QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO DEPAKOTE
DEPAKOTE é contraindicado para menores de 10 anos de idade.
DEPAKOTE é contraindicado para uso por pacientes com:
Conhecida hipersensibilidade ao divalproato de sódio ou demais componentes da fórmula;
Doença ou disfunção no fígado1 significativas;
Conhecida Síndrome2 de Alpers-Huttenlocher e crianças com menos de 2 anos com suspeita de possuir a Síndrome2;
Distúrbio do ciclo da ureia3 (DCU) desordem genética rara que pode resultar em acúmulo de amônia no sangue4;
Porfiria5 distúrbio genético raro que afeta parte da hemoglobina6 do sangue4.
DEPAKOTE é contraindicado na prevenção da enxaqueca7 em mulheres grávidas e mulheres em idade fértil que não utilizam métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento.
Quando este medicamento é utilizado para prevenção da enxaqueca7 o risco de utilização em mulheres grávidas supera claramente qualquer possível benefício da droga.
Categoria de risco: X
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.
A possibilidade de gravidez8 deve ser excluída antes de iniciar o tratamento com DEPAKOTE.
- 4. O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?
Gerais: recomenda-se fazer contagem de plaquetas9 e realização de testes de coagulação10 antes de iniciar o tratamento, periodicamente e depois, pois pode haver alteração nas plaquetas9 e coagulação10 sanguínea. O aparecimento de hemorragia11, manchas roxas ou desordem na hemostasia12/coagulação10 são indicativos para a redução da dose ou interrupção da terapia.
DEPAKOTE pode interagir com medicamentos administrados concomitantemente.
Foram relatadas alterações nos testes da função da tireoide13 associadas ao uso de valproato. Ideação suicida pode ser uma manifestação de transtornos psiquiátricos preexistentes e pode persistir até que ocorra remissão significante dos sintomas14. A supervisão de pacientes de alto risco deve acontecer durante a terapia medicamentosa inicial.
Hepatotoxicidade15 (toxicidade16 no fígado1): houve casos fatais de insuficiência17 do fígado1 em pacientes recebendo ácido valproico, usualmente durante os primeiros seis meses de tratamento.
Toxicidade16 no fígado1 grave ou fatal pode ser precedida por sintomas14 não específicos, como mal-estar, fraqueza, estado de apatia18, inchaço19 facial, falta de apetite e vômito20. Deve-se ter muito cuidado quando o medicamento for administrado em pacientes com história anterior de doença no fígado. Pacientes em uso de múltiplos anticonvulsivantes, crianças, pacientes com doenças metabólicas congênitas21, com doença convulsiva grave associada a retardo mental e pacientes com doença cerebral orgânica podem ter um risco particular de desenvolver toxicidade16 no fígado1. A experiência em epilepsia22 tem indicado que a incidência23 de hepatotoxicidade15 fatal decresce consideravelmente, de forma progressiva, em pacientes mais velhos. O medicamento deve ser descontinuado imediatamente na presença de disfunção do fígado1 significativa, suspeita ou aparente. Em alguns casos, a disfunção do fígado1 progrediu apesar da descontinuação do medicamento. Na presença destes sintomas14, o médico deve ser imediatamente procurado.
Pancreatite24 (inflamação25 no pâncreas26): pacientes e responsáveis devem estar cientes que dor abdominal, enjoo, vômito20 e/ou falta de apetite, podem ser sintomas14 de pancreatite24. Na presença destes sintomas14, deve-se procurar o médico imediatamente, pois casos de pancreatite24 envolvendo risco à vida foram relatados tanto em crianças como em adultos que receberam valproato. Alguns foram hemorrágicos27, com rápida progressão dos sintomas14 iniciais ao óbito28. Alguns casos ocorreram logo após o início do uso, e outros após vários anos de uso. O índice de casos relatados excedeu o esperado na população em geral e houve casos nos quais a pancreatite24 recorreu após nova tentativa com valproato.
Distúrbios do ciclo da ureia3 (DCU): foi relatada encefalopatia29 hiperamonêmica (alteração das funções do cérebro30 por aumento de amônia no sangue4), algumas vezes fatal, após o início do tratamento com valproato em pacientes com distúrbios do ciclo da ureia3.
Hiperamonemia (excesso de amônia no organismo): foi relatado o excesso de amônia em associação com a terapia com valproato e pode estar presente mesmo com testes de função do fígado1 normais. Pacientes que desenvolverem sinais31 ou sintomas14 de alteração das funções do cérebro30 por aumento de amônia no sangue4 inexplicável, estado de apatia18, vômito20 e mudanças no status mental durante o tratamento com DEPAKOTE devem ser tratados imediatamente, e o nível de amônia deve ser mensurado. Hiperamonemia também deve ser considerada em pacientes que apresentam hipotermia32 (queda de temperatura do corpo abaixo do normal). Se a amônia estiver elevada, o tratamento deve ser descontinuado.
Elevações sem sintomas14 de amônia são mais comuns, e quando presentes, requerem monitoramento intensivo dos níveis de amônia no plasma33 pelo médico. Se a elevação persistir a descontinuação do tratamento deve ser considerada.
Comportamento e ideação suicida: pacientes tratados com divalproato devem ser monitorados para emergências ou piora da depressão, pensamentos sobre automutilação, comportamento ou pensamentos suicidas, e/ou qualquer mudança incomum de humor ou comportamento. Existem relatos de aumento no risco de pensamentos e comportamentos suicidas nestes pacientes. Este risco foi observado logo uma semana após o início do tratamento medicamentoso com os antiepilépticos e persistiu durante todo o período em que o tratamento foi avaliado. Comportamentos suspeitos devem ser informados imediatamente aos profissionais de saúde34.
Trombocitopenia35 (diminuição no número de plaquetas9): a trombocitopenia35 pode estar relacionada à dose. O benefício terapêutico que pode acompanhar as maiores doses deverá, portanto, ser considerado pelo seu médico contra a possibilidade de maior incidência23 de eventos adversos.
Hipotermia32 (queda da temperatura central do corpo para menos de 35ºC): tem sido relatada associada à terapia com valproato, em conjunto e na ausência de hiperamonemia. Esta reação adversa também pode ocorrer em pacientes utilizando topiramato e valproato em conjunto, após o início do tratamento com topiramato ou após o aumento da dose diária de topiramato. Deve ser considerada a interrupção do tratamento em pacientes que desenvolverem hipotermia32, a qual pode se manifestar por uma variedade de anormalidades clínicas incluindo letargia36 (estado de apatia18), confusão, coma37 e alterações significativas em outros sistemas importantes como o cardiovascular e o respiratório.
Atrofia38 Cerebral/Cerebelar: houve relatos pós-comercialização de atrofia38 (reversível e irreversível) do cérebro30 e do cerebelo39, temporariamente associadas ao uso de produtos que se dissociam em íon40 valproato. Em alguns casos, a recuperação foi acompanhada por sequelas41 permanentes. Observou-se prejuízo psicomotor42 e atraso no desenvolvimento, entre outros problemas neurológicos, em crianças com atrofia38 cerebral decorrente da exposição ao valproato quando em ambiente intrauterino. As funções motoras e cognitivas dos pacientes devem ser monitoradas rotineiramente e o medicamento deve ser descontinuado nos casos de suspeita ou de aparecimento de sinais31 de atrofia38 cerebral.
Reação de hipersensibilidade em múltiplos órgãos: foram raramente relatadas após o início da terapia com o valproato em adultos e crianças (tempo médio para detecção de 21 dias, variando de 1 a 40). Embora houvesse um número limitado de relatórios, muitos destes casos resultaram em hospitalização e pelo menos, uma morte foi relatada. Os sinais31 e os sintomas14 deste distúrbio foram diversos. Os pacientes tipicamente, mas não exclusivamente, apresentaram febre43 e erupções cutâneas44, com envolvimento de outros órgãos. Outras manifestações associadas podem incluir aumento dos gânglios45, inflamação25 no fígado1 (hepatite46), anormalidade de testes de função do fígado1, anormalidades hematológicas (ex. aumento da concentração de eosinófilos47, redução do número de plaquetas9 e quantidade baixa de neutrófilos48 no sangue4), coceira, inflamação25 dos tecidos do rim49, volume menor de urina50, síndrome2 hepatorrenal (envolvendo o fígado1 e os rins51), dor nas articulações52 e fraqueza. Como o distúrbio é variável em sua expressão, sinais31 e sintomas14 de outros órgãos não relacionados aqui podem ocorrer. Se houver suspeita desta reação, o valproato deve ser interrompido e um tratamento alternativo ser iniciado pelo médico.
Carcinogênese: o significado de achados carcinogênicos para humanos não é conhecido até o momento.
Mutagênese: houve algumas evidências de que a frequência de aberrações cromossômicas poderia estar associada com epilepsia22.
Fertilidade: a administração de valproato pode afetar a fertilidade em homens53. Foram relatados casos que indicam que as disfunções relacionadas à fertilidade são reversíveis após a descontinuação do tratamento.
Amenorreia54 (ausência de menstruação55), ovários56 policísticos e níveis de testosterona elevados foram relatados em mulheres.
Cuidados e advertências para populações especiais:
Uso em idosos: uma alta porcentagem de pacientes acima de 65 anos relatou ferimentos acidentais, infecção57, dor, sonolência e tremor. Não está claro se esses eventos indicam riscos adicionais ou se resultam de doenças preexistentes e uso de medicamentos concomitantes por estes pacientes.
Em pacientes idosos, a dosagem deve ser aumentada mais lentamente, com monitorização regular do consumo de líquidos e alimentos, desidratação58, sonolência e outros eventos adversos. Reduções de dose ou descontinuação do medicamento devem ser consideradas em pacientes com menor consumo de líquidos ou alimentos e em pacientes com sonolência excessiva.
Uso em crianças: a segurança e a eficácia do divalproato de sódio para o tratamento de mania aguda não foram estudadas em indivíduos abaixo de 18 anos, bem como também não foram avaliadas para a profilaxia da enxaqueca7 em indivíduos abaixo de 16 anos. Crianças com idade inferior a dois anos têm um aumento de risco considerável de desenvolvimento de toxicidade16 no fígado1 fatal e esse risco diminui progressivamente em pacientes mais velhos.
Crianças e adolescentes do sexo feminino, mulheres em idade fértil e gestantes:
O medicamento não deve ser utilizado neste grupo a não ser que os tratamentos alternativos disponíveis sejam ineficazes ou não tolerados pelas pacientes, devido ao seu alto potencial teratogênico59 e o risco de transtornos no desenvolvimento de crianças expostas ao valproato em ambiente intrauterino.
Mulheres em idade fértil devem usar métodos contraceptivos durante o tratamento e devem ser informadas dos riscos associados ao uso de ácido valproico durante a gestação.
Se a mulher tem planos de engravidar ou já estiver grávida a terapia com valproato deve ser descontinuada.
Mulheres que estejam planejando engravidar devem fazer a transição do tratamento para uma alternativa apropriada antes da concepção60, se possível.
Durante a gestação, convulsões tônico-clônica maternais e estado epiléptico com hipóxia61 podem acarretar em risco de morte da mãe e do feto62.
A terapia com valproato não deve ser descontinuada sem a reavaliação dos riscos e benefícios do tratamento para a paciente por um médico especialista no tratamento de epilepsia22 ou mania.
Quando este medicamento é utilizado no tratamento de Mania e Epilepsia22, o potencial benefício da droga em mulheres grávidas pode ser aceitável, apesar de seus riscos potenciais. A terapia com divalproato deve ser mantida somente após uma reavaliação dos riscos e benefícios do tratamento para a paciente por um médico especialista.
Categoria de risco: D
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez8.
Malformações63 congênitas21: estudos demonstraram que 10,73% das crianças filhas de mulheres epilépticas expostas a monoterapia com valproato durante a gravidez8 sofreram com más formações congênitas21. Esse risco é maior do que na população em geral (2-3%). Os tipos mais comuns de má formação incluem defeitos do tubo neural64, dismorfismo facial, fissura65 de lábio66 e palato67, crânio68-ostenose, problemas cardíacos, defeitos renais e urogenitais, defeitos nos membros e múltiplas anomalias envolvendo vários sistemas do corpo.
Transtornos de desenvolvimento: dados disponíveis demonstraram que a exposição ao valproato intraútero pode causar efeitos adversos no desenvolvimento mental e físico para a criança exposta.
O exato período gestacional predisposto a esses riscos é incerto e a possibilidade do risco durante toda a gestação não pode ser excluída. Estudos em crianças em idade escolar, expostas ao valproato intraútero demonstraram até 30-40% de desenvolvimento tardio, como fala e andar tardio, baixa habilidade intelectual, habilidades linguísticas pobres (fala e entendimento) e problemas de memória. O coeficiente de inteligência (QI69) avaliado em crianças em idade escolar (6 anos) com história de exposição intrauterina ao valproato foi, em média, 7-10 pontos abaixo das de crianças expostas a outros antiepilépticos.
Existem dados limitados sobre uso prolongado. Os dados disponíveis demonstram que crianças expostas ao valproato intraútero têm um maior risco de apresentar transtorno do espectro autista (cerca de três vezes) e autismo infantil (cerca de cinco vezes) em comparação com a população geral. Dados limitados sugerem que crianças expostas ao valproato intraútero podem estar mais predispostas a desenvolver sintomas14 de transtornos de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
Seu médico deve garantir que tenha as informações completas sobre os riscos bem como materiais relevantes, tais como um folheto de informações do paciente para apoiar a sua compreensão sobre os riscos.
O médico deve assegurar que a paciente:
está ciente da natureza e da magnitude dos riscos da exposição do feto62 ao valproato durante a gestação, especialmente, dos riscos teratogênicos70 e de transtornos de desenvolvimento.
está ciente da necessidade de uso de métodos contraceptivos durante o tratamento com valproato.
está ciente da necessidade de revisões regulares do tratamento.
está ciente de que deve informar ao médico sobre planos de engravidar ou caso exista a possibilidade de estar grávida.
Mulheres que estejam planejando engravidar devem fazer a transição do tratamento para uma alternativa apropriada antes da concepção60, se possível.
Risco em neonatos71:
- Casos de síndrome2 hemorrágica72 foram relatados muito raramente em recém-nascidos de mães que utilizaram valproato durante a gravidez8. Essa síndrome2 hemorrágica72 está relacionada com alteração dos fatores de coagulação10. A afibrinogenemia (caso em que o sangue4 não coagula normalmente) também foi relatada e pode ser fatal. A contagem plaquetária, testes e fatores de coagulação10 devem ser investigados em neonatos71.
- Casos de hipoglicemia73 foram relatados em recém-nascidos de mães que utilizaram valproato durante o terceiro trimestre da gravidez8.
- Casos de hipotireoidismo74 foram relatados em recém-nascidos de mães que utilizaram valproato durante a gravidez8.
- Síndrome2 de abstinência (por exemplo, irritabilidade, hiperexcitação, agitação, hipercinesia75, transtornos de tonicidade, tremor, convulsões e transtornos alimentares) pode ocorrer em recém-nascidos de mães que utilizaram valproato no último trimestre da gravidez8.
Lactação76: o valproato é excretado no leite humano com uma concentração que varia entre 1% a 10% dos níveis séricos maternos. Transtornos hematológicos foram notados em neonatos71/crianças lactentes77 de mães tratadas com valproato. A decisão quanto a descontinuação da amamentação78 ou da terapia com o medicamento deve ser feita levando em consideração o benefício da amamentação78 para a criança e o benefício da terapia para a paciente.
Capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: uma vez que o divalproato de sódio pode produzir depressão do sistema nervoso central79, especialmente quando combinado com outras substâncias que apresentam esse mesmo efeito (por exemplo: álcool), os pacientes não devem se ocupar de tarefas de risco, como dirigir veículos ou operar máquinas perigosas, até que se tenha certeza de que não fiquem sonolentos com o uso deste medicamento.