreia62 e dores gastrointestinais e abdominais.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos – VIGIMED, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Altas doses de Benerva® não produzem efeitos perceptíveis. Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Reg. MS nº 1.0440.0220
Farm. Resp.: Dr Phellipe Honório Amaral - CRF SP nº 56.787
Registrado e Fabricado por:
Cellera Farmacêutica S.A.
Alameda Capovilla, 129, Indaiatuba - SP
CNPJ 33.173.097/0002-74
Indústria Brasileira
SAC 0800 17 7003