INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS MIOCOR

Atualizado em 28/05/2016
Atropina: a amiodarona pode potenciar a bradicardia1 e a hipotensão2 resistentes a atropina.
Antiarrítmicos: com outros antiarrítmicos, a amiodarona pode produzir efeitos cardíacos aditivos e aumentar o risco de taquiarritmias3.
A amiodarona aumenta as concentrações plasmáticas de quinidina, procainamida, flecainida e fenitoína; tem sido descrito que o uso simultâneo de amiodarona com quinidina, disopiramida, procainamida ou mexiletina pode provovar prolongamento do intervalto QT e raramente a torsades de pointes. Portanto, o uso simultâneo com todos os antiarrítmicos da classe I requer uma maior precaução; vários dias após o início do tratamento com amiodarona a dose dos antiarrítmicos anteriores devem ser reduzidos entre 30 e 50% e suspendê-los gradualmente; quando necessário o tratamento antiarrítmico4 associado a amiodarona, este deve iniciar com a metade da dose recomendada.
Anticoagulantes5 cumarínicos: a amiodarona inibe o metabolismo6 e potencializa o efeito anticoagulante7, que não começa até 4 a 6 dias após iniciado o tratamento com amiodarona e persiste durante semanas ou meses depois de sua suspensão; o tempo de protrombina8 pode se duplicar, porém, este efeito é muito irregular; recomenda-se reduzir a dose do anticoagulante7 entre um terço e a metade e controlar estritamente o tempo de protrombina8.
Bloqueadores beta-adrenérgicos9 ou bloqueadores dos canais de cálcio: a amiodarona pode produzir uma potencialização da bradicardia1, parada sinusal bloqueio AV, especialmente nos pacientes com disfunção sinusal subjacente. Se isto ocorrer, recomenda-se a redução da dose de amiodarona, do beta-bloqueador ou do bloqueador do canal de cálcio; em alguns casos o tratamento com amiodarona pode ser continuado depois da inserção de um marcapasso10.
Digitálicos: a amiodarona aumenta as concentrações séricas de digoxina e provavelmente de outros glicosídeos cardiotônicos, possivelmente até níveis tóxicos. No início do tratamento com amiodarona, deve-se suspender o tratamento com digitálicos ou reduzir a dose a metada. Se necessária a associação da amiodarona com glicosídeos cardiotônicos, deve-se controlar cuidadosamente as concentrações séricas dos fármacos. A amiodarona e os digitálicos podem produzir efeitos aditivos a nível do nó sinoatrial11 e AV.
Diuréticos12 de alça ou diuréticos12 tiazídicos ou indapamida: o uso simultâneo de amiodarona com diuréticos12 espoliadores de potássio pode produzir um aumento no risco de arritmias13 associadas a hipopotassemia14.
Fenitoína: a amiodarona pode aumentar as concentrações plasmáticas de fenitoína, dando lugar a um aumento dos efeitos e/ou da toxicidade15.
Iodeto sódico I123 ou iodeto sódico I131 ou pertecnetato sódico Tc99m: a amiodarona pode inibir a captação da tireóide.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Bradicardia: Diminuição da freqüência cardíaca a menos de 60 batimentos por minuto. Pode estar associada a distúrbios da condução cardíaca, ao efeito de alguns medicamentos ou a causas fisiológicas (bradicardia do desportista).
2 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
3 Taquiarritmias: Cadência rápida do ritmo do coração, arritmias rápidas.
4 Antiarrítmico: Medicamento usado para tratar altrações do ritmo cardíaco
5 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
6 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
7 Anticoagulante: Substância ou medicamento que evita a coagulação, especialmente do sangue.
8 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
9 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
10 Marcapasso: Dispositivo eletrônico utilizado para proporcionar um estímulo elétrico periódico para excitar o músculo cardíaco em algumas arritmias do coração. Em geral são implantados sob a pele do tórax.
11 Nó Sinoatrial: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
12 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
13 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
14 Hipopotassemia: Concentração sérica de potássio inferior a 3,5 mEq/l. Pode ocorrer por alterações na distribuição de potássio (desvio do compartimento extracelular para intracelular) ou de reduções efetivas no conteúdo corporal de potássio por uma menor ingesta ou por perda aumentada. Fraqueza muscular e arritimias cardíacas são os sinais e sintomas mais comuns, podendo haver também poliúria, polidipsia e constipação. Pode ainda ser assintomática.
15 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.

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