Fluconazol (Cápsula 150 mg) (Bula do profissional de saúde)
EMS S/A
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
fluconazol
Cápsula 150 mg
Medicamento genérico Lei nº 9.787, de 1999
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Cápsula dura
Embalagens com 1 ou 2 cápsulas, embalagens hospitalares com 50 ou 100 cápsulas e embalagem fracionada com 30 cápsulas duras
VIA DE ADMINISTRAÇÃO: USO ORAL
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO:
Cada cápsula contém:
fluconazol | 150 mg |
excipiente q.s.p. | 1 cápsula |
Excipientes: lactose1 monoidratada, dióxido de silício, estearato de magnésio, laurilsulfato de sódio, croscarmelose sódica.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
O tratamento pode ser iniciado antes que os resultados dos testes de cultura ou outros testes laboratoriais sejam conhecidos. Entretanto, assim que estes resultados estiverem disponíveis, o tratamento anti-infeccioso deve ser ajustado adequadamente.
Fluconazol 150 mg está indicado para o tratamento das seguintes condições:
- Candidíase3 vaginal aguda e recorrente, e balanites por Candida, bem como profilaxia para reduzir a incidência4 de candidíase3 vaginal recorrente (três ou mais episódios por ano).
- Dermatomicoses5, incluindo Tinea pedis, Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea unguium (onicomicoses) e infecções6 por Candida.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Candidíase3 Vaginal
O fluconazol (150 mg, dose única oral) é tão efetivo quanto o clotrimazol (200 mg, intravaginal, por 3 dias) para o tratamento de candidíase3 vaginal, segundo estudo randomizado7 que envolveu 369 mulheres. Após 16 dias a taxa de cura clínica foi de 99% e 97% e de cura microbiológica8 de 85% e 81%, respectivamente. Após 27 a 62 dias a taxa de cura microbiológica8 também se manteve significantemente maior no grupo que usou o fluconazol (72% vs 62%)1.
Em outro trabalho, a eficácia do fluconazol (150 mg, dose única oral) em comparação ao clotrimazol (500 mg, intravaginal, dose única) também foi comprovada. Quarenta e três pacientes com candidíase3 vaginal foram avaliadas e após 8 dias do tratamento houve erradicação completa da Candida albicans em 87% das que usaram fluconazol contra 75% das que usaram clotrimazol. A reavaliação após 32 dias demonstrou a manutenção da erradicação do fungo9 em 87% e 60%, respectivamente. As pacientes tratadas com fluconazol apresentaram alívio mais rápido dos sintomas10.2
Resultado similar foi observado em um estudo que avaliou 471 mulheres com a posologia de fluconazol e clotrimazol igual a do trabalho anterior. Após sete dias do final do tratamento a taxa de cura foi de 82% com fluconazol e 76% com clotrimazol. A reavaliação após 28 dias mostrou taxas de 75% e 72%, respectivamente.3
Um estudo envolvendo 229 mulheres observou taxa de cura micológica similar entre fluconazol (150 mg oral, dose única), itraconazol (200 mg, dose única oral) e clotrimazol (creme vaginal a 1% ou supositório vaginal 500 mg). Estas taxas foram de 83%, 96% e 95%, respectivamente.4
Em comparação ao cetoconazol (200 mg/dia, 2 vezes ao dia, durante 5 dias), a dose única de fluconazol (150 mg) por via oral mostrou mesma efetividade em um estudo duplo-cego11 que envolveu 183 pacientes.5
Nenhuma diferença significativa de eficácia e segurança foi identificada na comparação entre fluconazol (150 mg via oral, dose única) com miconazol (1.200 mg intravaginal) em estudo duplo-cego11, randomizado12, controlado por placebo13 realizado em 99 pacientes com vaginite14 por Candida.6
Em 556 mulheres com vaginite14 por Candida recorrente ou severa, o fluconazol 300 mg por 3 dias é significativamente mais eficaz do que 150 mg pelo mesmo período.7
Dermatomicoses5
O fluconazol oral (150 mg, dose única) mostrou-se tão eficaz e seguro quanto o clotrimazol tópico15 (creme a 1%, 2 vezes ao dia por 2 a 4 semanas, ou 6 se Tinea pedis) em infecções6 fúngicas16 superficiais (incluindo Tinea corporis, Tinea cruris, Tinea pedis e candidíase3 cutânea17) segundo estudo realizado com 391 pacientes. A taxa de cura foi de 85% e 82%, respectivamente para Tinea corporis, 90% e 88% para Tinea cruris, 81% e 72% para Tinea pedis e de 100% nos dois grupos para candidíase3 cutânea17. Após 1 mês da última dose as taxas de cura mantidas foram de 75% no grupo com fluconazol e 80% no grupo com clotrimazol para Tinea corporis, 90% e 100% para Tinea cruris, 79% e 91% para Tinea pedis e de 100% e 71% para candidíase3 cutânea17.8
Em comparação com a griseofulvina (500 mg/dia por 4 a 6 semanas) o fluconazol (150 mg dose única diária, semanal) mostrou eficácia similar para o tratamento de 230 pacientes com dermatomicoses5. Após 6 semanas de tratamento de pacientes com Tinea corporis e Tinea cruris a taxa de cura foi de 74% nos usuários de fluconazol e 62% nos de griseofulvina.9
Referências Bibliográficas
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CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
Grupo Farmacoterapêutico: derivados triazólicos.
O fluconazol, um agente antifúngico triazólico, é um inibidor potente e específico da síntese fúngica18 de esteroides.
Foram relatados casos de superinfecção19 por outras espécies de Candida que não C. albicans, as quais muitas vezes não são suscetíveis ao fluconazol (por exemplo, Candida krusei). Esses casos podem requerer terapia antifúngica alternativa.
O fluconazol é altamente específico para as enzimas dependentes do citocromo fúngico20 P450.
Propriedades Farmacocinéticas
As propriedades farmacocinéticas do fluconazol são similares após administração por via intravenosa e oral. Após administração oral, o fluconazol é bem absorvido e os níveis plasmáticos (e biodisponibilidade sistêmica) estão acima de 90% dos níveis obtidos após administração intravenosa. A absorção oral não é afetada pela ingestão concomitante de alimentos. Em jejum, os picos de concentração plasmática ocorrem entre 0,5 e 1,5 hora após a dose, com meia-vida de eliminação plasmática de aproximadamente 30 horas. As concentrações plasmáticas são proporcionais à dose. Após 4 a 5 dias com doses diárias, são alcançados 90% dos níveis de equilíbrio (steady state).
A administração de uma dose de ataque (no Dia 1), equivalente ao dobro da dose diária usual, atinge níveis plasmáticos de aproximadamente 90% dos níveis de equilíbrio (steady state) no Dia 2. O volume aparente de distribuição aproxima-se do volume total corpóreo de água. A ligação às proteínas21 plasmáticas é baixa (11–12%).
O fluconazol apresenta boa penetração em todos os fluidos corpóreos estudados. Os níveis de fluconazol na saliva e escarro são semelhantes aos níveis plasmáticos. Em pacientes com meningite22 fúngica18, os níveis de fluconazol no fluído cérebro23-espinhal (FCE) são aproximadamente 80% dos níveis plasmáticos correspondentes.
Altas concentrações de fluconazol na pele24, acima das concentrações séricas, foram obtidas no extrato córneo, epiderme25 - derme26 e suor écrino. O fluconazol acumula no extrato córneo. Durante o tratamento com dose única diária de 50 mg, a concentração de fluconazol após 12 dias foi de 73 mcg/g e 7 dias depois do término do tratamento a concentração foi de 5,8 mcg/g. Em tratamento com dose única semanal de 150 mg, a concentração de fluconazol no extrato córneo no Dia 7 foi de 23,4 mcg/g e 7 dias após a segunda dose, a concentração ainda era de 7,1 mcg/g.
A concentração de fluconazol nas unhas27 após 4 meses de dose única semanal de 150 mg foi de 4,05 mcg/g em unhas27 saudáveis e de 1,8 mcg/g em unhas27 infectadas e o fluconazol ainda era detectável em amostras de unhas27 6 meses após o término do tratamento.
A principal via de excreção é a renal28, com aproximadamente 80% da dose administrada encontrada como fármaco29 inalterado na urina30. O clearance do fluconazol é proporcional ao clearance da creatinina31. Não há evidência de metabólitos32 circulantes.
A meia-vida longa de eliminação plasmática serve de suporte para a terapia de dose única para candidíase3 vaginal e dose única diária ou semanal para outras indicações.
Um estudo farmacocinético em 10 lactantes33, que pararam de amamentar temporária ou permanentemente seus lactentes34, avaliou as concentrações de fluconazol no plasma35 e no leite materno por 48 horas após uma dose única de 150 mg de fluconazol. O fluconazol foi detectado no leite materno em uma concentração média de aproximadamente 98% da do plasma35 materno. O pico médio da concentração de leite materno foi de 2,61 mg/L às 5,2 horas pós-dose.
Farmacocinética em Idosos
Um estudo farmacocinético foi conduzido em 22 indivíduos com 65 anos de idade ou mais, recebendo dose única oral de 50 mg de fluconazol. Dez desses indivíduos receberam diuréticos36 concomitantemente. A Cmáx foi de 1,54 µgg/mL e ocorreu 1,3 horas após a administração. A AUC37 média foi de 76,4 ± 20,3 µg.h/mL e a meia-vida terminal média foi de 46,2 horas. Esses valores dos parâmetros farmacocinéticos são maiores do que os valores análogos relatados em voluntários jovens, normais e do sexo masculino. A coadministração de diuréticos36 não alterou significativamente a AUC37 ou a Cmáx. Além disso, o clearance de creatinina31 (74 mL/min), a porcentagem de fármaco29 inalterado recuperado na urina30 (0 24 horas, 22%) e o clearance renal28 de fluconazol estimado (0,124 mL/min/kg) para os indivíduos idosos geralmente foram menores do que aqueles encontrados nos voluntários jovens. Assim, a alteração da disposição de fluconazol em indivíduos idosos parece estar relacionada à redução da função renal28 característica deste grupo. Um comparativo da meia-vida de eliminação terminal versus o clearance de creatinina31 de cada indivíduo, comparado à curva prevista de meia-vida - clearance de creatinina31 derivado de indivíduos normais e indivíduos com variação no grau de insuficiência renal38, indicou que 21 de 22 indivíduos caíram dentro da curva prevista de meia-vida - clearance de creatinina31 (limite de confiança de 95%). Esses resultados são consistentes com a hipótese de que valores maiores para os parâmetros farmacocinéticos observados em pacientes idosos, comparados com voluntários jovens normais do sexo masculino, são devidos à redução da função renal28 que é esperada nos pacientes idosos.
Dados de Segurança Pré-Clínicos Carcinogênese
O fluconazol não apresentou evidência de potencial carcinogênico em camundongos e ratos tratados por 24 meses com doses orais de 2,5; 5 ou 10 mg/kg/dia (aproximadamente 2 7 vezes maiores que a dose recomendada para humanos). Ratos machos tratados com 5 e 10 mg/kg/dia apresentaram um aumento na incidência4 de adenomas hepatocelulares.
Mutagênese
O fluconazol, com ou sem ativação metabólica, apresentou resultado negativo em testes para mutagenicidade em quatro cepas39 de Salmonella typhimurium e na linhagem de linfoma40 L5178Y de camundongos. Estudos citogenéticos in vivo (células da medula óssea41 de murinos, seguido de administração oral de fluconazol) e in vitro (linfócitos humanos expostos a 1.000 μg/mL de fluconazol) não demonstraram evidências de mutações cromossômicas.
Alterações na Fertilidade
O fluconazol não afetou a fertilidade de ratos machos ou fêmeas tratados oralmente com doses diárias de 5 mg/kg, 10 mg/kg ou 20 mg/kg ou doses parenterais de 5 mg/kg, 25 mg/kg ou 75 mg/kg, embora o início do trabalho de parto tenha sido levemente retardado com doses orais de 20 mg/kg. Em um estudo perinatal intravenoso com ratos e doses de 5 mg/kg, 20 mg/kg e 40 mg/kg, foram observados distocia e prolongamento do parto em algumas fêmeas com dose de 20 mg/kg (aproximadamente 5 15 vezes maior que a dose recomendada para humanos) e 40 mg/kg, mas não com 5 mg/kg. Os distúrbios no parto foram refletidos por um leve aumento no número de filhotes natimortos e redução da sobrevivência42 neonatal nestes níveis de dose. Os efeitos no parto em ratos se mostraram consistentes com a propriedade espécie-específica de diminuir o estrógeno43, produzida por altas doses de fluconazol. Esta modificação hormonal não foi observada em mulheres tratadas com fluconazol (vide subitem “Propriedades Farmacodinâmicas”).
CONTRAINDICAÇÕES
O fluconazol 150 mg não deve ser utilizado em pacientes com conhecida sensibilidade ao fármaco29, a compostos azólicos ou a qualquer componente da fórmula.
A coadministração com terfenadina é contraindicada a pacientes recebendo doses múltiplas de fluconazol de 400 mg/dia ou mais baseada em um estudo de interação com doses múltiplas. A coadministração de outros fármacos que conhecidamente prolongam o intervalo QT e que são metabolizados através das enzimas da CYP3A4, como cisaprida, astemizol, eritromicina, pimozida e quinidina, é contraindicada em pacientes que recebem fluconazol (vide itens 5. Advertências e Precauções e 6. Interações Medicamentosas).
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
O fluconazol 150 mg deve ser administrado com cautela a pacientes com disfunção hepática44.
O fluconazol tem sido associado a raros casos de toxicidade45 hepática44 grave incluindo fatalidades, principalmente em pacientes com enfermidade de base grave. Em casos de hepatotoxicidade46 associada ao fluconazol, não foi observada qualquer relação com a dose total diária, duração do tratamento, sexo ou idade do paciente. A hepatotoxicidade46 causada pelo fluconazol geralmente tem sido reversível com a descontinuação do tratamento.
Pacientes que apresentam testes de função hepática44 anormais durante o tratamento com fluconazol devem ser monitorados para verificar o desenvolvimento de danos hepáticos mais graves. O fluconazol deve ser descontinuado se houver o aparecimento de sinais47 clínicos ou sintomas10 relacionados ao desenvolvimento de danos hepáticos que possam ser atribuídos ao fluconazol.
Alguns pacientes têm desenvolvido raramente reações cutâneas48 esfoliativas durante o tratamento com fluconazol, tais como síndrome de Stevens-Johnson49 e necrólise epidérmica tóxica50. Pacientes portadores do vírus51 HIV52 são mais predispostos a desenvolver reações cutâneas48 graves a diversos fármacos. Caso os pacientes sob tratamento de infecções6 fúngicas16 superficiais desenvolvam rash53 cutâneo54 que seja considerado atribuível ao fluconazol, o medicamento deve ser descontinuado. Pacientes com infecções6 fúngicas16 sistêmicas/invasivas que desenvolveram rashes cutâneos devem ser monitorados, sendo que o fluconazol deve ser descontinuado se ocorrerem lesões55 bolhosas ou eritemas56 multiformes.
A coadministração de fluconazol em doses menores que 400 mg/dia com terfenadina deve ser cuidadosamente monitorado (vide itens 4. Contraindicações e 6. Interações Medicamentosas).
Em raros casos, assim como ocorre com outros azólicos, tem sido relatada anafilaxia57.
Alguns azólicos, incluindo o fluconazol, foram associados ao prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma58. O fluconazol causa o prolongamento do intervalo QT através da inibição da corrente do canal de potássio retificador (Ikr). O prolongamento do intervalo QT causado por outros medicamentos (como a amiodarona) pode ser amplificado através da inibição do citocromo P450 (CYP) 3A4 (vide item 6. Interações Medicamentosas). Durante o período pós-comercialização, ocorreram casos muito raros de prolongamento do intervalo QT e Torsade de Pointes em pacientes recebendo fluconazol. Estes relatos incluíram pacientes gravemente doentes com vários fatores de riscos concomitantes que podem ter contribuído para a ocorrência destes eventos, tais como doença estrutural do coração59, anormalidades de eletrólitos60 e uso de medicamentos concomitantes. Os pacientes com hipocalemia61 e insuficiência cardíaca62 avançada apresentam um risco aumentado de ocorrência de arritmias63 ventriculares e Torsade de Pointes com risco de vida.
O fluconazol deve ser administrado com cuidado a pacientes com essas condições potencialmente pró-arrítmicas.
O fluconazol deve ser administrado com cautela a pacientes com disfunção renal28 (vide item 8. Posologia e Modo de Usar).
O fluconazol é um inibidor moderado da CYP2C9 e um inibidor moderado da CYP3A4. O fluconazol é também um inibidor da isoenzima CYP2C19. Pacientes tratados com fluconazol que são tratados concomitantemente com fármacos com uma janela terapêutica64 estreita que são metabolizados pela CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4 devem ser monitorados (vide item 6. Interações Medicamentosas).Insuficiência65 adrenal tem sido relatada em pacientes recebendo outros azóis (por exemplo, cetoconazol).
Casos reversíveis de insuficiência65 adrenal foram relatados em pacientes recebendo fluconazol.
O fluconazol cápsulas contém lactose1 e não deve ser administrado a pacientes com problemas congênitos66 raros de intolerância à galactose67, deficiência de lactose1 de Lapp ou má-absorção de glicose68-galactose67.
FERTILIDADE, GRAVIDEZ69 E LACTAÇÃO70
Uso Durante a Gravidez69
O uso durante a gravidez69 deve ser evitado, exceto em pacientes com infecções6 fúngicas16 graves ou potencialmente fatais, nas quais o fluconazol pode ser usado se o benefício superar o possível risco para o feto71.
Devem ser consideradas medidas contraceptivas eficazes nas mulheres em idade fértil que devem continuar durante todo o período de tratamento e durante aproximadamente uma semana (5 a 6 meia-vidas) após a dose final.
Houve relatos de aborto espontâneo e anormalidades congênitas72 em lactentes34 cujas mães foram tratadas com 150 mg de fluconazol como dose única ou repetida no primeiro trimestre.
Existem relatos de anormalidades múltiplas congênitas72 em crianças cujas mães foram tratadas para coccidioidomicose, com altas doses (400 mg/dia a 800 mg/dia) de fluconazol por 3 meses ou mais. A relação entre o uso de fluconazol e esses eventos não está definida. Efeitos adversos fetais foram observados em animais apenas com altos níveis de dose associados à toxicidade45 materna. Não houve efeitos nos fetos com doses de 5 mg/kg ou 10 mg/kg; aumentos de variantes anatômicas (costelas73 supranumerárias, dilatação da pelve renal74) e retardo de ossificação no feto71 foram observados com doses de 25 mg/kg e 50 mg/kg ou doses maiores. Com doses variando de 80 mg/kg (aproximadamente 20 60 vezes a dose recomendada para humanos) a 320 mg/kg, a embrioletalidade em ratos foi aumentada e anormalidades fetais incluíram ondulação de costelas73, fissura75 palatina e ossificação craniofacial anormal. Esses efeitos são consistentes com a inibição da síntese de estrógeno43 em ratos e podem ser resultado dos efeitos conhecidos de queda de estrógeno43 durante a gravidez69, organogênese e durante o parto.
Relatos de casos descrevem um padrão característico e raro de malformações76 congênitas72 entre as crianças cujas mães receberam doses elevadas (400–800 mg/dia) de fluconazol durante maior parte ou todo o primeiro trimestre de gravidez69. As características observadas nessas crianças incluem braquicefalia77, fácies anormal, desenvolvimento anormal calvária, fenda palatina, fêmur78 curvando, costelas73 e ossos longos79 finos, artrogripose80, e doença cardíaca congênita81.
O fluconazol 150 mg é um medicamento classificado na categoria C de risco na gravidez69. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Uso Durante a Lactação70
O fluconazol é encontrado no leite materno em concentrações semelhantes às do plasma35 (vide item 3. Características Farmacológicas - Propriedades
Farmacocinéticas). Desta maneira, seu uso em mulheres lactantes33 não é recomendado. A meia-vida de eliminação pelo leite materno aproxima-se da meia-vida de eliminação plasmática de 30 horas. A dose diária estimada de fluconazol para lactentes34 pelo leite materno (assumindo um consumo médio de leite de 150 mL/kg/dia) baseado no pico médio da concentração de leite é de 0,39 mg/kg/dia, que é de aproximadamente 40% da dose neonatal recomendada (< 2 semanas de idade) ou 13% da dose recomendada para lactentes34 para candidíase3 de mucosa82.
A amamentação83 não é recomendada após o uso repetido ou após altas doses de fluconazol. Os benefícios para o desenvolvimento e saúde2 da amamentação83 devem ser considerados junto com a necessidade clínica da mãe por fluconazol e quaisquer potenciais efeitos adversos na criança amamentada a partir do fluconazol ou a partir de condições maternas fundamentais.
Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas
Ao dirigir veículos ou operar máquinas deve-se levar em consideração que ocasionalmente podem ocorrer tonturas84 ou convulsões.
Atenção: Este medicamento contém AÇÚCAR85, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes86.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
As seguintes interações medicamentosas relacionam-se ao uso de doses múltiplas de fluconazol e a relevância para dose única de fluconazol é desconhecida.
O uso concomitante com os fármacos a seguir é contraindicado:
cisaprida: foram relatados eventos cardíacos incluindo Torsade de Pointes, em pacientes recebendo fluconazol concomitantemente com cisaprida. Um estudo controlado concluiu que o tratamento concomitante com fluconazol 200 mg uma vez ao dia e 20 mg de cisaprida quatro vezes por dia produziu um aumento significante nos níveis plasmáticos de cisaprida e no prolongamento do intervalo QTc. A coadministração de fluconazol e cisaprida é contraindicada em pacientes recebendo fluconazol. (vide item 4. Contraindicações).
terfenadina: foram realizados estudos de interação devido a ocorrência de disritmias cardíacas sérias secundárias ao prolongamento do intervalo QTc em pacientes recebendo antifúngicos azólicos juntamente com terfenadina. Um estudo na dose diária de 200 mg de fluconazol não conseguiu demonstrar um prolongamento do intervalo QTc. Um outro estudo na dose diária de 400 mg e 800 mg de fluconazol demonstrou que fluconazol tomado em doses de 400 mg/dia ou mais aumenta significativamente os níveis plasmáticos de terfenadina quando tomada concomitantemente. O uso combinado de fluconazol em doses de 400 mg ou mais com terfenadina é contraindicado (vide item 4. Contraindicações). A coadministração de fluconazol em doses menores que 400 mg/dia com terfenadina deve ser monitorada cuidadosamente.
astemizol: a administração concomitante de fluconazol com astemizol pode reduzir o clearance de astemizol. As concentrações plasmáticas aumentadas de astemizol resultantes podem levar ao prolongamento do intervalo QT e raras ocorrências de Torsade de Pointes. A coadministração de fluconazol e astemizol é contraindicada (vide item 4. Contraindicações).
pimozida: apesar de não estudada in vitro ou in vivo, a administração concomitante de fluconazol com pimozida pode resultar em inibição do metabolismo87 de pimozida. Concentrações plasmáticas aumentadas de pimozida podem levar a um prolongamento do intervalo QT e a raras ocorrências de Torsade de Pointes. A coadministração de fluconazol e pimozida é contraindicada (vide item 4. Contraindicações).
quinidina: embora não estudada in vitro ou in vivo, a administração concomitante de fluconazol com a quinidina pode resultar na inibição do metabolismo87 da quinidina. O uso de quinidina tem sido associado com prolongamento do intervalo QT e a ocorrências raras de Torsade de Pointes. A administração concomitante de fluconazol e quinidina é contraindicada (vide item 4. Contraindicações).
eritromicina: o uso concomitante de fluconazol e eritromicina tem o potencial de aumentar o risco de cardiotoxicidade (intervalo QT prolongado, Torsade de Pointes) e, consequentemente, morte cardíaca súbita. Esta combinação deve ser evitada (vide item 4. Contraindicações).
O uso concomitante que deve ser usado com cautela:
amiodarona: a administração concomitante de fluconazol com amiodarona pode aumentar o prolongamento do intervalo QT. Deve-se ter cautela se
o uso concomitante de fluconazol e amiodarona for necessário, especialmente com alta dose de fluconazol (800 mg).
O uso concomitante com os fármacos a seguir requer precauções e ajustes de dose:
Efeito de outros fármacos sobre o fluconazol:
- hidroclorotiazida: em um estudo de interação farmacocinética, a coadministração de doses múltiplas de hidroclorotiazida em voluntários sadios que estavam recebendo fluconazol aumentou a concentração plasmática deste último fármaco29 em 40%. Um efeito desta magnitude não deve requerer uma mudança na posologia de fluconazol em pacientes recebendo diuréticos36 concomitantes.
- rifampicina: a administração concomitante de fluconazol e rifampicina resultou em uma redução de 25% na área sob a curva concentração versus tempo (AUC37) e meia-vida 20% menor de fluconazol. Em pacientes que estejam recebendo terapia concomitante à rifampicina deve ser considerado um aumento da dose de fluconazol.
Efeito de fluconazol sobre outros fármacos: O fluconazol é um inibidor moderado das isoenzimas 2C9 e 3A4 do citocromo P450 (CYP). O fluconazol também é um inibidor da isoenzima CYP2C19. Além das interações observadas/documentadas mencionadas abaixo, existe um risco de aumento das concentrações plasmáticas de outros compostos metabolizados pela CYP2C9, pela CYP2C19 e pela CYP3A4 que sejam coadministrados com o fluconazol. Por isto deve-se ter cautela ao usar estas combinações e o paciente deve ser monitorado com cuidado. O efeito inibidor enzimático do fluconazol persiste por 4 a 5 dias após a descontinuação do tratamento de fluconazol por causa da meia-vida longa do fluconazol (vide item 4. Contraindicações).
- alfentanila: um estudo observou uma redução do clearance e do volume de distribuição, bem como um prolongamento do t1/2 da alfentanila após tratamento concomitante com fluconazol. Um possível mecanismo de ação é a inibição da CYP3A4 pelo fluconazol. Pode ser necessário um ajuste da dose de alfentanila.
- amitriptilina, nortriptilina: o fluconazol aumenta o efeito da amitriptilina e da nortriptilina. 5-nortriptilina e/ou S-amitriptilina podem ser determinadas no início do tratamento combinado e após 1 semana. A dose da amitriptilina/nortriptilina deve ser ajustada, se necessário.
- anfotericina B: a administração concomitante de fluconazol e anfotericina B em camundongos infectados normais e em camundongos
- imunodeprimidos apresentou os seguintes resultados: um pequeno efeito antifúngico aditivo na infecção88 sistêmica por Candida albicans, nenhuma interação na infecção88 intracraniana com Cryptococcus neoformans e antagonismo dos dois fármacos na infecção88 sistêmica com Aspergillus fumigates. O significado clínico dos resultados obtidos nestes estudos é desconhecido.
- anticoagulantes89: em um estudo de interação, o fluconazol aumentou o tempo de protrombina90 (12%) após a administração de varfarina em voluntários sadios do sexo masculino. Durante o período pós-comercialização, assim como outros antifúngicos azólicos, foram relatados eventos hemorrágicos91 (hematoma92, epistaxe93, sangramento gastrintestinal, hematúria94 e melena95) em associação ao aumento no tempo de protrombina90 em pacientes recebendo fluconazol concomitantemente com a varfarina. O tempo de protrombina90 em pacientes recebendo anticoagulantes89 do tipo cumarínicos ou indandiona deve ser cuidadosamente monitorado. Pode ser necessário ajuste de dose desses anticoagulantes89.
- azitromicina: um estudo com três braços do tipo crossover, aberto, randomizado12 em 18 voluntários saudáveis avaliou os efeitos da azitromicina, 1.200 mg em dose única oral, sobre a farmacocinética de fluconazol, 800 mg em dose única oral, assim como os efeitos de fluconazol sobre a farmacocinética de azitromicina. Não houve interações significativas entre a farmacocinética de fluconazol e azitromicina.
- benzodiazepínicos (ação curta): logo após a administração oral de midazolam, o fluconazol resultou em um aumento substancial na concentração e nos efeitos psicomotores do midazolam. Esse efeito sobre o midazolam parece ser mais pronunciado após administração oral de fluconazol quando comparado à administração intravenosa. Se pacientes tratados com fluconazol necessitarem de uma terapia concomitante com um benzodiazepínico, deve ser considerada uma diminuição na dose do benzodiazepínico e os pacientes devem ser apropriadamente monitorados.
O fluconazol aumenta a AUC37 de triazolam (dose única) em aproximadamente 50%, a Cmáx em 20% a 32% e aumenta a t1/2 em 25% a 50% devido à inibição do metabolismo87 de triazolam. Podem ser necessários ajustes da dose de triazolam. - carbamazepina: o fluconazol inibe o metabolismo87 da carbamazepina e foi observado um aumento de 30% na carbamazepina sérica. Existe o risco de desenvolvimento de toxicidade45 da carbamazepina. Podem ser necessários ajustes da dose da carbamazepina dependendo de determinações da concentração/efeito.
- bloqueadores do canal de cálcio: determinados antagonistas de canal de cálcio di-hidropiridínicos (nifedipino, isradipino, anlodipino, verapamil e felodipino) são metabolizados pela CYP3A4. O fluconazol possui o potencial de aumentar a exposição sistêmica dos antagonistas do canal de cálcio. É recomendado o monitoramento frequente de eventos adversos.
- celecoxibe: durante o tratamento concomitante com fluconazol (200 mg diários) e celecoxibe (200 mg) a Cmáx e a AUC37 de celecoxibe aumentaram em 68% e 134%, respectivamente. Pode ser necessária a metade da dose de celecoxibe quando combinado com fluconazol.
- ciclosporina: o fluconazol aumenta significativamente a concentração e a AUC37 da ciclosporina. Esta combinação pode ser usada reduzindo a dose da ciclosporina, dependendo da concentração da ciclosporina.
- ciclofosfamida: o tratamento combinado de ciclofosfamida e fluconazol resulta em um aumento da bilirrubina96 sérica e da creatinina31 sérica. A combinação pode ser usada tendo consideração maior para o risco de bilirrubina96 sérica e creatinina31 sérica aumentadas.
- fentanila: foi relatado um caso fatal de possível interação entre fentanila e fluconazol. O autor considerou que o paciente faleceu de intoxicação por fentanila. Além disto, em um estudo cruzado randomizado12 com 12 voluntários saudáveis, foi mostrado que o fluconazol retardou significativamente a eliminação da fentanila. A concentração elevada de fentanila pode levar à depressão respiratória.
- halofantrina: o fluconazol pode aumentar a concentração plasmática de halofantrina devido a um efeito inibitório sobre a CYP3A4.
- inibidores da HMG-CoA redutase: o risco de miopatia97 e rabdomiólise98 aumenta quando fluconazol é coadministrado com inibidores da HMG-CoA redutase metabolizados pela CYP3A4, como a atorvastatina e a sinvastatina ou pela CYP2C9, como a fluvastatina. Se o tratamento concomitante for necessário, o paciente deve ser observado em relação a sintomas10 de miopatia97 e rabdomiólise98 e a creatina quinase deve ser monitorada. Inibidores da HMG-CoA redutase devem ser descontinuados se for observado um aumento marcante da creatina quinase ou houver diagnóstico99 ou suspeita de miopatia97/rabdomiólise98.
- losartana: fluconazol inibe o metabolismo87 de losartana a seu metabólito100 ativo (E-31 74), que é responsável pela maior parte do antagonismo do receptor de angiotensina II, que ocorre durante o tratamento com losartana. Os pacientes devem ter a sua pressão arterial101 monitorada continuamente.
- metadona: fluconazol pode aumentar a concentração sérica da metadona. Pode ser necessário ajuste da dose de metadona.
- fármacos anti-inflamatórios não esteroides: a Cmáx e a AUC37 de flurbiprofeno foram aumentadas em 23% e 81%, respectivamente, quando coadministrado com fluconazol comparado com a administração de flurbiprofeno sozinho. Do mesmo modo, a Cmáx e a AUC37 do isômero farmacologicamente ativo [S-(+)-ibuprofeno] foram aumentadas em 15% e 82%, respectivamente, quando fluconazol foi coadministrado com ibuprofeno racêmico102 (400 mg) comparado com a administração de ibuprofeno racêmico102 sozinho.
Apesar de não estudado especificamente, o fluconazol possui o potencial de aumentar a exposição sistêmica de outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) que são metabolizados pela CYP2C9 (por exemplo, naproxeno, lomoxicam, meloxicam, diclofenaco). Recomenda-se monitoramento frequente de eventos adversos e da toxicidade45 relacionada aos AINEs. Pode ser necessário ajuste da dose dos AINEs. olaparibe: inibidores moderados de CYP3A4, tais como o fluconazol, aumentam as concentrações plasmáticas de olaparibe. O uso concomitante não é recomendado. Se a combinação não puder ser evitada, limitar a dose de olaparibe a 200 mg duas vezes ao dia.
- contraceptivos orais: dois estudos de farmacocinética com um contraceptivo oral combinado foram realizados utilizando doses múltiplas de fluconazol. Não houve efeitos relevantes no nível hormonal no estudo de 50 mg de fluconazol, enquanto que com 200 mg diários, as AUCs de etinilestradiol e levonorgestrel foram aumentadas em 40% e 24%, respectivamente. Assim, é improvável que o uso de doses múltiplas de fluconazol nestas doses possa ter efeito na eficácia do contraceptivo oral combinado.
- fenitoína: o fluconazol inibe o metabolismo87 hepático da fenitoína. Na coadministração, os níveis da concentração sérica da fenitoína devem ser monitorados para evitar a toxicidade45 pela fenitoína.
- prednisona: houve um relato de caso que um paciente com fígado103 transplantado tratado com prednisona desenvolveu insuficiência65 adrenocortical aguda quando um tratamento de três meses com fluconazol foi descontinuado. A descontinuação de fluconazol presumidamente causou uma atividade aumentada da CYP3A4 que levou a um metabolismo87 aumentado da prednisona. Pacientes em tratamento de longo prazo com fluconazol e prednisona devem ser monitorados cuidadosamente para insuficiência65 adrenocortical quando fluconazol é descontinuado.
- rifabutina: existem relatos de que há uma interação quando o fluconazol é administrado concomitantemente com a rifabutina, levando a um aumento nos níveis séricos da rifabutina, levando a um aumento no níveis séricos de rifabutina de até 80%. Existem relatos de uveíte104 em pacientes nos quais a rifabutina e o fluconazol estavam sendo coadministrados. Pacientes recebendo ambos os fármacos concomitantemente devem ser cuidadosamente monitorados.
- saquinavir: fluconazol aumenta a AUC37 de saquinavir em aproximadamente 50%, a Cmáx em aproximadamente 55% e diminui o clearance de saquinavir em aproximadamente 50% por causa da inibição do metabolismo87 hepático de saquinavir pela CYP3A4 e a inibição da P-glicoproteína. Podem ser necessários ajustes da dose de saquinavir.
- sirolimo: fluconazol aumenta as concentrações plasmáticas de sirolimo presumivelmente por inibição do metabolismo87 de sirolimo pela CYP3A4 e pela P-glicoproteína. Esta combinação pode ser usada com um ajuste da dose de sirolimo dependendo das determinações de efeito/concentração. sulfonilureias105: foi mostrado que o fluconazol prolonga a meia-vida sérica de sulfonilureias105 orais administradas concomitantemente (por exemplo, clorpropamida106, glibenclamida, glipizida107, tolbutamida) em voluntários saudáveis. Recomenda-se monitoramento frequente da glicemia108 e redução adequada da dose de sulfonilureia durante a coadministração.
- tacrolimo: o fluconazol pode aumentar as concentrações séricas de tacrolimo administrado por via oral em até 5 vezes por causa da inibição do metabolismo87 do tacrolimo pela CYP3A4 no intestino. Não foram observadas alterações farmacocinéticas significativas quando tacrolimo é administrado por via intravenosa. Níveis aumentados de tacrolimo foram associados com nefrotoxicidade109. A dose de tacrolimo administrado por via oral deve ser reduzida dependendo da concentração de tacrolimo.
- teofilina: em um estudo de interação placebo13-controlado, a administração de 200 mg diários de fluconazol durante 14 dias resultou numa redução de 18% na média da taxa do clearance plasmático de teofilina. Pacientes que estejam recebendo altas doses de teofilina, ou que estejam sob risco elevado de toxicidade45 à teofilina, deverão ser observados quanto aos sinais47 de toxicidade45 à mesma enquanto estiverem recebendo fluconazol. Se houver o desenvolvimento de sinais47 de toxicidade45, deve ser feita uma alteração apropriada da terapia.
- tofacitinibe: a exposição do tofacitinibe é aumentada quando o tofacitinibe é coadministrado com medicamentos que resultam em inibição moderada do CYP3A4 e inibição de CYP2C19 (por exemplo, o fluconazol). Pode ser necessário um ajuste da dose de tofacitinibe.
- alcaloides da vinca: apesar de não estudado, o fluconazol pode aumentar os níveis plasmáticos dos alcaloides da vinca (por exemplo, vincristina e vimblastina) e levar à neurotoxicidade, possivelmente por causa de um efeito inibitório na CYP3A4.
- vitamina110 A: baseado em um relato de caso em um paciente recebendo tratamento combinado com ácido retinoico todo-trans (uma forma ácida da vitamina110 A) e fluconazol, efeitos adversos relacionados ao sistema nervoso central111 (SNC112) se desenvolveram na forma de um pseudotumor cerebral que desapareceu após a descontinuação do tratamento com fluconazol. Esta combinação pode ser usada, mas a incidência4 de efeitos indesejados relacionados ao SNC112 deve ser mantida em mente.
- voriconazol (inibidor da CYP2C9, CYP2C19 e CYP3A4): a administração concomitante de voriconazol oral (400 mg a cada 12 horas durante 1 dia, seguida de 200 mg a cada 12 horas, durante 2,5 dias) e fluconazol oral (400 mg no Dia 1, seguida de 200 mg a cada 24 horas por 4 dias) a 8 homens saudáveis resultou em um aumento na Cmáx, e AUC37, de voriconazol em uma média de 57% (90% CI: 20%, 107%) e 79% (90% CI: 40%, 128%), respectivamente. Em um estudo clínico follow-on que envolveu oito homens saudáveis, a redução da dose e/ou frequência de voriconazol e fluconazol não eliminou ou diminuiu este efeito. A administração concomitante de voriconazol e fluconazol em qualquer dose não é recomendadA.
- zidovudina: o fluconazol aumenta a Cmáx e a AUC37 da zidovudina em 84% e 74%, respectivamente, por causa de uma redução de aproximadamente 45% no clearance da zidovudina oral. Da mesma forma a meia-vida da zidovudina foi prolongada em aproximadamente 128% após tratamento combinado com fluconazol. Pacientes recebendo esta combinação devem ser monitorados em relação ao desenvolvimento de reações adversas relacionadas à zidovudina. Pode ser considerada redução da dose de zidovudina.
Estudos de interação demonstraram que quando fluconazol é administrado por via oral concomitantemente com alimentos, cimetidina, antiácidos113 ou após irradiação corporal total devido a transplante de medula óssea114, não ocorre alteração clinicamente significativa na absorção deste agente. Deve-se considerar que, embora estudos de interações medicamentosas com outros fármacos não tenham sido realizados, tais interações podem ocorrer.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. Pode ser utilizado por 24 meses a partir da data de fabricação.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original. Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Características físicas e organolépticas do produto
Cápsula de gelatina dura, na cor azul, contendo granulado branco.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
As cápsulas deverão ser ingeridas inteiras.
Para dermatomicoses5, Tinea pedis, Tinea corporis, Tinea cruris e infecções6 por Candida, deve ser administrada 1 dose oral única semanal de fluconazol 150 mg. A duração do tratamento geralmente é de 2 a 4 semanas, mas nos casos de Tinea pedis poderá ser necessário um tratamento de até 6 semanas. Para tinha ungueal115 (onicomicoses), é recomendada 1 dose única semanal de fluconazol 150 mg. O tratamento deve ser continuado até que a unha infectada seja totalmente substituída pelo crescimento. A substituição das unhas das mãos116 pode levar de 3 a 6 meses e a dos pés de 6 a 12 meses. Entretanto, a velocidade de crescimento das unhas27 está sujeita a uma grande variação individual e de acordo com a idade. Após um tratamento eficaz de longa duração de infecções6 crônicas, as unhas27 podem, ocasionalmente, permanecer deformadas.
Para o tratamento de candidíase3 vaginal, deve ser administrada 1 dose única oral de fluconazol 150 mg.
Para reduzir a incidência4 de candidíase3 vaginal recorrente, deve-se utilizar dose única mensal de fluconazol 150 mg. A duração do tratamento deve ser individualizada, mas varia de 4 a 12 meses. Algumas pacientes podem necessitar de um regime de dose mais frequente.
Para balanite por Candida, deve ser administrada 1 dose única oral de fluconazol 150 mg.
AO ADMINISTRAR FLUCONAZOL A ABSORÇÃO ORAL É RÁPIDA E QUASE COMPLETA.
Uso em Crianças
Dose única de fluconazol 150 mg não é recomendado para crianças menores de 18 anos de idade, exceto sob supervisão médica.
Uso em Idosos
Quando não há evidência de insuficiência renal38, a dosagem normal recomendada deve ser adaptada. Para pacientes117 com insuficiência renal38, (clearance de creatinina31 ≤ 50 mL/min), a tabela de ajuste de dosagem está descrita abaixo.
Uso em Pacientes com Insuficiência Renal38
O fluconazol 150 mg é excretado predominantemente de forma inalterada na urina30. Não são necessários ajustes na terapia com dose única. Em pacientes com insuficiência renal38 que utilizarão doses múltiplas de fluconazol, uma dose inicial de 50 mg a 400 mg pode ser adotada. Após a dose inicial, a dose diária (de acordo com a indicação) deve ser administrada conforme descrito na Tabela 1:
Tabela 1. Dose diária
Clearance de Creatinina31 (mL/min) |
Dose Recomendada (%) |
> 50 |
100 |
≤ 50 (sem diálise118) |
50 |
Hemodiálise119 |
100 após cada hemodiálise119 |
Os pacientes submetidos à hemodiálise119 devem receber 100% da dose recomendada após cada hemodiálise119; em dias sem diálise118, os pacientes devem receber uma dose reduzida de acordo com seu clearance de creatinina31.
Administração
O fluconazol é administrado por via oral (cápsulas).
Instruções do Esquecimento da Dose
Caso o paciente se esqueça de utilizar fluconazol 150 mg no horário estabelecido, ele deve fazê-lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de administrar a próxima dose, o paciente deve desconsiderar a dose esquecida e utilizar apenas a próxima. Neste caso, o paciente não deve utilizar a dose duplicada para compensar a dose esquecida.
O esquecimento da dose pode comprometer a eficácia do tratamento.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
O fluconazol 150 mg geralmente é bem tolerado.
Em alguns pacientes, especialmente naqueles com doenças subjacentes sérias, como portadores do vírus51 HIV52 e câncer120, foram observadas alterações na função renal28 e hematológica e anormalidades hepáticas121 (vide item 5. Advertências e Precauções) durante o tratamento com fluconazol e agentes comparativos, mas a significância clínica e a relação com o tratamento são incertas.
Os seguintes efeitos indesejáveis foram observados e relatados durante o tratamento com fluconazol com as seguintes frequências:
As reações podem ser classificadas em:
Categoria |
Frequência |
Muito comum |
≥ 10% |
Comum |
≥ 1% e < 10% |
Incomum |
≥ 0,1% e < 1% |
Raro |
≥ 0,01% e < 0,1% |
Muito raro |
< 0,01% |
Desconhecida |
Não pode ser estimada pelos dados disponíveis |
Classe de Sistema de Órgão |
Frequência |
Reações Adversas |
Distúrbios do sangue122 e sistema linfático123 |
rara |
agranulocitose124, leucopenia125, neutropenia126, trombocitopenia127 |
Distúrbios do sistema imunológico128 |
rara |
anafilaxia57, angioedema129 |
Distúrbios metabólicos e nutricionais |
rara |
hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia130, hipocalemia61 |
Distúrbios psiquiátricos |
incomum |
insônia, sonolência |
Distúrbios do sistema nervoso131 |
comum |
cefaleia132 |
incomum |
convulsões, tontura133, parestesia134, alteração do sabor |
|
rara |
tremores |
|
Distúrbios auditivos e do labirinto135 |
incomum |
Vertigem136 |
Distúrbios cardíacos |
rara |
Torsade de Pointes, prolongamento QT |
Distúrbios gastrointestinais |
comum |
dor abdominal, diarreia137, náusea138, vômitos139 |
incomum |
dispepsia140, flatulência, boca141 seca |
|
Distúrbios hepatobiliares142 |
comum |
aumento da alanina aminotransferase, aumento da aspartato aminotransferase, aumento da fosfatase alcalina143 sanguínea |
incomum |
colestase144, icterícia145, aumento da bilirrubina96 |
|
rara |
Toxicidade45 hepática44, incluindo casos raros de fatalidades, insuficiência hepática146, necrose147 hepatocelular, hepatite148, danos hepatocelulares |
|
Distúrbios da pela e tecido subcutâneo149 |
comum |
rash53 cutâneo54 |
incomum |
prurido150, urticária151, aumento da sudorese152, erupção153 medicamentosaa |
|
rara |
necrólise epidérmica tóxica50, síndrome de Stevens-Johnson49, pustulose exantematosa generalizada aguda, dermatite154 esfoliativa, edema155 facial, alopecia156 |
|
|
não conhecida |
Reação ao medicamento com eosinofilia157 e sintomas10 sistêmicos158 (DRESS) |
Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo159 |
incomum |
mialgia160 |
Distúrbios gerais e condições no local de administração |
incomum |
fadiga161, mal-estar, astenia162, febre163 |
a incluindo erupção153 medicamentosa fixa
População Pediátrica
O padrão e a incidência4 de eventos adversos e anormalidades laboratoriais registrados durante ensaios clínicos164 pediátricos são comparáveis aos observados em adultos.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
SUPERDOSE
Há relatos de superdose com fluconazol acompanhados por alucinações165 e comportamento paranoide.
Quando ocorrer superdose, o tratamento sintomático166 pode ser adotado, incluindo, se necessário, medidas de suporte e lavagem gástrica167. O fluconazol é amplamente excretado na urina30; a diurese168 forçada deverá aumentar a taxa de eliminação. Uma sessão de hemodiálise119 de 3 horas diminui os níveis plasmáticos em aproximadamente 50%.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
Registro M.S. Nº: 1.0235.0578
Farmacêutico Responsável: Dra. Telma Elaine Spina CRF SP 22.234
Registrado por:
EMS S/A
Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, Km 08
Bairro Chácara Assay
CEP: 13.186 901 - Hortolândia/SP
CNPJ: 57.507.378/0003 65
Indústria Brasileira
Fabricado e Embalado por:
EMS S/A. Hortolândia/SP
Ou
Fabricado por:
Novamed Fabricação de Produtos Farmacêuticos Ltda. Manaus/AM
Embalado por:
EMS S/A. Hortolândia/SP
SAC 0800 191914