COMPOSIÇÃO DILACORON
A forma oral de liberação normal contém 80mg de cloridrato de verapamila (Dilacoron 80 mg).
A forma oral de liberação gradativa contém 120 mg de cloridrato de verapamila (Dilacoron AP).
A forma Retard, desenvolvida para uma cinética1 de liberação e níveis plasmáticos de 24h, contêm 240 mg de cloridrato de verapamila (Dilacoron Retard).
A forma injetável contém 5mg de cloridrato de verapamila em 2ml de solução fisiológica2.
INFORMAÇÃO AO PACIENTE:
Conservar os comprimidos em lugar fresco, ao abrigo da luz e umidade, e a solução injetável em lugar fresco, ao abrigo da luz.
O prazo de validade é 42 meses para os comprimidos e de 60 meses para solução injetável, a contar da data de sua fabricação.
NÃO USE MEDICAMENTOS COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO.
Assim como qualquer medicamento, Dilacoron só deve ser usado durante o primeiro trimestre de gravidez3, sob orientação e cuidados médicos.
A ocorrência de gestação durante o uso do medicamento deve ser comunicado imediatamente ao médico.
O uso do produto durante a amamentação4 deve ser feito somente sob orientação e cuidados médicos.
O produto deve ser usado de acordo com orientação dada pelo médico e somente ele poderá recomendar a sua interrupção.
No caso de surgirem reações desagradáveis, tais como: cansaço, vertigem5, cefaléia6, fraqueza, náusea7, constipação8, palpitações9, falta de ar, tosse e retenção urinária10, o médico deve ser imediatamente comunicado.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
Pacientes com distúrbios hepáticos e/ou renais devem comunicar o fato ao médico.
Não se deve ingerir bebidas alcoólicas durante o uso de Dilacoron.
NÃO TOME REMÉDIOS SEM CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE11.
INFORMAÇÃO TÉCNICA
Dilacoron contém como princípio ativo o cloridrato de verapamila, um derivado sintético da papaverina, protótipo de um grupo de compostos que apresentam a propriedade comum de inibir seletivamente o fluxo dos íons12 cálcio para célula13, através da membrana.
O Cloridrato de verapamila é o cloridrato de isopropil - (N-metil-N-homoveratril) - aminopropil-3, 4 - dimetoxifenil - acetonitrilo.
Está bem estabelecido que o processo de contração em toda célula13 muscular é desencadeado pela elevação da concentração de cálcio intracelular. O cálcio desencadeia o mecanismo de deslocamento dos filamentos de actina e miosina, ao liberar o sítios ativos da actna, permitindo que as extremidades de miosina se fixem e iniciem o deslocamento.
Em níveis terapêuticos do cloridrato de verapamila inibe ao transporte transmembrana do íons12 cálcio através de "canais lentos" ou "canais de cálcio", diminuindo, assim, o cálcio intracelular disponível para iniciar o processo de contração muscular e modificando os fenômenos elétricos a nível da membrana celular14. O cloridrato de verapamila exerce sua ação bloqueante dos "canais lentos", fixando-se a face15 interna da membrana e, por isso, necessita entrar na célula13 para exercer seu efeito.
Basta uma molécula de verapamila para interagir com o sítio receptor.
Clinicamente, a ação bloqueante dos canais lentos exercida pelo cloridrato de verapamila é especificada para dois tipos de músculos16, o músculo liso vascular17 e as fibras musculares18 do sistema cardíaco de condução.
O cloridrato de verapamila bloqueia os canais de cálcio do músculo liso19 arterial. O cloridrato de verapamila bloqueia os canais de cálcio em alguns locais específicos do sistema cardíaco de condução (principalmente o nódulo AV20) diminuindo a transmissão dos estímulos ectópicos21 do átrio para o ventrículo e controlando a freqüência cardíaca. Por suas ações combinadas, vascular22 e cardíaca, a vasodilatação induzida por cloridrato verapamila não se acompanha de taquicardia23 reflexa, como habitualmente ocorre com outros vasodilatadores.
Devido a estas ações na, insuficiência24 coronária aguda e crônica (angina25 de peito26), Dilacoron por via oral reduz o consumo de nitritos, o número de crises angionosas, normaliza as alterações do segmento ST e aumenta a tolerância do esforço físico.
No tratamento de hipertensão27, Dilacoron por via oral, assim como outros vasodilatadores anti-hipertensivos, reduz a resistência vascular22 periférica, com a vantagem de não induzir efeito reflexo taquicardizante e manter o débito cardíaco28 inalterado. Nesse sentido corresponde a administração conjunta de betabloqueador e
vasodilatador anti-hipertensivo. Dilacoron mantém ou aumenta a função renal29, aumenta o fluxo plasmático, o filtrado glomerular, o fluxo urinário e a excreção de sódio. Quando associados a diuréticos30 diminui a perda de potássio.
A redução pressórica e gradativa e não acompanhada de hipotesão ortostática. Adicionalmente, Dilacoron por via oral restaura a reatividade vascular22 fisiológica2 ao exercício.
Nas arritmias31 taquicárdicas, Dilacoron por via oral promove a manuntenção do ritmo sinusal e faz a profilaxia de crises da maioria dos pacientes com taquicardia23 paroxística supraventricular. Produz reversão e/ou redução da freqüência ventricular em pacientes com fibrilação e "flutter" atrial e reduz ou elimina a extrassistolia,
especialmente em arritmias31 da insuficiência24 coronariana e da Doença de Chagas32, neste caso quando usado em doses mais elevadas.
Como profilaxia de arritmias31 após o infarto33, Dilacoron por via oral evita o surgimento de arritmias31 em pacientes com antecedente de infarto33, reduz a sua incidência34 após o infarto33 recente e oferece um efeito miocardioprotetor, quando não acompanhado de hipotensão35 ou bradicardia36.
Sob a forma injetável, em poucos minutos promove a reversão ao ritmo sinusal da grande maioria (acima de 90%) dos casos de Taquicardia23 Paroxística Supraventricular, a reversão ao ritmo sinusal e/ou normalização da freqüência ventricular em pacientes com fibrilação auricular aguda e crônica, bem como do "Flutter" atrial. Dilacoron injetável suprime focos ectópicos21, especialmente supraventriculares. Durante a anestesia37 com halotano (com ou sem emprego de adrenalina38) faz a profilaxia e tratamento de extrassislolias, especialmente ventriculares.
Nas crises hipertensivas, Dilacoron injetável em poucos minutos produz queda da pressão sangüínea39 sistólica e diastólica da ordem de 20 a 30% sem atingir níveis de hipotensão35, especialmente naqueles pacientes com complicações hipertensivas como encefalopatia hipertensiva40, epistaxes, aneurisma41 dissecante da aorta42,
toxemia43 gravídica, etc.
Na hipertensão27 grave acelerada, Dilacoron injetável, quando aplicado em sessões sucessivas durante 1 a 2 semanas, reduz os níveis pressóricos44, promovendo a readaptação dos barorreceptores45, tornando, assim, o paciente mais responsivo a terapêutica46 oral.