INFORMAÇÕES TÉCNICAS CORDAREX
MODO DE AÇÃO
Amlodipina é quimicamente uma nova substância pertencente ao grupo dos agentes bloqueadores dos canais de cálcio dihidropiridínicos. Provoca a inibição do fluxo transmembrana de íons1 cálcio (no músculo cardíaco2) através de membranas celulares seletivamente. Pode-se observar efeito inotrópico negativo "in vitro", porém esse efeito não foi observado em animais nas doses terapêuticas. A concentração sérica de cálcio não é afetada.
Na faixa de pH fisiológico3, CORDAREX é um composto ionizado (pKa = 8,6) e sua interação cinética4 com os canais de cálcio é caracterizada por um índice gradual de associação e dissociação com o sítio de ligação do receptor resultando em um início gradual de ação.
CORDAREX é um vasodilatador arterial periférico que atua diretamente no músculo liso vascular5 e causa redução na resistência vascular6 periférica e redução na pressão sangüínea7.
Na angina8 de esforço, CORDAREX reduz a resistência periférica9 total ("afterload") contra a qual o coração10 trabalha e reduz o produto freqüência cardíaca X pressão e, assim, a demanda miocárdica de oxigênio, em qualquer nível de exercício.
Na angina8 vasoespástica, a eficácia de CORDAREX é explicada pela inibição do espasmo11 coronário, restabelecendo o fluxo sangüíneo nas artérias12 coronarianas e arteríolas13.
Amlodipina é bem absorvida do trato gastrintestinal atingindo picos plasmáticos entre a 6ª e 12ª hora após administração oral. Liga-se em cerca de 93% às proteínas14 plasmáticas. Sua biodisponibilidade absoluta é estimada entre 64 e 90%. A biodisponibilidade de CORDAREX não é alterada pela alimentação.
Aproximadamente 90% de CORDAREX é convertido a metabólitos15 inativos via metabolismo16 hepático.
Sua eliminação do plasma17 é bifásica, apresentando meia-vida de eliminação de 30 a 50 horas. Os níveis plasmáticos estabilizados são atingidos após o 7º ou 8º dia de tratamento.
A farmacocinética de CORDAREX não é significantemente influenciada pela disfunção renal18. Pacientes com insuficiência renal19 podem receber a dose inicial usual.
Pacientes idosos e/ou com insuficiência hepática20 apresentam clearance de amlodipina diminuído, necessitando de uma dose inicial menor.
Administração de amlodipina, em estudos clínicos, não demonstrou alterações clínicas significantes no índice cardíaco ou pressão sangüínea7 em pacientes normotensos com angina8.
Com administração oral diária crônica, a efetividade anti-hipertensiva é mantida por pelo menos 24 horas.
Como outros bloqueadores de canal de cálcio, medidas hemodinâmicas da função cardíaca no repouso e durante exercício, em pacientes com função ventricular normal, tratados com CORDAREX , têm demonstrado um leve aumento na freqüência cardíaca sem influência significante na pressão diastólica21 final do ventrículo esquerdo.
Em estudos hemodinâmicos, CORDAREX não está associado com um efeito inotrópico negativo quando administrado na faixa de dose terapêutica22 a animais e no homem, mesmo quando co-administrado com b-bloqueadores no homem. Achados similares têm sido observados em pacientes normais ou com insuficiência cardíaca23 bem compensada.
Em pacientes hipertensos com função renal18 normal, doses terapêuticas de CORDAREX resultaram em diminuição na resistência vascular6 renal18 e um aumento na taxa de filtração glomerular sem alteração na fração de filtração ou proteinúria24.
CORDAREX não produz alteração na função nodal sinatrial ou na condução atrioventricular em animais e no homem, nem mesmo com o uso concomitante de b-bloqueadores. Em estudos clínicos nos quais amlodipina foi administrada em combinação com b-bloqueadores em pacientes com hipertensão25 ou angina8, não foram observados efeitos adversos nos parâmetros eletrocardiográficos.
A eficácia antihipertensiva da amlodipina foi demonstrada em vários estudos duplo-cego, controlados, randomizados. Administração única diária produziu redução estatisticamente significativa na pressão sangüínea7 nas posições supina e em pé, 24 horas após sua administração, em pacientes com hipertensão25 leve a moderada. Manutenção do efeito sobre a pressão sangüínea7 após 24 horas de intervalo de doses foi observado, com pequena diferença no pico e no efeito.
Não foi demonstrada tolerância em pacientes estudados num período de um ano.
Em estudos envolvendo pacientes com angina8 crônica estável foi observado aumento no tempo de exercício (p.e. bicicleta), com doses de 10 mg. Aumento de tempo de exercício limitado por sintomas26 de 12,8% (63 segundos) para doses de 10 mg e de 7,9% (38 segundos) para 5 mg. CORDAREX 10 mg também aumentou o tempo para ocorrer desvio de 1 mm no segmento ST e diminuiu o índice de ataques de angina8. Tém-se demonstrado eficácia em pacientes com angina8 em tratamentos de longa duração.
Em pacientes com angina8, não houve redução significativa na pressão sangüínea7 (4/1 mmHg) ou alteração na freqüência cardíaca (+ 0,3 bpm).