PROPRIEDADES LEPONEX

Atualizado em 24/05/2016

LEPONEX (clozapina) é um antipsicótico que tem demonstrado ser diferente dos neurolépticos1 clássicos.                                 Em  estudos farmacológicos experimentais , LEPONEX não induz catalepsia nem inibe o comportamento estereotipado induzido por apomorfina ou anfetamina. Apresenta apenas fraca atividade bloqueadora de dopamina2 em receptores D1, D2, D3 e D5, mas demonstra elevada potência em receptores D4, além de potente efeito antiadrenérgico, anticolinérgico, anti-histamínico e inibidor da reação de alerta. Apresenta também propriedades anti-serotoninérgicas.
Clinicamente , LEPONEX produz sedação3 rápida e acentuada, e exerce potente efeito antipsicótico. É de particular interesse que este é observado  em pacientes esquizofrênicos resistentes a outros tratamentos medicamentosos. Nesses pacientes, LEPONEX é eficaz no alívio tanto de  sintomas4 positivos como  negativos. Observa-se melhora clínica relevante em cerca de um terço dos pacientes nas primeiras 6 semanas de tratamento e em aproximadamente 60% dos pacientes nos quais se mantém o tratamento por até 12 meses.
Além disso, tem sido descrita melhora em alguns aspectos de alterações cognitivas. Estudos epidemiológicos demonstraram também uma redução de aproximadamente sete vezes na ocorrência de suicídio e tentativas de suicídio em pacientes tratados com LEPONEX, comparadas a esquizofrênicos não-tratados com LEPONEX. LEPONEX é único no sentido de que não produz virtualmente nenhuma das reações extrapiramidais mais relevantes, como distonia5 aguda. Síndrome6 parkinsoniana e acatisia7 são raras. Ao contrário dos neurolépticos1 clássicos, LEPONEX produz pequena ou nenhuma elevação de prolactina8, evitando, portanto, efeitos colaterais9 como ginecomastia10, amenorréia11, galactorréia12 e impotência13 sexual.
Uma reação adversa potencialmente grave produzida pelo tratamento com LEPONEX é granulocitopenia e agranulocitose14, com ocorrência estimada de 3% e 0,7%, respectivamente. Em vista do risco desse efeito colateral15, o uso de LEPONEX deve ser limitado a pacientes resistentes ao tratamento neuroléptico16 convencional (veja "Indicações"), nos quais se possam realizar exames hematológicos regulares (veja "Medidas Especiais de Precaução" e "Efeitos Colaterais9").

                                - Farmacocinética
A absorção de LEPONEX por via oral é de 90% a 95%; a velocidade ou extensão da absorção não é influenciada pela ingestão concomitante ou próxima de alimentos.
A clozapina, a substância ativa de LEPONEX, sofre eliminação pré-sistêmica  moderada, o que resulta em biodisponibilidade absoluta de 50% a 60%. No estado de equilíbrio, quando administrada duas vezes ao dia, seus níveis plasmáticos máximos ocorrem, em média, em 2,1 horas (variação: 0,4 a 4,2 horas), e o volume de distribuição é de 1,6 l/kg, aproximadamente. A clozapina liga-se em 95% às proteínas17 plasmáticas. Sua eliminação é bifásica, com meia-vida terminal média de 12 horas (variação: 6 a 26 horas). Após doses únicas de 75 mg, a meia-vida terminal foi de 7,9 horas, passando a 14,2 horas, quando se atingiu o estado de equilíbrio ("steady-state") com doses diárias de 75 mg durante pelo menos 7 dias. Aumentos posológicos de 37,5 mg para 75 mg e 150 mg, administrados duas vezes ao dia, após atingido o estado de equilíbrio, produziram aumentos linearmente proporcionais às doses na área sob a curva de concentração plasmática/tempo, e também nas concentrações plasmáticas máxima e mínima.
A clozapina é quase completamente biotransformada antes da excreção. Dos metabólitos18 principais, somente o metabólito19 desmetilado apresenta atividade. Suas ações farmacológicas assemelham-se às da clozapina, mas são consideravelmente mais fracas e de duração mais curta. Somente traços da droga inalterada são detectados na urina20 e nas fezes. Aproximadamente 50% da dose administrada são excretados como metabólitos18 na urina20 e 30%, nas fezes.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Neurolépticos: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.
2 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
3 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Distonia: Contração muscular involuntária causando distúrbios funcionais, dolorosos e estéticos.
6 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
7 Acatisia: Síndrome caracterizada por sentimentos de inquietação interna que se manifesta por incapacidade de se manter quieta. É frequentemente causada por medicamentos neurolépticos.
8 Prolactina: Hormônio secretado pela adeno-hipófise. Estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. O aumento de produção da prolactina provoca a hiperprolactinemia, podendo causar alteração menstrual e infertilidade nas mulheres. No homem, gera impotência sexual (por prejudicar a produção de testosterona) e ginecomastia (aumento das mamas).
9 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
10 Ginecomastia: Aumento anormal de uma ou ambas as glândulas mamárias no homem. Associa-se a diferentes enfermidades como cirrose, tumores testiculares, etc. Em certas ocasiões ocorrem de forma idiopática.
11 Amenorréia: É a ausência de menstruação pelo período equivalente a 3 ciclos menstruais ou 6 meses (o que ocorrer primeiro). Para períodos inferiores, utiliza-se o termo atraso menstrual.
12 Galactorréia: Secreção mamária anormal de leite fora do período de amamentação. Pode ser produzida por distúrbios hormonais ou pela ação de medicamentos.
13 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
14 Agranulocitose: Doença causada pela falta ou número insuficiente de leucócitos granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), que se manifesta como ulcerações na garganta e outras mucosas, seguidas por infecções graves.
15 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
16 Neuroléptico: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.
17 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
18 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
19 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
20 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.

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