FARMACOCINÉTICA ANAFRANIL E ANAFRANIL SR
Absorção
Injetável: A clomipramina é completamente absorvida após injeção intramuscular1. Após administração intravenosa ou intramuscular diária e repetida de doses entre 50 e 150 mg de ANAFRANIL, atingem-se as concentrações plasmáticas de steady-state na segunda semana de tratamento. Essas variam de <15 a 447ng/ml para clomipramina, e de <15 a 669 ng/ml para o metabólito2 ativo desmetilclomipramina.
Oral: A clomipramina é completamente absorvida do trato gastrintestinal. A biodisponibilidade sistêmica da clomipramina inalterada é reduzida a cerca de 50% pelo metabolismo3 hepático de primeira passagem para desmetilclomipramina. A biodisponibilidade da clomipramina não é significativamente afetada pela ingestão de alimentos. Apenas o início da absorção pode ser ligeiramente retardado e portanto o tempo para pico prolongado. As drágeas4 e os comprimidos de liberação controlada são bioequivalentes com respeito às quantidades absorvidas.
Durante a administração oral de doses diárias constantes de ANAFRANIL, as concentrações plasmáticas de steady-state da clomipramina apresentam elevada variabilidade entre pacientes. A dose diária de 75 mg, administrada tanto como 1 drágea5 de ANAFRANIL 25 mg três vezes ao dia, ou como 1 comprimido de ANAFRANIL SR 75 mg uma vez ao dia, produz concentrações plasmáticas de steady-state entre 20 a 175 ng/ml.
As concentrações de plasmáticas steady-state do metabólito2 ativo desmetilclomipramina acompanham um padrão similar. Contudo, a uma dose de 75 mg de ANAFRANIL por dia, essas concentrações são 40 a 85% mais elevadas do que as de clomipramina.
Distribuição
97,6% da clomipramina se ligam a proteínas6 plasmáticas. O volume de distribuição aparente é de cerca de 12 a 17 litros/kg de peso corpóreo. No fluido cerebroespinhal, a concentração é equivalente a cerca de 2% da concentração plasmática. A clomipramina passa para o leite materno em concentrações semelhantes às do plasma7.
Biotransformação
A maior rota de biotransformação da clomipramina é a desmetilação para desmetilclomipramina. Adicionalmente, a clomipramina e a desmetilclomipramina são hidroxiladas para 8-hidroxi-clomipramina e 8-hidróxi-desmetilclomipramina, mas pouco se conhece a respeito de sua atividade in vivo. A hidroxilação da clomipramina e da desmetilclomipramina estão sob controle genético semelhante ao da debrisoquina. Em metabolizadores fracos de debrisoquina, isso pode levar a altas concentrações de desmetilclomipramina, enquanto as concentrações de clomipramina são pouco influenciadas.
Eliminação
Após administração i.m. ou e.v., a clomipramina é eliminada do plasma7 com uma meia-vida terminal média de 25 h (de 20 a 40 h) ou 18 h, respectivamente. A clomipramina administrada por via oral é eliminada do sangue8 com uma meia-vida média de 21 h (de 13 a 36 h), e a desmetilclomipramina com uma meia-vida média de 36 h.
Cerca de dois terços de uma dose única de clomipramina são excretados na urina9, sob a forma de conjugados solúveis em água, e aproximadamente um terço nas fezes. A quantidade de clomipramina inalterada e de desmetilclomipramina excretada na urina9 é de cerca de 2% e 0,5% da dose administrada, respectivamente.
Características nos pacientes
Em pacientes idosos, graças ao clearence metabólico reduzido, as concentrações plasmáticas de clomipramina em qualquer dose administrada são maiores do que em pacientes mais jovens. Os efeitos de insuficiência10 renal11 e hepática12 na farmacocinética da clomipramina não foram ainda determinados.