INFORMAÇÃO TÉCNICA ALLEGRA D

Atualizado em 25/05/2016

O cloridrato de fexofenadina é um anti-histamínico não sedativo. A fexofenadina é o metabólito1 farmacologicamente ativo da terfenadina. Possui atividade seletiva antagonista2 dos receptores H1 periféricos.

A fexofenadina, em concentrações 32 vezes maior que a concentração terapêutica3 no homem, não demonstrou efeito nos canais de potássio do coração4. Em pacientes com rinite5 alérgica sazonal, que ingeriram doses de até 240 mg de cloridrato de fexofenadina, duas vezes ao dia, durante 2 semanas, não foram observadas diferenças significativas no intervalo QT, quando comparado com placebo6. Também não foram observadas alterações no intervalo QT em pacientes sadios que ingeriram 60 mg de cloridrato de fexofenadina duas vezes ao dia, durante 6 meses, 400 mg duas vezes ao dia durante 6,5 dias e 240 mg uma vez ao dia durante 1 ano, quando comparado ao placebo6.

Estudos clínicos em pápula7 e eritema8, mediados pela histamina9, após a administração de 20 mg e 40 mg de cloridrato de fexofenadina, uma ou duas vezes ao dia, demonstraram que a droga produz efeito anti-histamínico em 1 hora e alcança seu efeito máximo em 2-3 horas, prolongando-se por até 12 horas. Não foi observada tolerância desses efeitos após 28 dias.

A fexofenadina inibiu o broncospasmo induzido por antígenos10 e inibiu a liberação de histamina9 dos mastócitos11 peritoneais em animais, em concentrações sub-terapêuticas (10 - 100 m m).

Em estudos com animais não foram observados efeitos anticolinérgicos ou efeito sobre os receptores alfa-1 adrenérgicos12. Estudos realizados com o cloridrato de fexofenadina radiomarcado em ratos demonstraram que a fexofenadina não atravessa a barreira hematoencefálica.

Após administração oral de dose única de 2 cápsulas de 60 mg de cloridrato de fexofenadina para indivíduos sadios, a concentração plasmática máxima é obtida em aproximadamente 2,6 horas. Após a administração oral de uma dose única de 60 mg, 120 mg e 180 mg em indivíduos sadios, a concentração plasmática média foi de 209 ng/ml, 427 ng/ml e 494 ng/ml respectivamente. A média dos picos de concentração plasmática no estado de equilíbrio após a administração de doses múltiplas em indivíduos sadios foi de 286 ng/ml. A média da meia-vida de eliminação do cloridrato de fexofenadina é 14,4 horas após a administração de 60 mg, duas vezes ao dia.

A farmacocinética da fexofenadina em doses únicas e múltiplas é linear com doses de até 120 mg, duas vezes ao dia. A dose de 240 mg, duas vezes ao dia produziu um leve aumento proporcionalmente maior de 8,8% na AUC13 no estado de equilíbrio, indicando que a farmacocinética da fexofenadina é praticamente linear nestas doses. Fexofenadina possui ligação às proteínas14 plasmáticas de aproximadamente 60 a 70%.

A biodisponibilidade do cloridrato de fexofenadina ainda não foi totalmente estabelecida; portanto, não é claro se o componente fecal representa a droga não absorvida ou se é o resultado da excreção biliar. Os estudos "in vitro" e "in vivo" realizados com cloridrato de fexofenadina não demonstraram mutagenicidade.

O potencial carcinogênico e a toxicidade15 reprodutiva do cloridrato de fexofenadina foram avaliados utilizando-se estudos com terfenadina com o suporte de estudos farmacocinéticos demonstrando a exposição do cloridrato de fexofenadina (através de valores plasmáticos de concentração sob a curva - AUC13). Não foi observada evidência de carcinogenicidade em ratos e camundongos com terfenadina (até 150 mg/kg/dia). Em pacientes acima de 65 anos, os picos plasmáticos de fexofenadina observados foram 99% maiores do que em indivíduos jovens sadios. Neste caso, a meia-vida de eliminação média foi similar.

Em pacientes com insuficiência renal16 leve ("clearance" de creatinina17 41-80 ml/min) a grave ("clearance" de creatinina17 11-40 ml/min), os níveis de picos plasmáticos de fexofenadina foram 87% e 111% respectivamente mais elevados, e a meia-vida de eliminação média foi 59% e 75% respectivamente mais longa, do que os valores observados em voluntários sadios.

A administração concomitante de ALLEGRA D com uma refeição rica em gordura18 reduziu as concentrações plasmáticas de fexofenadina Cmáx (-46%) e AUC13 (-42%). O tempo para a concentração máxima (Tmáx) foi retardado em 50%. A velocidade ou quantidade da absorção da pseudoefedrina não foi afetada pelos alimentos.
É recomendável evitar a administração de ALLEGRA D com alimentos ricos em gordura18.

Os níveis de picos plasmáticos em pacientes sob diálise19 ("clearance" de creatinina17 £ 10 ml/min) foram 82% maiores e a meia-vida foi 31% mais longa do que a observada em voluntários sadios. Em pacientes com insuficiência renal16 a dose deve ser ajustada (ver item Posologia).

Não foram observadas alterações significativas na farmacocinética do cloridrato de fexofenadina em pacientes com doença hepática20 quando comparado com indivíduos sadios.

A pseudoefedrina é um simpatomimético eficaz por via oral como descongestionante da mucosa21 nasal, com alívio da congestão nasal associada à rinite5 alérgica. Nas doses orais recomendadas, apresenta mínimo efeito pressórico em adultos normotensos. Sua meia-vida plasmática é de 4 a 6 horas. Cerca de 55-75% da dose administrada é excretada na urina22 de forma inalterada; o restante é aparentemente metabolizado no fígado23 em compostos inativos.

A administração do comprimido de ALLEGRA D (60 mg de cloridrato de fexofenadina e 120mg de cloridrato de pseudoefedrina), por aproximadamente 2 semanas a 213 pacientes com rinite5 alérgica sazonal não demonstrou aumento estatisticamente significativo no intervalo QTc médio quando comparado com cloridrato de fexofenadina administrado como monodroga (60mg duas vezes ao dia, n=215), ou quando comparado com o cloridrato de pseudoefedrina (120mg duas vezes ao dia, n=215), administrado como monodroga.

Em estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado, randomizado24, de 2 semanas de duração, em pacientes com idade entre 12-65 anos, com rinite5 alérgica sazonal devido a alergias à tasneira (n=651), o comprimido da associação de cloridrato de fexofenadina 60mg / cloridrato de pseudoefedrina 120 mg, administrado duas vezes ao dia, reduziu significativamente a intensidade dos espirros, rinorréia25, coceira no nariz26, palato27 e garganta28, olhos29 hiperemiados, úmidos e com coceira, e a congestão nasal.

O comprimido de ALLEGRA D é preparado de tal forma a proporcionar liberação imediata da fexofenadina e liberação prolongada da pseudoefedrina

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
2 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
3 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
4 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
5 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
6 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
7 Pápula: Lesão firme e elevada, com bordas nítidas e diâmetro que varia de 1 a 5 milímetros (até 1 centímetro, segundo alguns autores).
8 Eritema: Vermelhidão da pele, difusa ou salpicada, que desaparece à pressão.
9 Histamina: Em fisiologia, é uma amina formada a partir do aminoácido histidina e liberada pelas células do sistema imunológico durante reações alérgicas, causando dilatação e maior permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos. Ela é a substância responsável pelos sintomas de edema e irritação presentes em alergias.
10 Antígenos: 1. Partículas ou moléculas capazes de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substâncias que, introduzidas no organismo, provocam a formação de anticorpo.
11 Mastócitos: Células granulares que são encontradas em quase todos os tecidos, muito abundantes na pele e no trato gastrointestinal. Como os BASÓFILOS, os mastócitos contêm grandes quantidades de HISTAMINA e HEPARINA. Ao contrário dos basófilos, os mastócitos permanecem normalmente nos tecidos e não circulam no sangue. Os mastócitos, provenientes das células-tronco da medula óssea, são regulados pelo FATOR DE CÉLULA-TRONCO.
12 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
13 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
14 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
15 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
16 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
17 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
18 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
19 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
20 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
21 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
22 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
23 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
24 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
25 Rinorreia: Escoamento abundante de fluido pelo nariz, com ausência de fenômeno inflamatório.
26 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
27 Palato: Estrutura que forma o teto da boca. Consiste em palato duro anterior (PALATO DURO) e de palato mole posterior (PALATO MOLE).
28 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
29 Olhos:

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