POSOLOGIA BETAMETASONA

Atualizado em 28/05/2016

A posologia de Betametasona é variável, dependendo especificamente da doença, da gravidade do quadro e da resposta do paciente ao tratamento. A dose inicial deve ser mantida ou ajustada até que uma resposta seja obtida. Se após um período de tempo razoável não ocorrer resposta clínica satisfatória, o tratamento com Betametasona deve ser descontinuado e iniciada outra terapia apropriada.
Administração sistêmica: iniciar o tratamento com 1 a 2 ml e repeti-lo quando necessário, em administração intramuscular (IM) profunda na região glútea1. A dosagem e freqüência das administrações dependem da condição do paciente e da resposta terapêutica2. Em situações de menor gravidade, baixas doses são suficientes, enquanto que em doenças graves (por exemplo lupus3 eritematoso4 sistêmico5, mal asmático) já controladas por medidas emergenciais, 2 ml de Betametasona podem ser necessários inicialmente.
Inúmeras condições dermatológicas respondem satisfatoriamente a administração de Betametasona IM. Usualmente 1 ml de Betametasona IM, repetido a cada 7 dias, ou de acordo com a resposta terapêutica2, é considerado eficaz.
Nas doenças respiratórias, o início da melhora dos sintomas6 se dá dentro de poucas horas após a administração IM de Betametasona. Na asma7 brônquica, febre do feno8, bronquite alérgica e rinite9 alérgica, o controle efetivo dos sintomas6 é obtido com 1 a 2 ml de Betametasona IM
Na bursite10 aguda ou crônica, excelentes resultados são obtidos com 1 a 2 ml de Betametasona IM. Caso haja necessidade, repetir a aplicação.
Administração local: se for desejável a co-administração de anestésicos locais com Betametasona, a mistura deve ser feita na própria seringa11 (não no frasco). utilizando lidocaína 1 a 2%, em formulações que não contenham metilparabeno, proprilparabeno, fenol, etc, pois podem precipitar o esteróide.
Outros anestésicos locais similares podem também ser utilizados. A dose requerida de Betametasona é transferida para uma seringa11 e, em seguida, o anestésico. A mistura, na seringa11, deve ser levemente agitada.
Em bursites agudas subdeltóides, subacromiais, olecranianas e pré-patelares, nas tenosinovites e peritendinites, uma injeção12 intrabúrsica de 1 a 2 ml de Betametasona pode aliviar a dor e restaurar a completa movimentação em poucas horas. Na bursite10 aguda recorrente e nas exarcebações agudas da bursite10 crônica, várias aplicações de Betametasona são usualmente necessárias. A bursite10 crônica pode ser tratada com doses reduzidas, uma vez que os sintomas6 agudos estejam controlados nas tenosinovites, tendinites e peritendinites agudas, uma injeção12 de Betametasona pode trazer alívio; já nas formas crônicas, três ou quatro injeções locais de Betametasona, com intervalos de 1 a 2 semanas, são suficientes para a maioria dos casos. As injeções podem ser administradas preferivelmente dentro da bainha do tendão13 afetado, ao invés do próprio tendão13. Nos gânglios14 das cápsulas articulares15 e das bainhas dos tendões16, injeções de 0,5 ml de Betametasona diretamente no cisto ganglionar produz marcadas reduções na lesão17.
Na artrite reumatóide18 e osteoartrite19, a administração intra-articular de 0,5 a 2 ml de Betametasona alivia a dor, a sensibilidade e a rigidez dentro de 2 a 4 horas. A duração do alívio é de 4 semanas ou mais na maioria dos casos. A administração intra-articular de Betametasona tanto nas articulações20 como nos tecidos periarticulares é bem tolerada.
As doses recomendadas para injeção12 intra-articular são:
      ARTICULAÇÃO21    LOCALIZAÇÃO    DOSE (ML)
    Grandes    Joelho, bacia, ombro    1 a 2
    Médias    Cotovelo, pulso, tornozelo22    0,5 a 1
    Pequenas    Pé, mão23, tórax24    0,25 a 0,5
                               Afecções25 dermatológicas: nos tratamentos intralesionais, recomenda-se injetar 0,2 ml/cm2 de Betametasona intradermicamente (não subcutânea26), usando uma seringa11 tuberculínica com agulha calibre 26.
O volume de Betametasona, injetado em todas as áreas, não deve ultrapassar a 1 ml com intervalos de 1 semana.
Afecções25 do pé: utiliza-se seringa11 do tipo tuberculina com agulha calibre 25 para afecções25 suscetíveis aos corticosteróides. As seguintes doses são recomedadas em intervalos de 3 a 7 dias:
     DIAGNÓSTICO27    DOSE (ML)
    Bursite10    
    Sob heloma duro ou mole    0,25 a 0,5
    esporão de calcâneo28    0,5
 hallux29 rigidus, digiti quanti varus    0,5
    Cisto sinovial    0,25
    Neuralgia30 de Morton (metatarsalgia)    0,25 a 0,5
    Tenosinuvite    
    periostite do cubóide    0,5
 Artrite31 gotosa aguda    0,5 a 1
 
                               Após obtenção da resposta favorável, a dosagem de manutenção deve ser determinada através da diminuição gradual da dose inicial, em intervalos apropriados, até que seja encontrada a dose mínima capaz de manter uma resposta clínica adequada. A exposição do paciente a situações estressantes, não relacionadas com a doença em curso, pode exigir um aumento de dose de Betametasona. Após tratamento prolongado com Betametasona, a descontinuidade deste deve ser feita de forma gradual.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Região Glútea:
2 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
3 Lúpus: 1. É uma inflamação crônica da pele, caracterizada por ulcerações ou manchas, conforme o tipo específico. 2. Doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico. Nesta patologia, a defesa imunológica do indivíduo se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico. Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especializados no assunto.
4 Eritematoso: Relativo a ou próprio de eritema. Que apresenta eritema. Eritema é uma vermelhidão da pele, devido à vasodilatação dos capilares cutâneos.
5 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
6 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
7 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
8 Febre do Feno: Doença polínica, polinose, rinite alérgica estacional ou febre do feno. Deve-se à sensibilização aos componentes de polens, sendo que os alérgenos de pólen provocam sintomas clínicos quando em contato com a mucosa do aparelho respiratório e a conjuntiva de indivíduos previamente sensibilizados.
9 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
10 Bursite: Doença ortopédica caracterizada pela inflamação da bursa, uma bolsa cheia de líquido, existente no interior das articulações, cuja finalidade é amortecer o atrito entre ossos, tendões e músculos. A bursite pode acontecer em qualquer articulação (joelhos, cotovelos, quadris, etc.), mas é mais comum no ombro.
11 Seringa: Dispositivo usado para injetar medicações ou outros líquidos nos tecidos do corpo. A seringa de insulina é formada por um tubo plástico com um êmbolo e uma agulha pequena na ponta.
12 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
13 Tendão: Tecido fibroso pelo qual um músculo se prende a um osso.
14 Gânglios: 1. Na anatomia geral, são corpos arredondados de tamanho e estrutura variáveis; nodos, nódulos. 2. Em patologia, são pequenos tumores císticos localizados em uma bainha tendinosa ou em uma cápsula articular, especialmente nas mãos, punhos e pés.
15 Cápsulas articulares: São membranas conjuntivas que envolvem as articulações sinoviais, sendo constituídas por duas camadas, uma externa ou fibrosa e outra interna ou sinovial.
16 Tendões: Tecidos fibrosos pelos quais um músculo se prende a um osso.
17 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
18 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
19 Osteoartrite: Termo geral que se emprega para referir-se ao processo degenerativo da cartilagem articular, manifestado por dor ao movimento, derrame articular, etc. Também denominado artrose.
20 Articulações:
21 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
22 Tornozelo: A região do membro inferior entre o PÉ e a PERNA.
23 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
24 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
25 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
26 Subcutânea: Feita ou situada sob a pele; hipodérmica.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Calcâneo: O maior OSSO DO TARSO que está situado na parte posterior e inferior do PÉ, formando o CALCANHAR.
29 Hallux: Dedo Grande do Pé, vulgo dedão do pé.
30 Neuralgia: Dor aguda produzida pela irritação de um nervo. Caracteriza-se por ser muito intensa, em queimação, pulsátil ou semelhante a uma descarga elétrica. Suas causas mais freqüentes são infecção, lesão metabólica ou tóxica do nervo comprometido.
31 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.

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