ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES PRISTIQ
Piora Clínica de Sintomas1 Depressivos, Alterações Incomuns de Comportamento e Suicidalidade
Pristiq é um IRSN (inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina2), uma classe de medicamentos que pode ser usada para tratar a depressão. Todos os pacientes tratados com a desvenlafaxina devem ser monitorados adequadamente e observados atentamente para piora clínica e suicidalidade. Os pacientes, seus familiares e seus cuidadores devem ser estimulados a ficar alertas ao aparecimento de ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade, agressividade, impulsividade, acatisia3 (agitação psicomotora4), hipomania, mania, outras alterações incomuns de comportamento, piora da depressão e ideação suicida, especialmente ao iniciar a terapia ou durante qualquer alteração da dose ou do esquema posológico. O risco de tentativa de suicídio deve ser considerado, especialmente em pacientes deprimidos, e a menor quantidade do medicamento, compatível com o bom tratamento do paciente, deve ser fornecida para reduzir o risco de superdose.
O suicídio é um risco conhecido da depressão e de alguns outros transtornos psiquiátricos e esses transtornos por si só são fortes preditores de suicídio. As análises agrupadas de estudos controlados por placebo5 de curto prazo de medicamentos antidepressivos (ISRSs [inibidores seletivos da recaptação de serotonina] e outros) demonstraram que esses medicamentos aumentam o risco de suicidalidade em crianças, adolescentes e adultos jovens (18 a 24 anos de idade) com depressão maior e outros transtornos psiquiátricos. Os estudos de curto prazo não demonstraram um aumento do risco de suicidalidade com antidepressivos em comparação ao placebo5 em adultos com mais de 24 anos; houve uma redução do risco de suicidalidade com antidepressivos em comparação ao placebo5 em adultos com 65 anos ou mais.
Mania/Hipomania
Em estudos clínicos, a mania foi relatada em 0,03% dos pacientes tratados com a desvenlafaxina. A ativação da mania/hipomania também foi relatada em uma pequena proporção de pacientes com transtorno afetivo maior que foram tratados com outros antidepressivos comercializados. Como ocorre com todos os antidepressivos, a desvenlafaxina deve ser usada com cautela em pacientes com história pessoal ou história familiar de mania ou hipomania (vide item 9. Reações Adversas).
Síndrome da Serotonina6 ou Reações Semelhantes à Síndrome7 Neuroléptica Maligna (SNM)
Como ocorre com outros agentes serotoninérgicos, o desenvolvimento de uma síndrome da serotonina6 potencialmente fatal ou reações semelhantes à Síndrome7 Neuroléptica Maligna (SNM) pode ocorrer com o tratamento com a desvenlafaxina, particularmente com o uso concomitante de outros medicamentos serotoninérgicos (incluindo ISRSs, IRSNs e triptanos), com medicamentos que prejudicam o metabolismo8 da serotonina (por exemplo, IMAOs, incluindo IMAOs reversíveis como a linezolida e o azul de metileno intravenoso), ou com antipsicóticos ou outros antagonistas da dopamina9 (vide item 8. Posologia e Modo de Usar e item 4. Contraindicações). Os sintomas1 da síndrome da serotonina6 podem incluir alterações do estado mental (por exemplo, agitação, alucinações10 e coma11), instabilidade autônoma (por exemplo, taquicardia12, pressão arterial13 instável e hipertermia), aberrações neuromusculares (por exemplo, hiperreflexia14, incoordenação) e/ou sintomas1 gastrintestinais (por exemplo, náusea15, vômitos16 e diarreia17). A síndrome da serotonina6, em sua forma mais grave, pode assemelhar-se à SNM, que inclui a hipertermia, rigidez muscular, instabilidade autônoma com possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais18 e alterações do estado mental (vide item 6. Interações Medicamentosas).
Se o tratamento concomitante com a desvenlafaxina e outros agentes que podem afetar o sistema neurotransmissor serotonérgico e/ou dopaminérgico for clinicamente justificado, recomenda-se a observação rigorosa do paciente, particularmente durante o início do tratamento e os aumentos da dose.
O uso concomitante da desvenlafaxina com precursores da serotonina (como suplementos de triptofano) não é recomendado.
Glaucoma19 de Ângulo Fechado
Midríase20 foi relatada em associação à desvenlafaxina; portanto, pacientes com pressão intraocular21 aumentada ou aqueles em risco de glaucoma19 de ângulo estreito/fechado devem ser monitorados (vide item 9. Reações Adversas).
Administração Concomitante de Medicamentos Contendo venlafaxina e/ou desvenlafaxina
A desvenlafaxina é o principal metabólito22 ativo da venlafaxina. Os produtos contendo succinato de desvenlafaxina monoidratado não devem ser usados concomitantemente com os produtos contendo cloridrato de venlafaxina ou outros produtos contendo succinato de desvenlafaxina monoidratado.
Efeitos sobre a Pressão Arterial13
Os aumentos da pressão arterial13 foram observados em alguns pacientes em estudos clínicos, particularmente com doses maiores. Hipertensão23 preexistente deve ser controlada antes do tratamento com a desvenlafaxina. Pacientes que recebem a desvenlafaxina devem realizar monitoração regular da pressão arterial13. Casos de pressão arterial13 elevada com necessidade de tratamento imediato foram relatados com a desvenlafaxina. Os aumentos mantidos da pressão arterial13 podem ter consequências adversas. Para os pacientes que apresentam um aumento mantido da pressão arterial13 enquanto recebem a desvenlafaxina, a redução da dose ou a descontinuação deve ser considerada. Deve-se ter cautela com pacientes com condições clínicas que possam ser afetadas por aumentos da pressão arterial13 (vide item 9. Reações Adversas).
Cardiovascular/Vascular24 Cerebral
Deve-se ter cautela na administração da desvenlafaxina a pacientes com distúrbios cardiovasculares, vasculares25 cerebrais ou do metabolismo8 lipídico. Aumentos da pressão arterial13 e da frequência cardíaca foram observados em estudos clínicos com a desvenlafaxina. A desvenlafaxina não foi avaliada sistematicamente em pacientes com história recente de infarto do miocárdio26, doença cardíaca instável, hipertensão23 não controlada ou doença vascular24 cerebral. Os pacientes com esses diagnósticos, exceto doença vascular24 cerebral, foram excluídos dos estudos clínicos (vide item 9. Reações Adversas).
Angina27 Instável
A desvenlafaxina não foi sistematicamente avaliada em pacientes com angina27 instável, portanto seu uso não é recomendado nessa população.
Lipídios Séricos
Aumentos relacionados à dose de desvenlafaxina, do colesterol28 total sérico, do colesterol28 LDL29 (lipoproteína de baixa densidade) e dos triglicerídeos foram observados em estudos clínicos. O controle periódico dos lipídios séricos deve ser realizado durante o tratamento com a desvenlafaxina, ficando a critério médico a frequência desse controle.
Convulsões
Casos de convulsão30 foram relatados em estudos clínicos com a desvenlafaxina. A desvenlafaxina não foi avaliada sistematicamente em pacientes com transtorno convulsivo. Os pacientes com história de convulsões foram excluídos dos estudos clínicos. Pristiq deve ser prescrito com cautela nesses pacientes (vide item 9. Reações Adversas).
Efeitos da Descontinuação do Tratamento com Pristiq
Durante a comercialização dos IRSNs e ISRSs, houve relatos espontâneos de eventos adversos que ocorreram na descontinuação desses medicamentos, especialmente quando repentina, incluindo os seguintes: humor disfórico, irritabilidade, agitação, tontura31, distúrbios sensoriais (por exemplo, parestesias32 como sensações de choque33 elétrico), ansiedade, confusão, dores de cabeça34, letargia35, labilidade emocional, insônia, hipomania, tinido e convulsões. Embora esses eventos sejam geralmente autolimitados, houve relatos de sintomas1 sérios de descontinuação.
Os pacientes devem ser monitorados para sintomas1 na descontinuação do tratamento com Pristiq. Uma redução gradativa da dose em vez da interrupção repentina é recomendada sempre que possível. Se ocorrerem sintomas1 intoleráveis após uma diminuição da dose ou na descontinuação do tratamento, o reinício da dose anteriormente prescrita deve ser considerado (vide item 8. Posologia e Modo de Usar e item 9. Reações Adversas).
Sangramento Anormal
Os IRSNs e ISRSs, incluindo Pristiq, podem aumentar o risco de eventos de sangramento. O uso concomitante de ácido acetilsalicílico, drogas anti-inflamatórias não esteroidais (AINEs), varfarina e outros anticoagulantes36 pode contribuir para este risco. Sangramentos relacionados aos IRSNs e ISRSs variaram de equimose37, hematoma38, epistaxe39 e petéquia40 a hemorragias41 potencialmente fatais. Os pacientes devem ser advertidos sobre o risco de sangramento associado ao uso concomitante de Pristiq e AINEs, ácido acetilsalicílico ou outras substâncias que afetam a coagulação42 ou sangramento.
Insuficiência Renal43
Em pacientes com insuficiência renal43 moderada ou grave ou com doença renal44 em estágio final (DREF), o clearance de Pristiq estava diminuído, prolongando assim a meia vida de eliminação da droga. Como resultado, houve aumento potencial e clinicamente significativo da exposição ao Pristiq. O ajuste de dosagem (50 mg em dias alternados) é necessário para pacientes45 com insuficiência renal43 grave ou DREF. As doses não devem ser escalonadas em pacientes com insuficiência renal43 moderada ou grave ou DREF.
Hiponatremia46
Casos de hiponatremia46 e/ou da Síndrome7 da Secreção Inadequada do Hormônio47 Antidiurético (SIADH) foram descritos com IRSNs (incluindo succinato de desvenlafaxina monoidratado) e ISRSs, geralmente em pacientes hipovolêmicos ou desidratados, incluindo pacientes idosos e pacientes que tomam diuréticos48 (vide item 9. Reações Adversas).
Doença Pulmonar Intersticial49 e Pneumonia50 Eosinofílica
Doença pulmonar intersticial49 e pneumonia50 eosinofílica associadas à terapia com venlafaxina (droga mãe de Pristiq) foram raramente relatadas. A possibilidade desses efeitos adversos deve ser considerada em pacientes tratados com Pristiq que desenvolvem dispneia51 progressiva, tosse ou desconforto torácico. Esses pacientes devem ser submetidos a uma avaliação médica imediata e deve-se considerar a descontinuação do Pristiq.
Fertilidade, Gravidez52 e Lactação53
A segurança da desvenlafaxina na gravidez52 em humanos não foi estabelecida. A desvenlafaxina só deve ser administrada a mulheres grávidas se os benefícios esperados superarem os possíveis riscos. Se a desvenlafaxina for usada até ou logo antes do nascimento, os efeitos da descontinuação no recém-nascido devem ser considerados.
Complicações, incluindo a necessidade de suporte respiratório, alimentação por sonda ou hospitalização prolongada, foram relatadas em recém-nascidos expostos a IRSNs ou ISRSs no final do terceiro trimestre. Essas complicações podem surgir imediatamente após o parto.
Pristiq é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez52. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
A desvenlafaxina (O-desmetilvenlafaxina) é excretada no leite humano. Devido ao potencial para reações adversas sérias em lactentes54 devido à exposição à desvenlafaxina, deve-se decidir pela descontinuação ou não da amamentação55 ou pela descontinuação do medicamento, levando em consideração a importância do medicamento para a mãe. Administrar a desvenlafaxina a lactantes56 apenas se os benefícios esperados superarem os riscos possíveis.
Uso Pediátrico e Geriátrico
Vide item 3. Características Farmacológicas - Propriedades Farmacocinéticas, item 8. Posologia e Modo de Usar e item 9 Reações Adversas.
Efeitos sobre a Capacidade de Dirigir e Operar Máquinas
Interferência com o Desempenho Cognitivo57 e Motor
Os resultados de um estudo clínico que avaliou os efeitos da desvenlafaxina sobre o desempenho comportamental de indivíduos saudáveis não revelou comprometimento clinicamente significativo do desempenho psicomotor58, cognitivo59 ou do comportamento complexo. No entanto, como qualquer medicamento ativo do SNC60 pode prejudicar o julgamento, o raciocínio ou as habilidades motoras, os pacientes devem ser avisados sobre a operação de maquinário perigoso, incluindo automóveis, até que estejam razoavelmente certos de que a terapia com a desvenlafaxina não tem efeito adverso sobre a sua capacidade de desempenhar essas atividades.
Abuso e Dependência
Dependência Física e Psicológica
Embora a desvenlafaxina não tenha sido estudada sistematicamente em estudos pré-clínicos ou clínicos quanto a seu potencial para abuso, não foi observada nenhuma indicação de comportamento de busca por droga nos estudos clínicos.
Este medicamento pode causar doping.