PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS RISPERIDONA

Atualizado em 28/05/2016

 - Pacientes idosos com demência1Mortalidade2 geral: pacientes idosos com demência1 tratados com antipsicóticos atípicos tiveram um aumento na mortalidade2 quando comparado a placebo3 em uma metanálise de 17 estudos controlados de antipsicóticos atípicos, incluindo risperidona.
Em estudos clínicos de risperidona controlados com placebo3 nesta população, a incidência4 de mortalidade2 foi 4,0% para pacientes5 tratados com risperidona comparado à 3,1% em pacientes tratados com placebo3. A idade média de pacientes que vieram à óbito6 era 86 anos (intervalo de 67 a 100 anos).
Uso concomitante de furosemida: em estudos controlados com placebo3 em pacientes idosos com demência1, uma maior incidência4 de mortalidade2 foi observada em pacientes tratados com furosemida e risperidona (7,3%; idade média: 89 anos,
intervalo de 75 a 97 anos) quando comparado aos pacientes tratados com risperidona isolada (3,1%; idade média: 84 anos, intervalo de 70 a 96 anos) ou furosemida isolada (4,1%; idade média: 80 anos, intervalo de 67 a 90 anos). O aumento na mortalidade2 em pacientes tratados com furosemida e risperidona foi observado em dois de quatro estudos clínicos.
O mecanismo patofisiológico não foi claramente identificado para explicar este achado e não há um padrão consistente para a causa do óbito6. Apesar disto, deve-se ter cautela e avaliar os riscos e benefícios desta combinação antes da decisão de uso. Não houve aumento na incidência4 de mortalidade2 entre pacientes recebendo outros diuréticos7 concomitantemente com risperidona. Independente do tratamento, desidratação8 foi um fator geral de risco para mortalidade2 e deve, portanto, ser evitada cuidadosamente em pacientes idosos com demência1.
Eventos adversos vasculares9 cerebrais: estudos clínicos controlados com placebo3 realizados em pacientes idosos com demência1 mostraram uma incidência4 maior de eventos adversos vasculares9 cerebrais (acidentes vasculares9 cerebrais e episódios de isquemia10 transitória), incluindo óbitos, em pacientes tratados com risperidona comparados aos que receberam placebo3 (idade média: 85 anos, intervalo de 73 a 97 anos).
- Atividade de bloqueio alfa adrenérgico11
Devido à atividade de bloqueio alfa adrenérgico11 de risperidona, pode ocorrer hipotensão12 (ortostática), especialmente durante o período inicial de adequação posológica. Risperidona
deve ser usada com cautela em pacientes com doença cardiovascular (por exemplo, insuficiência cardíaca13, infarto do miocárdio14, distúrbios da condução, desidratação8, hipovolemia15 ou doença vascular16 cerebral), e a dose deve ser adaptada gradualmente como recomendado. A dose deve ser reduzida em caso de hipotensão12.
- Discinesia tardia17 / sintomas18 extrapiramidais
Os medicamentos com propriedades antagonistas dopaminérgicas foram associados à indução de discinesia tardia17, caracterizada por movimentos involuntários rítmicos, predominantemente da língua19 e/ou da face20. No entanto, foi descrito que o aparecimento de sintomas18 extrapiramidais representa um fator de risco21 no desenvolvimento de discinesia tardia17. Risperidona tem um potencial menor para induzir sintomas18 extrapiramidais comparado aos neurolépticos22 clássicos. Assim, risperidona deve apresentar um risco menor do que os neurolépticos22 clássicos na indução de discinesia tardia17. Se sinais23 e sintomas18 de discinesia tardia17 aparecerem todos os medicamentos antipsicóticos devem ser interrompidos.
- Síndrome24 neuroléptica maligna
A ocorrência de síndrome24 neuroléptica malígna, caracterizada por hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autonômica, alteração da consciência e elevação dos níveis de creatina fosfoquinase sérica, foi relatada com o uso de antipsicóticos.
Outros sinais23 podem incluir mioglobinúria (rabdomiolise25) e insuficiência renal26 aguda. Conseqüentemente, a possibilidade de ocorrência de síndrome24 neuroléptica maligna com risperidona não pode ser descartada. Neste caso, todos os medicamentos antipsicóticos, incluindo risperidona devem ser interrompidos.
O risco-benefício deve ser avaliado ao prescrever antipsicóticos, incluindo risperidona para pacientes5 com doença de parkinson27 ou demência1 de corpos de lewy, em razão do possível aumento do risco de síndrome24 neuroléptica malígna nestes pacientes, bem como um aumento na sensibilidade aos antipsicóticos. A manifestação deste aumento na sensibilidade pode incluir confusão, obnubilação, instabilidade postural com quedas freqüentes em adição aos sintomas18 extrapiramidais.
- Hiperglicemia28
Hiperglicemia28 e exacerbação de diabetes29 preexistente têm sido relatadas durante o tratamento com risperidona em casos muito raros. Aconselha-se realizar monitoramento clínico apropriado em pacientes diabéticos e naqueles com fator de risco21 para o desenvolvimento de diabete melito (vide item "reações adversas").
- Outros
Os neurolépticos22 clássicos podem baixar o limiar epileptogênico. Recomenda-se cuidado no tratamento de pacientes epilépticos.
Deve-se prevenir os pacientes para evitar a ingestão excessiva de alimentos devido ao risco de ganho de peso.
Veja no item "posologia" as recomendações específicas para pacientes5 idosos, pacientes idosos com demência1, crianças e pacientes como insuficiência renal26 e hepática30.
- Uso durante a gestação e a lactação31
A segurança de risperidona para uso durante a gestação em seres humanos não foi estabelecida. Apesar de estudos realizados em animais não indicarem toxicidade32 direta da risperidona sobre a reprodução33, alguns efeitos indiretos, mediados pela prolactina34 e pelo snc35, foram observados. Nenhum efeito teratogênico36 foi observado em nenhum estudo. Portanto, risperidona só deve ser usado durante a gestação se os benefícios forem mais importantes que os riscos.
Em estudos em animais, a risperidona e a 9-hidroxi-risperidona são excretadas no leite.
Demonstrou-se que a risperidona e a 9-hidroxi-risperidona são excretadas também no leite humano. Assim, mulheres recebendo risperidona não devem amamentar.
- Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas
Risperidona pode interferir com as atividades exigindo uma boa vigilância. Durante  o tratamento o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Demência: Deterioração irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
2 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
3 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
4 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
5 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
6 Óbito: Morte de pessoa; passamento, falecimento.
7 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
8 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
9 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
10 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
11 Adrenérgico: Que age sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
12 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
13 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
14 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
15 Hipovolemia: Diminuição do volume de sangue secundário a hemorragias, desidratação ou seqüestro de sangue para um terceiro espaço (p. ex. peritônio).
16 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
17 Discinesia tardia: Síndrome potencialmente irreversível, caracterizada por movimentos repetitivos, involuntários e não intencionais dos músculos da língua, boca, face, pescoço e (mais raramente) das extremidades. Ela se caracteriza por movimentos discinéticos involuntários e irreversíveis e pode se desenvolver com o uso de medicamentos tais como antipsicóticos e neurolépticos.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Língua:
20 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
21 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
22 Neurolépticos: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.
23 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
24 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
25 Rabdomiólise: Síndrome caracterizada por destruição muscular, com liberação de conteúdo intracelular na circulação sanguínea. Atualmente, a rabdomiólise é considerada quando há dano secundário em algum órgão associado ao aumento das enzimas musculares. A gravidade da doença é variável, indo de casos de elevações assintomáticas de enzimas musculares até situações ameaçadoras à vida, com insuficiência renal aguda ou distúrbios hidroeletrolíticos. As causas da rabdomiólise podem ser classificadas em quatro grandes grupos: trauma ou lesão muscular direta, excesso de atividade muscular, defeitos enzimáticos hereditários ou outras condições clínicas.
26 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
27 Doença de Parkinson: Doença degenerativa que afeta uma região específica do cérebro (gânglios da base), e caracteriza-se por tremores em repouso, rigidez ao realizar movimentos, falta de expressão facial e, em casos avançados, demência. Os sintomas podem ser aliviados por medicamentos adequados, mas ainda não se conhece, até o momento, uma cura definitiva.
28 Hiperglicemia: Excesso de glicose no sangue. Hiperglicemia de jejum é o nível de glicose acima dos níveis considerados normais após jejum de 8 horas. Hiperglicemia pós-prandial acima de níveis considerados normais após 1 ou 2 horas após alimentação.
29 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
30 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
31 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
32 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
33 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
34 Prolactina: Hormônio secretado pela adeno-hipófise. Estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. O aumento de produção da prolactina provoca a hiperprolactinemia, podendo causar alteração menstrual e infertilidade nas mulheres. No homem, gera impotência sexual (por prejudicar a produção de testosterona) e ginecomastia (aumento das mamas).
35 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
36 Teratogênico: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.

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