INFORMAÇÃO TÉCNICA DELAKETE

Atualizado em 28/05/2016
MECANISMO DE AÇÃO:
DELAKETE® parece exercer seus efeitos benéficos na hipertensão arterial1 e na insufiência cardíaca através do bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona com a inibição primária da enzima2 responsável pela conversão da angiotensina I em angiotensina II, que é uma substância que determina elevação da pressão arterial3. Esta inibição da produção de angiotensina II acarreta a subseqüente secreção de aldosterona. Acredita-se que também possa colaborar com a atividade do produto, a inibição da cininase II (idêntica à enzima2 conversora da angiotensiva - ECA) responsável pela inativação da brandicinina, envolvida nos mecanismos fisiológicos da redução da pressão. Após a absorção, DELAKETE® é amplamente metabolizado nas formas ativas diácido Delapril e diácido 5-hidroxidelapril. A atividade anti-hipertensiva de DELAKETE® ocorre tanto em clino como em ortostatismo. Tais efeitos estão associados à uma redução da resistência periférica4, não existindo qualquer aumento compensatório da freqüência cardíaca. O risco de hipotensão5 ortostática é praticamente inexistente. A atividade máxima de DELAKETE® ocorre geralmente após uma hora da administração do produto e, nas doses recomendadas, permanece estável durante um período de pelo menos 12 horas.
INDICAÇÕES:
Hipertensão arterial1. Insuficiência cardíaca congestiva6.
CONTRA-INDICAÇÃO:
Hipersensibilidade conhecida ao produto; gravidez7 e lactação8.
PRECAUÇÃO:
Angiodema: Foram relatados raros casos de angiodema durante o uso de inibidores da ECA, principalmente após as primeiras administrações. Caso isto venha a ocorrer, o tratamento deverá ser imediatamente suspenso e o paciente controlado adequadamente e mantido em observação constante até o desaparecimento do edema9. Quando o edema9 estiver limitado ao rosto e aos lábios, a situação geralmente regride ao normal sem tratamento, embora substâncias anti-histamínicas sejam de utilidade no alívio dos sintomas10. O angiodema envolvendo a laringe11 pode ser fatal, necessitando a adoção de terapêutica12 eficaz, como a injeção subcutânea13 de uma solução 1:1000 de adrenalina14 (0,3-0,5 ml).
Hipotensão5: Como ocorre com outros inibidores da ECA, pode-se verificar, às vezes, uma resposta hipotensora durante o tratamento com DELAKETE®, especialmente em algumas categorias de pacientes de risco, tais como naqueles com insuficiência cardíaca15 descompensada, hipertensão16 renovascular, diálise17 renal18, depleção19 salina e/ou hídrica intensa de qualquer etiologia20 (p. ex., terapêutica12 diurética em doses elevadas). Nestes casos, antes de iniciar o tratamento com DELAKETE®, é prudente a redução ou a suspensão da terapêutica12 diurética ou mesmo realizar um tratamento de reidratação.
Função renal18 alterada: Na vigência de tratamento com os inibidores da ECA, há um risco aumentado de os pacientes com insuficiência cardíaca15 descompensada, hipertensão16 renovascular ou intensa depleção19 hídrica ou salina apresentarem sinais21 de disfunção renal18 (aumento de creatina, nitrogênio uréico e potássio séricos; proteinúria22; alterações do volume urinário). Discretos aumentos do nitrogênio uréico e da creatininemia também podem ocorrer ocasionalmente em pacientes com função renal18 íntegra, especialmente se houver tratamento concomitante com diuréticos23. Embora não tenha sido registrada essa eventualidade com DELAKETE®, caso ocorram, é aconselhável a suspensão da eventual terapêutica12 diurética, como também a suspensão ou redução da dose do produto.
Função hepática24: Considerando-se que o Delapril é transformado a nível hepático em suas formas ativas, essa conversão poderá estar prejudicada nos indivíduos com insuficiência hepática25 grave. Nesses casos, é aconselhável observar a resposta do paciente com relação às doses administradas.
Hiperpotassemia: A presença de insuficiência renal26 ou a utilização concomitante de diuréticos23 poupadores de potássio, suplementos de potássio e/ou substitutos do sal que contenham potássio, durante o tratamento com inibidores da ECA poderá determinar maior risco de hiperpotassemia.
Cirurgia/anestesia27: Os inibidores da ECA podem aumentar os efeitos hipotensores dos farmacos anestésicos, sendo aconselhável a reidratação parenteral prévia do paciente.
Neutropenia28/agranulocitose29 : Em casos raros, o tratamento com outros inibidores da ECA esteve associado à agranulocitose29 e à depressão medular, especialmente em pacientes com insulficiência renal18 e/ou colagenose. Mesmo não tendo sido ainda descrito esse fenômeno com o uso do DELAKETE®, é aconselhável controles periódicos dos leucócitos30.
ADMINISTRAÇÃO NA GRAVIDEZ7 E PERÍODO DE LACTAÇÃO8:
DELAKETE® está contra-indicado durante a gravidez7 e a lactação8.
USO EM PEDIATRIA:
Ainda não foram estabelecidas a segurança e a eficácia do uso de DELAKETE® em crianças.
EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE DIRIGIR E SOBRE O USO DE MÁQUINAS:
Os pacientes deverão ser advertidos sobre a possibilidade de ocorrerem tonturas31 ocasionadas pela ação hipertensora do produto, interferindo com a capacidade de dirigir veículos e com o uso de maquinários.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Diuréticos23: Da mesma forma que se observa com outros inibidores da ECA, pode ocorrer uma resposta hipotensora importante ao DELAKETE® quando o paciente está sendo previamente tratado com diuréticos23 em doses elevadas.
Potássio e diuréticos23 poupadores de potássio: O tratamento com DELAKETE® pode reduzir a perda de potássio ocasionada pelos diuréticos23 tiazídicos. Os diuréticos23 poupadores de potássio (espironolactona, amilorida, triamtereno e outros), ou a administração dos sais de potássio podem acarretar o aumento do risco de hipercalcemia. A utilização desses farmacos, se necessária, deverá ser realizada com cautela, controlando-se com freqüência os níveis de potassemia.
Antiácidos32: A administração do DELAKETE® associado a antiácidos32 pode reduzir discretamente a sua absorção intestinal.
Lítio: foram descritos aumentos dos níveis plasmáticos e sintomas10 de intoxicação pelo lítio nos pacientes em uso deste farmaco33 e inibidores da ECA. Dessa forma, a administração concomitante dos dois sais deverá ser realizada com os devidos cuidados, controlando-se com freqüência os níveis séricos do lítio. A administração conjunta de diuréticos23 poderá aumentar a toxicidade34.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
2 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
3 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
4 Resistência periférica: A resistência periférica é a dificuldade que o sangue encontra em passar pela rede de vasos sanguíneos. Ela é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar especificamente, sendo este fator importante na regulação da pressão arterial diastólica. A resistência é dependente das fibras musculares na camada média dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de substâncias reguladoras da pressão como a angiotensina e a catecolamina.
5 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
6 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
7 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
8 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
9 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
12 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
13 Injeção subcutânea: Injetar fluido no tecido localizado abaixo da pele, o tecido celular subcutâneo, com uma agulha e seringa.
14 Adrenalina: 1. Hormônio secretado pela medula das glândulas suprarrenais. Atua no mecanismo da elevação da pressão sanguínea, é importante na produção de respostas fisiológicas rápidas do organismo aos estímulos externos. Usualmente utilizado como estimulante cardíaco, como vasoconstritor nas hemorragias da pele, para prolongar os efeitos de anestésicos locais e como relaxante muscular na asma brônquica. 2. No sentido informal significa disposição física, emocional e mental na realização de tarefas, projetos, etc. Energia, força, vigor.
15 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
16 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
17 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
18 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
19 Depleção: 1. Em patologia, significa perda de elementos fundamentais do organismo, especialmente água, sangue e eletrólitos (sobretudo sódio e potássio). 2. Em medicina, é o ato ou processo de extração de um fluido (por exxemplo, sangue) 3. Estado ou condição de esgotamento provocado por excessiva perda de sangue. 4. Na eletrônica, em um material semicondutor, medição da densidade de portadores de carga abaixo do seu nível e do nível de dopagem em uma temperatura específica.
20 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
21 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
22 Proteinúria: Presença de proteínas na urina, indicando que os rins não estão trabalhando apropriadamente.
23 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
24 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
25 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
26 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
27 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
28 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.
29 Agranulocitose: Doença causada pela falta ou número insuficiente de leucócitos granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), que se manifesta como ulcerações na garganta e outras mucosas, seguidas por infecções graves.
30 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
31 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
32 Antiácidos: É uma substância que neutraliza o excesso de ácido, contrariando o seu efeito. É uma base que aumenta os valores de pH de uma solução ácida.
33 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
34 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.

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