PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS SOLU-CORTEF
Gerais: em pacientes sob corticoterapia, sujeitos a tensão incomum, recomenda-se aumentar a dose do corticóide de ação rápida, antes, durante e após o estado de estresse. Os corticóides podem mascarar sinais1 de infecção2, havendo possibilidade de surgirem novas infecções3 durante o tratamento. Pode ainda haver diminuição da resistência e incapacidade para localizar infecções3. Doses médias e altas de hidrocortisona podem causar aumento da pressão sangüínea4, retenção de sal e água, e aumento da excreção de potássio. Estas alterações são menos freqüentes com os derivados sintéticos, exceto quando usado em altas doses. Pode ser necessária a restrição de sal na dieta e suplementação5 de potássio. Todos os corticóides aumentam a excreção de cálcio. Durante a corticoterapia, os pacientes não devem ser vacinados contra a varíola. Outras vacinas também devem ser evitadas em pacientes que sob terapia corticóide, especialmente em altas doses, devido à complicações neurológicas e ausência de resposta de anticorpos6. O uso do succinato sódico de hidrocortisona em tuberculose7 ativa deve ser restrito aos casos de meningite8 tuberculosa com bloqueio iminente, nos quais se usa um corticóide em associação a um regime antituberculose apropriado. Se corticóides forem indicados à pacientes com tuberculose7 latente ou reatividade à tuberculina, é necessário uma vigilância cuidadosa, já que pode ocorrer reativação da enfermidade. Durante terapia prolongada com corticóides, estes pacientes deverão receber quimioprofilaxia. Devido à ocorrência de vários casos de reações do tipo anafilática (por exemplo, broncoespasmo9) em pacientes sob terapia corticóide por via parenteral, deverão ser tomadas medidas adequadas de precaução antes da administração, especialmente quando o paciente apresenta antecedentes de alergia10 a qualquer fármaco11. Embora não tenham sido realizados estudos recentes com a hidrocortisona ou outros corticóides, estudos feitos com succinato sódico de metilprednisolona em choque12 séptico sugerem que pode haver aumento da mortalidade13 em alguns subgrupos de pacientes de maior risco (por exemplo: elevação de creatinina14 maior que 2,0 mg% ou infecções3 secundárias). Os corticóides devem ser usados com cautela em
pacientes com herpes ocular simples, devido à possibilidade de perfuração da córnea15. Podem aparecer transtornos psíquicos quando se usa corticóides, variando desde euforia, insônia, alterações de personalidade e depressão grave e manifestações declaradamente psicóticas. Além disso, a instabilidade emocional existente ou tendências psicóticas podem ser agravadas pelos corticóides. Os corticóides devem ser usados com cautela em colite16 ulcerativa não específica, se houver a probabilidade de perfuração iminente, abscesso17 ou outra infecção2 piogênica, em diverticulite18, anastomose19 intestinal recente, hipertensão arterial20, osteoporose21 e miastenia22 gravis. Embora sinais1 clínicos controlados tenham demonstrado que os corticóides são eficazes na rapidez da resolução das exacerbações agudas da esclerose múltipla23, os mesmos não indicam que os corticóides alterem o resultado final ou o curso natural da doença. Os estudos mostram que são necessárias doses relativamente altas de corticóides para que ocorra um efeito significativo (ver Posologia).
Carcinogênese, mutagênese, fertilidade prejudicada: não há evidências de que corticóides sejam carcinogênicos, mutagênicos ou prejudiquem a fertilidade.
Gravidez24: este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Alguns estudos em animais demonstram que os corticóides, quando administrados em altas doses, podem provocar malformações25 fetais. Não foram realizados estudos adequados de reprodução26 humana. Portanto, o uso deste medicamento durante a gravidez24, em nutrizes27 ou mulheres potencialmente férteis requer que sejam cuidadosamente avaliados os benefícios da droga em relação ao risco potencial à mulher ou ao feto28. Os corticóides atravessam a placenta rapidamente. Recém-nascidos de pacientes que tenham recebidos doses subtanciais de corticóides durante a gravidez24 devem ser cuidadosamente observados e avaliados para se detectar sinais1 de insuficiência29 supra-renal30. Não há efeitos conhecidos de corticóides durante o trabalho de parto.
Amamentação31: os corticóides são excretados no leite humano.
Pediatria: pode haver interrupção do crescimento em crianças recebendo doses diárias divididas de glicocorticóides por tempo prolongado. Esse esquema deve, pois, ser restrito às indicações mais graves.