
INFORMAÇÕES TÉCNICAS CLORIDRATO DE TERBINAFINA - COMPRIMIDOS
Características:Farmacodinâmica:
Grupo farmacoterapêutico: agente antifúngico.
A terbinafina é uma alilamina com amplo espectro de atividade contra fungos patogênicos da pele1, cabelo2 e unhas3 inclusive dermatófitos4 como Trichophyton (por exemplo: T. rubrum, T. mentagrophytes, T. verrucosum, T. tonsurans e T. violaceum), Microsporum (por exemplo: M. canis), Epidermophyton floccosum e leveduras do gênero Candida (por exemplo: C. albicans) e Pityrosporum. Em concentrações baixas, a terbinafina tem ação fungicida contra fungos dermatófitos4, filamentosos e alguns fungos dimórficos. Sua atividade contra leveduras é fungicida ou fungistática, dependendo de sua espécie.
A terbinafina altera especificamente uma etapa inicial da biossíntese dos esteróis fúngicos5. Essa interferência acarreta deficiência de ergosterol e acúmulo intracelular de esqualeno, resultando em morte da célula6 fúngica7. A terbinafina age por inibição da esqualeno-epoxidase, na membrana da célula6 fúngica7. A enzima8 esqualeno-epoxidase não está vinculada ao sistema do citocromo P450. A terbinafina não interfere no metabolismo9 de hormônios ou de outros medicamentos.
Quando administrado por via oral, o fármaco10 concentra-se na pele1, nos cabelos e nas unhas3, em níveis associados à atividade fungicida.
Farmacocinética:
Uma dose oral única de 250 mg de terbinafina proporciona concentrações plasmáticas máximas de 0,97 mcg/ml, duas horas após a administração. A meia-vida de absorção é de 48 minutos e a meia-vida de distribuição é de 4 horas e 36 minutos.
A biodisponibilidade da terbinafina é moderadamente modificada por alimentos, mas não o bastante para requerer ajuste das doses.
A terbinafina liga-se fortemente com as proteínas11 plasmáticas (99%). Difunde-se rapidamente através da derme12 e se concentra no extrato córneo lipofílico.
A terbinafina também é encontrada na secreção sebácea, atingindo assim altas concentrações nos folículos pilosos, pêlos e peles gordurosas. Há evidências de que a terbinafina se distribui na placa13 ungueal14 dentro das primeiras semanas após o início do tratamento.
A biotransformação da terbinafina resulta em metabólitos15 sem atividade fúngica7, que são excretados predominantemente na urina16. A meia-vida de eliminação é de 17 horas. Não há indício de acúmulo. Não se observaram alterações das concentrações plasmáticas de terbinafina no estado de equilíbrio relacionadas à idade, porém a velocidade de eliminação pode ser reduzida em pacientes com insuficiência renal17 ou hepática18, proporcionando níveis sangüíneos de terbinafina mais elevados.
Dados de segurança pré-clínicos:
Em estudos de longo prazo (de até 1 ano) em ratos e cães, não se observaram efeitos tóxicos em nenhuma das espécies, com a administração de doses orais de até aproximadamente 100 mg/kg por dia. Durante a administração oral de altas doses, o fígado19 e provavelmente os rins20 foram identificados como órgãos-alvo em potencial.
Em estudo de carcinogenicidade oral por 2 anos com camundongos, não se observaram quaisquer resultados anormais ou neoplasias21 atribuíveis ao tratamento com doses de até 130 mg/kg por dia em machos e de até 156 mg/kg por dia em fêmeas. Em estudo de carcinogenicidade oral com ratos por 2 anos, observou-se maior incidência22 de tumores hepáticos em machos que receberam os mais altos níveis de dose equivalentes a 69 mg/kg por dia. As alterações que podem estar associadas com a proliferação de peroxissomos mostraram-se específicas das espécies, desde que estas não sejam observadas em estudos de carcinogenicidade em camundongos ou em outros estudos com camundongos, cães ou macacos.
Durante estudos de altas doses em macacos, observaram-se irregularidades de refração na retina23 com as doses mais altas (o nível de efeito não tóxico de 50 mg/kg). Essas irregularidades foram associadas à presença de um metabólito24 da terbinafina no tecido25 ocular e desapareceram após a descontinuação do medicamento, não estando associadas a alterações histológicas26.
Uma série-padrão de testes de genotoxicidade in vitro e in vivo não revelaram potencial mutagênico ou clastogênico decorrentes.
Não se observaram efeitos adversos na fertilidade nem em outros parâmetros da reprodução27 em estudos realizados em ratos ou coelhos.