PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS CELESTONE COMPRIMIDOS 0,5MG E 2MG/GOTAS/ELIXIR
Poderão ser necessários ajustes posológicos com a remissão ou a exacerbação da doença, a resposta individual do paciente ao tratamento e exposição a estresse emocional e/ou físico como infecção1 grave, cirurgia ou traumatismo2. Poderá ser necessário acompanhamento médico por até um ano após o término de tratamento prolongado ou com doses elevadas de corticosteróides.
Os corticosteróides podem mascarar alguns sinais3 de infecção1 e novas infecções4 podem ocorrer. Durante a utilização de corticosteróides pode haver diminuição da resistência e incapacidade em localizar a infecção1.
O uso prolongado de corticosteróides pode causar catarata5 subcapsular posterior (principalmente em crianças), glaucoma6 com possibilidade de dano ao nervo ótico e ativação de infecções4 oculares por fungos e vírus7. Devem-se realizar testes oftalmológicos periodicamente, especialmente em pacientes com tratamento de longo prazo (mais de 6 semanas).
Doses elevadas de corticosteróides podem causar elevação da pressão arterial8, retenção de sal e água, e aumento da excreção de potássio. Esses efeitos são observados com menor freqüência com derivados sintéticos, exceto quando usados em altas doses. Deve-se considerar a adoção de uma dieta com restrição de sal e suplementação9 de potássio durante o tratamento com corticosteróides. Todos os corticosteróides aumentam a excreção de cálcio.
Durante o tratamento com corticosteróides, os pacientes não deverão ser vacinados contra varíola. Outras formas de imunização10 também não deverão ser realizadas, especialmente quando estiver sendo usadas altas doses de corticóides, uma vez que existe maior risco de complicações neurológicas e de deficiência na formação de anticorpos11. Entretanto, os processos de imunização10 deverão ser realizados em pacientes que estejam em uso de corticosteróides como terapia substitutiva, por exemplo na doença de Addison.
Pacientes que estejam em uso de doses imunossupressoras de corticosteróides deverão ser precavidos quanto à exposição a varicela12 (catapora13) ou sarampo14 e, se expostos, deverão obter atendimento médico, aspecto de particular importância no caso de crianças.
A corticoterapia na tuberculose15 ativa deve ser restrita aos casos de tuberculose15 fulminante ou disseminada, nos quais o corticosteróide é associado ao esquema antituberculoso adequado.
Se houver indicação de corticosteróides para pacientes16 com tuberculose15 latente ou reatividade à tuberculina será necessária observação criteriosa diante de risco de reativação. Durante tratamentos prolongados com corticosteróides, os pacientes devem receber quimioprofilaxia. Se a rifampicina for usada na terapia quimioprofilática ou terapêutica17, seu efeito de aumento da depuração hepática18 dos corticosteróides deverá ser considerado, e um ajuste na dose do corticosteróide poderá ser necessário.
Deve-se utilizar a menor dose possível de corticosteróide para controlar a doença sob tratamento. Quando for possível uma diminuição da dose, esta deverá ser gradual. O acompanhamento clínico é recomendado para estabelecer a dose adequada de manutenção. Certas doenças requerem cuidado especial para o uso apropriado destes compostos.
Insuficiência19 supra-renal20 secundária poderá ocorrer quando houver retirada rápida do corticosteróide, podendo ser evitada mediante a redução gradativa da dose. Esta insuficiência19 poderá persistir por meses após a descontinuação da terapia; entretanto, se durante este período ocorrer uma situação de sobrecarga ou estresse, deverá ser restabelecido o tratamento com corticosteróides. Se o paciente já estiver sob tratamento com corticosteróides, poderá haver necessidade de elevação da dose. Como a produção de mineralocorticóides pode estar comprometida, recomenda-se a administração conjunta de sódio e/ou agentes mineralocorticóides.
O efeito do corticosteróide acha-se potencializado nos pacientes com hipotireoidismo21 ou cirrose22.
Recomenda-se precaução no uso de corticosteróides em pacientes com herpes simples ocular, devido ao possível risco de perfuração da córnea23.
Os corticosteróides podem agravar quadros prévios de instabilidade emocional ou tendências psicóticas.
Os corticosteróides devem ser empregados com precaução em colite24 ulcerativa inespecífica com possibilidade de perfuração, abscesso25 ou outra infecção1 piogênica; diverticulite26, anastomoses27 intestinais recentes; úlcera péptica28 ativa ou latente, insuficiência renal29; hipertensão arterial30; osteoporose31 e Miastenia32 gravis.
Como as complicações da corticoterapia dependem da dose e duração do tratamento, a relação entre riscos e benefícios deverá ser calculada e decidida para cada paciente.
Já que a administração de corticosteróides pode prejudicar as taxas de crescimento e inibir a produção endógena de corticosteróides em crianças, o crescimento e o desenvolvimento desses pacientes em terapia esteróide prolongada devem ser monitorados.
O tratamento com corticosteróides pode alterar a motilidade e o número de espermatozóides33 em alguns pacientes.
Uso durante a gravidez34 e lactação35
Como não foram realizados estudos clínicos controlados utilizando corticosteróides sobre a reprodução36 humana, a administração de CELESTONE durante a gravidez34, a lactação35 e em mulheres em idade fértil deve avaliar os possíveis benefícios em relação aos riscos potenciais para a mãe, para o feto37 ou para o lactente38. Crianças nascidas de mães que receberam doses substanciais de corticosteróides durante a gravidez34 devem ser observadas cuidadosamente para sinais3 de hipoadrenalismo.
Os dados disponíveis sobre o uso profilático de esteróides antes da 32a. semana de gestação ainda são controversos e deve haver criterioso julgamento médico quanto aos benefícios e possíveis riscos à mãe. Em casos de síndrome39 da membrana hialina, a administração profilática de CELESTONE não deve incluir pacientes com eclâmpsia40 ou sinais3 de lesão41 placentária.
Quando mães foram submetidas a corticoterapia parenteral na gravidez34, seus filhos tiveram supressão do hormônio42 do crescimento e possivelmente dos hipofisários que regulam a produção de corticóides; entretanto, a supressão não interferiu com a resposta pituitária, adrenocortical ao estresse após o nascimento.
Os corticóides atravessam a barreira placentária e são detectados no leite materno; os filhos de pacientes que utilizaram corticosteróides na gravidez34 devem ser examinados com cuidado pela possibilidade da ocorrência rara de catarata5 congênita43. Deverá haver julgamento criterioso quanto aos benefícios e possíveis riscos da amamentação44 quando a mãe estiver utilizando corticosteróides, e uma decisão quanto à interrupção do medicamento ou aleitamento. As mulheres que utilizaram esteróides durante a gestação devem ser observadas diante da possibilidade de ocorrer insuficiência19 adrenal por estresse do parto.
