INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS SARCOTON

Atualizado em 28/05/2016

O uso de álcool ou produtos que contenham álcool até 14 dias após a terapia com dissulfiram resultará na reação dissulfiram - álcool.
A administração pré-operatória crônica de inibidores de enzimas hepáticas1, tal  como o dissulfiram, pode diminuir a depuração plasmática e prolongar a duração de ação de alfentanila.
O metabolismo2 da bacampicilina produz uma baixa concentração plasmática de álcool e acetaldeído; apesar de o risco de interação dissulfiram - álcool ser mínimo, se o uso concomitante for inevitável, este deve ser bem monitorado. É possível  ocorrer uma reação similar com a associação amoxicilina e clavulanato.
O efeito anticoagulante3 de cumarínicos ou derivados da indandiona, pode ser potencializado com o uso concomitante de dissulfiram. Um ajuste da dose dos anticoagulantes4, baseado na determinação do tempo de protrombina5, pode ser necessário durante o uso concomitante.
O uso de anticonvulsivantes hidantoínicos, especialmente fenitoína,  juntamente com dissulfiram, poderá aumentar a concentração plasmática dos hidantoínicos, possibilitando seu efeito tóxico. Se o uso concomitante for necessário, a concentração plasmática do anticonvulsivante deve ser obtida antes e durante o tratamento com dissulfiram, ajustando-se a dose adequadamente.
O uso concomitante com antidepressivos tricíclicos, principalmente amitriptilínicos, pode causar delírio6 transitório.
A exposição aos vapores de dibrometo de etileno durante a terapêutica7 com dissulfiram, pode resultar em uma reação tóxica.
O uso concomitante de dissulfiram com inibidores de enzimas hepáticas1 pode potencializar seu efeito; com medicamentos hepatotóxicos, pode aumentar o potencial hepatotóxico.
O uso com isoniazida, pode resultar num aumento de incidência8 de efeitos no sistema nervoso central9, como convulsões, incoordenação, irritabilidade ou insônia; uma redução da dose ou mesmo a descontinuidade da terapêutica7 com dissulfiram  pode ser necessária.
O uso concomitante de dissulfiram e metronidazol pode resultar em reações psicóticas e confusão devido a toxicidade10 combinada; o uso concomitante de metronidazol não é recomendado até 2 semanas decorridas da terapêutica7 com dissulfiram.
O uso com midazolam pode diminuir o metabolismo2 de primeira-passagem e a eliminação de midazolam pelo fígado11, possibilitando um aumento da concentração plasmática de midazolam.
O uso de medicamentos neurotóxicos durante a terapêutica7 com dissulfiram pode aumentar o potencial neurotóxico.
O ácido ascórbico pode interferir com a reação álcool-dissulfiram.    
A exposição a solventes orgânicos ingeridos ou inalados, podendo conter álcool, acetaldeído, paraldeído ou estrutura análoga, poderá resultar na reação dissulfiram - álcool.
O uso concomitante de paraldeído com dissulfiram não é recomendado, devido ao aumento da concentração sanguínea do paraldeído e acetaldeído.
O uso concomitante de medicamentos depressores do sistema nervoso central9 e dissulfiram pode potencializar este efeito depressor.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Enzimas hepáticas: São duas categorias principais de enzimas hepáticas. A primeira inclui as enzimas transaminasas alaninoaminotransferase (ALT ou TGP) e a aspartato aminotransferase (AST ou TOG). Estas são enzimas indicadoras do dano às células hepáticas. A segunda categoria inclui certas enzimas hepáticas como a fosfatase alcalina (FA) e a gamaglutamiltranspeptidase (GGT) as quais indicam obstrução do sistema biliar, quer seja no fígado ou nos canais maiores da bile que se encontram fora deste órgão.
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Anticoagulante: Substância ou medicamento que evita a coagulação, especialmente do sangue.
4 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
5 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
6 Delírio: Delirio é uma crença sem evidência, acompanhada de uma excepcional convicção irrefutável pelo argumento lógico. Ele se dá com plena lucidez de consciência e não há fatores orgânicos.
7 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
8 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
9 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
10 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
11 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.

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