INFORMAÇÕES TÉCNICAS FENITAL 100MG-20 BLI.10CPS

Atualizado em 28/05/2016
O FENITAL® é um medicamento antiepiléptico. Quimicamente a fenitoína é o 5,5-difenil-2,4-imidazolidinadiona. Seu principal sítio de ação parece localizar-se no córtex motor, onde a disseminação da atividade epiléptica é inibida. Ao promover o efluxo do sódio dos neurônios1, a fenitoína tende possivelmente a estabilizar o limiar frente à hiperexcitabilidade causada por estimulação excessiva ou por alterações ambientais que reduzem o gradiente de sódio da membrana. A redução da potenciação pós tetânica ao nível das sinapses, previne a disseminação dos focos epilépticos corticais a partir de áreas corticais adjacentes. A fenitoína reduz a atividade máxima dos núcleos do tronco cerebral2 responsáveis pelo componente tônico das convulsões tônico-clônicas (grande mal).A meia-vida plasmática após administração oral em seres humanos é de 22 horas, com uma variação de 7 a 42 horas. Níveis terapêuticos estáveis são alcançados entre 7 a 10 dias (5-7 meias-vidas) após o início do tratamento com as doses recomendadas de 300 mg/dia.
Quando for necessário medir os níveis séricos, as amostras devem ser colhidas 5 a 7 meias-vidas após o início do tratamento, mudança da dosagem, adição ou retirada de outra droga, ocasião em que o estado de equilíbrio já terá se estabelecido. Os níveis mantidos fornecem dados sobre a variação dos níveis sangüíneos clinicamente efetivos e o cumprimento do tratamento, devendo a amostra ser obtida imediatamente antes da próxima tomada. Níveis máximos indicam o limiar do risco de desenvolver reações adversas dose-dependentes. No caso de Fenitoína comprimidos, os níveis séricos máximos ocorrem entre 4 a 12 horas após a administração, enquanto no caso de Fenitoína suspensão oral ocorrem após 1 ½ a 3 horas.
Geralmente é obtido controle adequado, sem sinais3 clínicos de toxicidade4, quando os níveis plasmático de fenitoína estiverem entre 10 e 20 mcg/ml, embora casos leves de epilepsia5 do tipo grande mal possam ser controlados com níveis séricos mais baixos da droga.
A maioria dos pacientes tem apresentado níveis séricos estáveis com o tratamento de manutenção, entretanto pode haver grande variabilidade dos níveis de fenitoína com dosagens equivalentes.
Pacientes que apresentem níveis muito baixos podem estar descumprindo o tratamento ou hipermetabolizando a droga. Níveis séricos extremamente elevados podem ser resultantes de doença hepática6, deficiência enzimática congênita7 ou interações medicamentosas, causando interferências metabólicas.
Pacientes que apresentarem grandes variações de fenitoína, mesmo recebendo dosagem padrão, representam um problema terapêutico: nestes, as dosagens dos níveis séricos podem ser particularmente úteis. Como a fenitoína apresenta alto índice de ligação às proteínas8 plasmáticas, os níveis de fenitoína livre podem estar alterados em pacientes cujas características de ligação às proteínas8 plasmáticas difiram do normal.
A maior parte da droga é excretada na bile9 sob forma de metabólitos10 inativos, que são reabsorvidos do trato intestinal e excretados na urina11, parcialmente por filtração glomerular e, principalmente, por excreção tubular. Uma vez que a fenitoína é hidroxilada no fígado12 por um sistema enzimático que sofre saturação em presença de níveis plasmáticos elevados, pequenos incrementos da dose podem levar a meia-vida a aumentar substancialmente os níveis plasmáticos. Intoxicações podem ocorrer quando esses aumentos na dosagem forem iguais ou superiores a 10%.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Neurônios: Unidades celulares básicas do tecido nervoso. Cada neurônio é formado por corpo, axônio e dendritos. Sua função é receber, conduzir e transmitir impulsos no SISTEMA NERVOSO. Sinônimos: Células Nervosas
2 Tronco Cerebral: Parte do encéfalo que conecta os hemisférios cerebrais à medula espinhal. É formado por MESENCÉFALO, PONTE e MEDULA OBLONGA.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
5 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
6 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
7 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
8 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
9 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
10 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
11 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
12 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.

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