CARACTERÍSTICAS DICLO P
O Diclofenaco é um antiinflamatório não-esteroidal com acentuadas propriedades analgésica, antiinflamatória e antipirética. O Diclofenaco possui um rápido início de ação, o que o torna particularmente adequado para o tratamento de estados dolorosos e/ou inflamatórios agudos. A inibição da biossíntese das prostaglandinas1 é considerada fundamental no mecanismo de ação do Diclofenaco. As prostaglandinas1 desempenham papel importante na gênese da inflamação2, dor e febre3.
O Diclofenaco não suprime a biossíntese de proteoglicanos nas cartilagens4.
O Diclofenaco exerce pronunciado efeito analgésico5 em estados moderados ou severamente dolorosos. Na presença de inflamação2 devida, por exemplo, à trauma ou após intervenção cirúrgica. Diclofenaco alivia rapidamente tanto a dor espontânea quanto a relacionada ao movimento e diminui o inchaço6 inflamatório e o edema7 do ferimento. Estudos clínicos também revelaram que na dismenorréia8 primária, o Diclofenaco é capaz de aliviar a dor e reduzir o sangramento.
O Diclofenaco é rápido e completamente absorvido a partir dos comprimidos revestidos. A absorção inicia-se imediatamente após a administração. O pico médio das concentrações plasmáticas de 3,8 mol/L são atingidos em 20-60 minutos após ingestão de um comprimido revestido de 50 mg.
99,7% do Diclofenaco liga-se às proteínas9 séricas, predominantemente à albumina10 (99,4 %). O volume de distribuição aparente calculado é de 0,12-0,17 L/Kg. O Diclofenaco penetra no fluido sinovial, onde as concentrações máximas são medidas de 2-4 horas após serem atingidos os valores de pico plasmático. A meia-vida aparente para eliminação do fluido sinovial é de 3-6 horas. Duas horas após atingidos os valores de pico plasmático, as concentrações da substância ativa já são mais altas no fluido sinovial que no plasma11, permanecendo mais altas por até 12 horas.
A biotransformação do Diclofenaco ocorre parcialmente por glicuronidação da molécula intacta, mas principalmente por hidroxilação e metoxilação simples e múltipla, resultando em vários metabólitos12 fenólicos (3-hidroxi-, 4-hidroxi-, 5-hidroxi, 4,5-hidroxi- e 3-hidroxi-4-metoxi-diclofenaco), a maioria dos quais são convertidos aos conjugados glicurônicos. Dois desses metabólitos12 fenólicos são biologicamente ativos, mas em extensão muito menor que o Diclofenaco.
O clearance sistêmico13 total do Diclofenaco do plasma11 é de
263 +/- 56ml/min (valor médio +/- DP). A meia-vida terminal no plasma11 é de 1-2 horas. Quatro dos metabólitos12, incluindo os dois ativos, também têm meia-vida plasmática curta de 1-3 horas. Um metabólito14, 3-hidroxi-4-metoxi-diclofenaco, tem meia-vida plasmática maior. Entretanto, esse metabólito14 é virtualmente inativo.
Cerca de 60% da dose absorvida é excretada na urina15 como conjugado glicurônico da molécula intacta e como metabólitos12, a maioria dos quais são também convertidos aos conjugados glicurônicos. Menos de 1% é excretado como substância inalterada. O restante da dose é eliminada como metabólitos12 através da bile16 nas fezes.
Não foram observadas diferenças idade-dependentes relevantes na absorção, metabolismo17 ou excreção do fármaco18.
Em pacientes com insuficiência renal19, não se pode inferir, a partir da cinética20 de dose-única, o acúmulo da substância ativa inalterada, quando se aplica o esquema normal de dose. A um clearence de creatina < 10 ml/min, os níveis plasmáticos de "steady-state" calculados dos hidroxi-metabólitos12 são cerca de 4 vezes maiores que em indivíduos normais. Entretanto, os metabólitos12 são ao final excretados através da bile16.
Em pacientes com hepatite21 crônica ou cirrose22 não-descompensada, a cinética20 e metabolismo17 do Diclofenaco é a mesma de pacientes sem doença hepática23.
- INDICAÇÕES:
Tratamento a curto prazo das seguintes condições agudas:
estados dolorosos inflamatórios pós-traumáticos; dor e inflamação2 no pós-operatório (cirurgias ortopédicas ou odontológicas); condições dolorosas e/ou inflamatórias em ginecologia (dismenorréia8 primária ou anexite24); síndromes dolorosas da coluna vertebral25; reumatismo26 não-articular; como adjuvante no tratamento de processos infecciosos graves, acompanhados de dor e inflamação2 de ouvido, nariz27 ou garganta28, respeitando os princípios terapêuticos gerais de que a doença de base deve ser adequadamente tratada. Não é indicado para caso de febre3 isolada.