
PRECAUÇÕES GERAIS CHORIOMON
A solução de Choriomon deve ser reconstituída com uma ampola de diluente (2mL) imediatamente antes de ser administrada. O conteúdo remanescente deve ser descartado.Um tratamento com hormônios gonadotróficos deve ser administrado apenas por um médico especialista, com experiência no diagnóstico1 e tratamento de problemas de fertilidade.
O tratamento deverá ser iniciado somente quando forem descartadas outras causas de infertilidade2 (causas mecânicas, imunológicas ou androgênicas).
Choriomon deve ser administrado por via intramuscular ou subcutânea3.
Em mulheres:
Choriomon só deverá ser administrado após a idade da maturidade sexual, já que antes da puberdade o medicamento pode induzir a estimulação não desejada dos ovários4. Por outro lado, após a menopausa5, os ovários4 se tornam insensíveis às gonadotrofinas. Antes de iniciar o tratamento com HMG(FSH)/HCG, a paciente deve ser submetida a exames ginecológico e endocrinológico. A fertilidade do parceiro deve ser verificada e ambos, a paciente e seu parceiro, devem ser informados de que o tratamento envolve riscos de hiperestimulação ovariana, bem como risco de gravidez6 múltipla ou aborto espontâneo.
O tratamento deve ser feito em hospital ou clínica adequadamente equipados.
Das pacientes tratadas com hormônios gonadotróficos, 5 a 6 apresentam hiperestimulação ovariana, na maioria dos casos entre 7 e 10 dias após a administração de Choriomon. O risco de hiperestimulação é especialmente alto em pacientes com ovários4 policísticos (anovulação7 hiperandrogênica crônica). O hiato terapêutico entre uma dose suficiente e a hiperestimulação é muito limitado.
Para reduzir o risco de hiperestimulação, a paciente deve ser submetida a exames clínico e endocrinológico, pelo menos a cada dois dias durante o curso de tratamento e durante 2 semanas após seu término.
O tratamento com HMG (ou FSH) deve ser imediatamente interrompido nas seguintes situações:
Se a concentração hormonal mostrar uma reação estrogênica excessiva (estradiol plasmático aumentado em 100 em 2 a 3 dias e/ou uma taxa superior a 4pmol/mL ou superior a 1100pg/mL),
Na concorrência de sintomas8 clínicos ou ultrassonográficos de uma hiperestimulação ovariana (diâmetro de um ou vários folículos superior a 22 mm).
A hiperestimulação ovariana caracteriza-se por um aumento substancial da permeação vascular9, que provoca um rápido acúmulo de líquidos na cavidade peritoneana, no tórax10 e no pericárdio11. Na maioria dos casos, isso ocorre de 5 a 10 dias após a administração de Choriomon. Existem três graus de gravidade: leve, moderada e grave.
No caso de hiperestimulação leve (ou de primeiro grau), acompanhada de ligeiro inchaço12 dos ovários4 (5 a 7 cm de tamanho), bem como pela secreção excessiva de esteróides e dor abdominal, é desnecessário usar tratamento para tais sintomas8, porém a paciente deve ser informada e mantida sob controle médico rigoroso.
No caso de hiperestimulação moderada (ou de segundo grau), acompanhada de cistos ovarianos (tamanho dos ovários4 variando entre 8 e 10 cm), bem como desconforto abdominal, náuseas13 ou vômitos14, recomenda-se uma observação clínica e tratamento dos sintomas8. No caso de alta concentração sangüínea, uma substituição intravenosa de plasma15 pode ser necessária.
A hiperestimulação grave, cuja freqüência de ocorrência é inferior a 2 caracterizada por cistos ovarianos de tamanho muito grande (ovários4 de tamanho superior a 12 cm) bem como por ascites, pleurorréia, relaxamento abdominal considerável, dor abdominal, dispnéia16, retenção de sal, aumento da viscosidade17 do sangue18 e agregação plaquetária, pode colocar em risco a vida da paciente e requer tratamento hospitalar para estabilizar as funções vitais e normalizar o volume de plasma15, perfusão renal19 e equilíbrio da eletrólise.
Pode haver formação de cistos nos ovários4 em pacientes que sofram de amenorréia20 devido à síndrome21 de Stein-Leventhal. Isso pode causar dores abdominais de várias intensidades e requer a interrupção do tratamento.
Em homens:
O tratamento com Choriomon não alcança sucesso em pacientes com a síndrome21 de Klinefelter, que vem acompanhada de uma maior excreção urinária de gonadotrofina.
Durante o tratamento de hipogonadismo e eunucoidismo hipogonadotrófico, principalmente em pacientes jovens, deve-se realizar um exame clínico e endocrinológico para evitar o desenvolvimento excessivo das gônadas22. O tratamento deve ser interrompido caso surjam sintomas8 de puberdade prematura. A fim de evitar uma possível dessensibilização23 das células de Leydig24, após o tratamento com Choriomon, o nível de testosterona deve ser controlado durante todos os cursos de tratamento e sua posologia deve ser adaptada a esse nível.
Uso na gravidez6 e lactação25:
A administração de Choriomon no início da gravidez6, devido a insuficiência26 luteína27, bem como, após a perfuração do folículo28 e transferência do embrião, sustentam o desenvolvimento do endométrio29 na fase peri-implantação. Não existem estudos controlados em animais e em mulheres grávidas.
Não existem estudos sobre a administração de Choriomon em outras fases da gravidez6.
Não se sabe se Choriomon é excretado no leite materno e quais poderiam ser os seus efeitos em lactentes30. Essa droga não possui indicações relativas a lactantes31.
Uso em crianças:
O tratamento para criptorquidismo deve ser administrado antes dos dois anos de idade, já que, após essa idade, a posição fisiologicamente anormal do testículo32 pode provocar lesões33 irreversíveis que se agravam com o passar do tempo. Por outro lado, não é recomendado iniciar uma terapia hormonal em recém-nascidos, antes dos três meses de idade, pois ainda é possível ocorrer a descida espontânea dos testículos34.
O tratamento para puberdade tardia, ou seja, quando não há o início da puberdade aos 15 anos, ocorre através do processo de maturação das gônadas22 estimulado com Choriomon, que induz o início da puberdade e o desenvolvimento das características físicas da maturidade. Se necessário, o tratamento poderá ser repetido após 3 meses.
No hipogonadismo hipogonadotrófico, o tratamento para indução de espermatogênese (amadurecimento das células de Leydig24) é feito, inicialmente, com doses pequenas; ou com associações com outros hormônios (ex.: FSH). Se for comprovada a esterilidade35 no caso de hipogonadismo secundário, recomenda-se recorrer a administração de um androgênio para estabelecer e manter um hábito viril.