FARMACODINÂMICA LOTENSIN

Atualizado em 24/05/2016
Classe terapêutica1: Inibidor da enzima2 conversora de angiotensina.LOTENSIN (cloridrato de benazepril) é uma pró-droga que, após hidrólise para a substância ativa benazeprilato, inibe a enzima2 conversora de angiotensina (ECA) e, conseqüentemente, bloqueia a conversão de angiotensina I para angiotensina II. Assim sendo, reduz todos os efeitos mediados pela angiotensina II - por ex. vasoconstrição3 e produção de aldosterona, que promove a reabsorção de sódio e água nos túbulos renais - e eleva o débito cardíaco4. LOTENSIN diminui o aumento simpático5 reflexoinduzido na freqüência cardíaca, que ocorre em resposta à vasodilatação.
Hipertensão6:
Como outros inibidores da ECA, LOTENSIN também inibe a degradação do vasodilatador bradicinina7 pela quininase. Essa inibição pode contribuir para o efeito anti-hipertensivo.
A administração de LOTENSIN a pacientes com qualquer grau de hipertensão6 resulta na redução da pressão arterial8 nas posições sentada, supina ou em pé. Na maioria dos pacientes, a atividade anti-hipertensiva se inicia aproximadamente 1 hora após a administração de uma dose oral única, e a redução máxima de pressão arterial8 é alcançada dentro de 2 a 4 horas. O efeito anti-hipertensivo persiste pelo menos 24 horas após a administração. Durante a administração repetida, a redução máxima da pressão arterial8 com cada dose é geralmente obtida após 1 semana e persiste durante o tratamento a longo prazo. Os efeitos anti-hipertensivos são mantidos independentemente de raça, idade ou atividade basal da renina plasmática. Os efeitos anti-hipertensivos de LOTENSIN não diferem muito em pacientes com dietas com baixo ou alto teor de sódio.
Não foi observada elevação rápida da pressão arterial8 após retirada abrupta do benazepril. Em estudo conduzido com voluntários sadios, doses únicas de LOTENSIN produziram um aumento no fluxo sangüíneo renal9 e não afetaram a taxa de filtração glomerular.
Os efeitos anti-hipertensivos de LOTENSIN e dos diuréticos10 tiazídicos são sinérgicos. O uso concomitante de LOTENSIN e outros fármacos anti-hipertensivos, inclusive diuréticos10, beta-bloqueadores e antagonistas do cálcio, geralmente leva a uma redução adicional na pressão arterial8.
Insuficiência cardíaca congestiva11:
A administração de benazepril em pacientes pré-tratados com digitálicos e diuréticos10 resultou num aumento do débito cardíaco4 e da tolerância ao exercício, assim como numa diminuição da pressão capilar12 pulmonar, na resistência vascular13 sistêmica e na pressão arterial8. A freqüência cardíaca foi levemente reduzida. O tratamento com LOTENSIN de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva11 resultou também em melhora da fadiga14, de estertores, edema15 e da classificação NYHA. Ensaios clínicos16 demonstraram que a melhoria nas variáveis hemodinâmicas persiste por 24 horas com dose única diária.
Insuficiência renal17 crônica progressiva:
Em um estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado com placebo18 e com duração de três anos, 583 pacientes com doença renal9 de várias etiologias e creatinina19 sérica variando entre 1,5 a 4 mg/dl20 ( clearance  de creatinina19 entre 30 e 60 ml/min), com ou sem hipertensão6, foram randomizados para placebo18 ou LOTENSIN 10 mg, uma vez ao dia. Para se atingir o controle da pressão arterial8 foram administrados agentes anti-hipertensivos adicionais, de acordo com a necessidade dos pacientes, em ambos os grupos. O grupo tratado com LOTENSIN teve 53% de redução no risco relativo de atingir o objetivo do estudo, definido como sendo a duplicação da creatinina19 sérica ou a necessidade de diálise21. Esses efeitos benéficos foram acompanhados pela redução da pressão arterial8 e por uma pronunciada redução na proteinúria22. Pacientes com doença renal9 policística não apresentaram redução na perda da função renal9 quando tratados com LOTENSIN; entretanto, o produto pode ainda ser utilizado no tratamento da hipertensão6 em tais pacientes.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
2 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
3 Vasoconstrição: Diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos.
4 Débito cardíaco: Quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta a cada minuto.
5 Simpático: 1. Relativo à simpatia. 2. Que agrada aos sentidos; aprazível, atraente. 3. Em fisiologia, diz-se da parte do sistema nervoso vegetativo que põe o corpo em estado de alerta e o prepara para a ação.
6 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
7 Bradicinina: É um polipeptídio plasmático que tem função vasodilatadora e que se forma em resposta à presença de toxinas ou ferimentos no organismo.
8 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
9 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
10 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
11 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
12 Capilar: 1. Na medicina, diz-se de ou tubo endotelial muito fino que liga a circulação arterial à venosa. Qualquer vaso. 2. Na física, diz-se de ou tubo, em geral de vidro, cujo diâmetro interno é diminuto. 3. Relativo a cabelo, fino como fio de cabelo.
13 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
14 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
15 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
16 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
17 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
18 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
19 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
20 Mg/dL: Miligramas por decilitro, unidade de medida que mostra a concentração de uma substância em uma quantidade específica de fluido.
21 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
22 Proteinúria: Presença de proteínas na urina, indicando que os rins não estão trabalhando apropriadamente.

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