

Ansitec (Bula do profissional de saúde)
LIBBS FARMACÊUTICA LTDA
IDENTIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO
Ansitec®
cloridrato de buspirona
Comprimidos 5 mg e 10 mg
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO:
Comprimidos 5 mg: embalagens com 8, 20, 60 e 90 comprimidos.
Comprimidos 10 mg: embalagens com 20, 60 e 90 comprimidos.
USO ORAL
USO ADULTO (maiores de 18 anos de idade)
COMPOSIÇÃO:
Cada comprimido de Ansitec® 5 mg contém:
cloridrato de buspirona | 5 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: povidona, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, óxido de ferro amarelo, lactose1 monoidratada, estearato de magnésio e dióxido de silício.
Cada comprimido de Ansitec® 10 mg contém:
cloridrato de buspirona | 10 mg |
excipiente q.s.p. | 1 comprimido |
Excipientes: povidona, celulose microcristalina, croscarmelose sódica, óxido de ferro amarelo, azul indigotina, lactose1 monoidratada, estearato de magnésio e dióxido de silício.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
INDICAÇÕES
Ansitec® é indicado no tratamento de distúrbios de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada e no alívio em curto prazo dos sintomas3 de ansiedade, acompanhados ou não de depressão. O diagnóstico4 de pacientes estudados em experiências clínicas controladas com a buspirona corresponde a distúrbios de ansiedade generalizada, conforme a classificação da Organização Mundial da Saúde2 (OMS), descritos a seguir:
A – Ansiedade persistente generalizada manifestada por sintomas3 de três das quatro categorias seguintes:
- Tensão motora: instabilidade, agitação, nervosismo, tremores, tensão, mialgias5, fatigabilidade, incapacidade para relaxar, contração muscular da pálpebra, testa enrugada, face6 extenuada, desassossego, sobressalto, diplopia7.
- Hiperatividade do sistema nervoso autônomo8: sudorese9, palpitações10, taquicardia11, frio, mãos12 frias e pegajosas, boca13 seca, tontura14, delírio15, parestesias16 (formigamento das mãos12 ou dos pés), distúrbios estomacais, acessos de calor ou frio, micção17 frequente, diarreia18, desconforto epigástrico, nó na garganta19, rubor, palidez, pulso e respiração muito rápidos em repouso.
- Expectativa apreensiva: ansiedade, preocupação, medo, reflexão e pressentimento do infortúnio para si mesmo ou para outros.
- Vigilância e vigília: estado de hiperalerta que resulta em distração, dificuldade de concentração, insônia, sensibilidade extrema, irritabilidade e impaciência.
B – Estado de ansiedade sendo contínuo durante pelo menos um mês: tensão e ansiedade comuns associadas com estresse da vida diária geralmente não requerem tratamento com agentes ansiolíticos. Como os estudos clínicos de buspirona têm sido geralmente limitados a seis meses, recomenda-se esse tempo como período limite para a terapia contínua. Nos pacientes em uso prolongado de buspirona, devem ser reavaliadas as necessidades do fármaco20.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Bueno et al1 realizaram uma compilação dos resultados de 13 ensaios clínicos21, envolvendo a população brasileira no período entre 1987 e 1993, para o tratamento de ansiedade não ocasional, incluindo também transtorno de ansiedade generalizada (TAG), com buspirona em comparação a lorazepam, bromazepam, diazepam e placebo22. Foram analisados um total de 1904 pacientes, de ambos os sexos (64,88% mulheres), com idade entre 18 e 96 anos (distribuição bimodal: média de 34 anos para estudos duplo cegos e 50 anos nos abertos), todos com HAMA inicial maior que 18, submetidos ao tratamento com buspirona por 4 semanas (dose inicial de 15mg/d). Quanto à eficácia, a buspirona se mostrou semelhante ao lorazepam, bromazepam e diazepam, bem como superior ao placebo22 (Figura 2 e 3). 80,3% dos pacientes apresentaram boa resposta no tratamento da ansiedade com buspirona. Tal estudo conclui que a buspirona é uma droga tão efetiva no tratamento da ansiedade quanto os benzodiazepínicos testados, e superior ao placebo22.


Rodrigues et al2 realizaram um estudo aberto multicêntrico no qual testaram a eficácia do uso de 15-60mg/dia buspirona em TAG na população brasileira, por 4 semanas. Foram incluídos 1.689 pacientes, de ambos os sexos, com idade acima de 18 anos. O percentual de pacientes com “melhora” ao final de 4 semanas foi 81,6%.
Em idosos, Napoliello3 realizou análise aberta de um grupo parcial de pacientes de um estudo multicêntrico. Foram analisados 677 pacientes com diagnóstico4 de TAG com HAMA inicial maior que 18, de ambos os sexos, com idade maior que 18 anos. Analisou eficácia em relação à faixa geriátrica (maiores de 60 anos versus idade entre 18 e 60 anos) e perfil de serviço de saúde2 de origem (grupos psiquiátricos versus clínica geral). O tratamento de todos foi de 15mg/dia de buspirona, por 4 semanas. Encontrou uma redução do escore inicial da HAMA ao final de 4 semanas semelhante em todos os grupos: 14,4 pontos para jovens do grupo psiquiátrico; 11,8 para idosos grupo psiquiátrico; 14,7 para jovens grupo clínica geral; e 14,1 para idosos clínica geral. O percentual de “melhora acentuada e muito acentuada” julgada pelo médico assistente foi de, respectivamente: 55,4%; 56,7%; 74,7%; e 67,2%. Concluíram que buspirona é uma droga efetiva na população jovem e idosa igualmente, e que o perfil do serviço de origem (psiquiátrico versus clinica geral) pode influenciar na percepção de melhora.
- Bueno JR, Massud Filho J, Lobue MA. Eficácia e segurança da buspirona em ensaios clínicos21 conduzidos no Brasil. Arq Bras Med 1991; 65(6): 89-94.
- Rodrigues AL, Massud Filho J. Estudo multicêntrico com cloridrato de buspirona no tratamento da ansiedade generalizada. Arq Bras Med 1988;62(6)469-73.
- Napoliello MJ. Relatorio multicêntrico preliminar incluindo 677 pacientes geriátricos ambulatoriais com ansiedade tratados com buspirona. J Brás Psiquiatria 1988; 37 (3).
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Ansitec® representa uma classe de agentes farmacológicos com atividade psicotrópica seletiva para ansiedade. Ao contrário dos benzodiazepínicos e outros agentes ansiolíticos, Ansitec® alivia a ansiedade sem causar efeitos anticonvulsivantes, sedativos, miorrelaxantes ou comprometimento da vigilância mental.
Em estudos clínicos controlados, pacientes que receberam a buspirona não se diferenciaram significativamente daqueles que receberam placebo22, com relação à sedação23 (sonolência e/ou fadiga24) ou ao comprometimento psicomotor25 (incluindo a habilidade para dirigir veículos). Ao contrário, tanto diazepam quanto clorazepato produziram sedação23 significativa; e o diazepam e o lorazepam, alteração psicomotora26 importante.
O mecanismo de ação de Ansitec® difere dos benzodiazepínicos. Em seres humanos, entretanto, os detalhes sobre o seu mecanismo de ação ansiolítica ainda não foram totalmente elucidados. Por meio de estudos em animais, sabe-se que a buspirona interage com os sistemas da serotonina, norepinefrina, acetilcolina27 e dopamina28 do cérebro29. Ansitec® intensifica a atividade das vias noradrenérgicas e dopaminérgicas específicas e reduz a atividade da serotonina e da acetilcolina27.
Administrada cronicamente em ratos, a buspirona não alterou a dinâmica da ligação do receptor de dopamina28; entretanto, o grau de ligação à serotonina tipo 2 e aos sítios beta-adrenérgicos30 é diminuído.
Estudos pré-clínicos in vitro demonstraram que a buspirona tem alta afinidade pelos receptores de serotonina (5 HT1A). A buspirona não parece interagir diretamente com os receptores benzodiazepínicos nem com o ácido gama-aminobutírico (GABA31) in vitro, quando testada em modelos pré-clínicos. Estudos sugerem que a buspirona pode ter efeitos indiretos sobre os outros sistemas de receptores de neurotransmissão, incluindo os receptores benzodiazepínicos, GABA31 e de dopamina28. Com relação à dopamina28, a buspirona parece atuar como um antagonista32 pré-sináptico da dopamina28.
Propriedades farmacocinéticas
Em seres humanos, Ansitec® é rapidamente absorvido via oral, atingindo níveis sanguíneos máximos em 60-90 minutos após a ingestão. Nas doses de 10, 20 e 40 mg, os picos médios de concentração plasmática são, respectivamente 0,9 ng/mL, 1,7 ng/mL e 3,2 ng/mL. Esses dados demonstram uma relação de proporcionalidade entre a concentração plasmática e a dosagem. Estudos de dose múltipla de até 28 dias, indicaram que as concentrações plasmáticas de equilíbrio (steady-state) são atingidas dentro do período de dois dias e são proporcionais à dose. Quando o equilíbrio é alcançado, a concentração plasmática de buspirona não é marcantemente alterada pela administração crônica. A atividade ansiolítica de Ansitec® não é alterada pela ingestão de alimentos, muito embora estes causem diminuição na sua velocidade de absorção.
Em seres humanos, cerca de 95% de buspirona se liga às proteínas33 plasmáticas; porém outros fármacos com alta taxa de ligação proteica, como, por exemplo, fenitoína, propranolol e varfarina, não são deslocados, in vitro, das proteínas33 plasmáticas por Ansitec®. Os valores da meia-vida observados em voluntários sadios variaram de 2–33 horas. Nos 14 estudos realizados, variou de 2 ± 1 a 11 ± 3 horas. As mulheres tenderam a apresentar valores de meia-vida ligeiramente maiores do que os homens, porém, não estatisticamente significativos.
Após uma única dose de buspirona, 29 a 63% da dose foi excretada na urina34, num período de 24 horas, principalmente na forma de metabólitos35; e a excreção fecal foi de 18 a 38% da dose. A buspirona é metabolizada principalmente por oxidação, produzindo vários derivados hidroxilados e a 1-pirimidinilterazina. In vitro, a metabolização demostrou ser mediada pelo citocromo P450 (CYP3A4). Em modelos animais, que são preditivos do potencial ansiolítico em humanos, a 1-pirimidinil piperazina apresentou cerca de um quarto ou menos da atividade da buspirona.
A buspirona não mostrou efeito sobre as atividades das enzimas microssomais hepáticas36, quando foi administrada em ratos, durante cinco dias. Não há estudos em humanos sobre o efeito da buspirona no metabolismo37 de fármacos ou pela administração concomitante com outras doses.
O clearance da buspirona é diminuído em pacientes com disfunção hepática38 bem como com função renal39 prejudicada. Insuficiência Renal40: após administração de dose única de buspirona a pacientes com insuficiência renal40 leve à moderada (clearance de creatinina41 20–49 mL/min/1,72m2) um leve aumento dos níveis sanguíneos de buspirona foi observado, sem alteração no tempo de meia-vida. Nesses pacientes, a buspirona deve ser administrada com cautela e em doses baixas, é recomendado que seja administrada duas vezes ao dia. A buspirona não deve ser administrada em pacientes com clearance de creatinina41 <20 mL/min/1,72m2, especialmente em pacientes anuréticos, devido ao risco de ocorrência de elevação dos níveis da buspirona à níveis intratáveis.
Insuficiênca hepática38: agentes como a buspirona utilizados em pacientes com função hepática38 reduzida pode apresentar uma redução do efeito de primeira passagem. Após administração de dose única em pacientes com cirrose42 hepática38, altas concentrações de buspirona não metabolizada foram vistas, com aumento do tempo de meia-vida. Nesses pacientes, a buspirona deve ser utilizada com cautela, e doses individuais devem ser calculadas com cuidado para reduzir a chance de causar efeitos colaterais43 centrais indesejáveis. Aumento de dose deve ser considerado cuidadosamente após 4 a 5 dias da dosagem inicial.
Efeito sobre alimentos: os efeitos dos alimentos sobre a biodisponibilidade de buspirona foi estudado em oito indivíduos. Os resultados sugerem que os alimentos não afetam significativamente a absorção da buspirona, porém diminuem o metabolismo37 de primeira passagem. Isto resulta em maior disponibilidade da buspirona inalterada, porém, a importância clínica desta observação é desconhecida.
Efeito sobre a idade/sexo: não foram verificadas diferenças significativas na farmacocinética da buspirona em função da idade e/ou sexo.
CONTRAINDICAÇÕES
Ansitec® é contraindicado em pacientes hipersensíveis ao cloridrato de buspirona ou a qualquer componente da formulação.
Este medicamento é contraindicado em pacientes:
- menores de 18 anos de idade;
- com epilepsia44;
- com intoxicação aguda por álcool, hipnóticos, analgésicos45 ou drogas antipsicóticas;
- com insuficiência renal40 e hepática38 graves;
- com história de crises convulsivas.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
A administração de Ansitec® a pacientes que estejam tomando um IMAO46 pode apresentar perigo. Existem informes da ocorrência de hipertensão arterial47 quando buspirona for adicionada a uma terapia incluindo IMAO46. Portanto, recomenda- se não usar o medicamento concomitantemente com IMAO46.
Precauções gerais
Deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações:
- glaucoma48 de ângulo agudo49 (ou fechado);
- miastenias gravis;
- dependência a drogas;
- paciente com problema hereditário raro de intolerância à galactose50, deficiência da enzima51 lactase.
- história de insuficiência renal40 ou hepática38.
Potencial para reações de abstinência em pacientes dependentes de fármacos sedativos/hipnóticos/ansiolíticos
Ansitec® não demonstra tolerância cruzada com os benzodiazepínicos e outros fármacos comuns sedativos/hipnóticos, logo ele não bloqueará a síndrome52 de abstinência frequentemente observada quando a terapia com esses fármacos for suspensa. Portanto, antes de iniciar a terapia com Ansitec®, aconselha-se abster os pacientes gradualmente, especialmente aqueles que tenham utilizado cronicamente fármacos depressores do SNC53 no tratamento anterior. Sintomas3 de rebote ou de abstinência podem ocorrer por períodos de tempo variáveis, dependendo do tipo do fármaco20 e da sua meia-vida de eliminação.
A síndrome52 de abstinência de fármacos sedativos/hipnóticos/ansiolíticos pode aparecer como qualquer combinação de irritabilidade, ansiedade, agitação, insônia, tremor, cãibras abdominais, cãibras musculares, vômitos54, sudoreses, sintomas3 do tipo gripal sem febre55 e, ocasionalmente, convulsões.
Toxicidade56 ao longo prazo
A buspirona pode se ligar aos receptores centrais de serotonina e dopamina28, além de elevar a atividade noradrenérgica, porém difere química e farmacologicamente de agentes tradicionais do SNC53. Como o seu mecanismo de ação não foi totalmente elucidado, não se pode prever a toxicidade56 em longo prazo sobre o SNC53 e outros sistemas orgânicos.
Uso abusivo e dependência
Ansitec® não demonstrou potencial para abuso e dependência nos estudos realizados em animais e humanos.
Dependência: após administração crônica em ratos, a suspensão repentina de buspirona não provocou perda de peso, comumente observada com substâncias que causam dependência física.
Embora estudos tenham demonstrado que a buspirona não está associada à dependência física ou comportamento de procura do fármaco20, é difícil predizer, baseado em experimentos, a extensão na qual um fármaco20 ativo no SNC53 poderá ser erroneamente usado, ter sua finalidade desviada e/ou ser de uso abusivo uma vez comercializado.
Portanto, os médicos deverão avaliar cuidadosamente os pacientes quanto à história de abuso aos fármacos e acompanhá- los de perto, observando sinais57 de uso errôneo ou abusivo de Ansitec® (por exemplo, desenvolvimento de tolerância, aumento da tosse, comportamento de procura do fármaco20).
Uso com álcool
Ansitec® não aumenta significativamente os efeitos depressores do álcool. Em estudos especiais, a capacidade psicomotora26 de indivíduos que ingeriram álcool e buspirona não foi significativamente diferente da capacidade de indivíduos que ingeriram álcool mais placebo22. Em combinação com álcool, a buspirona foi associada a danos significativamente menores na função psicomotora26 do que o diazepam ou lorazepam com álcool. No entanto, é prudente evitar o uso concomitante de Ansitec® e álcool.
Populações especiais
Uso pediátrico: a segurança e a eficácia de Ansitec® não foram determinadas em indivíduos menores de 18 anos.
Efeitos na habilidade de dirigir e operar máquinas
Interferência no desempenho motor e cognitivo58: estudos indicam que a buspirona é menos sedativa do que outros ansiolíticos e não compromete significativamente o desempenho funcional. No entanto, seus efeitos sobre o sistema nervoso central59 (SNC53) em qualquer paciente, em particular, não pode ser previsível.
Os pacientes deverão ser cuidadosos ao dirigir veículos ou operar máquinas complexas, até que estejam razoavelmente certos de que o tratamento com Ansitec® não os afete desfavoravelmente.
Gravidez60 e Lactação61
Categoria de risco na gravidez60: B – Não há estudos adequados em mulheres. Em experiência em animais não foram encontrados riscos, mas foram encontrados efeitos colaterais43 que não foram confirmados nas mulheres, especialmente durante o último trimestre de gravidez60.
Não foram realizados estudos adequados e bem controlados em mulheres durante a gravidez60, por essa razão, o uso de Ansitec® durante a gravidez60 somente poderá ser iniciado ou continuado se, na opinião do médico, o benefício exceder o risco potencial.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez60.
Trabalho de parto: os efeitos de Ansitec® sobre o trabalho de parto não são conhecidos. Não foram observadas reações adversas em estudos de reprodução62 em ratos.
Uso na lactação61: a extensão da excreção de Ansitec® ou de seus metabólitos35 no leite materno é desconhecida. Assim sendo, Ansitec® somente deverá ser administrado às lactantes63 se o médico determinar que o benefício para a mãe supera o risco potencial ao bebê.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Informações importantes sobre um dos componentes do medicamento
Este medicamento contém LACTOSE1.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O uso concomitante de Ansitec® e outros fármacos ativos no SNC53 deve ser introduzido com cautela.
IMAO46: existem informes da ocorrência de hipertensão arterial47 quando a buspirona foi adicionada a uma terapia conjunta com IMAO46. Portanto, recomenda-se não utilizar buspirona concomitantemente com IMAO46.
ISRS: experiências com antidepressivos ISRSs incluíram vários estudos clínicos e mais de 300.000 pacientes na prática clínica. De modo geral, não houve problemas importantes em relação à segurança. Convulsões foram raramente relatadas em pacientes que utilizavam buspirona e ISRSs.
Haloperidol: em estudo com voluntários sadios, a administração concomitante de buspirona e haloperidol resultou em aumento na concentração sérica de haloperidol. O significado clínico desse achado não está claro.
Trazodona: foi relatado que o uso concomitante de cloridrato de trazodona e buspirona pode ter causado elevação de 3–6 vezes da TGP em alguns poucos pacientes. Em estudo com a tentativa de replicar esse achado, não foi identificado nenhum efeito interativo sobre as transaminases hepáticas36.
Diazepam: depois da adição de buspirona ao tratamento com diazepam, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros farmacocinéticos do estado de equilíbrio (Cmáx, ASC, Cmín) para o diazepam, porém foram observados aumentos de cerca de 15% para nordiazepam, e efeitos adversos clínicos menores (tontura14, dor de cabeça64 e náusea65).
Interação potencial com fármacos que inibem o citocromo P450 3A4 (CYP3A4): a buspirona demonstrou, in vitro, ser metabolizada pelo CYP3A4. Isso é consistente com a interação entre buspirona e eritromicina, itraconazol ou nefazodona, fármacos que inibem essa isoenzima. Consequentemente, se Ansitec® for utilizado em combinação com um potente inibidor do CYP3A4, recomenda-se redução na dose de buspirona. Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Nefazodona: a coadministração de buspirona (2,5 mg ou 5 mg duas vezes ao dia) e nefazodona (250 mg duas vezes ao dia) em voluntários sadios resultou em aumentos significativos nas concentrações plasmáticas de buspirona (aumentos de até 20 vezes para Cmáx e até 50 vezes para ASC) e diminuições estatisticamente significativas (aproximadamente 50%) nas concentrações plasmáticas do metabólito66 da buspirona, a 1-pirimidilpiperazina. Com doses de buspirona de 5 mg duas vezes ao dia, foram observados discretos aumentos em ASC da nefazodona (23%) e de seus metabólitos35 hidroxinefazodona (HNF-OH) (17%) e mCPP (9%). Foram observados discretos aumentos em Cmáx da nefazodona (8%) e de seu metabólito66 (HNF-OH) (11%).
O perfil de efeitos adversos para indivíduos que receberam buspirona 2,5 mg duas vezes ao dia e nefazodona 250 mg duas vezes ao dia foi similar àquele de indivíduos que receberam somente um dos dois medicamentos. Os indivíduos que receberam buspirona 5 mg duas vezes ao dia e nefazodona 250 mg ao dia apresentaram efeitos adversos, tais como sensação de cabeça64 vazia, astenia67, enjoo e sonolência. Recomenda-se que a dose de buspirona seja reduzida quando co-administrada com nefazodona. Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Eritromicina: a coadministração de buspirona (10 mg em dose única) e eritromicina (1,5 g/d por quatro dias) a voluntários sadios aumentou as concentrações plasmáticas de buspirona (aumento de cinco vezes na Cmáx e de seis vezes na ASC). Essas interações farmacocinéticas foram acompanhadas por aumento na incidência68 de eventos adversos atribuíveis à buspirona. Se a buspirona e a eritromicina forem usadas em combinação, recomenda-se uma dose baixa de buspirona (por exemplo, 2,5 mg duas vezes ao dia). Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Itraconazol: a coadministração de buspirona (10 mg em dose única) e itraconazol (200 mg/d por quatro dias) em voluntários sadios aumentou as concentrações plasmáticas de buspirona (aumento de 13 vezes na Cmáx e de 19 vezes na ASC). Essas interações farmacocinéticas foram acompanhadas por aumento na incidência68 de eventos adversos atribuíveis à buspirona. Se a buspirona e o itraconazol forem usados em combinação, recomenda-se uma dose baixa de buspirona (por exemplo, 2,5 mg ao dia). Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Diltiazem: em estudo com nove voluntários sadios, a administração de buspirona (10 mg como dose única) com diltiazem (60 mg três vezes ao dia) aumentou as concentrações plasmáticas de buspirona. A ASC e Cmáx aumentaram 5,3 vezes e quatro vezes, respectivamente. Efeitos exacerbados e aumento da toxicidade56 da buspirona podem ocorrer quando esta for administrada com diltiazem. Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Verapamil: em estudo com nove voluntários sadios, a administração de buspirona (10 mg como dose única) com verapamil (80 mg três vezes ao dia) aumentou as concentrações plasmáticas de buspirona. A ASC e Cmáx da buspirona aumentaram 3,4 vezes. Efeitos exacerbados e aumento da toxicidade56 da buspirona podem ocorrer quando esta for administrada com verapamil. Ajustes subsequentes da dose de qualquer um dos dois medicamentos devem estar baseados na resposta clínica.
Rifampicina: em estudo com voluntários sadios, a coadministração de buspirona (30 mg com dose única) com rifampicina (600 mg/d por cinco dias) diminuiu as concentrações plasmáticas (83,7% de diminuição na Cmáx e 89,6% de diminuição na ASC) e os efeitos farmacodinâmicos da buspirona.
Suco de grapefruit (toranja): em estudo com voluntários sadios, a coadministração de buspirona (10 mg como dose única) com suco de grapefruit (200 mL três vezes ao dia por dois dias) aumentou as concentrações plasmáticas de buspirona (aumento de 4,3 vezes na Cmáx e 9,2 vezes na ASC). Pacientes em tratamento com buspirona devem ser avisados para evitar o consumo de grandes quantidades de suco de grapefruit (vide item “8. Posologia e modo de usar”). Outros inibidores e indutores do CYP3 A4: substâncias que inibem o CYP3A4, como cetoconazol ou ritonavir, podem inibir o metabolismo37 da buspirona e aumentar as concentrações plasmáticas desta, enquanto indutores do CYP3A4, como dexametasona ou certos anticonvulsivantes (fenitoína, fenobarbital, carbamazepina), podem aumentar a taxa do metabolismo37 da buspirona. Consequentemente, quando administrada com um inibidor potente do CYP3A4, uma dose baixa de buspirona, utilizada cautelosamente, é recomendada. Quando utilizada em combinação com um indutor potente do CYP3A4, um ajuste de dose de buspirona pode ser necessário para manter o efeito ansiolítico desta.
Cimetidina: foi observado que a coadministração de buspirona e cimetidina aumentou a Cmáx em 40% e Tmáx de buspirona em duas vezes, mas teve efeito mínimo sobre a ASC da buspirona.
Uso com álcool: Ansitec® não aumenta significativamente os efeitos depressores do álcool. A capacidade funcional de indivíduos que ingeriram álcool não foi significativamente diferente da capacidade de indivíduos que ingeriram álcool mais placebo22. Em combinação com álcool, a buspirona mostrou danos significativamente menores nas funções psicomotoras e de processamento de informação do que o diazepam ou o lorazepam. No entanto, é prudente evitar o uso concomitante de Ansitec® e álcool.
Interação com alimentos: a ingestão de Ansitec® junto com alimentos não prejudica a sua atividade, ainda que cause diminuição na sua velocidade de absorção.
Interações com exame laboratorial e não laboratorial: Ansitec® não parece interferir com os testes clínicos laboratoriais comumente empregados.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Cuidados de conservação
Ansitec® deve ser mantido em sua embalagem original e em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas do produto
- Ansitec® 5 mg: comprimidos circulares, de coloração amarela e biconvexos.
- Ansitec® 10 mg: comprimidos circulares, de coloração verde claro, sulcados e biconvexos.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
A dosagem inicial recomendada é de 15 mg diários (5 mg três vezes ao dia, de preferência nos intervalos das refeições). Ansitec® deve ser administrado no mesmo horário todos os dias, com ou sem alimentos. A ingestão de Ansitec® junto com alimentos pode aumentar a biodisponibilidade do fármaco20.
Para atingir resposta ótima terapêutica69, a cada dois ou três dias a dosagem poderá ser aumentada em 5 mg por dia, se necessário. A dosagem máxima diária não deve exceder 60 mg. Uma resposta ótima terapêutica69 é obtida para a maioria dos pacientes, incluindo idosos, com pequenos aumentos na dose até uma dosagem diária de 20 a 30 mg divididas em duas ou três tomadas.
Quando administrada com um potente inibidor de CYP3A4, como itraconazol ou nefazodona, a dose inicial da buspirona deve ser reduzida e titulada com base na avaliação clínica. Suco de grapefruit aumenta a concentração plasmática da buspirona. Pacientes utilizando Ansitec® devem evitar o consumo de grandes quantidades de suco de grapefruit (vide item “6. Interações medicamentosas”).
É recomendado que o tratamento seja prescrito por, no mínimo, três a quatro semanas. A dosagem deve ser reduzida na presença de comprometimento renal39 ou hepático.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
REAÇÕES ADVERSAS
Reações adversas da buspirona, se ocorrerem, normalmente são observadas no início do tratamento com o medicamento e, geralmente, desaparecem com o uso da medicação e/ou diminuição da dose.
Experiência Clínica
Quando os pacientes que receberam buspirona foram comparados com pacientes que receberam placebo22, tontura14, cefaleia70, nervosismo, vertigens71, náuseas72, excitação e sudorese9 / aumento da viscosidade73 da pele74 foram as únicas reações adversas que ocorreram com frequência significativamente maior (p<0,10) no grupo tratado com buspirona do que no grupo com placebo22.
A listagem das reações adversas indicadas abaixo é apresentada por classe de sistema órgão, MedDRA termo preferido e frequência, utilizando as seguintes categorias de frequência: reação muito comum (≥ 10%); reação comum (≥ 1% e < 10%); reação incomum (≥ 0,1% e < 1%); reação rara (≥ 0,01% e < 0,1%) e reação muito rara (< 0,01%):
Eventos adversos reportados durante Estudo Clínico |
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Classe de Sistema Órgão |
Frequência |
Termo MedDRA |
Transtornos psiquiátricos |
Comum |
Nervosismo, insônia, distúrbios de atenção, depressão, estado confusional, desordens do sono, raiva75. |
Muito raro |
Desordens psicóticas, alucinação76, despersonalização, labilidade emocional. |
|
Transtornos do sistema nervoso77 |
Muito comum |
Tontura14 (incluindo vertigem78), cefaleia70, sonolência. |
Comum |
Parestesia79, visão80 turva, coordenação anormal, tremor, tinido |
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Muito raro |
Síndrome da serotonina81, convulsão82, visão80 estreita (em túnel), desordens extrapiramidais, reações distônicas e rigidez em roda denteada, discinesia, distonia83, desmaios, amnésia84, ataxia85, parkinsonismo, acatisia86, sindrome52 das pernas inquietas, inquietação. |
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Transtornos cardíacos |
Comum |
Taquicardia11, dor torácica. |
Transtornos respiratórios, torácicos e mediastinais |
Comum |
Congestão nasal, dor faringolaríngea. |
Transtornos gatrointestinais |
Comum |
Náusea65, dor abdominal, boca13 seca, diarreia18, constipação87, vômito88. |
Transtornos da pele74 e tecido89 subscutâneo |
Comum |
Suor frio, erupção90 cutânea91. |
Rara |
Edema angioneurótico92 (angioedema93), equimose94, urticária95. |
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Transtornos musculoesquelético e do tecido conectivo96 |
Comum |
Dor musculoesquelética. |
Transtornos renais e urinárias |
Muito rara |
Retenção urinária97. |
Transtornos do sistema reprodutivo e mamas98 |
Muito rara |
Galactorreia99. |
Transtornos gerais e condições no local de administração |
Comum |
Fadiga24, astenia67 (fraqueza). |
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
SUPERDOSE
Sinais57 e sintomas3: a dose terapêutica69 máxima tolerada de Ansitec® em indivíduos normais e sadios é de 375 mg/d. Quando os níveis máximos foram ingeridos, os sintomas3 mais comumente observados foram: náusea65, vômito88, tontura14, sonolência, miose100 e distúrbios gástricos. Estudos toxicológicos com buspirona resultaram nas seguintes DL50 : camundongos, 655 mg/kg; ratos, 196 mg/kg; cães, 586 mg/kg; e macacos, 356 mg/kg. Estas dosagens são centenas de vezes a dose diária recomendada para seres humanos.
Tratamento recomendado: medidas gerais sintomáticas e de suporte deverão ser utilizadas junto à imediata lavagem gástrica101. A respiração, o pulso e a pressão sanguínea deverão ser monitorados em todos os casos de superdosagem de medicamentos. Não se conhece nenhum antídoto102 específico para Ansitec®. A buspirona não é removida por hemodiálise103; o metabólito66 1-pp é parcialmente removido por hemodiálise103.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
DIZERES LEGAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA
MS nº: 1.0033.0042
Farmacêutica responsável: Cintia Delphino de Andrade – CRF-SP nº: 25.125
Registrado por:
Libbs Farmacêutica Ltda.
Rua Josef Kryss, 250 – São Paulo – SP
CNPJ: 61.230.314/0001-75
Fabricado por:
Libbs Farmacêutica Ltda.
Rua Alberto Correia Francfort, 88 – Embu das Artes – SP
Indústria brasileira
SAC 0800 013 5044
