
INFORMAÇÕES TÉCNICAS MIOCOR
Atualizado em 28/05/2016
Efeitos hemodinâmicos: função ventricular normal: o cloridrato de amiodarona administrado por via oral em pacientes com boa função ventricular não provoca alterações no débito cardíaco7.
Disfunção ventricular: o cloridrato de amiodarona administrado por via oral, mesmo em pacientes com má função ventricular, com ou sem insuficiência cardíaca8 estabelecida, não provoca alterações significativas na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, inclusive em pacientes com frações de ejeção entre 15 e 20%; entretanto, a administração de doses orais muito altas raramente pode provocar hipotensão9.
Circulação10 coronariana: o cloridrato de amiodarona produz vasodilatação coronariana que, em parte, é responsável pela ação antianginosa que consiste em redução de longa duração da freqüência cardíaca; diminuição moderada e transitória da pressão arterial11; redução do consumo miocárdico de oxigênio; aumento marcado do fluxo sangüíneo miocárdico; inibição parcial dos efeitos das catecolaminas.
Farmacocinética: o cloridrato de amiodarona é absorvido de forma variável e lenta no trato gastrintestinal.
A biodisponibilidade oral do cloridrato de amiodarona é de 50%. Apresenta um volume de distribuição amplo e variável como conseqüência de um grande acúmulo no tecido adiposo12 e em órgãos altamente perfundidos (fígado13, pulmão14, baço15), o que faz com que o estado de equilíbrio e as concentrações terapêuticas plasmáticas sejam atingidos gradualmente e a eliminação seja prolongada. A ligação às proteínas16 é muito alta, 96%. O metabolismo17 é, em sua maior parte, hepático, formando o metabólito18 ativo a desetilamiodarona. Apresenta eliminação bifásica e meia-vida inicial de eliminação após a interrupção do tratamento por via oral é entre 2,5 e 10 dias, seguida da fase terminal que varia entre 8 e 107 dias. A meia-vida terminal de eliminação para a desetilamiodarona é, em média, de 61 dias.
Ao iniciar o tratamento por via oral com doses de ataques altas, o efeito pode aparecer após poucas horas. Durante o tratamento prolongado por via oral o efeito aparece entre 2 e 21 dias. Em pacientes pediátricos foi observado início mais rápido de ação (4 dias em média). A duração da ação após a interrupção do tratamento por via oral é variável (semanas a meses). O tempo transcorrido até atingir a concentração máxima é de 3 a 7 horas após a dose oral única. Pode-se medir concentrações plasmáticas de amiodarona até 6 meses após a suspensão do tratamento. Em crianças foram observadas recaídas mais imediatas à retirada do tratamento, sugerindo que ocorre uma eliminação mais rápida e menor amplitude de acúmulo em tecido2. A concentração teapêutica plasmática é de 1 a 2,5 µg (de 0,001 a 0,0025 mg) por mililitro em estado de equilíbrio. A excreção é biliar. Aproximadamente 25% da dose materna é excreta no leite materno. Não é eliminado por hemodiálise19. A cinética20 de distribuição e eliminação não se modifica em pacientes que requerem diálise21 crônica.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).
Complementos
1 Antiarrítmico: Medicamento usado para tratar altrações do ritmo cardíaco
2 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
3 Nó sinusal: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
4 Nó AV: Pequena massa nodular formada por fibras musculares especializadas que estão localizadas no septo interatrial próximo ao óstio do seio coronário. Dá origem ao feixe atriventricular do sistema de condução do coração.
5 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
6 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
7 Débito cardíaco: Quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta a cada minuto.
8 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
9 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
10 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
11 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
12 Tecido Adiposo: Tecido conjuntivo especializado composto por células gordurosas (ADIPÓCITOS). É o local de armazenamento de GORDURAS, geralmente na forma de TRIGLICERÍDEOS. Em mamíferos, existem dois tipos de tecido adiposo, a GORDURA BRANCA e a GORDURA MARROM. Suas distribuições relativas variam em diferentes espécies sendo que a maioria do tecido adiposo compreende o do tipo branco.
13 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
14 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
15 Baço:
16 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
17 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
18 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
19 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
20 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
21 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.