INDICAÇÕES BLOPRESS

Atualizado em 28/05/2016

BLOPRESS é destinado ao tratamento da hipertensão arterial1 leve, moderada e grave como monoterapia ou em combinação com outras medicações anti-hipertensivas, como os diuréticos2 tiazídicos (hidroclorotiazida) e os antagonistas de cálcio (cloridrato de verapamil, nifedipino, anlodipino).

BLOPRESS também é destinado ao tratamento da insuficiência cardíaca3. A terapia com candesartana reduz a mortalidade4 e a hospitalização devido à insuficiência cardíaca3 e melhora os sintomas5 relacionados à doença.

- 2. RESULTADOS DE EFICÁCIA

Hipertensão6

O estudo SCOPE (“The Study on Cognition and Prognosis in the Elderly”) foi um estudo prospectivo7, duplo-cego, randomizado8, grupo paralelo (maioria tiazídicos), incluiu 4.964 pacientes idosos com hipertensão6 leve a moderada cujo objetivo foi avaliar se a candesartana acarretava redução nos eventos cardiovasculares, declínio cognitivo9 e demência10. Os autores evidenciaram que em idosos a terapia com candesartana é um pouco mais efetiva que o controle. Ambas as medicações foram bem toleradas.


Um braço do estudo SCOPE (“The Study on Cognition and Prognosis in the Elderly”) avaliou se candesartana pode reduzir o risco de acidente vascular cerebral11 em pacientes idosos com hipertensos. O tratamento com candesartana resultou em uma redução significativa RR 42% no curso, em comparação com outros anti-hipertensivos, apesar da pouca diferença na redução da pressão arterial12 2.


Estudo duplo-cego13 comparou o efeito da candesartana versus losartana em pacientes hipertensos ambulatoriais (n=268). Os pacientes foram randomizados para ingerir 8 mg de candesartana ou 50 mg de losartana ou placebo14 durante um período de 4 semanas mesmo com dose perdida. Os autores concluíram que a redução da pressão arterial12 com candesartana é dose dependente. Além disso, a candesartana é superior à losartan na redução da PA sistólica e diastólica em pacientes hipertensos ambulatoriais no dia de uma dose perdida. 3


Outro estudo multicêntrico, randomizado8 econtrolado avaliou a ação da candesartana (n=83) comparada com o placebo14 (n=78) na homeostase da glicose15 e no perfil lipídico16 sérico em hipertensos leves com diabetes17 tipo II. Os autores evidenciaram que em pacientes com hipertensão6 leve e diabetes17 tipo II, a administração de candesartana, dose 8-16 mg por 12 semanas, não afeta a homeostase da glicose15 e dos lipídios. A pressão arterial12 foi controlada na maioria dos pacientes e a terapia foi bem tolerada. 4


Insuficiência cardíaca3

No estudo AIMS foi investigada a eficácia e segurança de candesartana cilexetila adicionada ao tratamento da insuficiência cardíaca congestiva18 (ICC) na prática diária. O estudo AIMS foi um estudo aberto, multicêntrico que avaliou 414 pacientes com insuficiência cardíaca congestiva18 (NYHA II/III) com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) menor ou igual a 40% e níveis plasmáticos de peptídeo natriurético cerebral maiores que 200 pg/ml. Os pacientes foram tratados com a terapia padrão incluindo pelo menos um inibidor da enzima19 conversora da angiotensina em adição a outra droga para o tratamento do ICC; 91% dos pacientes receberam beta-bloqueadores.

O “endpoint” primário dos níveis plasmáticos de peptídeo natriurético cerebral foram significamente reduzidos para 25% na 22º semana (de 394 para 295 pg/ml, P < 0,0001 versus placebo14).

Dos pacientes tratados com beta-bloqueadores, 37% obtiveram melhora com relação a classe NYHA II/I na 22º semana (P < 0,0001) e 53,5% dos pacientes na classe NYHA III obtiveram melhora para NYHA II/I na 22º semana (n = 232, P < 0,0001).

Em conclusão, candesartana em adição ao tratamento padrão na prática diária, proporcionou um bom risco/benefício aos pacientes com insuficiência cardíaca congestiva18.5



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Lithell H, Hansson L, Skoog I, Elmfeldt D, Hofman A, Olofsson B, Trenkwalder P, Zanchetti A; SCOPE Study Group, et al. “The Study on Cognition and Prognosis in the Elderly (SCOPE); outcomes in patients not receiving add-on therapy after randomization”: J Hypertens. 2004, 22(8):1605-12.

  2. Papademetriou V, Farsang C, Elmfeldt D, Hofman A, Lithell H, Olofsson B, Skoog I, Trenkwalder P, Zanchetti A, et al. “Study on Cognition and Prognosis in the Elderly study group. Stroke prevention with the angiotensin II type 1-receptor blocker candesartan in elderly patients with isolated systolic hypertension: the Study on Cognition and Prognosis in the Elderly (SCOPE)”. J Am Coll Cardiol. 2004, 15;44(6):1175-80.

  3. Lacourcie’re Y, Asmar R, et al. “For the Candesartan/Losartan study investigators A Comparison of the Efficacy and Duration of Action of Candesartan Cilexetil and Losartan as Assessed by Clinic and Ambulatory Blood Pressure After a Missed Dose, in Truly Hypertensive Patients A Placebo14-Controlled, Forced Titration Study”. Am J Hypertens 1999;12:1181–1187.

  4. Trenkwalder P, Dahl K, Lehtovirta M, Mulder H, et al. “Antihypertensive treatment with candesartan cilexetil does not affect glucose homeostasis or serum lipid profile in patients with mild hypertension and type II diabetes”. Blood Press. 1998, 7(3):170-5.

  5. Mitrovic V, Appel KF, Proskynitopoulos N, Dereli S, Hamm CW, et al. “Effects of candesartan cilexetil add-on treatment in congestive heart failure outpatients in daily practice”: Clin Res Cardiol. 2009; 98 (6): 379-89.


- 3. CARACTERÍSTICAS FAMACOLÓGICAS

Farmacodinâmica

A candesartana cilexetila é antagonista20 do receptor da angiotensina II.


A angiotensina II é o hormônio21 vasoativo primário do sistema renina-angiotensina-aldosterona e exerce um significante papel na fisiopatologia22 da hipertensão6, insuficiência cardíaca3 e de outras alterações cardiovasculares. É importante também na patogênese23 de hipertrofia24 ou dano de órgãos alvo. Os maiores efeitos fisiológicos da angiotensina II, como a vasoconstrição25, o estímulo da aldosterona, a regulação do sódio, a homeostase da água e o estímulo do crescimento celular, são mediados via receptor do tipo 1 (AT1).

BLOPRESS é uma pró-droga adequada para uso oral, sendo rapidamente convertida à droga ativa candesartana, por hidrólise, durante a absorção no trato gastrintestinal. Candesartana cilexetila é antagonista20 do receptor da angiotensina II, seletiva para receptores AT1, com forte ligação e fraca dissociação do receptor. Não apresenta atividade agonista26.

Candesartana cilexetila não inibe a enzima19 conversora de angiotensina (ECA), que converte angiotensina I para angiotensina II e degrada bradicinina27. Uma vez que não tem efeito sobre a ECA e não potencializa a bradicinina27 ou substância P, os antagonistas dos receptores da angiotensina II parecem não estar associados com ocorrência de tosse. Isso tem sido confirmado através de estudos clínicos controlados com candesartana cilexetila. Candesartana cilexetila não se liga ou bloqueia outros receptores hormonais28, ou canais de íons29 conhecidos por serem importantes na regulação cardiovascular. O antagonismo dos receptores da angiotensina II (AT1) resulta em um aumento dose-relacionado dos níveis plasmáticos de renina, de angiotensina I, de angiotensina II e diminuição da concentração de aldosterona no plasma30.


Hipertensão arterial1

Na hipertensão arterial1, candesartana cilexetila causa uma redução prolongada e dose-dependente da pressão arterial12. A ação anti-hipertensiva é devido à diminuição da resistência vascular31 periférica, sem aumento reflexo da frequência cardíaca. Não há dados que indiquem hipotensão32 grave com a primeira dose ou efeito rebote após a interrupção do tratamento.

Após a administração da dose única de candesartana cilexetila, o início do efeito anti-hipertensivo geralmente ocorre dentro de duas horas.

Com o tratamento contínuo, a redução máxima da pressão arterial12 geralmente é atingida dentro de 4 semanas, sendo sustentada durante o tratamento prolongado.

BLOPRESS comprimidos uma vez ao dia promove a redução efetiva e gradativa da pressão sanguínea durante as 24 horas com uma pequena diferença entre os efeitos máximos e mínimos durante o intervalo de dose.

Em dois estudos randomizados, duplo-cegos, de 8 semanas de duração, os efeitos de redução da pressão arterial12 de candesartana cilexetila e losartana foram avaliados em um total de 1.268 pacientes com hipertensão6 leve a moderada.


A redução mínima da pressão arterial12 (sistólica/diastólica) foi de 13,1/10,5 mmHg com candesartana cilexetila 32 mg uma vez ao dia e 10,0/8,7 mmHg com losartana potássica 100 mg uma vez ao dia (diferença na redução da pressão arterial12 de 3,1/1,8 mmHg, p<0,0001/p<0,0001).

Quando BLOPRESS® é usado concomitantemente com hidroclorotiazida, fornece uma redução adicional da pressão arterial12. Um maior efeito anti-hipertensivo também é observado quando candesartana cilexetila é combinada com anlodipino ou felodipino.

Os produtos medicinais que bloqueiam o sistema renina-angiotensina-aldosterona apresentam efeitos anti-hipertensivos menos pronunciados em pacientes negros (geralmente uma população com baixos níveis de renina) em comparação aos pacientes não negros. Este também é o caso para candesartana cilexetila. Em um estudo clínico de experiência aberto em 5.156 pacientes com hipertensão6 diastólica, a redução da pressão arterial12 durante tratamento com candesartana cilexetila foi significativamente menor em pacientes negros em comparação aos não negros (14,4/10,3 mmHg vs 19,0/12,7 mmHg, p<0,0001/p<0,0001).


A candesartana cilexetila aumenta o fluxo sanguíneo renal33 e não produz efeitos ou aumenta a razão de filtração glomerular quando a resistência vascular31 renal33 e a fração de filtração estão reduzidas.

Em um estudo clínico com duração de 3 meses com pacientes hipertensos com o diabetes mellitus34 do tipo 2 e microalbuminúria35, o tratamento anti-hipertensivo com candesartana cilexetila reduziu a excreção da albumina36 urinária (relação albumina36/creatinina37, com média 30%, 95% do intervalo de confiança (IC), intervalo de 15-42%).

Atualmente não há dados sobre o efeito de candesartana cilexetila na progressão da nefropatia38 diabética. Em pacientes hipertensos com diabetes mellitus34 do tipo 2, o tratamento com candesartana cilexetila 8 mg e 16 mg por 12 semanas não apresentou efeitos adversos sobre a glicose sanguínea39 e perfil lipídico16.

Os efeitos de candesartana cilexetila 8-16 mg (dose média de 12 mg) uma vez ao dia, na morbidade40 e mortalidade4 cardiovascular, foram avaliados em um estudo clínico randomizado8 com 4.937 pacientes idosos (com idade entre 70 e 89 anos, sendo 21% com mais de 80 anos de idade) com hipertensão arterial1 leve a moderada, acompanhados por em média 3,7 anos (“Study on Cognition and Prognosis in the Elderly”). Pacientes receberam candesartana ou placebo14 no tratamento com outro anti-hipertensivo, adicionado conforme necessário. A pressão arterial12 foi reduzida de 166/90 para 145/80 mmHg no grupo tratado com candesartana e de 167/90 para 149/82 mmHg no grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significativa no endpoint primário, principais eventos cardiovasculares (morte cardiovascular, acidente cerebral vascular31 não fatal, infarto do miocárdio41 não fatal). Houve 26,7 eventos por 1000 pacientes-ano no grupo candesartana versus 30,0 eventos por 1000 pacientes-ano no grupo controle (Risco relativo 0,89; IC 95%, 0,75% para 1,06, p=0,19).


Insuficiência cardíaca3

O tratamento com candesartana cilexetila reduz a mortalidade4 e a hospitalização devido à insuficiência cardíaca3 e melhora os sintomas5 em pacientes com disfunção sistólica ventricular esquerda, como mostrado no programa Candesartana na Insuficiência Cardíaca3 – Avaliação da Redução na Mortalidade4 e Morbidade40 (CHARM).


Esse estudo multinacional, placebo14 controlado, duplo-cego realizado com pacientes com insuficiência cardíaca3 crônica (ICC), classificados na NYHA II a IV e consistiu em três estudos separados:

CHARM-Alternative (n=2,028) em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 40% não tratados com um inibidor de ECA devido a intolerância (principalmente por causa da tosse, 72%);

CHARM-Added (n=2,548) em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 40% e tratados com um inibidor de ECA; e CHARM-Preserved (n=3,023) em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) > 40%.

Pacientes em terapia ideal para a insuficiência cardíaca3 crônica foram randomizados para placebo14 ou para candesartana cilexetila (titulação de 4 mg ou 8 mg uma vez ao dia para 32 mg uma vez ao dia ou a maior dose tolerada, média de dose 24 mg) e acompanhados por um período médio de 37,7 meses. Após 6 meses de tratamento, 63% dos pacientes ainda em tratamento com candesartana cilexetila (89%) estavam na dose alvo de 32 mg.


No CHARM-Alternative, o endpoint composto da mortalidade4 cardiovascular ou primeira hospitalização por insuficiência cardíaca3 crônica, foi significativamente reduzido com candesartana em comparação com placebo14 (taxa de risco 0,77, 95% CI 0,67 – 0,89, p<0,001). Isto corresponde a uma redução no risco relativo de 23%. Dos pacientes tratados com candesartana cilexetila, 33,0% (IC de 95%: 30,1 a 36,0) e dos pacientes tratados com placebo14, 40,0% (IC de 95%: 37,0 a 43,1) apresentaram este endpoint, diferença absoluta de 7,0% (IC de 95%: 11,2 a 2,8). Quatorze pacientes necessitaram de tratamento por todo o estudo para impedir a morte do paciente por um evento cardiovascular ou da hospitalização para tratamento de insuficiência cardíaca3. O endpoint composto por todas as causas de mortalidade4 ou primeira hospitalizaçãopor insuficiência cardíaca3 crônica, foi também significativamente reduzido com candesartana (taxa de risco 0,80, 95% CI 0,70 – 0,92, p=0,001). Dos pacientes tratados com candesartana cilexetila, 36,6% (IC de 95%: 33,7 a 39,7) e dos pacientes tratados com placebo14, 42,7% (IC de 95%: 39,6 a 45,8) apresentaram este endpoint, diferença absoluta de 6,0% (IC de 95%: 10,3 a 1,8). Ambos os componentes de mortalidade4 e morbidade40 (hospitalização por ICC) destes endpoints compostos contribuíram para os efeitos favoráveis de candesartana cilexetila. O tratamento com candesartana cilexetila resultou em uma melhora na classe funcional NYHA (p=0,008).


No CHARM-Added, o endpoint composto da mortalidade4 cardiovascular ou primeira hospitalização por insuficiência cardíaca3 crônica foi significativamente reduzido com candesartana em comparação com placebo14 (taxa de risco 0,85, 95% CI 0,75 – 0,96, p=0,011). Isto corresponde a uma redução no risco relativo de 15%. Dos pacientes tratados com candesartana cilexetila, 37,9% (IC de 95%: 35,2 a 40,6) e dos pacientes tratados com placebo14, 42,3% (IC de 95%: 39,6 a 45,1) apresentaram este endpoint, diferença absoluta de 4,4% (IC de 95%: 8,2 a 0,6). Vinte e três pacientes precisaram ser tratados durante todo o estudo para impedir a morte do paciente por um evento cardiovascular ou da hospitalização para tratamento de insuficiência cardíaca3. O endpoint composto por todas as causas de mortalidade4 ou hospitalização inicial por insuficiência cardíaca3 crônica foram também significativamente reduzidos com candesartana (taxa de risco 0,87, 95% CI 0,78 – 0,98, p=0,021). Dos pacientes tratados com candesartana cilexetila, 42,2% (IC de 95%: 39,5 a 45,0) e dos pacientes tratados com placebo14, 46,1% (IC de 95%: 43,4 a 48,9) apresentaram este endpoint, diferença absoluta de 3,9% (IC de 95%: 7,8 a 0,1). Ambos os componentes de mortalidade4 e morbidade40 destes endpoints compostos contribuíram para os efeitos favoráveis de candesartana cilexetila. O tratamento com candesartana cilexetila resultou em uma melhora na classe funcional NYHA (p=0,020).


No CHARM-Preserved, não houve redução significativa no endpoint composto da mortalidade4 cardiovascular ou hospitalização inicial por insuficiência cardíaca3 crônica (taxa de risco 0,89, 95% CI 0,77 – 1,03, p=0,118). Todas as causas de mortalidade4 foram também avaliadas em populações combinadas, CHARM-Alternative e CHARM-Added (taxa de risco 0,88, 95% CI 0,79 – 0,98, p=0,018 e todos os três estudos (taxa de risco 0,91, 95% CI 0,83 – 1,00, p=0,055).


Os efeitos benéficos de candesartana cilexetila na mortalidade4 cardiovascular e hospitalização por ICC são independentes da idade, sexo e medicação concomitante. Candesartana foi também efetiva em pacientes tomando concomitantemente beta-bloqueadores e inibidores de ECA, e o benefício foi obtido em pacientes tomando ou não inibidores de ECA na dose recomendada conforme tratamento padrão.


Em pacientes com insuficiência cardíaca3 crônica (ICC) e depressão da função sistólica ventricular esquerda (fração de ejeção ventricular esquerda ≤ 40%), candesartana diminui a resistência vascular31 sistêmica e a pressão capilar42 pulmonar, aumenta a atividade da renina plasmática e a concentração da angiotensina II e diminui os níveis de aldosterona.


Dois estudos clínicos de grande porte, randomizados e controlados (ONTARGET (estudo clínico em andamento de endpoint global com telmisartana isoladamente e em combinação com ramipril) e VA NEPHRON-D (Nefropatia38 no diabetes17 no Veterans Affairs)) examinaram o uso da combinação de um inibidor da ECA com um bloqueador de receptor de angiotensina II.


ONTARGET foi um estudo realizado em pacientes com histórico de doença cardiovascular ou vascular31 cerebral, ou diabetes mellitus34 tipo 2 acompanhado por evidências de lesão43 de órgão terminal. VA NEPHRON-D foi um estudo em pacientes que apresentavam diabetes mellitus34 tipo 2 e nefropatia38 diabética.


Estes estudos não demonstraram efeito benéfico significativo nos resultados renais e/ou cardiovasculares e mortalidade4, ao passo que um maior risco de hipercalemia44, lesão43 renal33 aguda e/ou hipotensão32 foi observado em comparação com monoterapia. Considerando suas propriedades farmacodinâmicas similares, estes resultados também são relevantes para outros inibidores da ECA e bloqueadores do receptor de angiotensina II.


Portanto, inibidores da ECA bloqueadores do receptor de angiotensina II não deverão ser utilizados concomitantemente em pacientes que apresentam nefropatia38 diabética.


ALTITUDE (estudo clínico de alisquireno no diabetes tipo 245, utilizando endpoints de doença cardiovascular e renal33) foi desenhado para testar o benefício da adição de alisquireno a uma terapia padrão de um inibidor da ECA ou um bloqueador do receptor de angiotensina II em pacientes que apresentam diabetes mellitus34 tipo 2 e nefropatia38 crônica, doença cardiovascular ou ambas. O estudo foi encerrado precocemente devido a um maior risco de resultados adversos. Morte cardiovascular e acidente vascular cerebral11 foram ambos numericamente mais frequentes no grupo alisquireno em comparação ao grupo placebo14, e os eventos adversos e eventos adversos sérios de interesse (hipercalemia44, hipotensão32 e disfunção renal33) foram relatados mais frequentemente no grupo alisquireno em comparação ao grupo placebo14.


Farmacocinética

Absorção: após a administração oral, candesartana cilexetila é convertida na droga ativa candesartana. A biodisponibilidade absoluta de candesartana é de aproximadamente 40% após uma solução oral de candesartana cilexetila. A biodisponibilidade relativa da formulação em comprimidos em comparação à mesma solução oral é de aproximadamente 34% com muito pouca variabilidade. A biodisponibilidade estimada absoluta do comprimido é de 14%. O pico sérico de concentração máxima (Cmáx) ocorre entre 3 e 4 horas após a ingestão do comprimido. As concentrações séricas de candesartana são elevadas linearmente conforme o aumento das doses na faixa de dose terapêutica46. Não foram observadas diferenças relacionadas ao sexo na farmacocinética de candesartana. A área sob a curva de concentração sérica versus tempo (AUC47) de candesartana não é afetada significativamente pelo alimento.


Distribuição: candesartana liga-se fortemente às proteínas48 plasmáticas (mais que 99%). O volume aparente de distribuição de candesartana é de 0,1 l/kg.


Metabolismo49 e eliminação: candesartana é eliminada principalmente na forma não metabolizada na urina50 e bile51, e apenas em menor quantidade eliminada por metabolismo49 hepático (CYP2C9). Os estudos de interação disponíveis não indicam efeito na CYP2C9 e CYP3A4, porém o efeito em outras isoenzimas do citocromo P450 é atualmente desconhecido. Com base nos dados in vitro, não seria esperada ocorrência de interação in vivo com drogas cujo metabolismo49 depende das isoenzimas do citocromo P450 CYP1A2, CYP2A6, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1 ou CYP3A4.A meia-vida terminal de candesartana é de aproximadamente 9 horas. Não há acúmulo após múltiplas doses.

A depuração plasmática total de candesartana é de cerca de 0,37 ml/min/kg, com uma depuração renal33 de cerca de 0,19 ml/min/kg. A eliminação renal33 de candesartana ocorre tanto por filtração glomerular como por secreção tubular ativa. Após uma dose oral de candesartana cilexetila marcada com 14C, aproximadamente 26% da dose é excretada na urina50 como candesartana e 7% como metabólito52 inativo, enquanto aproximadamente 56% da dose é recuperada nas fezes como candesartana e 10% como metabólito52 inativo.


Pacientes idosos: pacientes idosos (acima de 65 anos) apresentam Cmáx e AUC47 de candesartana cilexetila aumentadas, aproximadamente 50% e 80% respectivamente, quando comparados com pacientes mais jovens. Entretanto, a resposta da pressão arterial12 e a incidência53 de eventos adversos são similares após uma determinada dose de candesartana em pacientes jovens e idosos.


Comprometimento da função renal33: em pacientes com comprometimento renal33 leve a moderado, a Cmáx e AUC47 de candesartana aumentam com a administração de doses repetidas em aproximadamente 50 a 70%, respectivamente; no entanto, a meia-vida terminal não é alterada, quando comparada com pacientes com função renal33 normal. As alterações correspondentes em pacientes com comprimetimento renal33 grave foi de aproximadamente 50% e 110%, respectivamente. Em pacientes com comprometimento renal33 grave (depuração de creatinina37 < 30 ml/min/1,73 m2 área corporal), a meia-vida terminal de candesartana praticamente dobra. A farmacocinética da candesartana em pacientes sob hemodiálise54 é semelhante à apresentada por pacientes com comprometimento renal33 grave.


Comprometimento da função hepática55: em dois estudos, ambos incluindo pacientes com comprometimento hepático leve a moderado, houve aumento na AUC47 média de candesartana de aproximadamente 20% em um estudo e de 80% no outro estudo. Não há experiência em pacientes com comprometimento hepático grave.


Geriátricos e Sexo: a farmacocinética de candesartana cilexetila foi estudada em idosos (acima de 65 anos) e em ambos os sexos. A concentração plasmática de candesartana cilexetila foi mais elevada em idosos (Cmáx aproximadamente 50% mais elevada e AUC47 aproximadamente 80% mais elevada), em comparação a indivíduos mais jovens tratados com a mesma dose. A farmacocinética de candesartana cilexetila foi linear em idosos, e candesartana cilexetila e seu metabólito52 inativo não se acumularam no soro56 destes indivíduos após a administração uma vez ao dia repetida. Não é necessário ajuste de dose inicial. Não há diferença na farmacocinética de candesartana cilexetila entre os indivíduos dos sexos masculino e feminino.


Insuficiência hepática57: a farmacocinética de candesartana foi comparada em pacientes com comprometimento hepático leve e moderado e voluntários saudáveis correspondentes após uma dose oral única de 16 mg de candesartana cilexetila. O aumento na AUC47 para candesartana cilexetila foi de 30% em pacientes com comprometimento hepático leve (Child-Pugh A) e 145% em pacientes com comprometimento hepático moderado (Child-Pugh B). O aumento na Cmáx para candesartana cilexetila foi de 56% em pacientes com comprometimento hepático leve e 73% em pacientes com comprometimento hepático moderado. A farmacocinética após administração de candesartana cilexetila não foi investigada em pacientes com comprometimento hepático grave. Não é necessário ajuste da dose inicial em pacientes com comprometimento hepático leve. Em pacientes hipertensos com comprometimento hepático moderado, deve-se considerar o início de candesartana cilexetila em dose mais baixa.


Interações Medicamentosas: não foram identificadas interações medicamentosas de significância clínica. Os compostos investigados nos estudos de farmacocinética clínica incluem hidroclorotiazida, varfarina, digoxina, contraceptivos orais (isto é, etinilestradiol/levonorgestrel), glibenclamida, nifedipino e enalapril.


Dados de segurança pré-clínica:


Não houveram evidências de toxicidade58 sistêmica anormal ou de toxicidade58 nos órgãos-alvo com doses clinicamente relevantes. Em estudos de segurança pré-clínicos, a candesartana teve efeitos sobre os rins59 e alguns parâmetros dos glóbulos vermelhos, em doses mais altas em camundongos, ratos, cães e macacos. Candesartana causou a redução dos parâmetros dos glóbulos vermelhos (eritrócitos60, hemoglobina61, hematócrito62). Efeitos sobre os rins59 (tais como nefrite63 intersticial64, distensão tubular, túbulos basófilos, concentrações plasmáticas elevadas de ureia65 e creatinina37) foram induzidos por candesartana que poderia ser secundário a um efeito hipotensivo levando a alterações de perfusão renal33. Além disso, candesartana induziu a hiperplasia66/hipertrofia24 das células67 justaglomerulares. Estas alterações foram consideradas como sendo causadas pela ação farmacológica de candesartana. Para doses terapêuticas de candesartana em humanos, a hiperplasia66/hipertrofia24 das células67 justaglomerulares não parece ter qualquer relevância clínica.

A fetotoxicidade foi observada no final da gravidez68.

A candesartana cilexetila e seu metabólito52 O-desetil foram positivos para genotoxicidade no ensaio in vitro de aberração cromossômica em pulmões69 de hamsters chineses (CHL). Nenhum dos compostos foi positivo no ensaio de mutagênese microbiana de Ames ou ensaio in vitro de células67 de linfoma70 de camundongos. A candesartana cilexetila (porém não seu metabólito52 O-desetil) também foi avaliada no ensaio de mutação71 gênica de ovários72 de hamsters chineses (CHO), em ambos os casos com resultados negativos. Candesartana cilexetila foi avaliada no teste de Ames, ensaios in vitro de síntese não programada de DNA em células67 de linfoma70 de camundongos e hepatócitos de ratos e teste in vivo em micronúcleo de camundongos, em cada caso com resultados negativos. A candesartana cilexetila não foi avaliada no ensaio de aberração cromossômica em CHL ou ensaio de mutação71 gênica em CHO.

Os dados in vitro e testes de mutagenicidade in vivo, indicaram que a candesartana não exerce atividades mutagênicas ou clastogênicas em condições clínicas de uso. Não há evidências de carcinogenicidade.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
2 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
3 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
4 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
7 Prospectivo: 1. Relativo ao futuro. 2. Suposto, possível; esperado. 3. Relativo à preparação e/ou à previsão do futuro quanto à economia, à tecnologia, ao plano social etc. 4. Em geologia, é relativo à prospecção.
8 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle â o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
9 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
10 Demência: Deterioração irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
11 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
12 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
13 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico âduplo cegoâ quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de âsimples cegoâ quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
14 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
15 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
16 Perfil lipídico: Exame laboratorial que mede colesterol total, triglicérides, HDL. O LDL é calculado por estes resultados. O perfil lipídico é uma das medidas de risco para as doenças cardiovasculares.
17 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
18 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
19 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
20 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
21 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
22 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
23 Patogênese: Modo de origem ou de evolução de qualquer processo mórbido; nosogenia, patogênese, patogenesia.
24 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
25 Vasoconstrição: Diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos.
26 Agonista: 1. Em farmacologia, agonista refere-se às ações ou aos estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. 2. Lutador. Na Grécia antiga, pessoa que se dedicava à ginástica para fortalecer o físico ou como preparação para o serviço militar.
27 Bradicinina: É um polipeptídio plasmático que tem função vasodilatadora e que se forma em resposta à presença de toxinas ou ferimentos no organismo.
28 Receptores hormonais: São proteínas que se ligam aos hormônios circulantes, mediando seus efeitos nas células. Os mais estudados em tumores de mama são os receptores de estrogênio e os receptores de progesterona, por exemplo.
29 Íons: Átomos ou grupos atômicos eletricamente carregados.
30 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
31 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
32 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
33 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
34 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
35 Microalbuminúria: Pequena quantidade da proteína chamada albumina presente na urina, detectável por exame laboratorial. É um sinal precoce de dano aos rins (nefropatia), uma complicação comum e séria do diabetes. A ADA (American Diabetes Association) recomenda que as pessoas com diabetes tipo 2 testem a microalbuminúria no momento do diagnóstico e uma vez por ano após o diagnóstico. Pessoas com diabetes tipo 1 devem ser testadas após 5 anos do diagnóstico e a cada ano após o diagnóstico. A microalbuminúria é evitada com o controle da glicemia, redução na pressão sangüínea e modificação na dieta.
36 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
37 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
38 Nefropatia: Lesão ou doença do rim.
39 Glicose sanguínea: Também chamada de açúcar no sangue, é o principal açúcar encontrado no sangue e a principal fonte de energia para o organismo.
40 Morbidade: Morbidade ou morbilidade é a taxa de portadores de determinada doença em relação à população total estudada, em determinado local e em determinado momento.
41 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
42 Capilar: 1. Na medicina, diz-se de ou tubo endotelial muito fino que liga a circulação arterial à venosa. Qualquer vaso. 2. Na física, diz-se de ou tubo, em geral de vidro, cujo diâmetro interno é diminuto. 3. Relativo a cabelo, fino como fio de cabelo.
43 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
44 Hipercalemia: É a concentração de potássio sérico maior que 5.5 mmol/L (mEq/L). Uma concentração acima de 6.5 mmol/L (mEq/L) é considerada crítica.
45 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
46 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
47 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
48 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
49 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
50 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
51 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
52 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
53 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
54 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
55 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
56 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
57 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
58 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
59 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
60 Eritrócitos: Células vermelhas do sangue. Os eritrócitos maduros são anucleados, têm forma de disco bicôncavo e contêm HEMOGLOBINA, cuja função é transportar OXIGÊNIO. Sinônimos: Corpúsculos Sanguíneos Vermelhos; Corpúsculos Vermelhos Sanguíneos; Corpúsculos Vermelhos do Sangue; Glóbulos Vermelhos; Hemácias
61 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
62 Hematócrito: Exame de laboratório que expressa a concentração de glóbulos vermelhos no sangue.
63 Nefrite: Termo que significa inflamação do rim e que agrupa doenças caracterizadas por lesões imunológicas ou infecciosas do tecido renal. Alguns exemplos são a nefrite intersticial por drogas, a glomerulonefrite pós-estreptocócica, etc. Podem manifestar-se por hipertensão arterial, hematúria e dor lombar.
64 Intersticial: Relativo a ou situado em interstícios, que são pequenos espaços entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas (por exemplo, entre moléculas, células, etc.). Na anatomia geral, diz-se de tecido de sustentação localizado nos interstícios de um órgão, especialmente de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
65 Ureia: 1. Resíduo tóxico produzido pelo organismo, resulta da quebra de proteínas pelo fígado. É normalmente removida do organismo pelos rins e excretada na urina. 2. Substância azotada. Composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 C.
66 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
67 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
68 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
69 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
70 Linfoma: Doença maligna que se caracteriza pela proliferação descontrolada de linfócitos ou seus precursores. A pessoa com linfoma pode apresentar um aumento de tamanho dos gânglios linfáticos, do baço, do fígado e desenvolver febre, perda de peso e debilidade geral.
71 Mutação: 1. Ato ou efeito de mudar ou mudar-se. Alteração, modificação, inconstância. Tendência, facilidade para mudar de ideia, atitude etc. 2. Em genética, é uma alteração súbita no genótipo de um indivíduo, sem relação com os ascendentes, mas passível de ser herdada pelos descendentes.
72 Ovários: São órgãos pares com aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura cada um. Eles estão presos ao útero e à cavidade pelvina por meio de ligamentos. Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais, estrógeno e progesterona. As células dos folículos maduros secretam estrógeno, enquanto o corpo lúteo produz grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.

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