O mecanismo de ação da imipramina não é totalmente conhecido. Entretanto, esta droga não age primariamente pela estimulação do SNC¹. O efeito clínico é hipoteticamente como sendo devido a potenciação das sinapses adrenérgicas pelo bloqueio da norepinefrina nas terminações nervosas.
A característica farmacológica da imipramina é o seu amplo espectro de ação que inclui propriedades alfa-adrenolítica, anti-histamínica, anticolinérgica e bloqueadora do receptor serotoninérgico (5-HT). Contudo, a atividade terapêutica² da imipramina está baseada principalmente na sua capacidade de inibir a recaptação de norepinefrina (NE) e de serotonina (5-HT). A imipramina pertence à categoria dos chamados inibidores mistos da recaptação, uma vez que ela inibe a recaptação da norepinefrina e da serotonina aproximadamente na mesma extensão.
A imipramina é rápida e completamente absorvida após administração por via oral. A ingestão de alimentos não afeta a absorção e nem a biodisponibilidade. Durante a primeira passagem pelo fígado³, a imipramina, administrada por via oral, é parcialmente convertida em desmetilimipramina, um metabólito⁴ que exibe a mesma atividade antidepressiva.
Em média, a ligação protéica é de 86%, o volume de distribuição é de 21 l/kg e a meia-vida plasmática é aproximadamente de 20 horas. Aproximadamente 80% do fármaco⁵ são excretados através da urina⁶ e 20% nas fezes, principalmente na forma de metabólitos⁷ inativos. A quantidade de imipramina inalterada e de seu metabólito⁴ ativo, a desmetilimipramina, excretados através da urina⁶, é de 5% e 6% respectivamente, enquanto que através das fezes são excretados apenas em quantidades muito pequenas.