POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO MITOXANTRONA

Atualizado em 28/05/2016
é necessário adaptar cuidadosamente a dose a cada paciente. Salvo prescrição facultativa, são válidas as seguintes recomendações posológicas: aplicação intravenosa: carcinoma1 mamário, linfomas de Hodgkin, câncer2 primário de células3 hepáticas4, carcinoma1 de ovário5: na monoterapia recomenda-se para o primeiro ciclo uma dose inicial de 14 mg de mitoxantrona/m2 de superfície corporal. Ao final de 21 dias pode-se administrar novamente esta dose. Em pacientes com diminuição da reserva da medula óssea6, devido à quimioterapia7 e/ou radioterapia8 ou a estado geral comprometido, a dose inicial deve ser reduzida a 12 mg/m2 de acordo com o quadro sangüíneo. Em toda nova administração de mitoxantrona a dose deverá ser sempre reconsiderada dependendo da evolução individual, da magnitude e duração da mielossupressão. As recomendações gerais são as seguintes: valor mais baixo (Nadir) de leucócitos9 e trombócitos10 (geralmente 6-15 dias depois da aplicação): mais de 1,5 g/l de leucócitos9 e menos de 50 g/l de trombócitos10; tempo de recuperação a valores normais: 21 dias mais ou menos; posologia recomendada: a mesma dose recomendada acima. Valor mais baixo (Nadir) de leucócitos9 e trombócitos10 (geralmente 6-15 dias depois da aplicação): mais de 1,5 g/l de leucócitos9 e mais de 50 g/l de trombócitos10; tempo de recuperação a valores normais: mais de 21 dias; posologia recomendada: esperar a recuperação aos valores normais e administrar a dose acima. Valor mais baixo (Nadir) de leucócitos9 e trombócitos10 (geralmente 6-15 dias depois da aplicação): menos de 1,5 g/l de leucócitos9 ou menos de 50 g/l de trombócitos10; tempo de recuperação a valores normais: independentemente do tempo de recuperação; posologia recomendada: reduzir a dose anterior em 2 mg/m2. Valor mais baixo (Nadir) de leucócitos9 e trombócitos10 (geralmente 6-15 dias depois da aplicação): menos de 1,0 g/l de leucócitos9 e menos de 25 g/l de trombócitos10; tempo de recuperação a valores normais: independentemente do tempo de recuperação; posologia recomendada: reduzir a dose anterior em 4 mg/m2. Na combinação de Mitoxantrona com outros citostáticos11 de ação mielotóxica, recomenda-se reduzir a dose indicada da monoterapia em 2-4 mg de Mitoxantrona/m2 de superfície corporal. Nos ciclos terapêuticos seguintes a dose de Mitoxantrona se orienta igualmente segundo a evolução individual, duração e grau da mielossupressão. Leucemias agudas: para o tratamento de indução das leucemias agudas recomenda-se administrar uma dose de 10-12 mg de Mitoxantrona/m2 de superfície corporal em 5 dias sucessivos (dose total 50-60 mg de Mitoxantrona/m2). Taxas de remissão mais elevadas podem ser alcançadas com uma administração de 12 mg/m2 durante 5 dias. Contudo, a dose mais elevada somente deverá ser aplicada se o estado do paciente permitir. Na aplicação simultânea de Mitoxantrona com outros citostáticos11, dependendo do estado de saúde12 do paciente, pode ser necessário modificar a dose independentemente da fase de tratamento em que esta se encontre. Se no curso do primeiro tratamento de indução aparecerem efeitos secundários não hematológicos com grave ameaça para a vida, não deverá iniciar-se um segundo tratamento até que os efeitos secundários regridam. Administração intrapleural em metástases13 pleurais a distância, no câncer2 mamário e nos linfomas não Hodgkin: na administração intrapleural se recomenda uma dose única de 20-30 mg de Mitoxantrona. O derrame14 pleural deverá ser evacuado (na medida do possível) antes de iniciar a terapia. A primeira dose de Mitoxantrona permanecerá na cavidade pleural15 durante 48 horas. Durante esse período os pacientes deverão ser mobilizados para se alcançar uma boa distribuição do citostático16. Depois destas 48 horas deve-se proceder novamente à evacuação de um eventual derrame14. Se a quantidade derramada posteriormente for inferior a 200 ml, dar-se-á por concluído o primeiro ciclo terapêutico; se a quantidade dor superior a 200 ml administrar uma dose adicional de 30 mg de Mitoxantrona. Antes desta segunda administração, o quadro sangüíneo deve ser controlado. Esta dose poderá ser administrada por via intrapleural. A dose máxima administrada em um ciclo deve ser de 60 mg de Mitoxantrona. Se ao final de 4 semanas os valores dos leucócitos9 e trombócitos10 estiverem normais, repetir a administração intrapleural. Recomenda-se não efetuar terapias citostáticas sistêmicas 4 semanas antes e depois da administração de Mitoxantrona. Modo e duração da administração: a aplicação de Mitoxantrona deve ser efetuada sob a supervisão de um médico especializado em oncologia. Aplicação intravenosa: Mitoxantrona pode ser aplicada por via intravenosa lenta de duração não inferior a 5 minutos. É aconselhável injetar Mitoxantrona lentamente mediante uma infusão de gotejamento contínuo. Como solução portadora recomenda-se uma solução isotônica17 de cloreto de sódio ou de glicose18 a 5%. Mitoxantrona também pode ser administrada como infusão breve de duração compreendida entre 15 e 30 minutos. Esta dose deverá ser diluída com 50-100 ml de uma das soluções para infusão citadas acima. Em caso de infiltração paravenosa a aplicação deve ser suspensa imediatamente e a injeção19 deverá ser tentada novamente por outro acesso venoso. Até agora, foram descritos casos isolados de reações locais graves (necroses) causados por uma injeção19 paravenosa. Aplicação intrapleural: para a administração intrapleural, Mitoxantrona deverá ser diluída em 50 ml de uma solução isotônica17 de cloreto de sódio. Esta solução deverá ser instilada à temperatura corporal muito lentamente (durante 5-10 min.) sem aplicar uma pressão perceptível à injeção19. Duração da aplicação: depois de alcançar a dose acumulada total de 200 mg de Mitoxantrona/m2 de superfície corporal, a aplicação de Mitoxantrona dar-se-á independentemente da indicação. Advertências especiais para preparação: durante a manipulação de Mitoxantrona deve-se evitar qualquer tipo de contaminação (usar luvas e óculos de proteção). Em caso de contato da pele20 ou mucosas21 com Mitoxantrona deverá limpar-se imediatamente com água morna (não quente). Os olhos22 devem ser exaguados abundantemente com água; caso necessário, consultar um oftalmologista23. Durante a preparação, aplicação e destruição de material contaminado, assim como durante a limpeza de objetos contaminados (por exemplo: cerâmica sanitária) deve-se ter sempre atenção especial em usar luvas e óculos de proteção. Os objetos que entrarem em contato com soluções que contenham Mitoxantrona poderão ser limpos com uma solução de 5,5 unidades (peso) de hipoclorito de cálcio em 13 unidades de água. Enxaguar com água em abundância. Os instrumentos que tiverem sido lavados com hipoclorito poderão ser reutilizados como recipientes para soluções com Mitoxantrona uma vez que tenham sido lavados com ácido acético diluído e enxaguados repetida e abundantemente com água.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
4 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
5 Ovário: Órgão reprodutor (GÔNADAS) feminino. Nos vertebrados, o ovário contém duas partes funcionais Sinônimos: Ovários
6 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
7 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
8 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
9 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
10 Trombócitos: Células em formato de discos e que não apresentam núcleo. São formadas no megacariócito e são encontradas no sangue de todos os mamíferos. Encontram-se envolvidas principalmente na coagulação sangüínea. Sinônimos: Trombócitos
11 Citostáticos: Diz-se de substâncias que inibem o crescimento ou a reprodução das células.
12 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
13 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
14 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
15 Cavidade pleural: Cavidade dupla (porém, separada) dentro da CAVIDADE TORÁCICA. Consiste em um espaço entre as PLEURAS visceral e parietal e contém normalmente uma camada capilar de um líquido seroso que lubrifica as superfícies da pleura.
16 Citostático: Diz-se de substância que inibe o crescimento ou a reprodução das células.
17 Isotônica: Relativo à ou pertencente à ação muscular que ocorre com uma contração normal. Em química, significa a igualdade de pressão entre duas soluções.
18 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
19 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
20 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
21 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
22 Olhos:
23 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.

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