POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO SANDOGLOBULINA
SANDOGLOBULINA é administrado por infusão intravenosa.Os esquemas posológicos a serem usados nas várias indicações dependem do estado de imunidade1 do paciente, da gravidade da doença e da tolerabilidade individual. Não podem ser dadas recomendações universalmente válidas e as sugestões seguintes podem servir somente como um guia.
Síndromes de imunodeficiência2 primária: 0,2 a 0,8 g/kg de peso corporal (geralmente 0,4 g/kg) ministrado em intervalos de 3 a 4 semanas, a fim de manter um nível plasmático mínimo de IgG de pelo menos 5g/l.
Síndromes de imunodeficiência2 secundária: 0,2 a 0,4 g/kg em intervalos de 3 a 4 semanas. Para a prevenção de infecção3 em receptores de aloenxerto de medula óssea4, a dose recomendada é de 0,5 g/kg; pode ser dada uma vez, 7 dias antes do transplante, e pode ser repetida a intervalos semanais durante os 3 primeiros meses após o transplante e a intervalos mensais durante um período subsequente de 9 meses.
Púrpura5 trombocitopênica idiopática6 (imune) (PTI): para a terapia inicial 0,4 g/kg ministrado durante 5 dias consecutivos ou 0,4 a 1g/kg em dose única ou durante 2 dias consecutivos. Se necessário, continuar com 0,4g/kg em intervalos de 1 a 4 semanas, afim de manter contagem adequada de plaquetas7.
Síndrome8 de Kawasaki: 1,6 a 2g/kg em doses divididas durante 2 a 4 dias. Geralmente como suplemento da terapia padrão com preparações de ácido salicílico.
Infecções9 bacterianas severas (inclusive sepse10) e infecções9 virais: 0,4 a 1g/kg diariamente durante 1 a 4 dias.
Prevenção de infecção3 em recém-nascidos prematuros, com baixo peso ao nascer: 0,5 a 1 g/kg em intervalos de 1 a 2 semanas.
Síndrome8 de Guillain-Barré, polineuropatia desmielinizante11 inflamatória crônica: 0,4 g/kg durante 5 dias consecutivos, repetido em intervalos de 4 semanas, se necessário.
Dependendo das necessidades do paciente, o liofilizado12 pode ser dissolvido em cloreto de sódio a 0,9%, água para injeção13 ou glicose14 5%. A concentração de SANDOGLOBULINA em quaisquer dessas soluções para infusão i.v. pode variar de 3 a 12%, de acordo com o volume usado. Deve-se observar que a solução de Sandoglobulina a 3% em água para injeção13 é hipotônica15 (192 mOsm/kg).
Os pacientes que estão sendo tratados com SANDOGLOBULINA pela primeira vez devem receber uma infusão a 3% numa velocidade inicial de 0,5 a 1 ml/min (aproximadamente 10 a 20 gotas/minuto). Se não ocorrerem reações adversas nos primeiros 15 minutos, pode-se aumentar gradativamente a velocidade até o máximo de 2,5 ml/min (aproximadamente 50 gotas/minuto).
Nos pacientes que recebem SANDOGLOBULINA regularmente e o toleram bem, podem ser usadas concentrações mais altas (até o máximo de 12%), mas a infusão deve se iniciar sempre com velocidade baixa, sendo necessário o estreito monitoramento do paciente quando se aumentar gradativamente a velocidade.
- Contra-indicações
Hipersensibilidade às imunoglobulinas16 humanas, especialmente em pacientes com deficiência de IgA que tenham anticorpos17 anti-IgA.
- Precauções
Pacientes com agamaglobulinemia ou hipogamaglobulinemia severa que jamais tenham recebido terapia de reposição de imunoglobulina18, ou em quem o lapso de tempo desde o último tratamento seja maior que 8 semanas, podem estar em risco de sofrer reações anafilactóides, que às vezes levam ao choque19, quando recebem IgIV por infusão i.v. rápida. Nesses pacientes, deve-se evitar infusão rápida; os sinais vitais20 devem ser monitorados continuamente e é necessária a vigilância cuidadosa do paciente durante toda a infusão. Deve-se ter disponível adrenalina21 e uma preparação de corticosteróide parenteral para o tratamento da reação anafilactóide que poderá ocorrer.
Muito raramente, a IgIV pode causar queda súbita da pressão arterial22 com sinais23 clínicos de anafilaxia24, mesmo em pacientes em que a administração prévia de preparações de imunoglobulina18 foi bem tolerada.
Como ocorre com outras preparações de IgIV, em alguns casos têm sido relatados aumentos transitórios dos níveis de creatinina25 após a administração de SANDOGLOBULINA, especialmente em pacientes idosos com diabete pré-existente ou prejuízo da função renal26 induzido pelo lupus27. Na maioria dos casos, o aumento foi leve, transitório (5 a 12 dias) e observado 2 a 5 dias após a infusão. Todos os pacientes apresentavam múltiplos fatores de risco e estavam recebendo IgIV pela primeira vez. Mais de 50% dos pacientes receberam > 0,4 g/kg/dia. Nos pacientes que apresentam as afecções28 acima mencionadas, deve-se controlar a creatinina25 sérica durante 3 dias após a infusão.
Relataram-se alguns casos de hemólise29 leve após infusão de Sandoglobulina, assim como de outras preparações IgIV. Esses episódios foram atribuídos à transferência de hemoaglutininas e parecem ser estimulados por transfusão30 de sangue31 concomitante.
Principalmente em pacientes com trombocitopenia32 idiopática6 e que recebiam doses altas de IgIV, relatou-se irritação meníngea33 asséptica com alteração transitória do líquido cefalorraquideano após a infusão de Sandoglobulina, assim como de outras preparações de IgIV. A interrupção do tratamento teve como consequência a remissão do quadro dentro de alguns dias.
Quando se administram medicamentos preparados a partir do sangue31 ou plasma34 humanos, não se podem excluir totalmente as doenças infecciosas devidas à transmissão de agentes infecciosos, apesar da cuidadosa seleção de doadores, do exame do material doado e das fases de inativação virótica durante a fabricação. Isto também se aplica a patógenos de natureza até agora desconhecida (veja "Propriedades").
As "Instruções para o Uso" devem ser seguidas cuidadosamente. Deve-se evitar agitar o frasco, o que causa a formação de espuma. Deve-se inspecionar visualmente o produto reconstituído para verificar se há partículas; somente pode ser usada uma solução límpida. Uma vez preparada a solução, deve-se iniciar a infusão sem demora. Os frascos usados parcialmente devem ser descartados.
- Gravidez35 e lactação36
Não foram realizados estudos de reprodução37 animal com SANDOGLOBULINA e a experiência com mulheres grávidas é limitada. Embora não tenham sido relatados efeitos adversos sobre o feto38 ou sobre a capacidade de reprodução37, SANDOGLOBULINA somente deve ser administrado em mulheres grávidas se claramente necessário.
Como as proteínas39 contidas em SANDOGLOBULINA são constituintes normais do plasma34 humano, são provavelmente excretadas no leite materno, não tendo efeito adverso sobre o lactente40.