INFORMAÇÃO TÉCNICA LANTUS U 100 UI/ML
LANTUS® (insulina glargina1) é um antidiabético que contém insulina glargina1. A insulina glargina1 é uma insulina2 humana análoga produzida por tecnologia de DNA-recombinante, utilizando Escherichia coli (cepa3 K12) como organismo produtor. É desenhada para ter baixa solubilidade em pH neutro. Em pH 4 (como na solução injetável de LANTUS® (insulina glargina1)), é completamente solúvel. Após ser injetada no tecido subcutâneo4, a solução ácida é neutralizada, levando a formação de micro-precipitados do qual pequenas quantidades de insulina glargina1 são liberadas continuamente, levando a um perfil de concentração / tempo previsível, sem pico e suave, com duração de ação prolongada, que suporta a administração uma vez ao dia. O tempo de ação da insulina2 e seus análogos tais como insulina glargina1 pode variar consideravelmente em indivíduos diferentes ou no mesmo indivíduo, mas devido a falta de um pico, há menor variabilidade com insulina glargina1 do que com insulina NPH5.
A atividade fundamental da insulina2, incluindo insulina glargina1, é a regulação do metabolismo6 da glicose7. A insulina2 e seus análogos diminuem os níveis glicêmicos estimulando a captação da glicose7 periférica, especialmente pelo músculo esquelético8 e tecido adiposo9, e pela inibição da produção da glicose7 hepática10. Insulina2 inibe a lipólise no adipócito, inibe a proteólise e aumenta a síntese protéica.
Em estudos clínicos farmacológicos, os usos intravenosos de insulina glargina1 e insulina2 humana demonstraram ser equipotentes quando dados nas mesmas doses.
Após a injeção subcutânea11 em indivíduos sadios e em pacientes diabéticos, as concentrações séricas de insulina2 indicaram uma absorção mais lenta e bem mais prolongada e falta de um pico quando comparado com a insulina2 humana NPH (um tipo intermediário de insulina2). As concentrações foram, portanto, consistentes com o perfil de tempo da atividade farmacodinâmina da insulina glargina1. Após a injeção subcutânea11 de 0,3 UI/kg de insulina glargina1 em pacientes diabéticos, um perfil concentração / tempo uniforme foi demonstrado; isso também é refletido no amplo limite de valores de Tmáx (entre 1,5 e 22,5 horas) comparado ao da NPH (2,5 a 10 horas). Quando administrada intravenosamente, os perfis de concentração e a eliminação aparente da meia-vida da insulina glargina1 e da insulina2 humana foram comparáveis.
O gráfico a seguir demonstra os resultados de um estudo farmacodinâmico em pacientes. O tempo médio entre a injeção12 da droga e o final do seu efeito farmacológico foi de 14,5 horas para a insulina NPH5, enquanto que o tempo médio para a insulina glargina1 foi de 24 horas (a maioria dos pacientes sob insulina glargina1 continuavam mostrando resposta no final do período de observação, indicando mesmo duração de ação mais longa).
* Determinada como quantidade de glicose7 infusionada para manter os níveis plasmáticos de glicose7 constantes.
Não foram observadas diferenças significativas nos níveis séricos de insulina2 após a administração da insulina glargina1 no abdômen, músculo deltóide ou na coxa13. A insulina glargina1 possui menor variabilidade intra e inter indivíduo em seu perfil farmacocinético e farmacodinâmico quando comparada com a insulina2 humana ultralenta. Um estudo sobre a degradação de insulina glargina1 em homens indicaram que, no depósito subcutâneo14, a insulina glargina1 é parcialmente metabolizada no carboxil terminal da cadeia B sob formação dos metabólitos15 ativos M1 (21A-gly-insulina2) e M2 (21A-gly-des-30B-Thr-insulina2). Assim como no tecido subcutâneo4, insulina glargina1 não alterada e produtos de degradação estão presentes no plasma16.
Os estudos em pacientes com diabete tipo 1 e tipo 2, a eficácia geral da insulina glargina1 uma vez ao dia no controle metabólico foi comparado com aquela da insulina2 humana NPH uma ou duas vezes ao dia. Em geral, a insulina glargina1 manteve ou melhorou o nível de controle glicêmico medido pela glicohemoglobina e glicemia de jejum17. Adicionalmente, poucos pacientes utilizando insulina glargina1 relataram episódios hipoglicêmicos comparado com pacientes utilizando insulina2 humana NPH.
Pacientes com diabete melito Tipo 1 tratados com regimes que incluíram a insulina glargina1 demonstraram uma satisfação significativamente maior com o tratamento quando comparados com pacientes com regimes com insulina NPH5 (Questionário de Satisfação do Tratamento com Diabete).
Flexibilização da dose diária:
A segurança e eficácia de LANTUS® (insulina glargina1) administrado antes do café da manhã, antes do jantar ou antes de dormir, foram avaliadas em um estudo clínico amplo, controlado e randomizado18. Nesse estudo em pacientes com diabete tipo 1 (estudo G) (n= 378), os mesmos também foram tratados com insulina lispro19 às refeições. LANTUS® (insulina glargina1) administrado em diferentes horários do dia resultou em controle glicêmico equivalente àquele obtido quando administrado antes de dormir.
A segurança e eficácia de LANTUS® (insulina glargina1) administrado antes do café da manhã também foram avaliadas em um estudo clínico amplo, controlado e randomizado18 (estudo H) (n=697) em pacientes com diabete tipo 2 não mais adequadamente controlados com tratamento oral. Todos os pacientes nesse estudo também receberam glimepirida20 3 mg diariamente. LANTUS® (insulina glargina1) administrado antes do café da manhã foi no mínimo tão efetivo na redução da hemoglobina21 glicosilada A1c22 (HbA1c23) quanto LANTUS® (insulina glargina1) administrado antes de dormir ou insulina2 humana NPH administrada antes de dormir. (vide tabela abaixo)
Tabela: Flexibilização da dose diária de LANTUS® (insulina glargina1) em diabetes24 mellitus tipo 1 (estudo G) e tipo 2 (estudo H)
Duração do tratamento Tratamento em combinação com:Estudo G - 24 semanas Insulina2 lisproEstudo H - 24 semanas Glimepirida20
Lantus® (insulina glargina1) - Café da manhãLantus® (insulina glargina1) - JantarLantus® (insulina glargina1) -Antes de dormirLantus® (insulina glargina1) - Café da manhãLantus® (insulina glargina1) -Antes de dormirNPH - Antes de dormir
Número de indivíduos tratados (ITT*)112124128234226227
HbA1c23 Média Basal Média Final 7,56 7,39 7,53 7,42 7,61 7,57 9,13 7,87 9,07 8,12 9,09 8,27
Alteração média do basal - 0,17 - 0,11 - 0,04 - 1,26 - 0,95 - 0,82
Dose de insulina2 basal (UI) Média Final Alteração média do basal 27,3 5,0 24,6 1,8 22,8 1,5 40,4 38,5 36,8
Dose de insulina2 total (UI) Média Final Alteração média do basal 53,3 1,6 54,7 3,0 51,5 2,3NA** NA**NA**
* Intenção de tratamento ** Não aplicável