CARACTERÍSTICAS MELOCOX SOLUÇÃO INJETÁVEL

Atualizado em 28/05/2016

Meloxicam é um agente antiinflamatório não-esteróide pertencente à classe do ácido enólico, um dos derivados de oxicam, que nos estudos farmacológicos apresentou propriedades antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas. meloxicam demonstrou potente atividade antiinflamatória em todos os modelos clássicos de inflamação1. Um mecanismo de ação comum para os efeitos acima pode consistir na capacidade de o meloxicam inibir a biossíntese de prostaglandinas2, conhecidos mediadores da inflamação1.

A comparação entre a dose ulcerogênica e a dose antiinflamatória eficaz, realizada em modelos de artrite3 adjuvante em ratos, confirmou uma margem terapêutica4 superior à dos antiinflamatórios não-esteróides de referência. In vivo, meloxicam inibiu a biossíntese de prostaglandinas2 mais intensamente no local da inflamação1 que na mucosa5 gástrica ou nos rins6. Acredita-se que este perfil favorável de segurança esteja relacionado a uma inibição preferencial da COX-2 em relação à COX-1. Acumulam-se evidências demonstrando que a inibição da COX-2 proporciona os efeitos terapêuticos dos antiinflamatórios não-esteróides, enquanto a inibição da COX-1 é responsável pelos efeitos colaterais7 gástricos e renais.

A inibição preferencial da COX-2 em relação à COX-1 por meloxicam foi demonstrada in vitro e ex vivo, em vários testes. No estudo do sangue8 total humano, meloxicam demonstrou inibir seletivamente a COX-2 in vitro. Meloxicam demonstrou uma inibição maior da produção de PGE2 estimulada por lipopolissacarídeo (COX-2) em relação à produção de tromboxano no sangue8 coagulado (COX-1). Esses efeitos foram dependentes da dose. As doses recomendadas de meloxicam não mostraram ter efeito na agregação plaquetária nem no tempo de sangramento ex vivo, enquanto a indometacina, o diclofenaco, o ibuprofeno e o naproxeno inibiram significativamente a agregação plaquetária e prolongaram o sangramento.

Estudos clínicos demonstraram uma incidência9 menor de reações adversas gastrintestinais (por exemplo, dispepsia10, vômitos11, náuseas12 e dor abdominal) com meloxicam em relação a outros antiinflamatórios não-esteróides. A incidência9 de relatos de perfurações no trato gastrintestinal superior13, úlceras14 e sangramentos associados ao meloxicam é baixa e depende da dose.

Não há nenhum estudo capacitado adequadamente para detectar as diferenças estatísticas na incidência9 de eventos adversos clinicamente significativos tais como perfuração gastrintestinal superior, obstrução ou sangramento entre o meloxicam e outros antiinflamatórios não-esteróides. Realizou-se uma análise geral de 35 estudos clínicos envolvendo pacientes tratados diariamente com meloxicam com indicação para osteoartrite15, artrite reumatóide16 e espondilite anquilosante. O tempo de exposição ao meloxicam nesse estudo variou de 3 meses a um ano (a maioria dos pacientes foi admitida em estudos de um mês). A maioria dos estudos permitiram o envolvimento de pacientes com história anterior de perfuração gastrintestinal, úlceras14 ou sangramentos. A incidência9 de perfuração do trato gastrintestinal superior13, obstrução ou sangramento (POS) clinicamente significativos foi avaliada retrospectivamente. Os resultados estão na tabela a seguir:

Risco cumulativo de perfurações, obstrução e sangramento (pos) para meloxicam a partir de estudos clínicos realizados em comparação ao diclofenaco e ao piroxicam (estimativas de kalpah-meier).



meloxicam é completamente absorvido após administração intramuscular proporcionando uma biodisponibilidade absoluta de quase 100%. Meloxicam é bem absorvido após administração oral (89%). Consequentemente, a biodisponibilidade de meloxicam após administração intramuscular e oral são comparáveis.

A farmacocinética de meloxicam é proporcional à dose para doses intramusculares entre 5 mg e 30 mg. As concentrações plasmáticas de meloxicam atingem os níveis máximos cerca de 60 minutos após a administração intramuscular. As condições de estado de equilíbrio são alcançadas em 3 a 5 dias. A taxa de ligação do meloxicam às proteínas17 plasmáticas é superior a 99%. A passagem de meloxicam para o líquido sinovial18 é boa, atingindo cerca de 50% das concentrações plasmáticas. meloxicam é metabolizado quase totalmente em 4 metabólitos19 farmacologicamente inativos. O metabólito20 em maior quantidade, 5’-carboximeloxicam, (60% da dose), é formado pela oxidação de um metabólito20 intermediário, 5’-hidroximetllmeloxicam, que também é excretado numa menor quantidade (9% da dose). Estudos in vitro sugerem que CYP 2C9 exerce papel importante nesta via metabólica, com uma contribuição menor da isoenzima CYP 3A4. Provavelmente, a atividade da peroxidase do paciente é responsável pela formação dos outros dois metabólitos19, os quais são estimados em 16% e 4% da dose administrada respectivamente. meloxicam é excretado predominantemente na forma metabolizada, e ocorre em igual extensão na urina21 e fezes. Menos de 5% da dose diária é excretada pelas fezes na forma inalterada, enquanto que na urina21 são encontrados apenas traços de substância inalterada. A meia-vida de eliminação do meloxicam é de 20 horas.

Os parâmetros farmacocinéticos do meloxicam não são alterados substancialmente por insuficiência hepática22 ou renal23 de grau leve a moderado. A depuração plasmática é em média de 8 mL/min. A depuração é menor em mulheres idosas. O volume de distribuição é baixo: em média 11 litros. Há uma variação individual da ordem de 20-40% após administração intramuscular.


- INDICAÇÕES

Melocox (meloxicam) é indicado no tratamento sintomático24 da artrite reumatóide16 e tratamento sintomático24 de osteoartrites dolorosas (artroses, doenças degenerativas25 das articulações26).

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
2 Prostaglandinas: É qualquer uma das várias moléculas estruturalmente relacionadas, lipossolúveis, derivadas do ácido araquidônico. Ela tem função reguladora de diversas vias metabólicas.
3 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.
4 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
5 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
6 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
7 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
8 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
9 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
10 Dispepsia: Dor ou mal-estar localizado no abdome superior. O mal-estar pode caracterizar-se por saciedade precoce, sensação de plenitude, distensão ou náuseas. A dispepsia pode ser intermitente ou contínua, podendo estar relacionada com os alimentos.
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
12 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
13 Trato Gastrintestinal Superior: O segmento do TRATO GASTROINTESTINAL que inclui o ESÔFAGO, o ESTÔMAGO e o DUODENO.
14 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
15 Osteoartrite: Termo geral que se emprega para referir-se ao processo degenerativo da cartilagem articular, manifestado por dor ao movimento, derrame articular, etc. Também denominado artrose.
16 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
17 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
18 Líquido sinovial: Gel viscoso e transparente que lubrifica as estruturas que banha, minorando o atrito entre elas. Ele é encontrado na cavidade da cápsula articular.
19 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
20 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
21 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
22 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
23 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
24 Sintomático: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
25 Degenerativas: Relativas a ou que provocam degeneração.
26 Articulações:

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