
CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS NIPRIDE
Gerais - Esta bula deve ser lida inteiramente antes do Nipride® ser administrado.Nipride® não é adequado para injeção1 EV direta, devendo ser diluído, adicionalmente, em solução estéril de glicose2 a 5%, antes da infusão. O nitroprussiato de sódio pode provocar rápida queda da pressão sangüínea3. Em pacientes não adequadamente monitorados, a hipotensão4 pode causar danos isquêmicos irreversíveis ou até a morte. Há que se ter pessoal especializado e equipamentos disponíveis que possibilitem o contínuo monitoramento da pressão sangüínea3.
A principal precaução no uso de Nipride® é a hipotensão4 severa e o acúmulo de cianeto.
Nipride® causa significante aumento da taxa de íons5 cianeto, podendo atingir níveis tóxicos e potencialmente letais, exceto quando administrado por breves períodos ou em baixas doses (< 2 mcg/kg/min.). A dose usual é de 0,5 a 10 mcg/kg/min., mas a infusão utilizando-se a dose máxima não deve ultrapassar 10 minutos. Caso a pressão sangüínea3 não seja adequadamente controlada após 10 minutos de infusão na dose máxima, a administração de Nipride® deve ser imediatamente suspensa. A concentração de oxigênio venoso e o equilíbrio ácido-base devem ser monitorados pois indicam intoxicação por cianeto; no entanto, deve-se considerar que tais exames laboratoriais são de difícil interpretação podendo não fornecer uma correta orientação.
Hipotensão4 severa: pequenos e transitórios excessos na infusão de Nipride® podem causar hipotensão4 excessiva que compromete a perfusão dos órgãos com conseqüente variedade de reações adversas. A hipotensão4 severa induzida pelo nitroprussiato de sódio deve limitar-se dentro de um período que varia de 1 a 10 minutos após a descontinuidade da infusão. Neste período de tempo, o paciente deve ser colocado na posição de Trendelenburg, o que melhora o retorno venoso6. Se a hipotensão4 persistir além desses minutos, após a suspensão da infusão de Nipride®, a causa verdadeira deverá ser procurada e identificada.
Intoxicação por cianeto: a infusão de Nipride® em dose superior a 2 mcg/kg/min. introduz íons5 cianeto em velocidade superior àquela que o organismo normalmente é capaz de metabolizar. A administração de tiossulfato de sódio aumenta a capacidade orgânica de eliminar íons5 cianeto. Também a metemoglobina normalmente presente no corpo pode tamponar certa quantidade de cianeto, mas essa capacidade é exaurida pelo cianeto produzido por cerca de 500 mcg/kg de Nipride® (dose máxima de 10 mcg/kg/min. por 50 minutos) e, neste caso, o efeito tóxico pode ser rápido e até fatal. No entanto, podem ocorrer reações adversas como acidose metabólica7, elevados níveis de cianeto e deterioração clínica, foram observados em alguns pacientes que receberam infusões nas doses recomendadas e por poucas horas; a infusão de tiossulfato de sódio promoveu enorme melhora clínica. A intoxicação por cianeto (nitroprussiato de sódio ou outros cianetos) pode-se manifestar através da acidose metabólica7 (láctica8), hiperoxemia venosa (sangue9 venoso brilhante), falta de ar (air hunger), confusão mental e morte. Já a intoxicação por cianeto devido a outras causas, tem sido associada com angina10 pectoris, infarto do miocárdio11, ataxia12, convulsões, AVC e outras lesões13 isquêmicas difusas. Pacientes hipertensos e aqueles que recebem outras medicações anti-hipertensivas, podem ser mais sensíveis aos efeitos de Nipride® que os indivíduos normais.
Em pacientes com distúrbios conhecidos do fluxo sangüíneo cerebral, deve-se reduzir a pressão arterial14 com extrema cautela e empregar apenas doses abaixo do máximo.
Em pacientes com hipotireoidismo15, deve-se ter em mente que concentrações mais elevadas de tiocianato inibem a absorção de iodeto.
Uso em anestesia16: quando se quiser produzir hipotensão4 controlada durante anestesia16 utilizando-se nitroprussiato de sódio ou qualquer outro vasodilatador, deve-se considerar a possibilidade estar diminuída a capacidade do paciente em compensar a anemia17 e hipovolemia18. No caso delas preexistirem, devem ser corrigidas antes da administração de Nipride®. Também pode causar alterações na relação ventilação19 pulmonar/perfusão. Nos pacientes intolerantes a esta alteração deve-se fornecer uma fração maior de oxigênio. Deve-se ter extremo cuidado ao administrar Nipride® a pacientes com alto risco cirúrgico.
Gravidez20 - Não há ainda estudos controlados com o nitroprussiato de sódio em mulheres grávidas. Não se conhece seus efeitos sobre o feto21 ou sobre a capacidade de reprodução22. O médico deve relacionar os benefícios do uso com os riscos potenciais do nitroprussiato de sódio nos casos onde for claramente necessário seu uso. De forma geral, não é recomendado o uso de Nipride® durante a gravidez20.
Lactação23 - Ainda não há informações sobre a excreção nitroprussiato de sódio e seus metabólitos24 são excretados no leite materno. Recomenda-se a suspensão do aleitamento ou então a descontinuidade da medicação, considerando-se a importância do tratamento para a mãe.
Pediatria - Embora não hajam estudos dos efeitos do nitroprussiato em pediatria, não são esperados problemas específicos que limitem o uso do medicamento em crianças.
Geriatria (idosos) - Deve-se ter cautela no uso de Nipride®, uma vez que os idosos são mais sensíveis aos efeitos hipotensores do medicamento.
Insuficiência hepática25 - Havendo acentuada alteração da função hepática26, só devem ser administradas doses baixas, ou administrar tratamento profilático usando os antídotos recomendados (veja Superdosagem).