CARACTERÍSTICAS BUTILBROMETO DE ESCOPOLAMINA
O butilbrometo de escopolamina exerce atividade espasmolítica sobre a musculatura lisa dos tratos gastrintestinal e geniturinário e das vias biliares1. O butilbrometo de escopolamina pertence aos compostos de amônio quaternário, não atravessando a barreirahematoencefálica, e deste modo, não produzindo efeitos colaterais2 anticolinérgicos sobre o Sistema Nervoso Central3. A ação anticolinérgica periférica resulta de uma ação bloqueadora
sobre os gânglios4 intramurais das vísceras ocas, assim como de uma atividade antimuscarínica.
Após a administração endovenosa, o butilbrometo de escopolamina é rapidamente distribuído para os tecidos (t½ alfa = 4 min, t½ beta = 29 min). O volume de distribuição é de 128 litros (correspondentes a aproximadamente 1,7 l/kg). A meia-vida da fase final de eliminação (t½ gama) é de cerca de 5 horas. A depuração total é de 1,2 l/min.
Aproximadamente metade da depuração é renal5.
Os metabólitos6 principais encontrados na urina7 ligam-se fracamente ao receptor muscarínico.
Em rato, as concentrações mais altas de butilbrometo de escopolamina foram encontradas nos tecidos do trato gastrintestinal, no fígado8 e nos rins9.
O butilbrometo de escopolamina não atravessa a barreira hematoencefálica.
A ligação do butilbrometo de escopolamina com as proteínas10 plasmática é baixa.
Resultados de eficácia
Em estudo conduzido para avaliar o efeito analgésico11 de 20 mg endovenosos de butilbrometo de escopolamina em cólica biliar, foram avaliados 32 pacientes (26 mulheres e 6 homens, com idade média de 47 anos, variando entre 38-55 anos) alocados aleatoriamente para butilbrometo de escopolamina ou tenoxicam. A intensidade da dor foi avaliada em escala de 5 pontos. Os resultados, no grupo de butilbrometo de escopolamina, foram: 7 (43,24%)
dos 16 pacientes tiveram melhora significante da dor na avaliação de 30 minutos e outros 3 pacientes (18,75%) aos 60 minutos. Em acompanhamento de 24 horas, 4 (25%) pacientes tiveram que recorrer a medicação de resgate (petidina) e desenvolveram colecistite12. Os autores concluem que ambos os tratamentos foram rápidos no alívio da dor abdominal de origem biliar.
Em estudo que envolveu 104 pacientes, ao todo, sofrendo de dor em cólica classificada como severa ou excruciante devido a cálculo13 das vias urinárias altas confirmado, 33 pacientes foram alocados aleatoriamente para receber butilbrometo de escopolamina injetável (20 mg e.v.) em estudo multicêntrico, com observador cego, randomizado14 em oito centros na Alemanha. Foi utilizada a escala visual analógica (EVA) para medir a intensidade da dor. O
SIDP (início de ação) para butilbrometo de escopolamina foi de 16,22 + 15,4 minutos.
Eventos adversos foram relatados em 4 pacientes do grupo butilbrometo de escopolamina.