
PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS RISPERIDONA
- Pacientes idosos com demência1Mortalidade2 geral: pacientes idosos com demência1 tratados com antipsicóticos atípicos tiveram um aumento na mortalidade2 quando comparado a placebo3 em uma metanálise de 17 estudos controlados de antipsicóticos atípicos, incluindo risperidona.
Em estudos clínicos de risperidona controlados com placebo3 nesta população, a incidência4 de mortalidade2 foi 4,0% para pacientes5 tratados com risperidona comparado à 3,1% em pacientes tratados com placebo3. A idade média de pacientes que vieram à óbito6 era 86 anos (intervalo de 67 a 100 anos).
Uso concomitante de furosemida: em estudos controlados com placebo3 em pacientes idosos com demência1, uma maior incidência4 de mortalidade2 foi observada em pacientes tratados com furosemida e risperidona (7,3%; idade média: 89 anos,
intervalo de 75 a 97 anos) quando comparado aos pacientes tratados com risperidona isolada (3,1%; idade média: 84 anos, intervalo de 70 a 96 anos) ou furosemida isolada (4,1%; idade média: 80 anos, intervalo de 67 a 90 anos). O aumento na mortalidade2 em pacientes tratados com furosemida e risperidona foi observado em dois de quatro estudos clínicos.
O mecanismo patofisiológico não foi claramente identificado para explicar este achado e não há um padrão consistente para a causa do óbito6. Apesar disto, deve-se ter cautela e avaliar os riscos e benefícios desta combinação antes da decisão de uso. Não houve aumento na incidência4 de mortalidade2 entre pacientes recebendo outros diuréticos7 concomitantemente com risperidona. Independente do tratamento, desidratação8 foi um fator geral de risco para mortalidade2 e deve, portanto, ser evitada cuidadosamente em pacientes idosos com demência1.
Eventos adversos vasculares9 cerebrais: estudos clínicos controlados com placebo3 realizados em pacientes idosos com demência1 mostraram uma incidência4 maior de eventos adversos vasculares9 cerebrais (acidentes vasculares9 cerebrais e episódios de isquemia10 transitória), incluindo óbitos, em pacientes tratados com risperidona comparados aos que receberam placebo3 (idade média: 85 anos, intervalo de 73 a 97 anos).
- Atividade de bloqueio alfa adrenérgico11
Devido à atividade de bloqueio alfa adrenérgico11 de risperidona, pode ocorrer hipotensão12 (ortostática), especialmente durante o período inicial de adequação posológica. Risperidona deve ser usada com cautela em pacientes com doença cardiovascular (por exemplo, insuficiência cardíaca13, infarto do miocárdio14, distúrbios da condução, desidratação8, hipovolemia15 ou doença vascular16 cerebral), e a dose deve ser adaptada gradualmente como recomendado. A dose deve ser reduzida em caso de hipotensão12.
- Discinesia tardia17 / sintomas18 extrapiramidais
Os medicamentos com propriedades antagonistas dopaminérgicas foram associados à indução de discinesia tardia17, caracterizada por movimentos involuntários rítmicos, predominantemente da língua19 e/ou da face20. No entanto, foi descrito que o aparecimento de sintomas18 extrapiramidais representa um fator de risco21 no desenvolvimento de discinesia tardia17. Risperidona tem um potencial menor para induzir sintomas18 extrapiramidais comparado aos neurolépticos22 clássicos. Assim, risperidona deve apresentar um risco menor do que os neurolépticos22 clássicos na indução de discinesia tardia17. Se sinais23 e sintomas18 de discinesia tardia17 aparecerem todos os medicamentos antipsicóticos devem ser interrompidos.
- Síndrome24 neuroléptica maligna
A ocorrência de síndrome24 neuroléptica malígna, caracterizada por hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autonômica, alteração da consciência e elevação dos níveis de creatina fosfoquinase sérica, foi relatada com o uso de antipsicóticos.
Outros sinais23 podem incluir mioglobinúria (rabdomiolise25) e insuficiência renal26 aguda. Conseqüentemente, a possibilidade de ocorrência de síndrome24 neuroléptica maligna com risperidona não pode ser descartada. Neste caso, todos os medicamentos antipsicóticos, incluindo risperidona devem ser interrompidos.
O risco-benefício deve ser avaliado ao prescrever antipsicóticos, incluindo risperidona para pacientes5 com doença de parkinson27 ou demência1 de corpos de lewy, em razão do possível aumento do risco de síndrome24 neuroléptica malígna nestes pacientes, bem como um aumento na sensibilidade aos antipsicóticos. A manifestação deste aumento na sensibilidade pode incluir confusão, obnubilação, instabilidade postural com quedas freqüentes em adição aos sintomas18 extrapiramidais.
- Hiperglicemia28
Hiperglicemia28 e exacerbação de diabetes29 preexistente têm sido relatadas durante o tratamento com risperidona em casos muito raros. Aconselha-se realizar monitoramento clínico apropriado em pacientes diabéticos e naqueles com fator de risco21 para o desenvolvimento de diabete melito (vide item "reações adversas").
- Outros
Os neurolépticos22 clássicos podem baixar o limiar epileptogênico. Recomenda-se cuidado no tratamento de pacientes epilépticos.
Deve-se prevenir os pacientes para evitar a ingestão excessiva de alimentos devido ao risco de ganho de peso.
Veja no item "posologia" as recomendações específicas para pacientes5 idosos, pacientes idosos com demência1, crianças e pacientes como insuficiência renal26 e hepática30.
- Uso durante a gestação e a lactação31
A segurança de risperidona para uso durante a gestação em seres humanos não foi estabelecida. Apesar de estudos realizados em animais não indicarem toxicidade32 direta da risperidona sobre a reprodução33, alguns efeitos indiretos, mediados pela prolactina34 e pelo snc35, foram observados. Nenhum efeito teratogênico36 foi observado em nenhum estudo. Portanto, risperidona só deve ser usado durante a gestação se os benefícios forem mais importantes que os riscos.
Em estudos em animais, a risperidona e a 9-hidroxi-risperidona são excretadas no leite.
Demonstrou-se que a risperidona e a 9-hidroxi-risperidona são excretadas também no leite humano. Assim, mulheres recebendo risperidona não devem amamentar.
- Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Risperidona pode interferir com as atividades exigindo uma boa vigilância. Durante o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.