
CONTRA-INDICAÇÕES LEPONEX
Atualizado em 24/05/2016
Pacientes com antecedentes de granulocitopenia/agranulocitose1 induzida por medicamentos.
Distúrbios hematopoiéticos.
Epilepsia2 não-controlada.
Psicoses alcoólicas e tóxicas, intoxicação por drogas, afecções3 comatosas.
Colapso4 circulatório e/ou depressão do SNC5 de qualquer origem.
Insuficiência renal6, hepática7 ou cardíaca grave.
Medidas especiais de precaução
Devido à possibilidade de ocorrer agranulocitose1 com o uso de LEPONEX, as seguintes medidas de precaução são imperiosas:
Fármacos que tenham reconhecidamente potencial relevante de depressão da medula óssea8 não devem ser utilizados concomitantemente com LEPONEX. Além disso, a associação com neurolépticos9 de ação prolongada deve ser evitada, devido à impossibilidade de se remover rapidamente do organismo esses medicamentos, que podem ser mielossupressores, em situações em que isso seja necessário, como por exemplo, em caso de granulocitopenia.
Antes de se iniciar o tratamento com LEPONEX, deve-se realizar contagem total e diferencial de leucócitos10 para se assegurar de que somente pacientes com número normal de leucócitos10 recebam o medicamento. Após o início do tratamento com LEPONEX, a contagem de leucócitos10 deve ser realizada semanalmente, durante 18 semanas. A partir de então, deve-se realizar hemograma no mínimo uma vez por mês, durante todo o tratamento e até 1 mês após a completa retirada de Leponex. A cada consulta, deve-se lembrar o paciente de que deve procurar o médico imediatamente se tiver algum tipo de infecção11 ou febre12.
No caso de interrupção do tratamento por motivos não-hematológicos : pacientes que estiveram em tratamento com LEPONEX por mais de 18 semanas e tenham interrompido o uso do medicamento por mais de 3 dias, mas menos de 4 semanas, devem fazer hemograma semanal por mais 6 semanas, após a reintrodução da clozapina. Se não ocorrer anormalidade hematológica, a farmacovigilância a intervalos maiores, não superiores a 4 semanas, pode ser retomada. Se o tratamento com LEPONEX tiver sido interrompido por 4 semanas ou mais, é necessário o controle hematológico semanal nas 18 semanas seguintes ao reinício do tratamento.
Se, durante o tratamento com LEPONEX, ocorrer infecção11 e/ou a contagem total de leucócitos10 for inferior a 3.500/mm 3 , ou ocorrer redução substancial dos leucócitos10 em relação ao valor inicial, mesmo que a contagem seja superior a 3.500/mm 3 , deve-se repetir a contagem total e diferencial de leucócitos10. Redução substancial é definida como diminuição, de uma só vez, em 3.000 ou mais leucócitos10 por mm 3 na contagem total ou redução acumulada, no período de 3 semanas, de 3.000 ou mais leucócitos10 por mm 3 . Se os resultados confirmarem que os leucócitos10 totais estejam em número inferior a 3.500/mm 3 e/ou que os neutrófilos13 estejam entre 2.000 e 1.500/mm 3 , deve-se realizar a contagem de leucócitos10 e de granulócitos14 pelo menos duas vezes por semana. Se o número total de leucócitos10 reduzir-se a níveis inferiores a 3.000/mm 3 e/ou se os granulócitos14 neutrófilos13 reduzirem-se a valores inferiores a 1.500/mm 3 , deve-se interromper imediatamente o tratamento com LEPONEX. Deve-se realizar, então, diariamente contagem total e diferencial de leucócitos10 e o paciente deve ser observado em relação a queixas de gripe15 ou quaisquer outros sintomas16 que possam sugerir infecção11.
Se, após a suspensão do uso de LEPONEX, ocorrer uma redução adicional de leucócitos10 totais a valores inferiores a 2.000/mm 3 , e uma redução de neutrófilos13 a menos de 1.000/mm 3 , o tratamento dessa condição deve ser orientado por um hematologista experiente. Se possível, o paciente deve ser encaminhado a um serviço especializado em hematologia, onde isolamento e administração de GM-CSF (fator estimulante de crescimento de granulócitos14-macrófagos17) ou de G-CSF (fator estimulante de crescimento de granulócitos14) podem ser indicados. Recomenda-se interromper o uso de fator de crescimento quando a contagem de neutrófilos13 retornar a um número superior a 1.000/mm 3 .
Pacientes cujo tratamento com LEPONEX for interrompido em decorrência das anormalidades hematológicas acima descritas (contagem total de leucócitos10 < 3.000/mm 3 e/ou contagem absoluta de neutrófilos13 < 1.500/mm 3 ) não devem voltar a utilizar LEPONEX.
- Outras Precauções
Hipotensão18 ortostática, com ou sem síncope19, pode ocorrer com o tratamento com LEPONEX. Raramente (cerca de um caso em 3.000 pacientes tratados com LEPONEX) o colapso4 pode ser grave e acompanhado de parada respiratória ou cardíaca. Tais eventos têm maior probabilidade de ocorrer no início do tratamento, com o aumento rápido da dose; em ocasiões muito raras, eles ocorreram mesmo após a primeira dose. Portanto, pacientes que iniciam o tratamento com LEPONEX necessitam de rigorosa supervisão médica.
Como LEPONEX pode produzir sedação20 e reduzir o limiar convulsivo, atividades como dirigir veículos ou operar máquinas devem ser evitadas, especialmente nas primeiras semanas de tratamento.
Em pacientes com história de convulsão21 ou de doença cardiovascular, renal22 ou hepática7, a dose inicial deve ser de 12,5 mg no primeiro dia, e o aumento da dose deve ser lento e em acréscimos pequenos. (Nota: doença cardiovascular, renal22 ou hepática7 grave é contra-indicação.)
Na presença de alterações da função hepática7, esta deve ser controlada regularmente.
LEPONEX exerce atividade anticolinérgica; portanto, recomenda-se supervisão cuidadosa na presença de hipertrofia23 prostática e glaucoma24 de ângulo estreito.
Durante o tratamento com LEPONEX, os pacientes podem apresentar elevações transitórias de temperatura acima de 38 o C, com incidência25 máxima nas três primeiras semanas de tratamento. Essa febre12 geralmente é considerada benigna. Ocasionalmente, pode estar associada a aumento ou diminuição da contagem total de leucócitos10. Os pacientes com febre12 devem ser cuidadosamente avaliados para se excluir a possibilidade de infecção11 ou desenvolvimento de agranulocitose1. Na ocorrência de febre12, deve-se considerar a possibilidade de síndrome26 maligna do neuroléptico27 (SMN).
Como LEPONEX pode causar sedação20 e ganho de peso, aumentando conseqüentemente o risco de tromboembolismo28, deve-se evitar a imobilização de pacientes em uso do medicamento.
Uso em crianças: não estão estabelecidas a segurança e a eficácia em crianças.
Uso em idosos: recomenda-se iniciar o tratamento com uma dose particularmente baixa (12,5 mg, no primeiro dia) e restringir os acréscimos subseqüentes a 25 mg/dia.
Uso na gravidez29: estudos de reprodução30 em animais não revelaram evidência de alteração de fertilidade ou dano ao feto31 causados pela clozapina. No entanto, a segurança de LEPONEX durante a gravidez29 não está estabelecida. Portanto, LEPONEX somente deverá ser usado na gravidez29 se o benefício esperado compensar claramente qualquer risco potencial.
Uso na lactação32: estudos em animais sugerem que a clozapina é excretada no leite materno; assim, mulheres em tratamento com LEPONEX não devem amamentar.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).
Complementos
1 Agranulocitose: Doença causada pela falta ou número insuficiente de leucócitos granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos), que se manifesta como ulcerações na garganta e outras mucosas, seguidas por infecções graves.
2 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
3 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
4 Colapso: 1. Em patologia, é um estado semelhante ao choque, caracterizado por prostração extrema, grande perda de líquido, acompanhado geralmente de insuficiência cardíaca. 2. Em medicina, é o achatamento conjunto das paredes de uma estrutura. 3. No sentido figurado, é uma diminuição súbita de eficiência, de poder. Derrocada, desmoronamento, ruína. 4. Em botânica, é a perda da turgescência de tecido vegetal.
5 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
6 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
7 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
8 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
9 Neurolépticos: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.
10 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
11 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
12 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
13 Neutrófilos: Leucócitos granulares que apresentam um núcleo composto de três a cinco lóbulos conectados por filamenos delgados de cromatina. O citoplasma contém grânulos finos e inconspícuos que coram-se com corantes neutros.
14 Granulócitos: Leucócitos que apresentam muitos grânulos no citoplasma. São divididos em três grupos, conforme as características (neutrofílicas, eosinofílicas e basofílicas) de coloração destes grânulos. São granulócitos maduros os NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS e BASÓFILOS.
15 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
16 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
17 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
18 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
19 Síncope: Perda breve e repentina da consciência, geralmente com rápida recuperação. Comum em pessoas idosas. Suas causas são múltiplas: doença cerebrovascular, convulsões, arritmias, doença cardíaca, embolia pulmonar, hipertensão pulmonar, hipoglicemia, intoxicações, hipotensão postural, síncope situacional ou vasopressora, infecções, causas psicogênicas e desconhecidas.
20 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
21 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
22 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
23 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
24 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
25 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
26 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
27 Neuroléptico: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.
28 Tromboembolismo: Doença produzida pela impactação de um fragmento de um trombo. É produzida quando este se desprende de seu lugar de origem, e é levado pela corrente sangüínea até produzir a oclusão de uma artéria distante do local de origem do trombo. Esta oclusão pode ter diversas conseqüências, desde leves até fatais, dependendo do tamanho do vaso ocluído e do tipo de circulação do órgão onde se deu a oclusão.
29 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
30 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
31 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
32 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.