PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS GANVIRAX

Atualizado em 28/05/2016


Precauções:

Hematológicas:
Não administrar o produto, ou interromper a administração, quando a contagem de neutrófilos1 indicar número igual ou inferior a 500/mm3 e a de plaquetas2 for menor que 25000 células3/mm3. Granulocitopenia (neutropenia4), anemia5 e trombocitopenia6 foram observados em pacientes tratados com ganciclovir. A frequência e severidade destes eventos variam amplamente de paciente para paciente7. O ganciclovir deve, deste modo, ser administrado com cautela em pacientes com citopenia preexistente ou com história de reações citopênicas a outras drogas, químicas e irradiações.  A granulocitopenia geralmente ocorre durante a primeira ou segunda semana de tratamento mas pode ocorrer a qualquer tempo durante o tratamento. A contagem das células3 pode começar a se recuperar dentro de 3 a 7 dias depois da descontinuação da droga.  

Comprometimento da fertilidade:
Dados em animais demonstraram que a administração de ganciclovir causa inibição da espermatogênese e infertilidade8 subsequente. Estes efeitos foram reversíveis a baixas doses e irreversíveis a altas doses. É considerado que provavelmente o ganciclovir causa inibição temporária ou permanente da espermatogênese. Dados em animais indicaram que o ganciclovir podem causar uma supressão na fertilidade em fêmeas.  

Teratogênese9:
Devido ao potencial mutagênico e teratogênico10 do ganciclovir, as mulheres em fase reprodutiva devem ser instruídas a usar meios contraceptivos durante o tratamento. Deste modo, métodos contraceptivos efetivos devem ser usados por ambos os sexos durante o tratamento e pelo homem até 90 dias após o tratamento devido ao seu potencial mutagênico.

Reprodução11 e potencial cancerígeno:
Experimentalmente em animais, o ganciclovir demonstrou inibir a espermatogênese até de forma irreversível e provocar esterilidade12 na fêmea. Demonstrou ainda, teratogenicidade e embrioletalidade em animais. Por sua ação mutagênica, pode ser considerado agente com potencial cancerígeno. Não há estudos na espécie humana, mas essas reações em animais devem ser consideradas.

Uso com a Zidovudina (AZT):
Devido à toxicidade13 hematológica, recomenda-se interromper o tratamento com AZT durante a utilização de ganciclovir.

Uso em lactentes14:
Não é conhecido se o ganciclovir é excretado no leite materno. Entretanto muitas drogas são excretadas no leite humano e, devido aos efeitos carcinogênicos e teratogênicos15 que ocorreram em animais tratados com ganciclovir, a possibilidade de efeitos adversos ocorrerem em lactentes14 deve ser considerado. Devido ao potencial de risco do bebê, a mãe deve ser instruída a descontinuar a amamentação16 enquanto estiver sob tratamento com ganciclovir.

Uso em pediatria:
Ganciclovir não é indicado no tratamento no tratamento das infecções17 congênitas18 ou neonatais por CMV. Em crianças abaixo de 12 anos de idade, a utilização só deve ser feita nos casos de necessidade absoluta, devido aos efeitos oncogênicos a longo prazo e seus efeitos tóxicos sobre a reprodução11. A prevalência19 das reações adversas é mais elevada nas crianças do que nos adultos.

Precauções de emprego:
A administração é exclusivamente por infusão intravenosa, o pH da solução é alcalino (de 9 a 11) e pode provocar acidentes locais graves se extravasar no tecido20 intramuscular ou subcutâneo21. A administração deve ser feita por infusão nas veias22 com débito sangüíneo suficiente para uma rápida diluição e distribuição.

Insuficiência renal23:
A administração por infusão deve ser acompanhada de hidratação suficiente para uma clearance normal, pois o ganciclovir é excretado pelos rins24. Na insuficiência renal23, ajustar a posologia, baseando-se na taxa plasmática de creatinina25 e/ou clearance.
A hemodiálise26 demonstrou reduzir os níveis plasmáticos de ganciclovir em aproximadamente 50%.

Antecedentes hematológicos:
Utilizar com cuidado em pacientes com antecedentes de citopenia (leucocitopenia; trombocitopenia6), mantendo-se constante avaliação sobre a contagem das células3 sangüíneas durante o tratamento. A neutropenia4 pode ocorrer durante a 1ª ou 3ª semana do tratamento ou após dose cumulativa de 200 mg/kg ou a qualquer momento. A contagem globular se normaliza habitualmente de dois a cinco dias após a interrupção do tratamento.

Testes laboratoriais:
Devido a ocorrência de neutropenia4, anemia5 e trombocitopenia6 em pacientes recebendo ganciclovir, é recomendado que seja realizada contagem sangüínea total e contagem de plaquetas2 freqüentemente, especialmente naqueles pacientes nos quais o ganciclovir ou outro nucleosídeo análogo tenha sido previamente resultado leucopenia27 ou naqueles em que a contagem de neutrófilos1 tenha sido menor que 1000 células3/mL no começo do tratamento. Aumentos nos níveis de creatinina25 sérica foram observados em vários estudos de avaliação com o ganciclovir. Os pacientes devem ter os níveis séricos de creatinina25 ou valores no clearance de creatinina25 monitorados cuidadosamente a fim de permitir o ajuste de dosagens em pacientes com função renal28 alterada.  

Antecedentes psiquiátricos:
O ganciclovir deve ser utilizado com precaução nos pacientes com antecedentes de psicose29, de desordens mentais ou que tenham apresentado reações psiquiátricas ou neurológicas a outros medicamentos.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Neutrófilos: Leucócitos granulares que apresentam um núcleo composto de três a cinco lóbulos conectados por filamenos delgados de cromatina. O citoplasma contém grânulos finos e inconspícuos que coram-se com corantes neutros.
2 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
3 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
4 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.
5 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
6 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
7 Para paciente: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Paciente disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
8 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
9 Teratogênese: Formação e desenvolvimento no útero de anomalias que levam a malformações; teratogenia.
10 Teratogênico: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
11 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
12 Esterilidade: Incapacidade para conceber (ficar grávida) por meios naturais. Suas causas podem ser masculinas, femininas ou do casal.
13 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
14 Lactentes: Que ou aqueles que mamam, bebês. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
15 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
16 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
17 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
18 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
19 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
20 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
21 Subcutâneo: Feito ou situado sob a pele. Hipodérmico.
22 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
23 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
24 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
25 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
26 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
27 Leucopenia: Redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Quando a quantidade de leucócitos no sangue é inferior a 6000 leucócitos por milímetro cúbico, diz-se que o indivíduo apresenta leucopenia.
28 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
29 Psicose: Grupo de doenças psiquiátricas caracterizadas pela incapacidade de avaliar corretamente a realidade. A pessoa psicótica reestrutura sua concepção de realidade em torno de uma idéia delirante, sem ter consciência de sua doença.

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