CARACTERÍSTICAS SYMBICORT 400 MCG
Propriedades Farmacodinâmicas
Mecanismos de ação e efeitos famacodinâmicos
SYMBICORT TURBUHALER contém formoterol e budesonida, substâncias que possuem diferentes modos de ação e que apresentam efeitos aditivos em termos de redução das exacerbações da asma1 e da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os mecanismos de ação das duas substâncias estão discutidos a seguir:
budesonida
A budesonida é um glicocorticosteróide com um elevado efeito antiinflamatório local. A budesonida mostrou exercer efeitos antianafiláticos e antiinflamatórios nos estudos de provocação realizados em animais e em humanos, os quais se manifestaram por redução da obstrução brônquica tanto na fase precoce como tardia de uma reação alérgica2. A budesonida também demonstrou reduzir a reatividade das vias aéreas em pacientes hiperreativos submetidos tanto à provocação direta como indireta. A terapêutica3 com budesonida inalatória demonstrou ser eficaz na prevenção da asma1 induzida por exercício.
Estudos de longo prazo mostram que as crianças e adolescentes tratados com budesonida inalatória atingem, na idade adulta, a sua altura esperada. Porém, foi observada uma pequena redução inicial, mas passageira, no crescimento (aproximadamente 1 cm). Isto geralmente acontece no primeiro ano de tratamento (ver Precauções e Advertências).
formoterol
O formoterol é um agonista4 beta-2-adrenérgico5 seletivo, que induz o relaxamento do músculo liso6 brônquico em pacientes com obstrução reversível das vias aéreas. O efeito broncodilatador7 manifesta-se muito rapidamente no período de 1-3 minutos após a inalação e a sua duração é de 12 horas após uma dose única.
Eficácia Clínica
SYMBICORT TURBUHALER
Asma1
Terapia de Manutenção Regular
Foi demonstrado em ensaios clínicos8 que a adição de formoterol à budesonida melhorou os sintomas9 asmáticos e a função pulmonar e reduziu as exacerbações.
O efeito de SYMBICORT TURBUHALER sobre a função pulmonar, utilizado como uma dose única de manutenção, foi igual ao da associação livre de budesonida e formoterol, em inaladores separados, em adultos, e superior à da budesonida isoladamente, em adultos e crianças. Todos os grupos de tratamento usaram um beta-2 agonista4 de curta duração, conforme a necessidade. Não se observaram sinais10 de atenuação do efeito antiasmático no decorrer do tempo.
Um estudo de curto prazo em pacientes em crise aguda de asma1 não mostrou diferença na melhora da função pulmonar durante as primeiras 3 horas entre tratamento com SYMBICORT TURBUHALER e salbutamol11 administrado por medicação spray.
DPOC
Em dois estudos de 12 meses em pacientes com DPOC, SYMBICORT TURBUHALER foi superior ao placebo12, ao formoterol e à budesonida com relação à função pulmonar e mostrou uma redução significante da taxa de exacerbação em comparação com o placebo12 e formoterol. Portanto, foi demonstrada a contribuição do formoterol e da budesonida para o efeito de SYMBICORT TURBUHALER. SYMBICORT TURBUHALER também foi superior ao placebo12 em relação aos sintomas9 e qualidade de vida. O tratamento foi bem tolerado.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
SYMBICORT TURBUHALER e os monoprodutos correspondentes demonstraram ser bioequivalentes em termos da exposição sistêmica da budesonida e do formoterol, respectivamente.
Não foram observados quaisquer sinais10 de interações farmacocinéticas entre a budesonida e o formoterol.
Verificou-se que os parâmetros farmacocinéticos das respectivas substâncias eram comparáveis após a administração de budesonida e formoterol sob a forma de monoprodutos ou como SYMBICORT TURBUHALER.
A budesonida inalatória é rapidamente absorvida e a concentração plasmática máxima é atingida no período de 30 minutos após a inalação.
Os estudos realizados demonstraram que a deposição pulmonar média da budesonida após a inalação pelo TURBUHALER variou entre 32 e 44% da dose liberada. A biodisponibilidade sistêmica é de aproximadamente 49% da dose liberada.
O formoterol inalatório é rapidamente absorvido e a concentração plasmática máxima é atingida 10 minutos após a inalação. Os estudos realizados demonstraram que a deposição pulmonar média de formoterol após a inalação pelo TURBUHALER variou de 28 a 49% da dose liberada. A disponibilidade sistêmica é de aproximadamente 61% da dose liberada.
Distribuição e Metabolismo13
A ligação às proteínas14 plasmáticas é de aproximadamente 50% para o formoterol e de 90% para a budesonida. O volume de distribuição é de aproximadamente 4 L/kg para o formoterol e de 3 L/kg para a budesonida. O formoterol é inativado por reações de conjugação (embora se observe formação de metabólitos15 ativos O-desmetilados e desformilados, estes são essencialmente considerados como conjugados não ativos). A budesonida sofre uma ampla biotransformação (aproximadamente 90%) na primeira passagem pelo fígado16, originando metabólitos15 com uma reduzida atividade glicocorticosteróide. A atividade glicocorticosteróide dos principais metabólitos15, 6-beta-hidroxi-budesonida e 16-alfa-hidroxi-prednisolona, é inferior a 1% daquela da budesonida. Não existem sinais10 de quaisquer interações metabólicas ou de quaisquer reações de deslocamento entre o formoterol e a budesonida.
Eliminação
A dose de formoterol é essencialmente eliminada por metabolismo13 no fígado16 seguida de excreção renal17. Após a inalação, 8-13% da dose liberada de formoterol é excretada não metabolizada através da urina18. O formoterol possui uma elevada depuração sistêmica (cerca de 1,4 L/min) e a sua meia-vida de eliminação terminal é, em média, de 17 horas.
A budesonida é eliminada por metabolismo13, principalmente catalisada pela enzima19 CYP3A4. Os metabólitos15 da budesonida são excretados na urina18 inalterados ou sob a forma conjugada. Apenas pequenas quantidades de budesonida inalterada foram detectadas na urina18. A budesonida possui uma elevada depuração sistêmica (cerca de 1,2 L/min) e a sua meia-vida de eliminação plasmática após administração i.v. é, em média, de 4 horas.
A budesonida tem uma depuração sistêmica de aproximadamente 0,5 L/min em crianças asmáticas de 4-6 anos de idade. As crianças têm uma depuração por kg de peso corpóreo que é aproximadamente 50% maior da de adultos. A meia-vida de eliminação da budesonida, após inalação, é de aproximadamente 2,3 h em crianças asmáticas. A farmacocinética de formoterol em crianças não foi estudada.
A farmacocinética da budesonida ou do formoterol em idosos e em pacientes com insuficiência renal20 é desconhecida. A exposição à budesonida e ao formoterol poderá estar aumentada em pacientes com doença hepática21.
Dados de segurança pré-clínica
A toxicidade22 observada em estudos de experimentação animal realizados com budesonida e formoterol, administrados em associação ou separadamente, foi similar. Os efeitos foram associados às atividades farmacológicas e foram dependentes da dose.
Foi comprovado em estudos de reprodução23 animal que os corticóides, como a budesonida, induzem más-formações (fenda palatina e más-formações esqueléticas). Estes resultados obtidos na experimentação animal não parecem, no entanto, serem relevantes para os humanos nas doses recomendadas (ver Uso durante a gravidez24 e a lactação25). Os estudos de reprodução23 animal realizados com formoterol demonstraram uma ligeira redução da fertilidade nos ratos machos submetidos a exposições sistêmicas elevadas e perdas de implantação, assim como diminuição da sobrevida26 pós-natal precoce e do peso ao nascimento com exposições sistêmicas consideravelmente superiores às atingidas durante a utilização clínica. Contudo, estes resultados obtidos na experimentação animal não parecem ser relevantes para o ser humano.