CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS DERMAZINE
A Sulfadiazina de Prata possui uma atividade antimicrobiana bastante ampla. É bactericida para uma grande variedade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, bem como algumas espécies de fungos (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, algumas espécies de Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Candida albicans).
Há dados bibliográficos suficientes para demonstrar que a Sulfadiazina de Prata possui ação sobre bactérias comumente resistentes a outros agentes antimicrobianos tópicos e que o composto é superior à Sulfadiazina pura, bem como ao Nitrato de Prata. A atividade antimicrobiana da Sulfadiazina de Prata é mediada pela reação do íon1 prata com o DNA microbiano, o que impede a replicação bacteriana. Além disto, age sobre a membrana e parede celulares, promovendo o enfraquecimento destas, com conseqüente rompimento da célula2 por efeito da pressão osmótica3. Estudos de farmacocinética demonstram que os níveis séricos de Prata e de Sulfadiazina estão relacionados com a extensão e espessura da ferida, e a quantidade de material aplicado, sendo que estes níveis encontram-se muito abaixo dos considerados tóxicos.
Estudos experimentais indicam que a absorção da Sulfadiazina de Prata na pele4 normal ou com lesões5 de queimaduras superficiais ou profundas é ínfima. Bult e Plug destacam que na aplicação tópica de Sulfadiazina de Prata, a Prata é liberada lentamente ao redor da ferida, sendo que mais de 99% dos íons6 Prata permanecem nesta região.
A Sulfadiazina de Prata parece estar presente somente na porção superficial da ferida e em torno de alguns apêndices epidérmicos, com muito pouco nas camadas mais profundas. Tais observações têm sido atribuídas à formação de um albuminato de prata a partir da albumina7 presente na área queimada ou pela formação de complexos de prata com grupos sulfidrila das fibras elásticas8 abundantes na área cicatricial.
Como a absorção através do tecido9 queimado é muito baixa, a distribuição tecidual foi mensurada após injeção subcutânea10 de suspensão de Sulfadiazina de Prata, observando-se maior concentração no fígado11 e baço12 e níveis relativamente baixos no cérebro13. Como sugerido pelo padrão de distribuição da Sulfadiazina de Prata, o componente Prata é excretado pela via hepatobiliar14 e a Sulfadiazina por eliminação renal15. Isto tem sido confirmado por estudos em ratos que receberam doses subcutâneas de suspensão de Sulfadiazina de Prata. A Prata é excretada principalmente nas fezes e a Sulfadiazina predominantemente na urina16, sendo que a eliminação da Prata acontece numa taxa bem mais lenta do que a do componente Sulfadiazina.