REAÇÕES ADVERSAS UNISTIN
*Gastrintestinais: quase todos os pacientes tratados com Unistin experimentam náuseas1 e vômitos2, ocasionalmente, tão severos que necessitam da interrupção da administração da droga. Náuseas1 e vômitos2 geralmente começam em 1 a 4 horas, às vezes em 24 horas, após a administração, podendo persistir, em graus variados, por até 1 semana após o tratamento. Náuseas1 e vômitos2 tardios, começando ou persistindo 24 horas após a quimioterapia3, ocorreram em pacientes realizando controle emético completo no dia da terapia com cisplatina. Também podem ocorrer diarréia4 e anorexia5 e, ocasionalmente, estomatite6 e constipação7.
*Nefrotoxicidade8: a nefrotoxicidade8 está relacionada à dose e pode ser grave, podendo ocorrer em pacientes que recebem Unistin. A toxicidade9 renal10 é manifestada por um aumento do clearance de creatinina11 no soro12 e no índice de filtração glomerular13. A toxicidade9 renal10 torna-se mais prolongada e grave com cursos repetidos da droga. A função renal10 deve retornar ao normal antes de outra dose de Unistin ser administrada.
*Hematológicas: pode ocorrer mielossupressão em pacientes tratados com Unistin. O nadir dos leucócitos14 e plaquetas15 circulantes ocorre geralmente entre 18 a 23 dias depois da administração de Unistin, com a recuperação ocorrendo em 39 dias. Leucopenia16 e trombocitopenia17 são mais pronunciadas em doses mais elevadas (maiores que 50mg/m2). Anemia18 ocorre, aproximadamente, na mesma freqüência e em padrão semelhante à leucopenia16 e à trombocitopenia17. Em adição à anemia18 secundária com mielossupressão, anemia hemolítica19 Coombs positiva foi relatada. O desenvolvimento de leucemia20 aguda com o uso de Unistin foi raramente relatado.
*Ototoxicidade21: a ototoxicidade21, manifestada como zumbido no ouvido22, com ou sem perda auditiva clínica (surdez ocasional), pode ocorrer em pacientes que estão recebendo Unistin e pode ser mais grave em crianças do que em adultos. A ototoxicidade21 pode aumentar com irradiação craniana prévia ou concomitante. Não se sabe se a ototoxicidade21 é reversível. Também ocorre, raramente, otalgia23 unilateral persistente e temporária. Toxicidade9 vestibular24 também foi relatada. Ototoxicidade21 pode ser mais severa em pacientes previamente tratados com outras drogas com potencial ototóxico. Antes do início da terapia e antes das doses subseqüentes de Unistin, deve ser realizada monitoração cuidadosa através de audiometria25.
*Hipersensilidade: podem ocorrer reações anafiláticas26 e erupções cutâneas27.
*Neurotoxicidade: alguns pacientes apresentaram neurotoxicidade, caracterizada, em geral, por neuropatias periféricas. Também foram relatadas perda do paladar28 e convulsões. Neuropatias resultantes do tratamento com Unistin podem ocorrer após terapia prolongada. No entanto, houve relatos de ocorrência de sintomas29 neurológicos após dose única.
Foram relatadas neuropatias severas, como parestesia30, arreflexia, perda de sensação vibratória, em pacientes que estavam em regimes de doses mais altas que as recomendadas. As neuropatias podem ser irreversíveis. Perda da função motora também foi relatada.
A terapia com Unistin deve ser interrompida assim que os sintomas29 forem observados. Evidências preliminares sugerem que a neuropatia periférica31 pode ser irreversível em alguns pacientes.
*Hepáticas32: elevações leves e transitórias das concentrações de TGO (SGOT), TGP (SGPT) e bilirrubina33 no soro12 podem ocorrer em pacientes que estão em tratamento com Unistin.
*Cardiovasculares: podem ocorrer, ocasionalmente, insuficiência cardíaca congestiva34, taquicardia35, fibrilação atrial e cardiopatia pulmonar.
*Eletrolíticas: Unistin pode causar sérias perturbações eletrolíticas: sódio, potássio, cromo, cálcio, fósforo, magnésio.
*Outros: demais efeitos adversos associados com Unistin incluem calvície36 leve ou afinamento do cabelo37, soluços, mialgia38, pirexia39 e linha de platina na gengiva. Há relatos da ocorrência freqüente de anormalidades cardíacas (inclusive distúrbios de condução e doença cardíaca congestiva), SIADH e hipercalcemia.
Em estudos in vitro, Unistin tem se mostrado mutagênico em bactérias.
Unistin tem se mostrado carcinogênico em camundongos e ratos.
Tem sido relatado que a administração concomitante de Unistin com outros agentes antitumorais pode provocar infarto40 cardíaco e infarto40 cerebral.
- POSOLOGIA:
Unistin é administrado por infusão intravenosa. Unistin também pode ser administrado via intra-arterial e intraperitoneal.
Neoplasmas41 testiculares, câncer42 de bexiga43 e câncer42 de próstata44:
A dosagem habitual de Unistin é de 15 a 20mg/m2, via intravenosa, uma vez por dia, durante 5 dias consecutivos, a cada 3 semanas, ou uma dose de 25 a 35mg/m2, administrada uma vez por semana, segundo a condição do paciente.
Neoplasmas41 ovarianos:
A dosagem habitual de Unistin é de 50 a 70mg/m2, a cada 4 semanas, ou administrada seguindo-se um método de acordo com a condição da paciente.
Câncer42 de cabeça45 e pescoço46:
A dosagem habitual de Unistin é de 10 a 20mg/m2, uma vez por dia, durante 5 dias consecutivos a cada 3 semanas, ou uma dose de 50 a 70mg/m2, a cada 4 semanas, segundo a condição do paciente.
Carcinoma47 de pulmão48:
A dosagem habitual de Unistin é de 70 a 90mg/m2, a cada 4 semanas, ou 20mg/m2, uma vez por dia, durante 5 dias consecutivos, segundo a condição do paciente.
Carcinoma47 de pulmão48 de células49 não-pequenas:
Quando Unistin é usado isoladamente, doses de 75 a 120mg/m2, via intravenosa, em intervalos de 6 a 8 semanas, costumam ser administradas. Doses de 50mg/m2, via intravenosa, no primeiro e oitavo dias, em intervalos de 4 semanas, também têm sido usadas. Quando em quimioterapia3 combinada, as doses podem ser de 40 a 120mg/m2, via intravenosa, a cada 3 a 6 semanas, dependendo do regime adotado.
Câncer42 de esôfago50:
A dosagem habitual de Unistin é de 50 a 70mg/m2, a cada 4 semanas, ou 15 a 20mg/m2, uma vez por dia, durante 5 dias consecutivos, a cada 3 semanas, segundo a condição do paciente.
Câncer42 uterino e de colo uterino51:
A dosagem habitual de Unistin é de 15 a 20mg/m2, uma vez por dia, durante 5 dias consecutivos, a cada 3 semanas, ou uma dose de 70 a 90mg/m2, a cada 4 semanas, segundo a condição da paciente.
Câncer42 gástrico:
A dosagem habitual de Unistin é de 70 a 90mg/m2, a cada 4 semanas.
Carcinoma47 cervical:
Para o tratamento de carcinoma47 cervical avançado recorrente, a dose ideal de Unistin ainda necessita ser claramente estabelecida. Doses de 50 ou 100mg/m2, via intravenosa, a cada 3 semanas, têm sido usadas; a dose de 50 mg/m2 aparentemente tem o mesmo efeito de doses mais altas, porém com menor toxicidade9.
Dose intra-arterial:
Doses de 75 a 150mg/m2, via intra-arterial, cada 2 a 5 semanas, têm sido usadas para tratamento de doenças malignas confinadas a uma região do organismo, incluindo câncer42 de bexiga43, melanoma52 maligno e sarcoma53 osteogênico.
Dose intraperitoneal:
Para o tratamento de tumores intraperitoneais (por exemplo, carcinoma47 ovariano avançado, mesotelioma) que estão confinados à cavidade peritoneal54 e/ou associados à ascite55 maligna, são recomendadas doses de 60 ou 90mg/m2, via intraperitoneal. Quando administrado associado a tiossulfato de sódio intravenoso (por exemplo, dose inicial de 7,5g/m2 seguida por 2,13g/m2 por hora, durante 12 horas), as doses de Unistin podem ser de até 270mg/m2. Doses de Unistin via intraperitoneal, com ou sem tiossulfato de sódio, devem ser repetidas a cada 3 semanas.
Para o tratamento de carcinoma47 ovariano refratário pequeno, via intraperitoneal, doses iniciais de 120mg, com acréscimos de 30mg, até a ocorrência de toxicidade9, uma vez por semana, durante 12 semanas.
Dose em crianças:
Doses pediátricas de Unistin ainda não estão completamente estabelecidas. Para o tratamento de sarcoma53 osteogênico ou neuroblastoma, Unistin tem sido administrado em doses de 90mg/m2, via intravenosa, uma vez a cada 3 semanas, ou 30mg/m2, via intravenosa, uma vez por semana. Para o tratamento de tumores cerebrais recorrentes, 60mg/m2, via intravenosa, uma vez por dia durante 2 dias consecutivos, em intervalos de 3 a 4 semanas.
Dose em insuficiência renal56:
Apesar de não estar bem elucidado se a eliminação de Unistin seria prejudicada em caso de insuficiência renal56, alguns clínicos recomendam a administração de 75 da dose usual em pacientes com clearence de creatinina11 entre 10 e 50mL/minuto, e para os pacientes com clearence de creatinina11 menor que 10mL/minuto, 50 da dose usual. Contudo, há clínicos que acreditam que a redução das doses pode não ser necessária.
- ADMINISTRAÇÃO:
Agulhas ou conjuntos intravenosos, contendo partes de alumínio, que podem entrar em contato com Unistin, não devem ser usados para o preparo ou a administração. O alumínio reage causando formação de precipitados negros e perda de potência.
Devem-se usar luvas protetoras nas mãos57 durante a manipulação do medicamento. Caso a solução de Unistin entre em contato com a pele58 e mucosas59, lavar exaustivamente a área afetada com água e sabão.
Os cuidados de assepsia60 devem ser observados, durante a manipulação do fármaco61 e do equipamento específico a ser utilizado, até o término da infusão.
Unistin deve ser adicionado a um líquido de infusão intravenosa antes da administração. Os mais adequados são: Solução de Cloreto de Sódio a 0,9 ou Solução de Cloreto de Sódio 0,9 e Glicose62 5.
A estabilidade de Unistin em algumas soluções intravenosas está descrita na tabela abaixo:
Solução Intravenosa Concentração de Cisplatina (mg/mL) Estabilidade
5 de Dextrose63 e 0,45 ou 0,9 de Cloreto de Sódio 0,05; 0,5 24 horas a 25 ºC
5 de Dextrose63 e 0,33 de Cloreto de Sódio com 1,875 de Manitol (com ou sem 0,15 de Cloreto de Potássio) 0,05; 0,1; 0,2 72 horas a 25 ºC
5 de Dextrose63 e 0,45 de Cloreto de Sódio com 1,875 de Manitol 0,05; 0,1; 0,2 72 horas a 25 ºC
0,2 de Cloreto de Sódio 0,2 24 horas a 25 ºC
0,225 de Cloreto de Sódio 0,05; 0,1; 0,2 72 horas a 25 ºC
0,3 de Cloreto de Sódio 0,05; 0,1; 0,2 72 horas a 25 ºC
0,45 de Cloreto de Sódio 0,05; 0,2; 0,5 24 horas a 25 ºC
0,9 de Cloreto de Sódio 0,05; 0,2; 0,5 24 horas a 25 ºC
Soluções de Cisplatina não devem ser diluídas em solução de bicarbonato ou outras soluções alcalinas, porque acelera a decomposição da Cisplatina, podendo inclusive ocorrer formação de precipitado.
Unistin deve ser administrado preferencialmente for infusão intravenosa lenta. Há relatos que em administração por injeção64 intravenosa rápida (1 a 5 minutos), a nefrotoxicidade8 e a ototoxicidade21 foram maiores quando comparadas com a administração por infusão intravenosa lenta da droga.
Unistin não deve ser administrado com outros agentes antitumorais na mesma seringa65.
Unistin deve ser protegido da luz.
Uso preferencialmente intravenoso, podendo também ser administrado por via intra-arterial e intraperitoneal.
Todo conteúdo remanescente nos frascos-ampolas deve ser descartado.
Administração por infusão:
Para administração por infusão intravenosa, é recomendado que a dose necessária de Unistin seja diluída em 2 litros de Dextrose63 a 5 e 0,33 ou 0,45 de Cloreto de Sódio Injetável contendo 18,75g de manitol por litro (ex.: 37,5g por 2 litros), e feita a infusão intravenosa por 6 a 8 horas.
Porém, há outros regimes de diluição e taxas de administração que podem ser considerados.
Administração intra-arterial:
Utilizar cateter comum e administrar a infusão controlada com equipo apropriado.
A dose necessária de Unistin deve ser diluída em Solução de Cloreto de Sódio a 0,9 Injetável, contendo pequenas quantidades de heparina sódica, e feita a infusão intra-arterial por 2 a 4 horas.
Administração peritoneal (por instilação):
Utilizar cateter comum ou cateter de diálise peritoneal66 seguido de drenagem67, parcial ou completa, da cavidade peritoneal54.
A dose necessária de Unistin deve ser diluída em solução morna de Cloreto de Sódio a 0,9 e administrada por fluxo gravitacional por 10 minutos. Após 4 horas, fazer drenagem67 da cavidade peritoneal54 o mais completamente possível.
Há outros regimes de diluição e taxas de administração que podem ser considerados.
- SUPERDOSAGEM:
Uma superdosagem pode ser esperada como causa dos efeitos tóxicos descritos, mas não em grau exagerado. Hidratação adequada e diurese68 osmótica69 podem ajudar a reduzir a toxicidade9 de Unistin, se administrada rapidamente após a superdosagem.
Convulsões podem ser tratadas com anticonvulsivantes apropriados. Função renal10, cardiovascular e contagem sangüínea devem ser monitoradas diariamente, de acordo com o aparecimento de toxicidade9.
Níveis séricos de magnésio e cálcio devem ser cuidadosamente monitorados em relação à irritabilidade da musculatura voluntária. Se o paciente desenvolver tétano70 sintomático71, suplementos eletrolíticos devem ser administrados. Enzimas séricas do fígado72 e ácido úrico devem ser também monitorados diariamente após uma superdosagem.
Se desenvolver febre73 durante a mielossupressão, um antibiótico apropriado deve ser administrado após obtenção de culturas.
USO RESTRITO A HOSPITAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA