INFORMAÇÃO TÉCNICA ONTRAX
Farmacodinâmica:
Ondansetron é um antagonista2 seletivo dos recetores 5HT3. O mecanismo de ação do ondansetron não está totalmente definido, ele não é um antagonista2 dos receptores-dopaminérgicos. Receptores serotoninérgicos do tipo 5HT3 estão presentes tanto perificamente na terminação do nervo vago quanto centralmente, nos quimioreceptres da zona gatilho da área pós-trema. Não está certo se a ação antiemética do ondansetron na quimioterapia3 indutora de vômitos4 é mediada centralmente, perifericamente ou em ambos os sítios. Entretanto a quimioterapia3 citotóxica parece estar associada com a liberação da serotonina das células enterocromafins5 do intestino grosso6.
No homem, a excreção urinária de 5-HIAA (ácido 5-hidroxi-indol-acético) após a administração de cisplatina aumenta paralelamente com o ínicio dos vômitos4.
A serotonina liberada pode estimular o vago eferente através dos receptores 5HT3 e iniciar o reflexo do vômito7.
Em animais, a resposta emética a cisplatina pode ser prevenida por um pré-tratamento com um inibidor da síntese de serotonina.
Em voluntários normais, dose única IV de 015mg/kg de ondansetron não apresenta efeito sobre a motilidade esofágica, motilidade gástrica, pressão do esfincter8 esofágico inferior ou sobre o tempo do trânsito do intestino grosso6. Em outro estudo com seis voluntários normais, do sexo masculino, a infusão de dose de 16 mg durante 5 minutos não mostrou efeito da droga sobre o débito cardíaco9, freqüência cardíaca, volume sistólico, pressão sanguínea, ou eletrocardiograma10 (ECG). Administração prolongada de ondansetron tem revelado determinar trânsito intestinal lento em voluntários normais. Ondansetron não tem efeito sobre a concentração plasmática de prolactina11.
Ondansetron não altera o efeito depressor respiratório produzido pelo anfetanil ou o grau de bloqueio neuromuscular produzido pelo antracúrio. Interações com anestésicos locais e gerais não tem sido estudados.
Farmacocinética:
Ondansetron é amplamente metabolizada no homem, com aproximadamente 5% da dose radio12-marcada recuperado como composto inalterado na urina13. A via principal de metabolização é a hidroxilação ao indol seguida de glicuronide ou conjugação de sulfato.
Em voluntários normais, dados farmacocinéticos médios foram determinados após dose única de dose de 0,15mg/kg.
Grupo Etário nº de particip. Conc. pico plasmático (ng/ml) Meia-vida média de eliminação Clearance Plasmático (l/h/kg)
19-40 11 102 3,5 0,381
61-74 12 106 4,7 0,319
³ 75 11 170 5,5 0,262
Uma redução no clearence e uma aumento na meia-vida de eliminação foi observado em um paciente com 75 anos de idade. Em ensaios clínicos16 com pacientes portadores de câncer17, nenhuma diferença na segurança e eficácia entre pacientes com 65 anos de idade e naqueles com mais que 65 anos de idade foi observada; devido ao número insuficiente de pacientes com idade acima de 75 anos, não se pode fazer conclusão para essa faixa etária. Nenhum ajuste de dose é recomendado para pacientes18 idosos. Em pacientes adultos portadores de câncer17, a meia-vida média de eliminação foi de 4,0 horas e não houve nenhuma diferença na farmacocinética de multidoses em um período superior a 4 dias. Em um estudo com 21 crianças portadoras de câncer17 (idade variando entre 4 a 18 anos) que receberam três doses, sob infusão IV, de 0,15 mg/kg de ondansetron a intervalos de 4 horas, pacientes, maiores de 15 anos apresentaram parâmetros farmacocinéticos de ondansetron semelhantes aos dos adultos. Pacientes entre 4 a 12 anos de idade, geralmente mostraram maiores clearance e uma parte, volume de distribuição maiores do que adultos. A maioria dos pacientes portadores de câncer17 e idade de 15 anos tiveram uma menor meis-vida plasmática de ondansetron (2,4 horas) do que pacientes com idade superior a 15 anos. Não se tem certeza se essas diferenças na meia-vida plasmática podem resultar em diferenças na eficácia entre algumas crianças mais novas.
Em voluntários normais (19 a 39 anos, n=23), o pico de concentração plasmática foi 264 ng/ml após uma dose única de 32 mg administrada sob infusão IV durante 15 minutos. A meia-vida de eliminação foi 4,1 horas. Exposição sistêmica a 32 mg de ondansetron não foi proporcional à dose quando medida por comparação aos valores AUC19-dose normalizada à uma dose de 8 mg. Isto é compatível com uma menor diminuição no clearance sistêmico20 com aumento das concentrações plasmáticas.
A ligação do ondansetron as proteínas21 plasmáticas, quando medida in vitro foi 70% a 76%. A droga circulante também é distribuída nos eritrócitos22.
Um teste de transformação linfoblástica positivo ao ondansetron foi reportado, o qual sugere sensibilidade imunológica ao ondansetron.