REAÇÕES ADVERSAS BLENOXANE

Atualizado em 24/05/2016

Pulmonares

A toxicidade1 pulmonar é potencialmente o efeito colateral2 mais sério de   BLENOXANE . Devido à falta de especificidade da síndrome3 clínica, a identificação dos pacientes portadores de toxicidade1 pulmonar devido ao  BLENOXANE  é  extremamente difícil. O primeiro sintoma4 associado com a toxicidade1 pulmonar é a dispnéia5 e os primeiros sinais6 são os estertores finos.
Radiograficamente, a pneumonite7 induzida pelo  BLENOXANE  produz opacidades não-específicas, geralmente dos campos pulmonares inferiores. As alterações mais comuns dos testes da função pulmonar são a diminuição do volume pulmonar total e diminuição da capacidade vital8. Estas alterações não são fatores indicativos do desenvolvimento de fibrose9 pulmonar.
As alterações microscópicas dos tecidos devidas à toxicidade1 do  BLENOXANE , incluem metaplasia escamosa10 bronquiolar, macrófagos11 reativos, células12 atípicas do epitélio13 alveolar, edema14 fibrinoso e fibrose9 intersticial15. O estágio agudo16 pode envolver alterações capilares17 e subseqüente exsudação18 fibrinosa para os alvéolos19 produzindo uma alteração semelhante à formação da membrana hialina e progredindo para uma fibrose9 intersticial15 difusa, semelhante à síndrome3 de Hamman-Rich.

Estas observações microscópicas não são específicas; alterações similares são observadas em pneumonites por irradiação ou por pneumocisto e outras condições.
Recomenda-se tirar radiografia do tórax20  a cada 1 a 2 semanas para a monitorização da toxicidade1 pulmonar. Se  alterações pulmonares forem observadas, o tratamento deve ser suspenso até que se defina se têm correlação com  a droga. Estudos recentes sugerem que a medida seqüencial da capacidade de difusão pulmonar do monóxido de carbono21 (DL CO ) durante o tratamento com  BLENOXANE pode ser um indicador da toxicidade1 pulmonar subclínica. Recomenda-se que a DL CO seja monitorizada mensalmente quando a droga for empregada para se detectar toxicidades pulmonares. A droga deve ser suspensa quando a DL CO cair para menos de 30-35% do valor prévio ao tratamento.
Pacientes tratados com  BLENOXANE apresentam maior risco de desenvolver toxicidade1 pulmonar quando o oxigênio é administrado na intervenção cirúrgica. Embora saiba-se que a exposição prolongada a altas concentrações de oxigênio após a administração de  BLENOXANE cause danos aos pulmões22, isto pode ocorrer em concentrações mais baixas que usualmente seriam consideradas como seguras. As medidas sugeridas como preventivas são as seguintes :

1. Manter o Fi O 2 em concentrações próximas ao ar ambiental (25%), durante a cirurgia e no período pós-operatório.

2. Monitorizar cuidadosamente a infusão de fluidos, concentrando-se mais na administração de colóides do que na de cristalóides.
O aparecimento repentino de uma síndrome3 de dor toráxica aguda, sugerindo uma pleuro-pericardite23, foi raramente relatada durante as infusões de  BLENOXANE . Embora cada paciente deva ser avaliado individualmente, ciclos adicionais de  BLENOXANE não parecem ser contra-indicados.
Reações adversas pulmonares são raramente relatadas após administração intrapleural de  BLENOXANE .

Reações idiossincrásicas

Aproximadamente 1% dos pacientes portadores de linfoma24 tratados com   BLENOXANE apresentam reações idiossincrásicas clinicamente similares à anafilaxia25. A reação pode ser imediata ou retardada por várias horas, e ocorre geralmente após a primeira ou segunda dose. Consiste de hipotensão26, confusão mental, febre27, calafrios28 e chiados. O tratamento é sintomático29, incluindo expansão de volume, agentes pressóricos, anti-histamínicos e corticosteróides.

Pele30 e membranas mucosas31

Reações cutâneas32 são as mais freqüentes, ocorrendo em aproximadamente 50% dos pacientes tratados. A toxicidade1 cutânea33 é uma manifestação relativamente tardia. Normalmente, se desenvolvem na segunda ou terceira semana de tratamento após  administração de 150 e 200 unidades de  BLENOXANE. A toxicidade1 cutânea33 parece estar relacionada com dose cumulativa. As reações cutâneas32 consistem de eritema34, erupções, estrias, vesiculação, hiperpigmentação e flacidez da pele30. Relata-se também hiperqueratose35, alterações das unhas36, alopécia37, prurido38 e estomatite39. Foi necessário suspender o tratamento com  BLENOXANE em 2% dos pacientes tratados devido a estas toxicidades.

Outras

As toxicidades vasculares40 coincidentes com o  uso de  BLENOXANE em  associação com outros agentes antineoplásicos foram esporadicamente relatados. Os eventos são clinicamente heterogêneos e podem incluir infarto do miocárdio41, acidente cerebrovascular, microangiopatia trombótica42  (síndrome3 hemolítico-urêmica) ou arterite cerebrovascular.
Existem relatos da ocorrência do fenômeno de Raynaud43 em pacientes tratados com  BLENOXANE e sulfato de vimblastina com ou sem cisplatina ou, em alguns casos, com o  BLENOXANE isolado. Não se sabe se a causa do fenômeno de Raynaud43 nestes casos é devido à doença, ao comprometimento vascular44 básico, ao  BLENOXANE , ao sulfato de vimblastina, à hipomagnesemia ou à combinação de qualquer destes fatores.

Febre27, calafrios28 e vômitos45 são efeitos colaterais46 freqüentemente observados. Anorexia47 e perda de peso são comuns e podem persistir por um longo tempo após o término do tratamento com o produto. Dor no local do tumor48, flebite49 e outras reações locais são relatadas com pouca freqüência.
A administração intrapleural  de   BLENOXANE é ocasionalmente associada com dor local.
Relata-se, com freqüência rara, hipotensão26 com possível necessidade de tratamento sintomático29. O óbito50 associado à administração intrapleural de  BLENOXANE é de ocorrência muito rara em pacientes gravemente enfermos.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
2 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
3 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
4 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Dispnéia: Falta de ar ou dificuldade para respirar caracterizada por respiração rápida e curta, geralmente está associada a alguma doença cardíaca ou pulmonar.
6 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
7 Pneumonite: Inflamação dos pulmões que compromete principalmente o espaço que separa um alvéolo de outro (interstício pulmonar). Pode ser produzida por uma infecção viral ou lesão causada por radiação ou exposição a diferentes agentes químicos.
8 Capacidade vital: Representa o maior volume de ar mobilizado, podendo ser medido tanto na inspiração quanto na expiração.
9 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
10 Escamosa: Cheia ou coberta de escamas, ou seja, de pequenas lâminas epidérmicas que se desprendem espontaneamente da pele.
11 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
12 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
13 Epitélio: Uma ou mais camadas de CÉLULAS EPITELIAIS, sustentadas pela lâmina basal, que recobrem as superfícies internas e externas do corpo.
14 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
15 Intersticial: Relativo a ou situado em interstícios, que são pequenos espaços entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas (por exemplo, entre moléculas, células, etc.). Na anatomia geral, diz-se de tecido de sustentação localizado nos interstícios de um órgão, especialmente de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
16 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
17 Capilares: Minúsculos vasos que conectam as arteríolas e vênulas.
18 Exsudação: Líquido que, transudando pelos poros de uma planta ou de um animal, adquire consistência viscosa na superfície onde aparece.
19 Alvéolos: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
20 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
21 Monóxido de carbono: Gás levemente inflamável, incolor, inodoro e muito tóxico ao organismo.
22 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
23 Pericardite: Inflamação da membrana que recobre externamente o coração e os vasos sanguíneos que saem dele. Os sintomas dependem da velocidade e grau de lesão que produz. Variam desde dor torácica, febre, até o tamponamento cardíaco, que é uma emergência médica potencialmente fatal.
24 Linfoma: Doença maligna que se caracteriza pela proliferação descontrolada de linfócitos ou seus precursores. A pessoa com linfoma pode apresentar um aumento de tamanho dos gânglios linfáticos, do baço, do fígado e desenvolver febre, perda de peso e debilidade geral.
25 Anafilaxia: É um tipo de reação alérgica sistêmica aguda. Esta reação ocorre quando a pessoa foi sensibilizada (ou seja, quando o sistema imune foi condicionado a reconhecer uma substância como uma ameaça ao organismo). Na segunda exposição ou nas exposições subseqüentes, ocorre uma reação alérgica. Essa reação é repentina, grave e abrange o corpo todo. O sistema imune libera anticorpos. Os tecidos liberam histamina e outras substâncias. Esse mecanismo causa contrações musculares, constrição das vias respiratórias, dificuldade respiratória, dor abdominal, cãimbras, vômitos e diarréia. A histamina leva à dilatação dos vasos sangüíneos (que abaixa a pressão sangüínea) e o vazamento de líquidos da corrente sangüínea para os tecidos (que reduzem o volume de sangue) o que provoca o choque. Ocorrem com freqüência a urticária e o angioedema - este angioedema pode resultar na obstrução das vias respiratórias. Uma anafilaxia prolongada pode causar arritmia cardíaca.
26 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
27 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
28 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
29 Sintomático: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
30 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
31 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
32 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
33 Cutânea: Que diz respeito à pele, à cútis.
34 Eritema: Vermelhidão da pele, difusa ou salpicada, que desaparece à pressão.
35 Hiperqueratose: Espessamento da parte mais externa da epiderme, o estrato córneo, onde as células são altamente carregadas com queratina, que lhes confere caráter seco e duro.
36 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
37 Alopécia: Redução parcial ou total de pêlos ou cabelos em uma determinada área de pele. Ela apresenta várias causas, podendo ter evolução progressiva, resolução espontânea ou ser controlada com tratamento médico. Quando afeta todos os pêlos do corpo, é chamada de alopécia universal.
38 Prurido: 1.    Na dermatologia, o prurido significa uma sensação incômoda na pele ou nas mucosas que leva a coçar, devido à liberação pelo organismo de substâncias químicas, como a histamina, que irritam algum nervo periférico. 2.    Comichão, coceira. 3.    No sentido figurado, prurido é um estado de hesitação ou dor na consciência; escrúpulo, preocupação, pudor. Também pode significar um forte desejo, impaciência, inquietação.
39 Estomatite: Inflamação da mucosa oral produzida por infecção viral, bacteriana, micótica ou por doença auto-imune. É caracterizada por dor, ardor e vermelhidão da mucosa, podendo depositar-se sobre a mesma uma membrana brancacenta (leucoplasia), ou ser acompanhada de bolhas e vesículas.
40 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
41 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
42 Trombótica: Relativo à trombose, ou seja, à formação ou desenvolvimento de um trombo (coágulo).
43 Fenômeno de Raynaud: O fenômeno de Raynaud (ou Raynaud secundário) ocorre subsequentemente a um grande grupo de doenças, como artrite, vasculite, esclerodermia, dentre outras. Esta forma de Raynaud pode progredir para necrose e gangrena dos dedos.
44 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
45 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
46 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
47 Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos.
48 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
49 Flebite: Inflamação da parede interna de uma veia. Pode ser acompanhada ou não de trombose da mesma.
50 Óbito: Morte de pessoa; passamento, falecimento.

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