Dados experimentais atestam que os gangliosídeos exógenos são capazes de influenciar, favoravelmente, a retomada funcional de estruturas do sistema nervoso¹ acometidas por danos de natureza diversa. O mecanismo básico desse efeito é a atuação dos gangliosídeos na estimulação do brotamento axonal. Essa  propriedade  foi demonstrada  in vitro  em culturas de neurônios² periféricos. Foram produzidos também in vivo, evidências morfológicas e eletrofisiológicas do aumento do brotamento neuronal durante o tratamento com gangliosídeos, que resultaram em rápida recuperação da função afetada. Os gangliosídeos exógenos fixam-se de forma fisiologicamente estável nas membranas neuronais. Essa inserção celular está associada à ativação da Na⁺ K⁺ ATPase, enzima³ ligada à membrana e cuja atividade é imprescindível à condução do impulso nervoso. Estudos in vivo evidenciaram que os gangliosídeos são capazes de potencializar os efeitos de fatores neurotróficos endógenos proteínas⁴ essenciais para a manutenção da vitalidade e da capacidade de regeneração dos neurônios². Foi demonstrado também que a administração dos gangliosídeos em animais de laboratório, produziu, a nível periférico, ação anti-álgica pronunciada.