
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FARMACOLÓGICAS BESILATO DE ANLODIPINO
Propriedades FarmacodinâmicasO anlodipino é um inibidor do influxo de cálcio (bloqueador do canal lento de cálcio ou antagonista1 do íon2 cálcio) e inibe o influxo transmembrana do íon2 cálcio no interior dos músculos3 cardíaco e liso.
O mecanismo da ação anti-hipertensiva do anlodipino deve-se ao efeito relaxante direto na musculatura vascular4 lisa. O mecanismo preciso pelo qual o anlodipino alivia a angina5 não está completamente definido, mas o anlodipino reduz o grau de isquemia6 total pelas duas seguintes ações:
- o anlodipino dilata as arteríolas7 periféricas e, desta maneira, reduz a resistência periférica8 total (afterload) contra o trabalho cardíaco. Uma vez que a freqüência cardíaca permanece estável, esta redução de carga diminui o consumo de energia miocárdica e a necessidade de oxigênio.
- o mecanismo de ação do anlodipino envolve provavelmente também a dilatação das artérias coronárias9 principais e arteríolas7 coronárias, em regiões normais e isquêmicas. Esta dilatação aumenta a liberação do oxigênio no miocárdio10 em pacientes com espasmo11 coronariano arterial (Angina5 de Prinzmetal ou angina5 variante) e abranda a vasoconstrição12 coronariana induzida pelo fumo.
Em pacientes com hipertensão13, a dose única diária proporciona reduções clinicamente significantes
na pressão sanguínea durante intervalo de 24 horas, tanto nas posições supina quanto em pé. Devido ao lento início de ação, a hipotensão14 aguda não constitui uma característica da administração do anlodipino.
Em pacientes com angina5, a administração de dose única diária de anlodipino aumenta o tempo total de exercício, tempo de início da angina5 e tempo para atingir 1 mm de depressão no segmento ST, e diminui a freqüência de crises anginosas e o consumo de comprimidos de nitroglicerina. Os estudos in vitro demonstram que cerca de 97,5% do anlodipino circulante está ligado às proteínas15 plasmáticas.
O anlodipino não foi associado a qualquer efeito metabólico adverso ou alteração nos lípides plasmáticos, sendo adequado para uso em pacientes com asma16, diabetes17 e gota18.
Estudos hemodinâmicos e estudos clínicos controlados baseados na resposta ao exercício em pacientes portadores de insuficiência cardíaca19 classes II-IV-NYHA demonstraram que o anlodipino não levou a uma deterioração clínica quando avaliado pela tolerância ao exercício, fração de ejeção ventricular esquerda e sintomatologia clínica.
Um estudo placebo20 controlado (PRAISE) destinado a avaliar pacientes portadores de insuficiência cardíaca19 classes III-IV-NYHA recebendo digoxina, diuréticos21 e inibidores da ECA demonstrou que o
anlodipino não leva a um aumento no risco da mortalidade22 ou mortalidade22 e morbidade23 combinadas em pacientes com insuficiência cardíaca19. No mesmo estudo, em um grupo de pacientes sem sinais24 ou sintomas25 clínicos sugestivos de doença isquêmica de base, uma redução clínica e estatisticamente significativa na mortalidade22 e na mortalidade22 e morbidade23 combinadas foi observada com anlodipino.
Propriedades farmacocinéticas:
Absorção
Após administração oral de doses terapêuticas o anlodipino é bem absorvido com picos de níveis
plasmáticos entre 6 e 12 horas após a dose. A biodisponibilidade absoluta foi estimada entre 64 e 80%.
O volume de distribuição é de aproximadamente 21L/kg. A absorção do anlodipino não é alterada pela ingestão de alimentos.
Metabolismo26/Eliminação
A meia-vida de eliminação terminal plasmática é de cerca de 35 a 50 horas, o que é consistente com a dose única diária. Os níveis do steady-state plasmático são obtidos após 7-8 dias de doses consecutivas. O anlodipino é amplamente metabolizado no fígado27 em metabólitos28 inativos com 10% da droga inalterada e 60% dos metabólitos28 excretados na urina29.
Uso em idosos
O tempo para alcançar o pico de concentração plasmática é similar para indivíduos jovens e idosos. Em pacientes idosos o clearance do anlodipino tende a estar diminuído, resultando em aumentos na área sob a curva (AUC30) e na meia-vida de eliminação plasmática. Aumentos na área sob a curva (AUC30) e na meia-vida de eliminação plasmática em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva31 ocorreram conforme o esperado para pacientes32 com a idade do grupo estudado.